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“Gaia ao Tempo de Garrett”
As Guerras Liberais
Índice
• Introdução;
• Cronologia;
• Antecedentes;
• Guerra Liberal:
- Campanha;
- Terreno, tática e armamento;
- De Julho a Outubro de 1832;
- Chefes em confronto;
- De Outubro de 1832 a Agosto
de 1833;
• Curiosidades:
- Figuras importantes;
- O cerco na toponímia da cidade.
Introdução
• Portugal, na primeira metade do século XIX, viveu um período de grandes
conflitos, em destaque a Guerra Civil Portuguesa(1828-1834), devido à
existência de diferentes teorias políticas (liberais e absolutistas). Este
período também é conhecido como a Guerra dos dois irmãos, uma vez
que os irmãos D. Pedro IV(liberal) e D. Miguel(realista, absolutista ou
realista) combatem um contra o outro. No entanto, neste trabalho, vamos
nos focar nas guerras liberais em Vila Nova de Gaia/Porto (1832-1833).
Cronologia
10/03/1826 Morte de D. João VI
29/04/1826
D. Pedro redige a Carta Constitucional
02/05/1826 D. Pedro abdica da coroa para a sua filha
03/07/1827 D. Pedro Nomeia D. Miguel como regente do Trono
22/02/1828 D. Miguel regressa a Portugal
14/03/1828 D. Miguel declara-se rei absoluto
16/05/1828 Revolta liberal no Porto
07/04/1831 D. Pedro abdica da coroa brasileira
13/04/1831 D. Pedro decide regressar a Portugal
02/02/1832
D. Pedro retoma o título e duque de Bragança e proclama-se
regente do trono português.
08/07/1832 Desembarque da expedição liberal no Pampelido (Mindelo)
09/07/1832 Exército liberal entra no Porto
08/09/1832
Ataque dos miguelistas em Vila Nova de Gaia, e tentativa de
conquista da Serra do Pilar
14/10/1832 Grande Ataque Miguelista à Serra do pilar
14/11/1832 Ataque liberal para recolha do vinho
Cronologia
24/01/1833 Ataque liberal no setor ocidental
04/03/1833 Ataque Miguelista no setor ocidental
24/03/1833 Combate das Antas
21/06/1833 Os liberais saem da Fôz do Douro em direção ao sul do país
05/07/1833 Ataque miguelista no setor noroeste das linhas do Porto
25/07/1833 Último grande ataque miguelista contra o Porto
16/08/1833
As tropas miguelistas destroem, em Gaia, grandes quantidades
de vinho
18/08/1833
Ofensiva liberal no setor oriental do Porto pões termo ao Cerco
da Cidade
• No entanto, D. João VI que se encontava no Brasil,
decide regressar a Portugal.
• O seu regresso e a sua aceitação das novas
estruturas representativas não ajudam em nada na
pacificação do clima português, e o resto do seu
reinado é vivido em plena agitação, começada no
palácio real e prolongada até aos quartéis e praças
públicas. As discórdias, as revoltas e
pronunciamentos militares, os ataques a pessoas e
isntituições são sucessivos, o que conduz a uma
guerra civil.
Antecedentes
• As guerras iniciaram-se com o aparecimento de duas teorias
políticas distintas (absolutistas e liberais), nos últimos anos
do reinado de D. João VI, e acabaram em Évora Monte, a 26
de Maio de 1834.
• No início do século XIX a divergência passa da fase policial
e representativa para a fase de choque entre forças
armadas. O primeiro êxito liberal é a revolução de 1920 e a
instalação em Lisboa de um governo dela saído, enquanto
que o governo tradicional continuava no Brasil.
D. João VI
Antecedentes
• Após a morte de D. João VI, o seu filho mais velho, D.
Pedro IV, sucede ao poder, todavia este abdica da
coroa para a sua filha Maria da Glória.
• D. Pedro nomeia o seu irmão, D. Miguel, regente do
trono português. D. Miguel regressa a Portugal do seu
exílio em Viena, a 22 de Fevereiro de 1828, para
entrar no exercício do poder constitucional, conforme o
acordo familiar.
• A luta entre liberais e absolutistas ainda não possuía o
seu perfeito estado de nitidez até o regresso de D.
Miguel, o seu procedimento e dos seus partidários
esclarecerem a situação: o país teria de escolher entre
os dois irmãos e o que eles representavam.
D. Pedro IV
D. Miguel
Antecedentes
• D. Pedro abdica da coroa imperial no Brasil a 7 de
Abril de 1831 e retoma o título de Duque de Bragança,
proclamando-se regente do trono português, em nome
da sua filha D. Maria da Glória. Para tal, resolve
regressar à Europa, onde tudo se decidirá.
D. Maria da Glória ou
Maria II
Antecedentes
• D. Miguel declara-se rei absoluto, quebrando todas as
ligações com a Carta Constitucional (carta em que D.
Pedro abdica da coroa em favor da sua filha e nomeia D.
Miguel como regente ao trono).
• Os miguelistas estabelecem a repressão integral para se
afirmarem e ao mesmo tempo reduzem a pouca simpatia
que restava dos liberais.
• Assim, a resposta destes é a revolta militar, que se inicia
no Porto, a Maio de 1828.
GUERRA LIBERAL
Campanha
• A 7 de Julho de 1832, o exército dos liberais
desembarca na praia do Pampelido (Mindelo),
entre Vila do Conde e Porto, o que decorreu sem
que tivesse havido qualquer reação por parte das
tropas miguelistas.
• A operação de desembarque inicia-se com a
chegada à praia das tropas dos caçadores.
Dispersos em atiradores, estes defendiam o
perímetro da cabeça de ponte da praia. Estas eram
mediadas de segurança, no entanto a tranquilidade
foi suficiente para que as unidades ali se formassem,
com destino ao Porto, como se estivessem na
parada de um quartel.
• No dia 9 de Julho de 1832, as tropas de D.
Pedro, aparentando grande cansaço,
entravam no Porto sem qualquer oposição,
mas envolvidos por uma certa frieza dos
liberais da cidade. Pois, consideravam que o
exército liberal não era suficiente para fazer
frente ao exército miguelista.
• Os liberais portuenses abstinham-se de
manifestações, por temerem as represálias
que poderiam surgir pela parte dos
miguelistas.
• Após o desembarque os liberais elaboraram
uma série de operações que podemos
visualizar na imagem à direita.
Campanha
• As tropas miguelistas retiraram-se na direção do
porto, pois Santa Marta (general miguelistas)
tinha medo que os seus soldados passassem
para o lado das tropas liberais se forçados a
enfrentar D. Pedro.
• As tropas de D. Pedro puseram-se em marcha,
cautelosamente, em direção ao Porto. Não tardou
a que se dessem conta que os miguelistas se
tinham retirado da cidade na noite de 8 para 9,
fortificando-se nos pontos dominantes da margem
esquerda do rio Douro.
Uniforme do Batalhão
Académico Liberal onde
militaram Garrett,
Herculano e José
Estevão
Soldado do Batalhão
de Empregados
Públicos, do Exército
Liberal
Terreno
Por esta altura, o Porto era muito mais
reduzido do que nos dias de hoje. Nessa
altura, a área urbanizada do Porto
encontrava-se num terreno acidentado,
onde havia várias formas principais:
• Morro da Vitória (Jardim da Cordoaria –
Praça de Carlos Alberto): Vai-se situando
a maioria da parte central da cidade;
• Rua da Constituição: Quem ocupava a
parte norte desta rua tinha, assim, um
domínio de vistas e fogos que acabava
por ser uma enorme vantagem;
• Avenida Fernão de Magalhães; Topografia do cerco. Fotografias atuais do
Monte Covelo, Igreja do Bonfim, Monte
Aventino e Rua da Constituição
Terreno (continuação)
• Morro da Sé
• Vila Nova de Gaia: Naquela altura, a vila era
pouco mais de um casario que ladeava a
Calçada de Vila Nova (atual Avenida da
República) até a Santo Ovídio. O morro da Serra
do Pilar dominava a faixa do terreno junto ao rio.
Santo Ovídio não tinha grande interesse militar,
pois distava dela excessivos metros, o que não
ajudava no emprego da artilharia.
• Rio Douro: É a parte importante do “terreno”. O
Douro foi sempre atravessado pelas tropas dos
dois partidos ao longo de todo o cerco. Os
miguelistas faziam-no a oriente da curva do
Freixo-Areínho, já os Liberais faziam-no,
sobretudo de noite, em frente à Serra do Pilar.
Tática
• A tática foi, também, baseada na doutrina napoleónica, que era de uma grande
simplicidade de aplicação. Toda a artilharia era empregue em grandes concentrações a
modo que facilitavam a execução de fogos de massa que abriam espaços por onde a
cavalaria podia passar para depois explorar.
• Os militares das Guerras Liberais tinham sido formados na escola britânica de Beresford,
difundida nas unidades do exército português. Isto ajuda a compreender as inabilidades
ofensivas que foram demonstradas por ambos os partidos. O facto de este combate se
ter situado no cerco foi uma enorme desvantagem para quem atacava.
• Isso tudo levou a que D. Pedro e D. Miguel procurassem alterar a tática dos seus
exércitos através da contratação de generais: Solignac e Bourmont.
Armamento
• Os progressos táticos registados relativamente ao período napoleónico à época do cerco
do Porto são, basicamente, insignificantes. Os principais instrumentos técnicos de
combate eram:
• A espingarda com fechos de sílex, com sabre-baioneta e cartucho de papel;
• As peças de artilharia de campanha, com cartucho em linho;
• E em caso de operações de cerco prolongado, a artilharia de sítio;
• E o paradigma do cerco do Porto, o canhão-obus paixhans.
Artilharia e o Cerco
• Na época do cerco do Porto, as bocas de fogo utilizavam projéteis esféricos, que por falta
de precisão no seu fabrico, o centro geométrico não coincidia com o centro de massa, o
que levava a uma enorme desvantagem. Ou seja, assim sendo, apesar das peças de
artilharia desse tempo terem a capacidade para lançar projéteis de 4/5 quilómetros de
distância, o alcance prático não ultrapassava os 400 metros.
Artilharia e o Cerco (continuação)
• Outras limitações são:
• As peças da artilharia utilizavam projéteis esféricos de ferro fundido ou pedra, sem
qualquer carga explosiva no seu interior. Os efeitos desses projéteis eram traumáticos,
ao ponto de não produzir nenhuma explosão.
• Os obuses disparavam projéteis ocos, com uma carga explosiva no seu interior. Era um
bom instrumento, tirando o facto que era quase obrigatório que a utilizassem numa
pequena distância.
• Os morteiros, relativamente ao tipo de tiro e às munições utilizadas eram muito
semelhantes aos obuses, no entanto mais pesados e de maior calibre.
De Julho a Outubro de 1832
• O exército miguelista decide fazer as suas primeiras
investidas. A 27 de Julho, sob a direção do tenente-coronel
Bernardo de Sá Bandeira, Governador Militar do Porto,
intensificaram-se de forma notável as obras de fortificação das
linhas do Porto.
• O traçado do perímetro a defender tinha que obedecer a duas
condições básicas: aproveitar o terreno mais favorável e ter
em conta o volume de tropas existentes para as posições
fortificadas.
• Um maior perímetro conferia maior proteção contra os fogos
da artilharia inimiga, no entanto implicava mais forças.
Granadeiro do Regimento de
Infantaria 17, do exército
miguelista.
De Julho a Outubro de 1832
• A solução adoptada seria fortemente condicionada pelo número reduzido de efetivos
disponíveis.
• Os trabalhos de fortificação e implantação de obstáculos, também se fizeram no interior
da cidade, de modo a valorizar a resistência em caso de perfuração das linhas.
• Nas estradas de acesso ao Porto, também se implantaram engenhos explosivos-minas e
fornilhos- com o objetivo de dificultar o avanço das tropas inimigas.
De Julho a Outubro de 1832
• Após a conclusão de todos os trabalhos de fortificação, as posições eram ocupadas.
Inicialmente, eram as unidades regulares que deviam ocupar as posições. Porém, quando
chegava o momento de iniciar ações ofensivas, os voluntários e as milícias (força policial de
reforço ou substituição de um exército regular) eram chamados a substituir as tropas de linha.
• Em algumas posições fortificadas instalava-se o material de artilharia que fosse possível
reunir.
De Julho a Outubro de 1832
• A Serra do Pilar mereceu especiais atenções. D.
Pedro ordenou que se construíssem em torno da
posição as convenientes fortificações. O reduto
da Serra era fortificada por tropas escolhidas-
cerca de 1000 homens, dos quais 300
voluntários civis. D. Pedro atribuiu o seu
comando ao brigadeiro (general oficial) José
António da Silva Torres. Os polacos do Batalhão
Móvel de Vila Nova de Gaia merecem particular
destaque, uma vez que a sua bravura foi
imortalizada na toponímia da cidade, junto à
Serra do Pilar (Rua dos Polacos).
Atual vista da Serra do Pilar
De Julho a Outubro de 1832
• A 8 de Setembro, o exército miguelistas
manifestou o seu desejo de retomar o
importante reduto da Serra do Pilar. Ao
início da manhã, uma coluna de quatro
a cinco mil homens avançou de Grijó na
direção do Alto da Bandeira. Foi o
brigadeiro Nicolau de Abreu que
comandou esta força.
• A posição mais a sul do dispositivo
liberal encontrava-se instalada no Alto
da Bandeira. De acordo com o plano de
defesa, no caso de ocorrer um ataque
com meios que inviabilizassem a
resistência, as forças deviam romper o
contato e retirar-se para o Porto,
deixando duas companhia no reduto da
Serra do Pilar.
O Largo dos Aviadores, era onde se localizava, mais ou menos, o Alto da Bandeira.
De Julho a Outubro de 1832
• Enquanto uma coluna miguelista avançava
frontalmente pela estrada de Lisboa, outra
coluna procurava acercar-se da Serra do Pilar
pelos lados de Avintes.
• Iniciado o combate, rapidamente deu para
perceber que o exército liberal não constituía
força suficiente para rebater o ataque. Com
receio de ser envolvido pelo inimigo, o
exército iniciou uma ruptura do combate
debaixo de fogo, seguida de um deslocamento
para Gaia.
De Julho a Outubro de 1832
• O valoroso comportamento das forças da
Serra do Pilar, principalmente dos voluntários
civis, tornou possível a manutenção daquele
ponto, apesar dos tremendos ataques
desencadeados pelos miguelistas a 8 e a 9 de
Setembro.
• Perante o movimento de retirada dos liberais,
as tropas miguelistas facilmente se apoderam
de Gaia, com exceção da Serra do Pilar.
• Os liberais atacam através do fogo os
miguelistas e como resposta estes decidem
atacar. Os miguelistas pensam que os liberais
cedem e avançam, sendo brutalmente
alvejados pelos fogos da bateria do Hospital.
De Julho a Outubro de 1832
• Os combates pela posse da Serra do
Pilar foram extremamente violentos e
duraram até 11 de Setembro. Para os
liberais ficou claro que aquela
posição continuaria a ser cobiçada
pelos miguelistas.
De Julho a Outubro de 1832
• A resistência do exército liberal começava a tornar-se um
incómodo para os miguelistas. Graças à mobilização de
voluntários e à chegada ao Porto de cerca de um milhar de
mercenários estrangeiros, os efectivos das tropas sitiadas
atingiam, em Setembro de 1832, cerca de onze mil homens.
• Os primeiros sinais de ataque surgiram na noite de 28 de
Setembro, uma vez que para abrir caminho o exército miguelista
teve que deitar algumas fortificações de pedra abaixo.
• Entre as 6 e as 7 da manhã de 29 de Setembro, ao iniciar-se o
ataque miguelista, as tropas liberais que defendiam o setor de
Campanhã pareceram meio desprevenidas e logo de início
tiveram que recuar de um modo desordenado. No entanto, os
miguelistas saem novamente derrotados. D. Miguel no ataque de 29 de
Setembro
De Julho a Outubro de 1832
• No dia 16 de Setembro, uma força de 1400
soldados liberais atacou e conquistou as
posições fortificadas construídas pelos
miguelistas, procedendo à demolição das
construções ali existentes.
• No entanto, de imediato, a cavalaria
miguelista realizou um contra ataque que
anulou o feito anterior.
• Após os acesos combates as tropas
miguelistas foram forçadas a abandonar as
posições atacadas.
De Julho a Outubro de 1832
• Os miguelistas não desistiram dos seus objetivos ,
e deram início à sua operação pela conquista da
Serra do Pilar, pelas 6 horas da manhã de 13 de
Outubro com um intenso fogo de artilharia que se
prolongou até às 14 horas do dia 14. Ao tudo, foram
disparadas sobre o reduto liberal mais de 3000
projéteis de artilharia e morteiro.
• Dentro do reduto da Serra, as tropas do brigadeiro
Torres aguentam com bravura, causando elevado
número de baixas aos atacantes.
• Durante parte da noite desse mesmo dia 14 de
Outubro, o exército miguelista leva a cabo um
derradeiro ataque ao reduto da Serra do Pilar, no
entanto, mais uma vez não são sucedidos , sendo
assim esta a sua última tentativa para a conquista
do tanto desejado reduto liberal.
• Representação do ataque sofrido a 14 de Outubro de 1832, na Serra do Pilar
Chefes em confronto- Liberais
• D. Pedro IV (1798 – 1834)
• Foi para o Brasil com apenas 9 anos, sendo o mesmo o herdeiro natural
de D. João VI.
Em 1821, o rei e a Corte regressava a Lisboa, e D. Pedro ficava
encarregue de governar o Brasil, em nome do seu pai. A 7 de Setembro
de 1822, assumindo assim que o país ganhara um estatuto económico,
social e politico que consentia a sair da condição colonial. D. Pedro
declara assim a independência da antiga possessão portuguesa,
tornando-se assim o seu Imperador.
Aclamado rei de Portugal por D. João VI ter morrido, D. Pedro não quis
ser soberano de dois estados. Então, outorgou a Carta Constitucional e,
pouco tempo depois, abdicar do trono para a sua filha. Como ela só
tinha 7 anos, combinou com o seu irmão D. Miguel a que o mesmo
casasse com a sua filha, ficando D. Miguel com a regência até à maior
idade de D. Maria.
O desrespeito de D. Miguel, relativamente às disposições
constitucionais, levou a rutura do acordo de regência e às guerras civis.
Chefes em Confronto- Liberais
• General Duque da Terceira (1792 – 1860)
• António de Sousa Manuel e Meneses Severim de Noronha,
7º conde de Vila Flor, marquês do mesmo título e duque da
Terceira.
• Com 15 anos, foi alferes da 1ª Invasão Francesa e
participou nas campanhas da Guerra Peninsular. Em 1817
foi nomeado o governador e capitão-general do Pará.
• Depois do regresso da família real do Brasil, serviu como
ajudante de ordens de D. Miguel, participando na Vila
Francada. Mais tarde, aderiu ao constitucionalismo.
• Depois do triunfo do absolutismo, foi nomeado por D. Maria
da Glória governador e capitão-general dos Açores,
garantindo aos liberais aquela parte do território nacional.
Foi também o comandante militar das forças liberais.
• Após o final da guerra civil, opta pela carreira política.
Chefes em Confronto- Liberais
• Marquês de Sá da Bandeira (1795 – 1876)
• Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo ingressou no exército
com apenas 15 anos. Terminando a Guerra Peninsular, aderiu
aos ideais do liberalismo, envolvendo-se na revolta de 24 de
Agosto de 1820.
Depois da derrota da revolta liberal de Maio de 1828, em vez
de fugir como outros chefes liberais o fizeram, ele seguiu para
Espanha com os seus homens.
Mais tarde, em qualidade de Governador Militar do Porto
participa na defesa da cidade pelo exército absolutista, onde
acaba por perder o seu braço direito, e isso estaria na base da
atribuição do título de Barão e, depois visconde e mais tarde
marquês de Sá da Bandeira.
Terminada a guerra civil seguiu uma carreira política, onde
presidiu vários governos.
Confronto de Chefes- Liberais
• Almirante Napier (1786 – 1860)
• Em 1833, Charles Napier foi contratado para o
comando da esquadra liberal. Esteve em Portugal por
causa da 3ª Invasão Francesa, participando na batalha
do Buçaco e na defesa das linhas de Torres Vedras.
• Mais tarde, depois das negociações em Londres,
Napier acaba por aceitar as condições que lhe tinham
sido propostas para assumir o comando da esquadra
constitucional.
• A 5 de Julho de 1833, Napier conduz a esquadra
liberal a uma vitória sobre a frota realista.
Relativamente a este notável feito acaba por receber a
Ordem da Torre e Espada e o título de conde do Cabo
de S. Vicente.
Chefes em Confronto- Liberais
• Duque de Palmela (1781 – 1850)
• Pedro de Sousa Holstein, primeiro duque de Palmela, após
ter participado na Guerra Peninsular foi Ministro de
Portugal em Cádiz e embaixador em Londres.
• Aderindo aos princípios liberais, foi um dos colaboradores
mais próximos de D. Pedro na sustentação da expedição
militar a Portugal, nomeadamente durante o cerco do
Porto.
• Acaba por ficar algum tempo no Porto, passando a ser
conde em 1812, marquês em 1823 e duque de Palmela em
1833, e depois das guerras liberais ocupou várias vezes o
cargo de chefe do Governo.
Chefes em Confronto- Liberais
• Conde de Farrobo (1801 – 1869)
• Joaquim Pedro Quintela, 2º barão de Quintela, liberal
por temperamento e mecenas milionário e artista.
• Foi destituído de todas as honras por D. Miguel, em
1831, por este ter recusado subscrever o empréstimo
forçado do Governo.
• Informado de todas as dificuldades dos liberais, o 2º
barão de Quintela abdicou de todos os bens que
tinha, o que permitiu a D. Pedro assegurar a vitória.
• Em 1833, foi elevado a conde de Farrobo.
Chefes em Confronto- Liberais
• Juan Mendizábal (1790 – 1853)
• Foi um político e financeiro espanhol e foi o
grande financiador da expedição liberal,
tendo assegurado os fundos para a
expedição de 1831 e a expedição para o
Algarve, em 1833.
Chefes em Confronto- Realistas
• D. Miguel (1790 – 1853)
• Filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina de Bourbon, D.
Miguel acaba por permanecer no Brasil desde 1807 a 1821.
• D. Miguel destaca-se bastante cedo na oposição do
constitucionalismo. Em 1823, D. Miguel lidera a revolta da Vila-
Francada que acaba com a Constituição de 1822.
• Com o insucesso de uma nova revolta, D. Miguel vê-se forçado a
exilar-se para Viena de Áustria, regressa depois em 1828 para
assumir a regência do trono e respeitar a Carta Constitucional. Já
em Portugal declara-se rei absoluto e inicia uma perseguição aos
que apoiam o constitucionalismo.
• Em 1834, a guerra civil termina com D. Miguel a renunciar o seu
trono.
Chefes em Confronto- Realistas
• General Santa Marta (1790 – 1847)
• José de Sousa Pereira de Sampaio Vaía, 2º visconde de Santa
Marta. Envolveu-se na revolta de 24 de Agosto de 1820, mas
antes disso destacou-se na campanha de Montevideu.
• Em 1823 aderiu à Vila-Francada e desde aí, retornou ao
absolutismo e juntou-se aos apoiantes de D. Miguel. Atingiu o
alto posto de general comandante de divisão, dentro da
estrutura militar realista, mas não soube furtar às rivalidades.
• Em Outubro de 1832, Santa Marta é designado para substituir o
visconde do Peso da Régua como comandante da tropa realista
no Porto.
• Por falta de êxitos, levou D. Miguel a destituí-lo, fazendo com
que Santa Marta aderisse à causa constitucional, ficando ao
serviço da rainha D. Maria II.
Chefes em Confronto- Realistas
• General Gaspar Teixeira (1763 – 1838)
• Tinha já 69 anos quando o visconde do Peso da Régua foi designado
comandante das tropas que cercavam o Porto.
• Em 1815 foi promovido a marechal de campo, e em 1820 empenhou-
se na revolta liberal de 24 de Agosto, no Porto.
• Em 1823, juntamente com o general Manuel da Silveira, encabeça o 1º
rebelião contra o regime saído da revolução em 1820. Quando
terminado, refugia-se em Espanha e regressa a Portugal para poder
participar na Vila-Francada, apoiando os antiliberais.
• Junta-se aos miguelistas, participando, em 1828, na revolta liberal.
Insatisfeito com ele, D. Miguel substitui-o pelo general Santa Marta,
em 1832.
• Em 1834, reforma-se do exército e foca-se totalmente no ostracismo.
Chefes em Confronto- Realistas
• General Álvaro Póvoas (1773 – 1852)
• Álvaro Xavier da Fonseca Coutinho Póvoas foi major
durante a 1ª Invasão Francesa, integrando a Legião
Portuguesa ao serviço de Napoleão.
Durante a revolta de 24 de Agosto de 1820, o general
Álvaro Póvoas adere ao movimento liberal. Mais tarde,
durante a Vila-Francada, fica do lado das tropas de D.
Miguel.
Vários fracassos foram devidos à rivalidade com o general
Santa Marta.
Mais tarde, com a designação do general visconde do Peso
da Régua para chefiar o exército que cercava o Porto, o
general Álvaro Póvoas sentiu-se desgostoso e “despediu-
se” do seu comando, dizendo que tinha problemas de
saúde.
Chefes em Confronto- Realistas
• Marechal Bourmont (1773 – 1846)
• Luís Augusto Victor foi o conde de Bourmont, e mais
tarde por ter participado nas Guerras da Verdeia foi
promovido a marechal.
Aderiu a Napoleão, tendo, nas vésperas de Waterloo,
passado para o campo adversário.
Mais tarde, D. Miguel chama-o para Portugal, e o
mesmo chega então ao país português a 10 de Julho
de 1833. Dias depois, comanda um ataque ao Porto,
onde esteve quase a triunfar.
Comanda o exército realista no cerco e assalto a
Lisboa, vindo, em Setembro de 1833, a demitir-se, mas
deixando o seu filho em Portugal.
De Outubro de 1832 a Agosto de 1833
• Ocorreram em Novembro diversos ataques, no
entanto, a 17 de Dezembro, D. Miguel revista todo
o dispositivo miguelista. Sucessivamente, os
diversos corpos do exército são percorridos pelo
soberano, aqui e ali «saudado» por alguns
disparos vindo das linha liberais. Não sabe se
esta revista passada por D. Miguel às tropas foi
ou não do conhecimento prévio dos soldados.
• O comandante das forças liberais decidiu ordenar,
para esse mesmo dia, um novo surto.
Coincidência ou não, o objetivo situava-se em
Gaia com a finalidade de recolher algumas pipas
de vinha que faltavam nos abastecimentos das
tropas liberais. No entanto, este surto não corre
como planeado e os liberais são descobertos
pelos miguelistas.
As mulheres trazem alimentos aos defensores da Serra
do Pilar.
De Outubro de 1832 a Agosto de 1833
• Após vários desentendimento durante os meses de
janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho,
é em Agosto que se põe um ponto final a esta
situação vivida no Porto/Vila Nova de Gaia.
• As tropas liberais saíam sempre vitoriosas, uma
vez que não permitiam aos miguelistas atingir os
seus objetivos.
• No entanto, como forma de vingança, os
miguelistas a 16 de Agosto de 1833 decidem
destruir 17374 pipas de vinho, incendiando-as nos
armazéns, em Vila Nova de Gaia.
De Outubro de 1832 a Agosto de 1833
• No dia seguinte, os exército miguelista dá
sinal de retirada.
• No dia 18 de Agosto, as tropas liberais
desencadeiam um vigoroso ataque sobre a
esquerda do inimigo, uma vez que era lá
que se situavam as principais forças do
inimigo.
• O exército miguelista foi completamente
derrotado e obrigado a retirar-se.
• Assim, dá-se por terminada a guerra liberal
de Vila Nova de Gaia/Porto. D. Pedro IV a festejar a sua vitória.
Curiosidades- Figuras Importantes
• Alexandre Herculano (1810-1877)
Alexandre Herculano, de seu nome completo Alexandre
Herculano de Carvalho Araújo, envolveu-se numa fracassada
revolta militar anti-absolutista, ocorrida no dia 7 de Fevereiro de
1831 no Regimento de Infantaria 4. Mais tarde, ele vê-se
obrigado a procurar refúgio em França.
Já em 1832, ele junta-se aos liberais exilados em Inglaterra,
depois seguindo para os Açores, onde integrará as forças
expedicionárias, como soldado raso do Batalhão de Voluntários
da Rainha, que a 8 de Julho de 1832 irão desembarcar na praia
da Pampelido. A permanência do mesmo no Porto, durante o
período do cerco, dá azo a uma ligação especial com o mundo
das letras.
A partir de 1833, Herculano passa a desempenhar funções de
segundo bibliotecário na Biblioteca Pública do Porto. Em 1836,
fixa-se em Lisboa, onde se dedica ao jornalismo, tornando-se
assim um dos homens de letras mais marcantes do século XIX
português.
Curiosidades- Figuras Importantes
• Almeida Garrett (1799-1854)
Almeida Garrett, de seu nome completo João Baptista da
Silva Leitão de Almeida Garrett, nascido no seio de uma
família portuense de origem açoriana. Em 1809, ele foi,
basicamente, obrigado a refugiar-se em Angra do
Heroísmo, por entrada, no Porto, dos invasores franceses.
Em 1816, Garrett vai para Coimbra para estudar Direito e aí
adere aos princípios liberais. Em 1823, na sequência da
Vila-Francada, é obrigado a exilar-se, em Inglaterra e
França, regressando em 1826.
A vitória do absolutismo, em 1828, leva-o de novo a ser
exilado, onde em 1832 regressará, integrando assim as
tropas liberais, que tinham desembarcado em Pampelido.
Almeida Garrett é já uma personalidade respeitada pelo
passado literário e político.
Durante o cerco no Porto, Garrett divide-se entre as armas,
o teatro e a diplomacia.
Toponímia
Rua General Torres (Vila Nova de Gaia) – Relativa ao General José António da Silva Torres, que
era comandante da defesa da Serra do Pilar.
Rua 14 de Outubro (Vila Nova de Gaia) – Relativa a um ataque miguelista à Serra do Pilar, em
1832.
Rua 28 de Janeiro (Vila Nova de Gaia) – Relativa à chegada do General Saldanha ao Porto, em
1833.
Rua Sá da Bandeira (Porto) – Relativa ao Bernardo Sá da Bandeira.
Rua Polacos (Vila Nova de Gaia) – Relativa aos voluntários do Batalhão móvel de Vila Nova de
Gaia.
Cerco do Porto – Relativamente ao cerco.
Rua Duque da Saldanha – Relativa ao Duque de Saldanha.
Praça do Exército Libertador – Relativa ao exército libertador.
Rua do Heroísmo – Relativamente aos combates de 29 de Setembro de 1832 (antiga Rua do
Prado).
Rua Marechal Saldanha – Relativa ao Marechal Saldanha.
Rua 9 de Julho – Relativa à entrada das tropas liberais no Porto.
Conclusão
• As guerras liberais foram um período fundamental para a construção da
história de Vila Nova de Gaia. O período que mais se destacou foi entre Julho
e Outubro de 1832, uma vez que neste período ocorreram alguns dos
combates mais violentos, como o ataque de 8 de setembro ao reduto da Serra
do Pilar (local tão desejado pelos miguelistas). Durante este período também
se destacaram personalidades como D. Pedro IV, D. Miguel, entre muitos
outros. As guerras liberais foram uma fase decisiva na vida política de Vila
Nova de Gaia/Porto, assim como em Portugal inteiro.
Avenida da República em 1834
F I M
Realizado por:
Ana Sofia Pereira Nº5
Joana Sousa Nº17
11ºJ

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As batalhas da Guerra Liberal no Porto e Gaia (1832-1833

  • 1. “Gaia ao Tempo de Garrett” As Guerras Liberais
  • 2. Índice • Introdução; • Cronologia; • Antecedentes; • Guerra Liberal: - Campanha; - Terreno, tática e armamento; - De Julho a Outubro de 1832; - Chefes em confronto; - De Outubro de 1832 a Agosto de 1833; • Curiosidades: - Figuras importantes; - O cerco na toponímia da cidade.
  • 3. Introdução • Portugal, na primeira metade do século XIX, viveu um período de grandes conflitos, em destaque a Guerra Civil Portuguesa(1828-1834), devido à existência de diferentes teorias políticas (liberais e absolutistas). Este período também é conhecido como a Guerra dos dois irmãos, uma vez que os irmãos D. Pedro IV(liberal) e D. Miguel(realista, absolutista ou realista) combatem um contra o outro. No entanto, neste trabalho, vamos nos focar nas guerras liberais em Vila Nova de Gaia/Porto (1832-1833).
  • 4. Cronologia 10/03/1826 Morte de D. João VI 29/04/1826 D. Pedro redige a Carta Constitucional 02/05/1826 D. Pedro abdica da coroa para a sua filha 03/07/1827 D. Pedro Nomeia D. Miguel como regente do Trono 22/02/1828 D. Miguel regressa a Portugal 14/03/1828 D. Miguel declara-se rei absoluto 16/05/1828 Revolta liberal no Porto 07/04/1831 D. Pedro abdica da coroa brasileira 13/04/1831 D. Pedro decide regressar a Portugal 02/02/1832 D. Pedro retoma o título e duque de Bragança e proclama-se regente do trono português. 08/07/1832 Desembarque da expedição liberal no Pampelido (Mindelo) 09/07/1832 Exército liberal entra no Porto 08/09/1832 Ataque dos miguelistas em Vila Nova de Gaia, e tentativa de conquista da Serra do Pilar 14/10/1832 Grande Ataque Miguelista à Serra do pilar 14/11/1832 Ataque liberal para recolha do vinho
  • 5. Cronologia 24/01/1833 Ataque liberal no setor ocidental 04/03/1833 Ataque Miguelista no setor ocidental 24/03/1833 Combate das Antas 21/06/1833 Os liberais saem da Fôz do Douro em direção ao sul do país 05/07/1833 Ataque miguelista no setor noroeste das linhas do Porto 25/07/1833 Último grande ataque miguelista contra o Porto 16/08/1833 As tropas miguelistas destroem, em Gaia, grandes quantidades de vinho 18/08/1833 Ofensiva liberal no setor oriental do Porto pões termo ao Cerco da Cidade
  • 6. • No entanto, D. João VI que se encontava no Brasil, decide regressar a Portugal. • O seu regresso e a sua aceitação das novas estruturas representativas não ajudam em nada na pacificação do clima português, e o resto do seu reinado é vivido em plena agitação, começada no palácio real e prolongada até aos quartéis e praças públicas. As discórdias, as revoltas e pronunciamentos militares, os ataques a pessoas e isntituições são sucessivos, o que conduz a uma guerra civil.
  • 7. Antecedentes • As guerras iniciaram-se com o aparecimento de duas teorias políticas distintas (absolutistas e liberais), nos últimos anos do reinado de D. João VI, e acabaram em Évora Monte, a 26 de Maio de 1834. • No início do século XIX a divergência passa da fase policial e representativa para a fase de choque entre forças armadas. O primeiro êxito liberal é a revolução de 1920 e a instalação em Lisboa de um governo dela saído, enquanto que o governo tradicional continuava no Brasil. D. João VI
  • 8. Antecedentes • Após a morte de D. João VI, o seu filho mais velho, D. Pedro IV, sucede ao poder, todavia este abdica da coroa para a sua filha Maria da Glória. • D. Pedro nomeia o seu irmão, D. Miguel, regente do trono português. D. Miguel regressa a Portugal do seu exílio em Viena, a 22 de Fevereiro de 1828, para entrar no exercício do poder constitucional, conforme o acordo familiar. • A luta entre liberais e absolutistas ainda não possuía o seu perfeito estado de nitidez até o regresso de D. Miguel, o seu procedimento e dos seus partidários esclarecerem a situação: o país teria de escolher entre os dois irmãos e o que eles representavam. D. Pedro IV D. Miguel
  • 9. Antecedentes • D. Pedro abdica da coroa imperial no Brasil a 7 de Abril de 1831 e retoma o título de Duque de Bragança, proclamando-se regente do trono português, em nome da sua filha D. Maria da Glória. Para tal, resolve regressar à Europa, onde tudo se decidirá. D. Maria da Glória ou Maria II
  • 10. Antecedentes • D. Miguel declara-se rei absoluto, quebrando todas as ligações com a Carta Constitucional (carta em que D. Pedro abdica da coroa em favor da sua filha e nomeia D. Miguel como regente ao trono). • Os miguelistas estabelecem a repressão integral para se afirmarem e ao mesmo tempo reduzem a pouca simpatia que restava dos liberais. • Assim, a resposta destes é a revolta militar, que se inicia no Porto, a Maio de 1828.
  • 12. Campanha • A 7 de Julho de 1832, o exército dos liberais desembarca na praia do Pampelido (Mindelo), entre Vila do Conde e Porto, o que decorreu sem que tivesse havido qualquer reação por parte das tropas miguelistas. • A operação de desembarque inicia-se com a chegada à praia das tropas dos caçadores. Dispersos em atiradores, estes defendiam o perímetro da cabeça de ponte da praia. Estas eram mediadas de segurança, no entanto a tranquilidade foi suficiente para que as unidades ali se formassem, com destino ao Porto, como se estivessem na parada de um quartel.
  • 13. • No dia 9 de Julho de 1832, as tropas de D. Pedro, aparentando grande cansaço, entravam no Porto sem qualquer oposição, mas envolvidos por uma certa frieza dos liberais da cidade. Pois, consideravam que o exército liberal não era suficiente para fazer frente ao exército miguelista. • Os liberais portuenses abstinham-se de manifestações, por temerem as represálias que poderiam surgir pela parte dos miguelistas. • Após o desembarque os liberais elaboraram uma série de operações que podemos visualizar na imagem à direita.
  • 14. Campanha • As tropas miguelistas retiraram-se na direção do porto, pois Santa Marta (general miguelistas) tinha medo que os seus soldados passassem para o lado das tropas liberais se forçados a enfrentar D. Pedro. • As tropas de D. Pedro puseram-se em marcha, cautelosamente, em direção ao Porto. Não tardou a que se dessem conta que os miguelistas se tinham retirado da cidade na noite de 8 para 9, fortificando-se nos pontos dominantes da margem esquerda do rio Douro. Uniforme do Batalhão Académico Liberal onde militaram Garrett, Herculano e José Estevão Soldado do Batalhão de Empregados Públicos, do Exército Liberal
  • 15. Terreno Por esta altura, o Porto era muito mais reduzido do que nos dias de hoje. Nessa altura, a área urbanizada do Porto encontrava-se num terreno acidentado, onde havia várias formas principais: • Morro da Vitória (Jardim da Cordoaria – Praça de Carlos Alberto): Vai-se situando a maioria da parte central da cidade; • Rua da Constituição: Quem ocupava a parte norte desta rua tinha, assim, um domínio de vistas e fogos que acabava por ser uma enorme vantagem; • Avenida Fernão de Magalhães; Topografia do cerco. Fotografias atuais do Monte Covelo, Igreja do Bonfim, Monte Aventino e Rua da Constituição
  • 16. Terreno (continuação) • Morro da Sé • Vila Nova de Gaia: Naquela altura, a vila era pouco mais de um casario que ladeava a Calçada de Vila Nova (atual Avenida da República) até a Santo Ovídio. O morro da Serra do Pilar dominava a faixa do terreno junto ao rio. Santo Ovídio não tinha grande interesse militar, pois distava dela excessivos metros, o que não ajudava no emprego da artilharia. • Rio Douro: É a parte importante do “terreno”. O Douro foi sempre atravessado pelas tropas dos dois partidos ao longo de todo o cerco. Os miguelistas faziam-no a oriente da curva do Freixo-Areínho, já os Liberais faziam-no, sobretudo de noite, em frente à Serra do Pilar.
  • 17. Tática • A tática foi, também, baseada na doutrina napoleónica, que era de uma grande simplicidade de aplicação. Toda a artilharia era empregue em grandes concentrações a modo que facilitavam a execução de fogos de massa que abriam espaços por onde a cavalaria podia passar para depois explorar. • Os militares das Guerras Liberais tinham sido formados na escola britânica de Beresford, difundida nas unidades do exército português. Isto ajuda a compreender as inabilidades ofensivas que foram demonstradas por ambos os partidos. O facto de este combate se ter situado no cerco foi uma enorme desvantagem para quem atacava. • Isso tudo levou a que D. Pedro e D. Miguel procurassem alterar a tática dos seus exércitos através da contratação de generais: Solignac e Bourmont.
  • 18. Armamento • Os progressos táticos registados relativamente ao período napoleónico à época do cerco do Porto são, basicamente, insignificantes. Os principais instrumentos técnicos de combate eram: • A espingarda com fechos de sílex, com sabre-baioneta e cartucho de papel; • As peças de artilharia de campanha, com cartucho em linho; • E em caso de operações de cerco prolongado, a artilharia de sítio; • E o paradigma do cerco do Porto, o canhão-obus paixhans.
  • 19. Artilharia e o Cerco • Na época do cerco do Porto, as bocas de fogo utilizavam projéteis esféricos, que por falta de precisão no seu fabrico, o centro geométrico não coincidia com o centro de massa, o que levava a uma enorme desvantagem. Ou seja, assim sendo, apesar das peças de artilharia desse tempo terem a capacidade para lançar projéteis de 4/5 quilómetros de distância, o alcance prático não ultrapassava os 400 metros.
  • 20. Artilharia e o Cerco (continuação) • Outras limitações são: • As peças da artilharia utilizavam projéteis esféricos de ferro fundido ou pedra, sem qualquer carga explosiva no seu interior. Os efeitos desses projéteis eram traumáticos, ao ponto de não produzir nenhuma explosão. • Os obuses disparavam projéteis ocos, com uma carga explosiva no seu interior. Era um bom instrumento, tirando o facto que era quase obrigatório que a utilizassem numa pequena distância. • Os morteiros, relativamente ao tipo de tiro e às munições utilizadas eram muito semelhantes aos obuses, no entanto mais pesados e de maior calibre.
  • 21. De Julho a Outubro de 1832 • O exército miguelista decide fazer as suas primeiras investidas. A 27 de Julho, sob a direção do tenente-coronel Bernardo de Sá Bandeira, Governador Militar do Porto, intensificaram-se de forma notável as obras de fortificação das linhas do Porto. • O traçado do perímetro a defender tinha que obedecer a duas condições básicas: aproveitar o terreno mais favorável e ter em conta o volume de tropas existentes para as posições fortificadas. • Um maior perímetro conferia maior proteção contra os fogos da artilharia inimiga, no entanto implicava mais forças. Granadeiro do Regimento de Infantaria 17, do exército miguelista.
  • 22. De Julho a Outubro de 1832 • A solução adoptada seria fortemente condicionada pelo número reduzido de efetivos disponíveis. • Os trabalhos de fortificação e implantação de obstáculos, também se fizeram no interior da cidade, de modo a valorizar a resistência em caso de perfuração das linhas. • Nas estradas de acesso ao Porto, também se implantaram engenhos explosivos-minas e fornilhos- com o objetivo de dificultar o avanço das tropas inimigas.
  • 23. De Julho a Outubro de 1832 • Após a conclusão de todos os trabalhos de fortificação, as posições eram ocupadas. Inicialmente, eram as unidades regulares que deviam ocupar as posições. Porém, quando chegava o momento de iniciar ações ofensivas, os voluntários e as milícias (força policial de reforço ou substituição de um exército regular) eram chamados a substituir as tropas de linha. • Em algumas posições fortificadas instalava-se o material de artilharia que fosse possível reunir.
  • 24. De Julho a Outubro de 1832 • A Serra do Pilar mereceu especiais atenções. D. Pedro ordenou que se construíssem em torno da posição as convenientes fortificações. O reduto da Serra era fortificada por tropas escolhidas- cerca de 1000 homens, dos quais 300 voluntários civis. D. Pedro atribuiu o seu comando ao brigadeiro (general oficial) José António da Silva Torres. Os polacos do Batalhão Móvel de Vila Nova de Gaia merecem particular destaque, uma vez que a sua bravura foi imortalizada na toponímia da cidade, junto à Serra do Pilar (Rua dos Polacos). Atual vista da Serra do Pilar
  • 25. De Julho a Outubro de 1832 • A 8 de Setembro, o exército miguelistas manifestou o seu desejo de retomar o importante reduto da Serra do Pilar. Ao início da manhã, uma coluna de quatro a cinco mil homens avançou de Grijó na direção do Alto da Bandeira. Foi o brigadeiro Nicolau de Abreu que comandou esta força. • A posição mais a sul do dispositivo liberal encontrava-se instalada no Alto da Bandeira. De acordo com o plano de defesa, no caso de ocorrer um ataque com meios que inviabilizassem a resistência, as forças deviam romper o contato e retirar-se para o Porto, deixando duas companhia no reduto da Serra do Pilar. O Largo dos Aviadores, era onde se localizava, mais ou menos, o Alto da Bandeira.
  • 26. De Julho a Outubro de 1832 • Enquanto uma coluna miguelista avançava frontalmente pela estrada de Lisboa, outra coluna procurava acercar-se da Serra do Pilar pelos lados de Avintes. • Iniciado o combate, rapidamente deu para perceber que o exército liberal não constituía força suficiente para rebater o ataque. Com receio de ser envolvido pelo inimigo, o exército iniciou uma ruptura do combate debaixo de fogo, seguida de um deslocamento para Gaia.
  • 27. De Julho a Outubro de 1832 • O valoroso comportamento das forças da Serra do Pilar, principalmente dos voluntários civis, tornou possível a manutenção daquele ponto, apesar dos tremendos ataques desencadeados pelos miguelistas a 8 e a 9 de Setembro. • Perante o movimento de retirada dos liberais, as tropas miguelistas facilmente se apoderam de Gaia, com exceção da Serra do Pilar. • Os liberais atacam através do fogo os miguelistas e como resposta estes decidem atacar. Os miguelistas pensam que os liberais cedem e avançam, sendo brutalmente alvejados pelos fogos da bateria do Hospital.
  • 28. De Julho a Outubro de 1832 • Os combates pela posse da Serra do Pilar foram extremamente violentos e duraram até 11 de Setembro. Para os liberais ficou claro que aquela posição continuaria a ser cobiçada pelos miguelistas.
  • 29. De Julho a Outubro de 1832 • A resistência do exército liberal começava a tornar-se um incómodo para os miguelistas. Graças à mobilização de voluntários e à chegada ao Porto de cerca de um milhar de mercenários estrangeiros, os efectivos das tropas sitiadas atingiam, em Setembro de 1832, cerca de onze mil homens. • Os primeiros sinais de ataque surgiram na noite de 28 de Setembro, uma vez que para abrir caminho o exército miguelista teve que deitar algumas fortificações de pedra abaixo. • Entre as 6 e as 7 da manhã de 29 de Setembro, ao iniciar-se o ataque miguelista, as tropas liberais que defendiam o setor de Campanhã pareceram meio desprevenidas e logo de início tiveram que recuar de um modo desordenado. No entanto, os miguelistas saem novamente derrotados. D. Miguel no ataque de 29 de Setembro
  • 30. De Julho a Outubro de 1832 • No dia 16 de Setembro, uma força de 1400 soldados liberais atacou e conquistou as posições fortificadas construídas pelos miguelistas, procedendo à demolição das construções ali existentes. • No entanto, de imediato, a cavalaria miguelista realizou um contra ataque que anulou o feito anterior. • Após os acesos combates as tropas miguelistas foram forçadas a abandonar as posições atacadas.
  • 31.
  • 32. De Julho a Outubro de 1832 • Os miguelistas não desistiram dos seus objetivos , e deram início à sua operação pela conquista da Serra do Pilar, pelas 6 horas da manhã de 13 de Outubro com um intenso fogo de artilharia que se prolongou até às 14 horas do dia 14. Ao tudo, foram disparadas sobre o reduto liberal mais de 3000 projéteis de artilharia e morteiro. • Dentro do reduto da Serra, as tropas do brigadeiro Torres aguentam com bravura, causando elevado número de baixas aos atacantes. • Durante parte da noite desse mesmo dia 14 de Outubro, o exército miguelista leva a cabo um derradeiro ataque ao reduto da Serra do Pilar, no entanto, mais uma vez não são sucedidos , sendo assim esta a sua última tentativa para a conquista do tanto desejado reduto liberal.
  • 33. • Representação do ataque sofrido a 14 de Outubro de 1832, na Serra do Pilar
  • 34. Chefes em confronto- Liberais • D. Pedro IV (1798 – 1834) • Foi para o Brasil com apenas 9 anos, sendo o mesmo o herdeiro natural de D. João VI. Em 1821, o rei e a Corte regressava a Lisboa, e D. Pedro ficava encarregue de governar o Brasil, em nome do seu pai. A 7 de Setembro de 1822, assumindo assim que o país ganhara um estatuto económico, social e politico que consentia a sair da condição colonial. D. Pedro declara assim a independência da antiga possessão portuguesa, tornando-se assim o seu Imperador. Aclamado rei de Portugal por D. João VI ter morrido, D. Pedro não quis ser soberano de dois estados. Então, outorgou a Carta Constitucional e, pouco tempo depois, abdicar do trono para a sua filha. Como ela só tinha 7 anos, combinou com o seu irmão D. Miguel a que o mesmo casasse com a sua filha, ficando D. Miguel com a regência até à maior idade de D. Maria. O desrespeito de D. Miguel, relativamente às disposições constitucionais, levou a rutura do acordo de regência e às guerras civis.
  • 35. Chefes em Confronto- Liberais • General Duque da Terceira (1792 – 1860) • António de Sousa Manuel e Meneses Severim de Noronha, 7º conde de Vila Flor, marquês do mesmo título e duque da Terceira. • Com 15 anos, foi alferes da 1ª Invasão Francesa e participou nas campanhas da Guerra Peninsular. Em 1817 foi nomeado o governador e capitão-general do Pará. • Depois do regresso da família real do Brasil, serviu como ajudante de ordens de D. Miguel, participando na Vila Francada. Mais tarde, aderiu ao constitucionalismo. • Depois do triunfo do absolutismo, foi nomeado por D. Maria da Glória governador e capitão-general dos Açores, garantindo aos liberais aquela parte do território nacional. Foi também o comandante militar das forças liberais. • Após o final da guerra civil, opta pela carreira política.
  • 36. Chefes em Confronto- Liberais • Marquês de Sá da Bandeira (1795 – 1876) • Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo ingressou no exército com apenas 15 anos. Terminando a Guerra Peninsular, aderiu aos ideais do liberalismo, envolvendo-se na revolta de 24 de Agosto de 1820. Depois da derrota da revolta liberal de Maio de 1828, em vez de fugir como outros chefes liberais o fizeram, ele seguiu para Espanha com os seus homens. Mais tarde, em qualidade de Governador Militar do Porto participa na defesa da cidade pelo exército absolutista, onde acaba por perder o seu braço direito, e isso estaria na base da atribuição do título de Barão e, depois visconde e mais tarde marquês de Sá da Bandeira. Terminada a guerra civil seguiu uma carreira política, onde presidiu vários governos.
  • 37. Confronto de Chefes- Liberais • Almirante Napier (1786 – 1860) • Em 1833, Charles Napier foi contratado para o comando da esquadra liberal. Esteve em Portugal por causa da 3ª Invasão Francesa, participando na batalha do Buçaco e na defesa das linhas de Torres Vedras. • Mais tarde, depois das negociações em Londres, Napier acaba por aceitar as condições que lhe tinham sido propostas para assumir o comando da esquadra constitucional. • A 5 de Julho de 1833, Napier conduz a esquadra liberal a uma vitória sobre a frota realista. Relativamente a este notável feito acaba por receber a Ordem da Torre e Espada e o título de conde do Cabo de S. Vicente.
  • 38. Chefes em Confronto- Liberais • Duque de Palmela (1781 – 1850) • Pedro de Sousa Holstein, primeiro duque de Palmela, após ter participado na Guerra Peninsular foi Ministro de Portugal em Cádiz e embaixador em Londres. • Aderindo aos princípios liberais, foi um dos colaboradores mais próximos de D. Pedro na sustentação da expedição militar a Portugal, nomeadamente durante o cerco do Porto. • Acaba por ficar algum tempo no Porto, passando a ser conde em 1812, marquês em 1823 e duque de Palmela em 1833, e depois das guerras liberais ocupou várias vezes o cargo de chefe do Governo.
  • 39. Chefes em Confronto- Liberais • Conde de Farrobo (1801 – 1869) • Joaquim Pedro Quintela, 2º barão de Quintela, liberal por temperamento e mecenas milionário e artista. • Foi destituído de todas as honras por D. Miguel, em 1831, por este ter recusado subscrever o empréstimo forçado do Governo. • Informado de todas as dificuldades dos liberais, o 2º barão de Quintela abdicou de todos os bens que tinha, o que permitiu a D. Pedro assegurar a vitória. • Em 1833, foi elevado a conde de Farrobo.
  • 40. Chefes em Confronto- Liberais • Juan Mendizábal (1790 – 1853) • Foi um político e financeiro espanhol e foi o grande financiador da expedição liberal, tendo assegurado os fundos para a expedição de 1831 e a expedição para o Algarve, em 1833.
  • 41. Chefes em Confronto- Realistas • D. Miguel (1790 – 1853) • Filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina de Bourbon, D. Miguel acaba por permanecer no Brasil desde 1807 a 1821. • D. Miguel destaca-se bastante cedo na oposição do constitucionalismo. Em 1823, D. Miguel lidera a revolta da Vila- Francada que acaba com a Constituição de 1822. • Com o insucesso de uma nova revolta, D. Miguel vê-se forçado a exilar-se para Viena de Áustria, regressa depois em 1828 para assumir a regência do trono e respeitar a Carta Constitucional. Já em Portugal declara-se rei absoluto e inicia uma perseguição aos que apoiam o constitucionalismo. • Em 1834, a guerra civil termina com D. Miguel a renunciar o seu trono.
  • 42. Chefes em Confronto- Realistas • General Santa Marta (1790 – 1847) • José de Sousa Pereira de Sampaio Vaía, 2º visconde de Santa Marta. Envolveu-se na revolta de 24 de Agosto de 1820, mas antes disso destacou-se na campanha de Montevideu. • Em 1823 aderiu à Vila-Francada e desde aí, retornou ao absolutismo e juntou-se aos apoiantes de D. Miguel. Atingiu o alto posto de general comandante de divisão, dentro da estrutura militar realista, mas não soube furtar às rivalidades. • Em Outubro de 1832, Santa Marta é designado para substituir o visconde do Peso da Régua como comandante da tropa realista no Porto. • Por falta de êxitos, levou D. Miguel a destituí-lo, fazendo com que Santa Marta aderisse à causa constitucional, ficando ao serviço da rainha D. Maria II.
  • 43. Chefes em Confronto- Realistas • General Gaspar Teixeira (1763 – 1838) • Tinha já 69 anos quando o visconde do Peso da Régua foi designado comandante das tropas que cercavam o Porto. • Em 1815 foi promovido a marechal de campo, e em 1820 empenhou- se na revolta liberal de 24 de Agosto, no Porto. • Em 1823, juntamente com o general Manuel da Silveira, encabeça o 1º rebelião contra o regime saído da revolução em 1820. Quando terminado, refugia-se em Espanha e regressa a Portugal para poder participar na Vila-Francada, apoiando os antiliberais. • Junta-se aos miguelistas, participando, em 1828, na revolta liberal. Insatisfeito com ele, D. Miguel substitui-o pelo general Santa Marta, em 1832. • Em 1834, reforma-se do exército e foca-se totalmente no ostracismo.
  • 44. Chefes em Confronto- Realistas • General Álvaro Póvoas (1773 – 1852) • Álvaro Xavier da Fonseca Coutinho Póvoas foi major durante a 1ª Invasão Francesa, integrando a Legião Portuguesa ao serviço de Napoleão. Durante a revolta de 24 de Agosto de 1820, o general Álvaro Póvoas adere ao movimento liberal. Mais tarde, durante a Vila-Francada, fica do lado das tropas de D. Miguel. Vários fracassos foram devidos à rivalidade com o general Santa Marta. Mais tarde, com a designação do general visconde do Peso da Régua para chefiar o exército que cercava o Porto, o general Álvaro Póvoas sentiu-se desgostoso e “despediu- se” do seu comando, dizendo que tinha problemas de saúde.
  • 45. Chefes em Confronto- Realistas • Marechal Bourmont (1773 – 1846) • Luís Augusto Victor foi o conde de Bourmont, e mais tarde por ter participado nas Guerras da Verdeia foi promovido a marechal. Aderiu a Napoleão, tendo, nas vésperas de Waterloo, passado para o campo adversário. Mais tarde, D. Miguel chama-o para Portugal, e o mesmo chega então ao país português a 10 de Julho de 1833. Dias depois, comanda um ataque ao Porto, onde esteve quase a triunfar. Comanda o exército realista no cerco e assalto a Lisboa, vindo, em Setembro de 1833, a demitir-se, mas deixando o seu filho em Portugal.
  • 46. De Outubro de 1832 a Agosto de 1833 • Ocorreram em Novembro diversos ataques, no entanto, a 17 de Dezembro, D. Miguel revista todo o dispositivo miguelista. Sucessivamente, os diversos corpos do exército são percorridos pelo soberano, aqui e ali «saudado» por alguns disparos vindo das linha liberais. Não sabe se esta revista passada por D. Miguel às tropas foi ou não do conhecimento prévio dos soldados. • O comandante das forças liberais decidiu ordenar, para esse mesmo dia, um novo surto. Coincidência ou não, o objetivo situava-se em Gaia com a finalidade de recolher algumas pipas de vinha que faltavam nos abastecimentos das tropas liberais. No entanto, este surto não corre como planeado e os liberais são descobertos pelos miguelistas. As mulheres trazem alimentos aos defensores da Serra do Pilar.
  • 47. De Outubro de 1832 a Agosto de 1833 • Após vários desentendimento durante os meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho, é em Agosto que se põe um ponto final a esta situação vivida no Porto/Vila Nova de Gaia. • As tropas liberais saíam sempre vitoriosas, uma vez que não permitiam aos miguelistas atingir os seus objetivos. • No entanto, como forma de vingança, os miguelistas a 16 de Agosto de 1833 decidem destruir 17374 pipas de vinho, incendiando-as nos armazéns, em Vila Nova de Gaia.
  • 48. De Outubro de 1832 a Agosto de 1833 • No dia seguinte, os exército miguelista dá sinal de retirada. • No dia 18 de Agosto, as tropas liberais desencadeiam um vigoroso ataque sobre a esquerda do inimigo, uma vez que era lá que se situavam as principais forças do inimigo. • O exército miguelista foi completamente derrotado e obrigado a retirar-se. • Assim, dá-se por terminada a guerra liberal de Vila Nova de Gaia/Porto. D. Pedro IV a festejar a sua vitória.
  • 49. Curiosidades- Figuras Importantes • Alexandre Herculano (1810-1877) Alexandre Herculano, de seu nome completo Alexandre Herculano de Carvalho Araújo, envolveu-se numa fracassada revolta militar anti-absolutista, ocorrida no dia 7 de Fevereiro de 1831 no Regimento de Infantaria 4. Mais tarde, ele vê-se obrigado a procurar refúgio em França. Já em 1832, ele junta-se aos liberais exilados em Inglaterra, depois seguindo para os Açores, onde integrará as forças expedicionárias, como soldado raso do Batalhão de Voluntários da Rainha, que a 8 de Julho de 1832 irão desembarcar na praia da Pampelido. A permanência do mesmo no Porto, durante o período do cerco, dá azo a uma ligação especial com o mundo das letras. A partir de 1833, Herculano passa a desempenhar funções de segundo bibliotecário na Biblioteca Pública do Porto. Em 1836, fixa-se em Lisboa, onde se dedica ao jornalismo, tornando-se assim um dos homens de letras mais marcantes do século XIX português.
  • 50. Curiosidades- Figuras Importantes • Almeida Garrett (1799-1854) Almeida Garrett, de seu nome completo João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, nascido no seio de uma família portuense de origem açoriana. Em 1809, ele foi, basicamente, obrigado a refugiar-se em Angra do Heroísmo, por entrada, no Porto, dos invasores franceses. Em 1816, Garrett vai para Coimbra para estudar Direito e aí adere aos princípios liberais. Em 1823, na sequência da Vila-Francada, é obrigado a exilar-se, em Inglaterra e França, regressando em 1826. A vitória do absolutismo, em 1828, leva-o de novo a ser exilado, onde em 1832 regressará, integrando assim as tropas liberais, que tinham desembarcado em Pampelido. Almeida Garrett é já uma personalidade respeitada pelo passado literário e político. Durante o cerco no Porto, Garrett divide-se entre as armas, o teatro e a diplomacia.
  • 51. Toponímia Rua General Torres (Vila Nova de Gaia) – Relativa ao General José António da Silva Torres, que era comandante da defesa da Serra do Pilar. Rua 14 de Outubro (Vila Nova de Gaia) – Relativa a um ataque miguelista à Serra do Pilar, em 1832. Rua 28 de Janeiro (Vila Nova de Gaia) – Relativa à chegada do General Saldanha ao Porto, em 1833. Rua Sá da Bandeira (Porto) – Relativa ao Bernardo Sá da Bandeira. Rua Polacos (Vila Nova de Gaia) – Relativa aos voluntários do Batalhão móvel de Vila Nova de Gaia. Cerco do Porto – Relativamente ao cerco. Rua Duque da Saldanha – Relativa ao Duque de Saldanha. Praça do Exército Libertador – Relativa ao exército libertador. Rua do Heroísmo – Relativamente aos combates de 29 de Setembro de 1832 (antiga Rua do Prado). Rua Marechal Saldanha – Relativa ao Marechal Saldanha. Rua 9 de Julho – Relativa à entrada das tropas liberais no Porto.
  • 52. Conclusão • As guerras liberais foram um período fundamental para a construção da história de Vila Nova de Gaia. O período que mais se destacou foi entre Julho e Outubro de 1832, uma vez que neste período ocorreram alguns dos combates mais violentos, como o ataque de 8 de setembro ao reduto da Serra do Pilar (local tão desejado pelos miguelistas). Durante este período também se destacaram personalidades como D. Pedro IV, D. Miguel, entre muitos outros. As guerras liberais foram uma fase decisiva na vida política de Vila Nova de Gaia/Porto, assim como em Portugal inteiro.
  • 53. Avenida da República em 1834 F I M Realizado por: Ana Sofia Pereira Nº5 Joana Sousa Nº17 11ºJ