O documento discute a pedagogia dos contextos de aprendizagem, definindo-a como uma área que reúne teorias e práticas para a concepção de ambientes pedagógicos ricos. Apresenta o conceito de contexto de aprendizagem e defende que o design desses contextos é fundamental para uma aprendizagem ecológica e social. Também discute os fundamentos teóricos e casos ilustrativos dessa abordagem.
5. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
4. CASOS ILUSTRATIVOS
5. CONCLUSÕES
6. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
4. CASOS ILUSTRATIVOS
5. CONCLUSÕES
7. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
Até ao século XVIII, a aprendizagem
eram predominantemente contextual
Antes da massificação das escolas, aprendia-se
e ensinava-se no contexto do dia-a-dia
Os próprios profissionais se formavam em tirocínio mestre/
aprendiz, no contexto do trabalho profissional
Eram processos de aprendizagem ecológicos
porque integrados no ambiente social envolvente
8. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
Nos séculos XIX e XX, a educação massificou-se,
inspirando-se nos modelos organizacionais
mecanicistas da Sociedade Industrial
O conhecimento deixou de ser construído pelos
próprios aprendentes, em contextos apropriados
Passou a ser “matéria”
destinada a ser “transferida” para as cabeças
supostamente vazias dos aprendentes
9. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
A “matéria” passou, então, a dividir-se por
disciplinas distintas, sem aplicação visível,
e a ser “transmitida”, de forma massificada ,
pela palavra do professor e os textos dos livros
Os contextos desapareceram,
gradualmente, da educação
A aprendizagem transformou-se
num processo desintegrado e,
como tal, não ecológico
10. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
Parte da atual crise da aprendizagem
deve-se ao choque entre esta visão da
educação como máquina de meter
ideias na cabeça das crianças
e uma civilização que é cada vez mais
social, relacional e de contextos
O grande desafio da
educação é hoje o de:
11. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
construir organicamente a aprendizagem
nos ambientes culturalmente ricos em
atividade e interação que o recurso
inteligente às TDIC agora torna possíveis.
Chamamos a essa atividade
DESIGN DOS CONTEXTOS
DE APRENDIZAGEM
12. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
CONCEITO
Contexto de aprendizagem é:
a inter-relação de circunstâncias que acompanham
e concretizam uma situação de aprendizagem
13. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
CONCEITO
Contexto de aprendizagem é:
• o que acontece
• porque acontece
• onde acontece
• como acontece
• quando acontece
num processo de aprendizagem
atividades de aprendizagem
(incluindo avaliação)
objetivos de aprendizagem
espaço, físico e virtual, simbólico, cultural,
político onde a aprendizagem decorre
(incluindo componentes materiais)
estratégias de aprendizagem
• a quem acontece
alunos, professores e
relacionamentos entre uns e outros
14. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
EXEMPLOS
• as aulas tradicionais
• os projetos
• os debates
• os cursos em regime híbrido
• os cursos a distância
• as comunidades de aprendizagem
• as redes sociais
• os MOOCs
• os ambientes de aprendizagem pessoal (PLEs)
15. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
O PROFESSOR E O ALUNO
O professor é, por excelência, um criador e
gestor de contextos de aprendizagem
Na aprendizagem autónoma, o aprendente cria
e gere os seus contextos de aprendizagem
(e tem de aprender a criá-los e geri-los)
Na maior parte dos contextos, professor e
alunos partilham a criação e gestão dos
contextos de aprendizagem
16. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
O PROFESSOR E O ALUNO
Quanto maior for a delegação do controlo
nos aprendentes mais dinâmico e emergente
se torna o contexto de aprendizagem
controlo
pelo
professor
auto-‐organização
dos
aprendentes
moderação
apoio
+
CONTROLO
-‐
17. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
Defendemos que
é possível agrupar num corpo
coerente de conhecimento que reúna
as teorias e práticas para a concepção
e exploração desses contextos
chamamos a esse corpo de conhecimento
PEDAGOGIA DOS CONTEXTOS
DE APRENDIZAGEM
18. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
4. CASOS ILUSTRATIVOS
5. CONCLUSÕES
19. 2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
A Pedagogia dos
Contextos de Aprendizagem
procura fundamentar-se em
teorias e práticas que a tornem:
• cientificamente sólida
• capaz de sustentar a ação
20. 2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
Para tal, necessita de ter
duas componentes:
• uma componente analítica, que nos
permita compreender e explicar a
realidade com que trabalhamos
• uma componente projetiva,
que nos permita criar e
transformar novas realidades
21. 2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
A componente projetiva é
a mais diferenciadora
porque os professores são, acima
de tudo, agentes de transformação
Tal como design de produtos cria
novas soluções, o design de
contextos de aprendizagem cria
novos ambientes pedagógicos
22. 2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
MODELO PARA O DESIGN DOS CONTEXTOS
DIAGNÓSTICO
• objetivos de aprendizagem
• descritores dos níveis a atingir
MODELO DO
CONTEXTO • estratégia de avaliação
• estratégia de ensino
• descritores dos conteúdos
MODELO DA
MEDIAÇÃO • estratégias de mediação
ADAPTAÇÃO
AVALIAÇÃO
CONSOLIDAÇÃO
GENERALIZAÇÃO
INOVAÇÃO
CRIAÇÃO
Roque
&
Figueiredo
(2005)
Context
Engineering
for
Learning:
A
Socio-‐Technical
Approach
23. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
4. CASOS ILUSTRATIVOS
5. CONCLUSÕES
24. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
A Pedagogia dos Contextos de Aprendizagem
não pretende construir-se como
uma teoria e uma prática
Pretende, sim, ser um espaço de convergência de
teorias e práticas que exprimem uma forma convergente
de ver o mundo da educação e da aprendizagem
25. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
PEDAGOGIAS DOS CONTEXTOS:
• Teorias da emancipação e auto-capacitação – Paulo Freire.
• Teorias da democracia em educação – John Dewey, etc.
• Teorias da aprendizagem transformativa – Jack Mezirow, etc.
• Teorias da andragogia e aprendizagem autónoma – Knowles, etc.
• Teorias da avaliação empoderada – Fetterman, etc.
• Teorias da aprendizagem social – Vygotsky, etc.
• Teorias da aprendizagem experiencial e informal – Carl Rogers, etc.
• Teorias das comunidades de prática – Lave, Wenger, etc.
26. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
SOCIOLOGIAS DOS CONTEXTOS:
• Teoria do ator-rede (ANT) - Latour, Callon, Law, etc.
• Teorias da inteligência coletiva - Lévy, Engelbart, etc.
• Teorias da prática - Gheradi, Nicolini, etc.
• Teorias da criatividade - Sternberg, Csikszentmihalyi, etc.
(são psicólogos, mas interessa a sua contribuição para o estudo da criatividade coletiva)
• Teorias da atividade - Vygotsky, Engeström, etc.
• Teorias da inovação disruptiva - Christensen, etc.
27. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
FILOSOFIAS DOS CONTEXTOS:
• Pragmatismo filosófico - Peirce, James,
Dewey, Rorty, Mead, Joas, etc.
• Teorias dos Sistemas Sociais Adaptativos
Complexos - Morin, Stacey, etc.
28. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
PRÁTICAS E TÉCNICAS PEDAGÓGICAS CONTEXTUAIS:
• estudos de casos
• construção de cenários
• projectos
• simulações
• debates
• diálogos dirigidos
• diálogos socráticos
• contar de histórias
• aprendizagem híbrida
• aprendizagem baseada em
projetos
• aprendizagem de sequência
invertida
• aprendizagem-ação
• aprendizagem situada
• aprendizagem reflexiva
• aprendizagem pelo erro
• aprendizagem acidental
29. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
MÉTODOS DE PESQUISA
• estudos de casos
• pesquisa-ação
• pesquisa baseada em design
• grounded theory
• investigação etnográfica
• etnometodologia
• métodos mistos qualitativos
30. 3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO CONTEXTUAL
portfólios
diagnósticos de competência
contratos de aprendizagem
instrumentos de avaliação
(rubricas, etc.)
co-avaliação
projectos colaborativos
construção de instrum. de avaliação
avaliação colaborativa de portfólios
amigo de avaliação
equipa de avaliação amiga
workshops
dramatizações
mercados
31. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
4. CASOS ILUSTRATIVOS
5. CONCLUSÕES
32. 4. CASOS ILUSTRATIVOS
CASO 1. COMO ORGANIZAR E GERIR GRUPOS
DE TRABALHO EM B-LEARNING?
Recorremos à técnica do Encontro em Espaço
Aberto (EEA), não explicável à luz das teorias
sociais tradicionais (determinísticas)
mas sim à luz das teorias dos sistemas
adaptativos sociais complexos
e da inteligência colectiva
EEA foi testado com sucesso
em grupos de 10 a 2000 participantes, sem
problemas de escalabilidade (nas nossas
experiências virtuais: 19 a 151 alunos)
33. 4. CASOS ILUSTRATIVOS
CASO 2. EMPOWERMENT DOS ALUNOS ATRAVÉS
DE AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA
Sistema social adaptativo
complexo susceptível de ser
concebido e gerido à luz das
teorias da complexidade
Conceitos centrais: emancipação,
co-gestão, co-avaliação, co-organização,
co-transformação,
inclusão, emoção
34. 4. CASOS ILUSTRATIVOS
CASO 3. ENSINO SUPERIOR EM CONTEXTOS SOCIAIS MEDIADOS
PELAS TECNOLOGIAS: DOS LMS PARA O FACEBOOK
Avaliação pelos pares, co-construção
dos instrumentos de avaliação
Trabalhos de índole profissional,
portfólios e rúbricas
Conceitos centrais: emancipação,
co-gestão, co-avaliação, co-organização,
co-transformação,
democracia, cidadania, política
35. 1. CONCEITO DE CONTEXTO DE APRENDIZAGEM
2. DESIGN DOS CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
4. CASOS ILUSTRATIVOS
5. CONCLUSÕES
37. Pedagogia dos
Contextos de
Aprendizagem
FIM As transparências encontram-se em:
http://www.slideshare.net/adfigueiredoPT
8 de Outubro, 2014
Colóquio Web Currículo: Contexto,
Aprendizado e Conhecimento
PUC-SP, São Paulo, Brasil