3. Os Festivais – Caráter Religioso e
Civil
o 561 a.C. – Pisístrato
- Grandes Dionisias (Dionisíacas Urbanas);
o Leneias;
o Dionisias Rurais.
4. Duração dos Festivais
Segundo PEREIRA, os festivais duravam
aproximadamente 5 dias.
1º dia – προςόδιυμ – Procissão
(sacrifícios, libações e Competição de
Ditirambos);
2º dia – Competição de Ditirambos;
3º dia – 3 Tragédias + 1 Drama Satírico + 1
Comédia
4º dia – 3 Tragédias + 1 Drama Satírico + 1
Comédia
5º dia – 3 Tragédias + 1 Drama Satírico + 1
Comédia
5. Espaço para a performance: Teatro
Segundo MALHADAS, o espaço para a performance
dramática é dividida em:
- θέατρον – “Théatron” - Plateia semicircular de madeira
apoiada em uma colina;
- ὀρχήςτρα – “Orchestra” – Reservado ao coro para o
canto e dança (pista circular onde se erguia o altar de
Dioniso);
- ςκηνή – “Skene” – Camarim (const. retangular de
madeira) – Para outros autores, também é considerado o
lugar onde há a representação dos personagens;
- λογεῖον – Palco onde os atores representavam ;
- πάροδοι – “Parodoi” – Entre o theatron e a skene, onde
o coro tinha acesso à orchestra e o público ao theatron.
17. Gênero Trágico
“É, pois, a tragédia, uma representação [mímesis] de
uma ação séria e completa, com uma determinada
extensão e uma linguagem ornamentada, [...] com
personagens que atuam, e não por meio de
narrativa, e, através da piedade e do terror, realiza a
catarse desses sentimentos.” (Poét., VI, 1449b23-28)
18. Nascimento do Gênero Trágico
Segundo ROMILLY e JONES, o nascimento do
gênero trágico deu-se entre 536 e 533 a.C. com
Téspis, mas não possuímos nenhuma obra sua.
19. Origem da Tragédia
o Elemento Religioso: Culto a Dioniso;
o Elemento Político: Fundido com a religiosidade
através da própria instituição dos festivais, pois
tinha como plano de fundo uma “questão” política.
o τραγωδία = τράγοσ + ῳδή = TRAGÉDIA
20. Estrutura das Peças Trágicas
- Prólogo: “Parte que antecede a peça propriamente
dita [...]. Trata-se de uma espécie de “prefácio” da
peça, no qual só se é correto falar ao público de algo
que esteja fora da intriga e seja do interesse do poeta
e da própria peça.” (PAVIS)
- Párodo: Entrada do coro;
- Episódios: Ação realizada pelos atores separados
por trechos líricos executados pelo coro;
- Stasima: Cantos corais que intercalavam com os
episódios
21. Tema da Tragédia
De acordo com JONES e ROMILLY, o tema da
tragédia é proveniente do mito da Epopeia, mas
com características novas de acordo com o
novo contexto social da Atenas do V século.
23. Personagens – Ator
Individual;
Enuncia, declama;
Não dança, fica firme;
Pode encenar vários personagens;
Antes de Ésquilo: Um personagem;
Ésquilo: Acrescentou mais um personagem;
Sófocles: Acrescentou mais um, totalizando
três;
“Responsáveis” pela ação.
26. Gênero Cômico
“A comédia é, como dissemos, imitação de
homens inferiores; não, todavia, quanto a toda a
espécie de vícios, mas só quanto àquela parte do
torpe que é o ridículo. O ridículo é apenas certo
defeito, torpeza anódina e inocente; que bem o
demonstra, por exemplo, a máscara
cômica, que, sendo feia e disforme, não tem
[expressão de] dor.” (Poét., V, 1449a34-37)
28. Nascimento do Gênero Cômico
Kômos (invectiva pessoal) – elemento jocoso + ode;
Fertilidade: aiskhrologia (vocabulário
obsceno), escatologia (elementos finais –
fezes, gazes, arrotos);
Introduzida aos festivais dramáticos em 486 a.C;
Contexto histórico: Hegemonia e democracia
ateniense – liberdade de expressão total.
29. Estrutura das Peças Cômicas
- Prólogo: Apresentação da peça; o “herói” fala da ideia genial
que ele teve, mas que geralmente não são aceitas;
- Párodo: Entrada do coro – função de adjuvante – auxilia ou se
opõe ao herói – árbitro;
- Agón (seção) – competição – debate de ideias;
- Parábase: pausa na ação da peça - os atores e o coro se
colocam de lado no sentido físico e estrutural. O CORIFEU
começa a falar em nome do autor. Fala sobre as questões
urgentes da cidade. – Caráter pedagógico;
- Episódios: em muitas peças, consistem em “sketches”. Mostram
as consequências e resultados da ação do herói;
- Estásimos: fazem a passagem de um episódio para outro;
30. Temas da Comédia
Tem como enredo uma distinção muito
grande com relação a tragédia: a comédia é
inovadora, pois não se baseia no mito.
Faz referência direta a política e aos
indivíduos políticos.
Fala do contexto histórico do seu tempo.
31. Personagens
Heróis - As pessoas do povo, os não aristocratas
“inferiores”; “piores” no sentido da origem
(aiskhrologia, obscenidade);
Nomes dos personagens: vem antes do “éthos”
(caráter);
Todas as personagens da comédia são de ação;
O herói passa do infortúnio para o
fortúnio, diferentemente da tragédia, que é o
contrário.
32.
33.
34.
35.
36. Coro
De acordo BRANDÃO, o coro
desempenha, na primeira parte da peça, em
que o
“herói” propõe uma mudança, o papel de ator.
Na segunda parte, o de porta-voz do poeta
por meio de um de seus componentes – o
corifeu - durante a parábase.
37. Coro: Dançarinos com enchimento no abdômen e nas nádegas.
Vaso coríntio de figuras negras. Data: Século VII
.Copenhagen, Nationalmuseet.
38. Auleta e coro teatral de cavaleiros. Ânfora ática de figuras
negras. Data: -550/-525. Berlim, Antikensammlung. Foto:
Janice Siegel, 2003.
42. Bibliografia
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Ars
Poetica, 1993.
JONES, Peter V. (org.). O mundo de Atenas: uma introdução à cultura
clássica ateniense. Tradução Ana Lia de Almeida Prado. São Paulo:
Martins Fontes, 1997.
LESKY, A. A Tragédia Grega. Tradução de J. Guinsburg; Geraldo
Gerson de Souza;
Alberto Gulzik. São Paulo: Perspectiva, 1992. [Col. Debates]
MALHADAS, Daisi. Tragédia Grega: o mito em cena. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2003.
PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. Trad.: J. Guinsburg e Maria Lúcia
Pereira. 3 ed. São Paulo:
Perspectiva, 2007 [1987].
PEREIRA, Maria H. da Rocha. Estudos de História da Cultura Clássica:
Cultura Grega. 7ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
ROMILLY, Jacqueline de. A Tragédia Grega. Tradução de Ivo Martinazzo.
Brasília:
Universidade de Brasília, 1998. [1970]
VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e Tragédia na