Tivemos a grande honra de participar de uma entrevista da Revista W falando sobre como as startups evoluem e alguns outros conceitos.
Para adquirir essa edição da revista acesse: http://www.europanet.com.br/site/index.php?cat_id=78&pag_id=25341
Startup Sorocaba: Entrevista Revista W - Como uma startup evolui
1. 48 revista W
especial como uma startup evolui
Texto Maria Beatriz Vaccari
arte ivan volpe
Saiba o que define cada
modelo empreendedor
e até que ponto um
negócio pode ser
chamado de startup
empresa
startup
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cOMO UMa startUp evOlUi eSpecial
Basta uma empresa de
pequeno porte abrir as
portas, principalmente no ramo
de tecnologia, para que muita
gente saia por aí chamando-a
de startup. O problema é que
esse termo, que se tornou
queridinho do mercado, não
necessariamente deve ser
apontado como sinônimo de
pequenas empresas. Até porque
grandes corporações podem
faturar milhões e, aos olhos de
alguns empresários, continuar
sendo startups.
A verdade é que existem
várias formas de ver e entender o
que é uma startup e quando ela
deve perder essa característica
para se tornar uma empresa
consolidada. “Cada agente do
ecossistema empreendedor tem
uma visão diferente sobre esse
processo de evolução”, explica
José Carlos Aronchi, consultor do
Sebrae. Para explicar como o
processo funciona e mostrar as
diferentes visões adotadas pelo
mercado, a Revista W conversou
com uma série de especialistas
do ramo.
O QUE É
UMA STARTUP
Em primeiro lugar, é
importante ter em mente quais
fatores costumam caracterizar
uma startup. “Existem muitas
definições e pontos de vista para o
termo, mas o contexto é quase
sempre o mesmo: por trás dele
deve haver tecnologia, inovação,
empresas em estágio inicial e
As startups não são
necessariamente empresas de
web, embora seja mais comum
encontrá-las nesse ambiente
De acordo com José Carlos Aronchi,
do Sebrae, Google, Facebook e
Über serão sempre startups
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especial cOMO UMa startUp evOlUi
“Mesmo após
se estabelecer
no mercado, é
importante testar
hipóteses, aprender
sobre o produto e
se adaptar de
maneira ágil”,
diz Ramon Kayo,
do Contate.me
ambiente de extrema incerteza”, conta
Danielle Vieira, uma das organizadoras do
Google Business Group Sorocaba,
empreendedora digital e fundadora do
Startup Sorocaba. A empreendedora opta
pela definição de Steve Blank, que afirma
que uma startup é uma organização
provisória que está em busca de um
modelo de negócios viável e que seja
repetível e escalável.
As startups não são necessariamente
empresas de internet, embora seja mais
comum encontrá-las nesse ambiente.
“Acontece que, para escalar com
velocidade, elas buscam desenvolver
produtos que possam ser criados apenas
uma vez e, a partir daí, entregues para
todos os clientes. É bem mais fácil fazer
isso no mundo on-line do que no físico”,
explica Ramon Kayo, fundador e diretor
do Contate.me, empresa especializada em
comunicação para micro e pequenas
empresas. “Para entender melhor esse
conceito, vale a pena traçar um paralelo
entre uma padaria e o Facebook, por
exemplo. A padaria tem de fabricar um
novo pão para cada cliente, enquanto a
rede social desenvolve o código uma vez e
entrega o mesmo sistema para todos os
usuários”, conta Kayo.
O esquema do modelo de negócios é
outro fator que ajuda a diferenciar uma
empresa tradicional de uma startup. “A
padaria, o supermercado, a agência de
publicidade e a mineradora de carvão, bem
como a maior parte das empresas dos mais
variados ramos, contam com sistemáticas
de mercado em consolidados, que foram
repetidamente testadas e validadas. Já no
caso das startups, como elas estão à
procura de uma inovação para escalar os
negócios, há mais desafios do que certezas
pela frente”, afirma Kayo.
Por conta disso, o especialista ressalta
que a taxa de mortalidade de startups
costuma ser maior do que a de empresas
convencionais. Investir nesse modelo de
negócios, portanto, é algo para quem não
se importa de correr altos riscos.
A HORA DA VIRADA
Aos olhos de uma junta comercial,
uma startup já nasce como empresa.
“Esse termo não existe para eles. A
partir do momento que o negócio recebe
um CNPJ, ele é considerado uma
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Para Danielle Vieira,
do Google Business
Group Sorocaba,
por trás de uma
startup deve
haver tecnologia,
inovação, empresas
em estágio inicial
e ambiente de
extrema incerteza
empresa”, explica Aronchi. O consultor
do Sebrae ainda ressalta que as startups
não recebem nenhum tipo de incentivo
fiscal que as torne diferentes de outros
tipos de negócios.
“Toda startup nasce como uma hipótese
que sonha ser validada. Permanecer nesse
nível significaria continuar como apenas
uma proposta”, explica Kayo. O fundador da
Contate.me ressalta que, no Brasil, não é
comum que uma startup cresça
exageradamente e se mantenha com essa
alcunha, sobrevivendo só do dinheiro de
investidores. No mercado norte-americano,
porém, o cenário é outro. “Lá fora, existem
startups com uma base enorme de usuários,
milhões de dólares em investimento e que,
por vezes, não contam sequer com uma
linha de receita. O Pinterest, por exemplo,
foi fundado em 2010 e ainda está tentando
descobrir como terá lucro. Por incrível que
pareça, já recebeu mais de US$ 1 bilhão em
investimento, é avaliado em 11 bilhões de
dólares, caminha para um possível IPO e,
ainda hoje, não encontrou uma maneira
sustentável de gerar receita”, afirma Kayo.
Para o especialista, isso é a prova de
que um negócio deixa de ser startup no
momento em que se consolida
financeiramente. “Quando a empresa
encontra um modelo sustentável e
escalável, o risco de mortalidade cai e ela
ganha dezenas, centenas ou milhares de
concorrentes, criando assim um novo
mercado ou submercado”, explica.
É preciso ter em mente, porém, que
Uma startup é uma
organização provisória
que está em busca
de um modelo de
negócios viável e que
seja repetível e escalável
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As startups devem ter
como foco básico
aumentar as despesas ao
mesmo tempo que
mantêm os custos baixos.
Mesmo assim, há quem
ateste que certos modelos
nunca viram empresas
um modelo de negócios só se torna
viável caso a solução proposta resolva
um problema real. Além disso, é
preciso haver um número suficiente
de pessoas dispostas a pagar pelo
serviço ou produto e saber se é
possível crescer exponencialmente.
“Nem sempre é tão fácil quanto
parece juntar uma ideia inovadora a
um mercado potencial e um modelo
operacional que se permita escalar. É
por isso que muitas startups não
viram empresas”, explica Vieira.
Ao longo do caminho para acertar
o modelo de negócios da startup,
muitos empreendedores passam por
um processo no qual devem “pivotar”
o projeto. Isso significa fazer ajustes
contínuos para chegar mais próximo
do sistema ideal, consolidando-se
como uma instituição estabelecida,
com mais maturidade.
“Ao passo que a empresa chega a
esse ponto de amadurecimento,
ela começa a perder a condição de
startup e se transforma em um
modelo convencional. Mas é claro que
a mentalidade inovadora pode
permanecer entre os empreendedores
e colaboradores, fazendo com que a
empresa sempre tenha o espírito de
uma startup. Aliás, é muito saudável
que os empreendedores, mesmo
depois de estarem estabelecidos no
mercado, continuem testando
hipóteses, aprendendo sobre o
produto e se adaptando de maneira
ágil”, conta Kayo. Essa atitude pode até
levar ao desenvolvimento de uma
nova startup ligada à empresa.
DNA INOVADOR
O Sebrae vê o assunto de outra
forma. Para a instituição, o que define
uma startup não é a quantidade de
dinheiro que ela ganha nem sua
concretização no mercado, mas sim o
DNA que ela preserva. “Um negócio
pode ser chamado de startup se a
identidade dele for inovadora, se
trouxer uma solução para algo, se
tiver escalabilidade e se for aberto a
investimentos”, explica Aronchi.
O especialista ressalta que, para o
Sebrae, corporações como Google e
algumas redes sociais nunca
deixaram de ser startups.
“Acreditamos que algumas empresas
se mantenham nesse nível para
sempre. Facebook, Easy Taxy e Über
são exemplos disso”, conta o consultor.
O que prova que, independentemente
da caracterização, o que importa
mesmo para uma startup é inovar
constantemente e estar aberta a novas
fontes de receita.
1. Inovação
Uma startup precisa oferecer algo novo,
que ainda não esteja disponível no
mercado. Geralmente, serviços e produtos
têm como objetivo resolver problemas ou
facilitar o dia a dia das pessoas.
2. Ser repetível
as startups devem ser capazes de
aumentar a produção sem grandes
dificuldades. o modelo de negócios
repetível garante fabricação e entrega do
produto ou serviço em qualquer escala.
3. Escalabilidade
o modelo de negócios de uma startup
precisa ser escalável. o objetivo é
aumentar as receitas e, ao mesmo
tempo, manter os custos baixos.
4. Incerteza
É uma das principais características
de uma startup. Por serem
inovadoras, essas empresas
entram no mercado sem a garantia
de que suas ideias e produtos serão
aceitos pelos consumidores.
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