1. Escola Estadual Professor João Cruz
Jacareí, 25 de Novembro de 2014
Antologia Poética
Nome :Vinícius Antonio de Moraes Andrade
nº34
2ºem C
Professora: Ms. Maria Piedade Teodoro da Silva
Língua Portuguesa
2.
3. Introdução
• O Romantismo foi marcado por dois
acontecimentos históricos importantes: as
Revoluções Industrial e Francesa. A vida
social estava dividida entre a burguesia
industrial e o surgimento da classe operária,
os proletariados.
• A burguesia ganhava poder e o capitalismo
se desenvolvia cada vez mais, enquanto os
impérios feudais e a aristocracia que
dependia deles encontrava-se em situação
de calamidade. Era o fim do absolutismo na
4. • Europa (causado pelos dois movimentos
revolucionários citados anteriormente) e o
início da industrialização (que se espalhou
por toda Europa).
O ideal da Revolução Francesa de
liberdade, igualdade e fraternidade alcançou
a América Latina e foi um marco para um
período de independência nas colônias da
Espanha e Portugal. Assim, houve a
independência de: Paraguai, Argentina,
Venezuela, Chile, Equador, Peru, México,
Brasil, América Central, Bolívia e Uruguai.
5. • Já na literatura, a fase romântica rompeu
com a tradição clássica, imposta pelo
período árcade, e apresentou novas
concepções literárias, dentre as quais
podemos apontar: a observação das
condições do estado de alma, das emoções,
da liberdade, desabafos sentimentais,
valorização do índio, a manifestação do
poder de Deus através da natureza
acolhedora ao homem, a temática voltada
6. • para o amor, para a saudade, o subjetivismo.
• Os principais autores românticos no Brasil são:
• Poesia: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo,
Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes
Varela, Castro Alves, Sousândrade.
• Prosa: Joaquim Manuel de Macedo, Manuel
Antônio de Almeida, José de Alencar.
8. Machado de Assis
• Joaquim Maria Machado de
Assis, cronista, contista, dramaturgo,
jornalista, poeta, novelista, romancista,
crítico e ensaísta, nasceu na cidade do
Rio de Janeiro em 21 de junho de
1839. Filho de um operário mestiço de
negro e português, Francisco José de
Assis, e de D. Maria Leopoldina
Machado de Assis, aquele que viria a
tornar-se o maior escritor do país e um
mestre da língua, perde a mãe muito
cedo e é criado pela madrasta, Maria
Inês, também mulata, que se dedica ao
menino e o matricula na escola pública,
única que freqüentará o autodidata
Machado de Assis.
9. Poema:Uma Criatura
• Sei de uma criatura antiga e
formidável,
Que a si mesma devora os
membros e as entranhas,
Com a sofreguidão da fome
insaciável.
Habita juntamente os vales e as
montanhas;
E no mar, que se rasga, à maneira
do abismo,
Espreguiça-se toda em
convulsões estranhas.
Traz impresso na fronte o obscuro
despotismo;
Cada olhar que despede, acerbo e
mavioso,
Parece uma expansão de amor e
egoísmo.
Friamente contempla o desespero
e o gozo,
• Gosta do colibri, como gosta do verme,
E cinge ao coração o belo e o
monstruoso.
Para ela o chacal é, como a rola, inerme;
E caminha na terra imperturbável, como
Pelo vasto arealum vasto paquiderme.
Na árvore que rebenta o seu primeiro
gomo
Vem a folha, que lento e lento se
desdobra,
Depois a flor, depois o suspirado pomo.
Pois essa criatura está em toda a obra:
Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o
fruto,
E é nesse destruir que as suas forças
dobra.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida;
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a morte; eu direi que é a
vida.
10. Gonçalves Dias
• Gonçalves Dias (1823-1864) nasceu nos
arredores de Caxias, no Maranhão, no dia
10 de agosto de 1823. Filho de um
comerciante português e uma mestiça.
Iniciou seus estudos no Maranhão e ainda
jovem viaja para Portugal. Em 1838
ingressa no Colégio das Artes em
Coimbra, onde conclui o curso
secundário. Em 1840 ingressa na
Universidade de Direito de Coimbra, onde
tem contato com escritores do
romantismo português, entre eles,
Almeida Garret, Alexandre Herculano e
Feliciano de Castilho. Ainda em Coimbra,
em 1843, escreve seu famoso poema
"Canção do Exílio", onde expressa o
sentimento da solidão e do exílio.
11. Poema: Canção do Exílio
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá;
• As aves que aqui gorjeiam,
• Não gorjeiam como lá.
• Nosso céu tem mais estrelas,
• Nossas várzeas têm mais
flores,
• Nossas flores têm mais vida,
• Nossa vida mais amores.
• Em cismar, sozinho, à noite,
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Minha terra tem primores,
• Que tais não encontro eu cá;
• Em cismar - sozinho, à noite -
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Não permita Deus que eu morra
• Sem que eu volte para lá;
• Sem que desfrute os primores
• Que não encontro por cá;
• Sem qu'inda aviste as palmeiras,
• Onde canta o Sabiá."
12. Castro Alves
• Antônio Frederico de Castro Alves foi um
importante poeta brasileiro do século XIX.
Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14
de março de 1847.
• No período em que viveu (1847-1871), ainda
existia a escravidão no Brasil. O jovem
baiano, simpático e gentil, apesar de possuir
gosto sofisticado para roupas e de levar uma
vida relativamente confortável, foi capaz de
compreender as dificuldades dos negros
escravizados.
• Manifestou toda sua sensibilidade
escrevendo versos de protesto contra a
situação a qual os negros eram submetidos.
Este seu estilo contestador o tornou conhecido
como o “Poeta dos Escravos”.
• Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua
coragem ao recitar, durante uma comemoração
cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os
fazendeiros ouviram-no clamar versos que
denunciavam os maus tratos aos quais os
negros eram submetidos.
• Além de poesia de caráter social, este grande
escritor também escreveu versos líricos-amorosos,
de acordo com o estilo de Vítor
Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um
poeta de transição entre o Romantismo e o
Parnasianismo .
13. Poema: Navio Negreiro
• Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
• 'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
• 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
• 'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
• Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
• Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o
firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
• Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto
ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
• Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
• Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
• Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
• Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas. [...]
14. Vinicius de Moraes
• O biógrafo de Vinicius, José Castello,
autor do excelente livro "Vinicius de
Moraes: o Poeta da Paixão - uma
biografia" nos diz que o poeta foi um
homem que viveu para se ultrapassar e
para se desmentir. Para se entregar
totalmente e fugir, depois, em
definitivo. Para jogar, enfim, com as
ilusões e com a credulidade, por saber
que a vida nada mais é que uma forma
encarnada de ficção. Foi, antes de tudo,
um apaixonado — e a paixão, sabemos
desde os gregos, é o terreno do
indomável. Daí porque fazer sua
biografia era obra ingrata.
Dele disse Carlos Drummond de
Andrade: "Vinicius é o único poeta
brasileiro que ousou viver sob o signo da
paixão. Quer dizer, da poesia em estado
natural". "Eu queria ter sido Vinicius de
Moraes".
15. Poema: Soneto de Fidelidade
• De tudo ao meu amor serei
atento
Antes, e com tal zelo, e
sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior
encanto
Dele se encante mais meu
pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão
momento
E em seu louvor hei de
espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu
pranto
Ao seu pesar ou seu
contentamento
• E assim, quando mais tarde
me procure
Quem sabe a morte, angústia
de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de
quem ama
Eu possa me dizer do amor
(que tive):
Que não seja imortal, posto
que é chama
Mas que seja infinito enquanto
dure.
• Vinicius de Moraes