O documento discute os principais aspectos da arquitetura do período romântico entre 1789-1850, incluindo o revivalismo de estilos medievais como o gótico e a incorporação de elementos exóticos.
3. O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Reação ao Neoclassicismo
- anti-racionalismo
- valorização dos sentimentos e das emoções
A arte não se atinge através de regras académicas
A arte é uma “revelação da alma” , um produto da
inspiração e da genialidade
4. Thomas Philippe, Retrato de
Lord Byron, c. 1835
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
O Romantismo é o produto da época
Apoiante da causa nacionalista do
povo grego, que lutava para se
libertar do domínio turco.
Em 1821, em Argostoli, organizou e
chefiou um exército privado de
apoio aos gregos
5. • Princípios do Liberalismo: individualismo, humanismo e
nacionalismo
• Identificação do povo como a verdadeira alma das
nações
• Valorização da cultura popular (tradição, folclore)
• idealismo revolucionário (democrático e socializante)
• Desilusão pela nova elite dominadora: a burguesia
• Novas correntes filosóficas: Kant, Schelling e
Schopanhauer
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
O Romantismo é o produto da época
6. “O Romantismo nem se
encontra na eleição de um
tema nem na verdade exata,
mas sim numa certa maneira
de sentir.”
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
Charles Baudelaire
7. • A interioridade, o mundo
complexo dos sentimentos e
das emoções, os sonhos, os
devaneios, as fantasias, as
viagens ao interior de cada
um, numa incansável fuga ao
real, que desilude, magoa e
engana
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
T. Géricault, Retrato de um
Alienado Cleptómano, 1882
8. • A interioridade, o mundo
complexo dos sentimentos e das
emoções, os sonhos, os
devaneios, as fantasias, as
viagens ao interior de cada um,
numa incansável fuga ao real,
que desilude, magoa e engana
• Privilegia a emoção em
detrimento da razão, o sonho
em vez da realidade e o
idealismo acima do
pragmatismo
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
T. Géricault, Retrato de um
Alienado Cleptómano, 1882
9. • O isolamento da alma em
comunhão com a natureza,
manifestado na exaltação do
mundo rural e puro e no
interesse pelas sociedades
primitivas ou exóticas, não
maculadas pela civilização
ocidental
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
Caspar David Friedrich, O Caçador na Floresta,
1813-14
10. • A valorização do
passado de cada
nação, cujas raízes
mergulhavam na
Idade Média,
idealizada através
da literatura e das
suas ruínas
monumentais
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
Francis Danby, Abadia de Fonthill, c.
1854
11. • Convicção de que a
arte é essencialmente
inspiração e criação
(não nasce por receita,
academismo ou
encomenda), obede-
cendo unicamente a
impulsos pessoais,
despoletada por uma
necessidade inata e
sublime
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
Henri Füssli, Titânia, Bottom e as Fadas, 1794
12. • Convicção de que a arte é
essencialmente inspiração e
criação (não nasce por receita,
academismo ou encomenda),
obedecendo unicamente a
impulsos pessoais, despoletada
por uma necessidade inata e
sublime
Afronta aos critérios e normas
académicas: os esboços, os
desenhos ou as aguarelas como
obras definitivas
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
Henri Füssli, Titânia, Bottom e as Fadas, 1794
13. Afronta aos critérios e
normas académicas: os
esboços, os desenhos ou as
aguarelas como obras
definitivas
Técnicas mais experimentais
e expressivas, com
pincelada mais fluida
O TRIUNFO DO INDIVÍDUO E DA EMOÇÃO
Princípios do Romantismo
Henri Füssli, Titânia, Bottom e as Fadas, 1794
15. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
NEOCLASSICISMO ROMANTISMO
- Ordem
- Proporção
- Simetria
- Harmonia
- Irregularidade
- Organicismo das formas
- Efeitos de luz
- Movimento dos planos
- Pitoresco da decoração
- Encantamento e evasão
- Imaginação e sentidos
- Sonho e fantasia
- Espaços distantes ou imaginários
16. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
ROMANTISMO
- Irregularidade
- Organicismo das formas
- Efeitos de luz
- Movimento dos planos
- Pitoresco da decoração
- Encantamento e evasão
- Imaginação e sentidos
- Sonho e fantasia
- Espaços distantes ou imaginários
A arquitetura
deveria ser capaz
de provocar
sensações, motivar
estados de espírito
e transmitir ideias
17. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
NEOCLASSICISMO ROMANTISMO
“Forma medida” “Forma sentida”
18. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Neoclassicismo Romantismo
Jardins à francesa Jardins à inglesa
Jardim racional e geométrico Jardim natural e selvagem, com
pavilhões chineses e falsas ruínas
19. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Procura de uma estética própria
- Política de restauro de monumentos
- Preocupação pela forma e pela
decoração
- Menos preocupada pelos aspetos
técnicos e formais
- Utilização do ferro, do aço, do tijolo
vidrado e do vidro
- Predileção por materiais naturais
- Reprodução de estilos de épocas não
influenciadas pelo Classicismo, em
culturas exóticas e não contaminadas
pela civilização industrial
A. Boileau, Igreja de St. Eugénio, Paris, 1854
20. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Revivalismos Reutilização de estilos do passado
- Interesse crescente pela
história das nações
- Valorização das tradições
nacionais
- Exaltação do misticismo
- Desejo de fuga ao presente
devido às desilusões
provocadas pelo Liberalismo e
pela industrialização Casa neogótica no parque do
Palácio de Wörlitz, 1769-73,
Alemanha
21. • Meados do século XVIII, em Inglaterra
• Arquitetos: Horace Walpole e filho, James Wyatt
• Teorizadores: arquiteto August Pugin filho,
historiador e crítico de arte John Ruskin e franceses
Chateaubriand e Viollet-le-Duc
“O gótico é superior ao classicismo, da mesma
maneira que o cristianismo é superior ao
paganismo”
A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
1º REVIVALISMO
22. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
1º REVIVALISMO
John Ruskin
Enaltecia as qualidades do Gótico
Estilo verdadeiramente universal pois
aliou-se às necessidades práticas
sem receber influência de
movimentos anteriores
23. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
1º REVIVALISMO
Viollet-le-Duc
Apogeu do progresso e
expressão do génio humano
devido à invenção de nova
tecnologia construtiva
24. Charles Berry e August Pugin, filho, Palácio do Parlamento,
Londres, Inglaterra
A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
25. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Charles Berry e August Pugin, filho, Palácio
do Parlamento, Londres, Inglaterra
- Longa fachada,
simétrica
- Irregularidade gótica
(algumas torres
desirmanadas)
- Decoração tipicamente
medieval (esculturas,
pináculos, cúpulas)
26. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Torre Vitória Torre do Relógio (Big Ben)
27. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
F.C. Bau,e Thérodore Ballu, Igreja de
Santa Clotilde, Paris
Características neogóticas:
• Planta em cruz latina
• Transepto pouco saliente
• Abóbadas nas naves
• Torres sineiras terminadas com
agulhas
• Portal ocidental triplo
+
Características modernas: utilização
de novos materiais (ferro, aço)
28. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Georg von Dollman, Castelo de
Neuschwanstein, 1870, Baviera,
Alemanha
- Volumes irregulares
- Múltiplas torres aguçadas e esguias
29. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
James
Renwick,
Catedral
de São
Patrício,
Nova
Iorque,
1859-79
30. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
NOVOS REVIVALISMOS
- Neorromânico
Catedral de Speyer, Alemanha.
31. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
NOVOS REVIVALISMOS - Neorrenascentista
Prefeitura do distrito de Harburg (c.1889), Hamburgo,
Alemanha
32. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
NOVOS REVIVALISMOS - Neobizantino
Fachada neobizantina da
Catedral de Westminster,
Londres
33. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
NOVOS REVIVALISMOS
- Neobarroco
Palácio Dolmabahçe em Istambul, Turquia
34. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Ecletismo
Combinação de vários estilos
arquitetónicos no mesmo edifício
Charles Garnier,
Ópera de Paris, c.
1862
Neoclassicismo
+
Neobarroco
35. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Ecletismo
Igreja do Sacré-Coeur, Paris
Neoclassicismo
+
Neobizantino
36. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Exotismos
Gosto pelas culturas não europeias, por
tudo aquilo que apela à imaginação e ao
mistério
Espírito irrequieto, insatisfeito
e sonhador
- Gosto por viagens
- Literatura: descrição de
histórias e terras estranhos
Estilo indo-muçulmano
37. A ARQUITETURA DO ROMANTISMO
Exotismos
Gosto pelas culturas não europeias, por
tudo aquilo que apela à imaginação e ao
mistério
Estilo neoárabe na
Península Ibérica
James Knoles, Palacete
de Monserrate, c. 1887,
Sintra
38. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
D. Fernando de Saxe-Coburgo-
Gotha, 2º marido de D. Maria II
Barão de Eschwege
39. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
D. Fernando de Saxe-Coburgo-
Gotha, 2º marido de D. Maria II
Barão de Eschwege
EncomendadorArquiteto
40. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Revivalismos com
caráter nacionalista
Palácio do Buçaco (1888-
1907), Luigi Manini e outros
• Encomenda do ministro
das Obras Públicas Emídio
Navarro
• Corpo central: réplica da
Torre de Belém
• Arcada: réplica do
Mosteiro dos Jerónimos
41. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Revivalismos com
caráter nacionalista
Palácio do Buçaco (1888-
1907), Luigi Manini e outros
• Encomenda do ministro
das Obras Públicas Emídio
Navarro
• Corpo central: réplica da
Torre de Belém
• Arcada: réplica do
Mosteiro dos Jerónimos
42. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Revivalismos com
caráter nacionalista
Palácio do Buçaco (1888-
1907), Luigi Manini e outros
• Encomenda do ministro
das Obras Públicas Emídio
Navarro
• Corpo central: réplica da
Torre de Belém
• Arcada: réplica do
Mosteiro dos Jerónimos
43. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Estação do Rossio
(1886-87), José Luís
Monteiro
Revivalismos com
caráter nacionalista
44. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Palácio da Regaleira
(1905-11), projetado
por Luigi Manini para
o Dr. Carvalho
Monteiro
Obra mística e
misteriosa, eclética,
simbolista e esotérica
Revivalismos com
caráter nacionalista
45. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Neogótico em 2º plano
Moradias
Igrejas
Jazigos fúnebres
Revivalismos com
caráter nacionalista
Costa Mota Tio, Jazigo dos Condes do
Ameal, c. 1893, Coimbra
46. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
• Sintra
• Álvaro Machado
• Jazigo do Visconde
de Valmor
Revivalismos com
caráter nacionalista
Colégio académico, 1904,
Álvaro Machado, Lisboa
47. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Exotismos
Praça de Touros, 1892,
Campo Pequeno,
António José Dias da Silva
48. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Exotismos
Praça de Touros, 1892,
Campo Pequeno,
António José Dias da Silva
49. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Exotismos
Palácio de
Monserrate, c. 1887,
James Knowles (para
o comerciante inglês
Francis Cook)
50. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Exotismos
Palácio de
Monserrate, c. 1887,
James Knowles (para
o comerciante inglês
Francis Cook)
51. A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL
Exotismos
Palácio de
Monserrate, c. 1887,
James Knowles (para
o comerciante inglês
Francis Cook)
58. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha (1816-85)
D. Fernando II, 2º marido da rainha D. Maria II,
o Rei-Artista
- Tinha talento para a gravação, cerâmica e
desenho
- Gosto pelo colecionismo eclético
- Protegeu a Academia Real das Belas- Artes e
a Associação dos Arquitetos Civis e
Arqueólogos Portugueses
- Criou a Galeria Nacional de Pintura
- Foi mecenas de intelectuais e artistas
59. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha (1816-85)
- Responsável por algumas obras de restauro:
Custódia de Belém, túmulos de D. Pedro e D.
Inês, os mosteiros da Batalha e dos
Jerónimos, Convento de Cristo em Tomar,
Torre de Belém e a Sé de Lisboa
- Sedução pela Idade Média, pelo Gótico e
pelo Manuelino
- Espírito nacionalista, liberal e romântico
Reconstrução do mosteiro, na Pena, construído
c. de 1511 e destruído em 1755
60. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
Mosteiro de Nossa Senhora da
Pena
Reconstrução do mosteiro, na Pena,
construído c. de 1511 e destruído em
1755
Barão de Eschwege
61. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
As obras iniciam-
se em 1838 e
terminam em
1868.
Até 1885 foram
feitos trabalhos
de acabamento.
62. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
Ecletismo:
- Neogótico
- Neomanuelino
- Neoárabe
+
Movimento de
volumes
(desnivelamentos
sucessivos)
63. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
22 – Salão Nobre
20 – Sala Indiana
5 – Capela, sacristia e coro
13 – Sala de estar da família real
15 – Sala de Árabe
64. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
1ª área:
Muralhas
envolventes
(estilo
neomedievalista
e neoárabe)
65. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
2ª área: a zona do
antigo mosteiro
3ª zona: zona
palaciana
66. 4ª zona: Pátio dos Arcos, em frente à capela, com
arcos mouriscos
CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
70. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
Pórtico dos Tritões
Torre do Relógio
71. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
Contrafortes inspirados na arquitetura militar mourisca
72. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
Pórtico dos Tritões - pórtico alegórico
da criação do mundo:
- quatro arquivoltas submersas pela
vegetação
- concha com um tritão (desenhado
por D. Fernando II), que serve de
mísula à bow-window da Sala
Indiana
73. CASO PRÁTICO: O PALÁCIO DA PENA
Salão Árabe
Ecletismo:
neomourisco,
neogótico e
neoindiano
Relevos em estuque
+
Pinturas em trompe-
l’oeil (motivos
arquitetónicos e
vegetalistas)
Profundidade e
monumentalidade