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Engenharia
Empresarial
em Contextos
de Incerteza
IST, Lisboa, 19 de Fevereiro de 2016
CerimóniadeatribuiçãodosdiplomasdePós-Graduação
ProfissionalemSistemasdeInformação-POSIeSISE
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura ...
Confiança, Miguel Torga
E que a doçura 
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova ...
Para além dos primeiros cumes,
há mais montanha para explorar
© A. Dias de Figueiredo
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
4. QUE CONCLUSÕES?
2. AS NOVAS ENGENHARIAS
3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
4. QUE CONCLUSÕES?
2. AS NOVAS ENGENHARIAS
3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
Duas variáveis críticas na realidade
organizacional dos nossos dias (Stacey, 1996)
incerteza máxima – não se conhecem relações de
causalidade e as situações são únicas ou imprevistas
certeza máxima – conhecem-se
todas as relações de causalidade
certeza
acordo
desacordo máximo – todas as partes
estão em total desacordo
acordo máximo – todas as
partes estão de acordo
Stacey,	R.	(1996)	Complexity	and	Crea0vity	in	Organiza0ons,	San	Francisco:	Berre8-Koehler
zona B - grandes certezas e
algum desacordo
zona A – grandes certezas e
grande acordo
zona D – pouco acordo e
poucas certezas
zona C – grande acordo e
algumas incertezas
zona E – total incerteza e
total desacordo
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
Duas variáveis críticas na realidade
organizacional dos nossos dias (Stacey, 1996)
zona A
É o domínio tradicional das ciências,
engenharias e gestão das organizações
Grandes certezas e pleno
acordo entre as partes em jogo
Resultados previsíveis
com segurança
Leis e princípios determinísticos
aplicáveis com rigor
A
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
zona B
B
Apesar das certezas, falta de
acordo entre as partes pode deitar a
perder os resultados planeados
Grandes certezas mas algum
desacordo entre as partes
Para atingir os resultados é
indispensável negociar, construir
consensos e reunir apoios
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
Importância dos fatores sociais
zona C
C
É importante a partilha de uma
visão e de um sentido de missão
Relativa concordância entre as partes,
mas incerteza quanto a causas e efeitos
Partes fazem evoluir coletivamente uma
solução, mesmo com resultados em aberto
Decisão coletiva e mobilização social
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
Importância dos fatores sociais
zona E
E É a zona do caos absoluto,
da anarquia e do colapso
Total incerteza e
máximo desacordo
Quando acontece, a
organização deixa de existir
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
zona D
D
A realidade das organizações dos nossos
dias está cada vez mais nesta zona
Zona das incertezas e
desacordos intermédios
É a zona da complexidade,
ou fronteira do caos
É a zona dos problemas
perversos ou wicked problems
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
zona D
A compreensão e a resolução dos
problemas perversos são simultâneas, com
a compreensão a depender de fatores que
emergem ao tentar a resolução
Os problemas perversos são problemas
que, pela sua complexidade e dependência
de fatores sociais imprevisíveis, não podem
ser formulados (Rittel & Webber, 1973)
Cada vez mais, os problemas
nas organizações dos nossos
dias são perversos
Ri8el,	H.	&	Webber,	M.	(1977)	Dilemmas	in	a	general	theory	of	planning.	Policy	Sciences,	vol.	4,	1973,	pp.	155-169.	
D
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
zona D
D
Usam-se a intuição, partilha
de ideias e aprendizagem coletiva
para explorar, transformar e,
finalmente, resolver os problemas
Não são aplicáveis os
princípios tradicionais das
ciências, engenharias e gestão
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
A pesquisa de soluções, resultados e
oportunidades exige ciclos sobrepostos
de formulação e resolução
zona D
D
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
Sucessivas aproximações no sentido
da solução evoluem como quando se
progride a partir de um esboço
É um trabalho de DESIGN,
mas eminentemente coletivo
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
4. QUE CONCLUSÕES?
2. AS NOVAS ENGENHARIAS
3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
Domínio da intervenção em realidades
integrais complexas, sem as simplificar
(o todo é mais do que as partes)
2. AS NOVAS ENGENHARIAS
Domínios de conciliação das
ciências e engenharias com as
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1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
4. QUE CONCLUSÕES?
2. AS NOVAS ENGENHARIAS
3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
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medida que eles vão sendo resolvidos


	
3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES
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Análise de requisitos

	
•  Orientação para a solução (em vez de
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•  Gosto pela liberdade de alterar
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•  Permanentes geração de tarefas
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condicionantes


	
•  Tolerância ao erro e ao acaso


	
3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES
Design
Focagem na solução

	
•  Abordagem conjectural dos problemas,
em função de soluções potenciais 

	
•  Abordagem simultânea de problema e
solução

	
•  Raciocínio generativo, em vez de
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3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES
Design
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•  O esboço como metáfora do progresso
exploratório 

	
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reinterpretação e da analogia

	
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3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES
Design
Fundamentos teóricos

	
•  Teorias dos sistemas sociais adaptativos
complexos (as organizações como
sistemas sociais complexos, não lineares,
abertos a evolução, emergência e
inteligência coletiva)

	
•  Teorias da prática (como se constrói saber
pelo exercício da prática, em particular
explorando a sua dimensão social?)

	
3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES
Design
1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
4. QUE CONCLUSÕES?
2. AS NOVAS ENGENHARIAS
3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
4. QUE CONCLUSÕES?
Muita da engenharia dos nossos dias
é já exercida em contextos de
grande incerteza e desacordo
A engenharia do futuro será exercida,
de forma crescente, em contextos
de grande incerteza e desacordo
O fenómeno será particularmente
acentuado nas engenharias mais ligadas
às realidades social e organizacional
com destaque para as engenharias
empresariais e organizacionais
4. QUE CONCLUSÕES?
A adaptação a esta nova realidade passa pelo
recurso crescente aos princípios do design
Ao contrário do que acontece na ciência e na
engenharia, onde a progressão é linear e
determinística, o design assenta
em processos dialéticos
onde a formulação dos problemas coincide
frequentemente com a respetiva resolução
Esta nova dinâmica abre oportunidades
imensas para a reinvenção da engenharia
Aí reside 
a próxima
montanha a
conquistar
© A. Dias de Figueiredo
Engenharia
Empresarial
em Contextos
de Incerteza
IST, Lisboa, 19 de Fevereiro de 2016
CerimóniadeatribuiçãodosdiplomasdePós-Graduação
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  • 1. Engenharia Empresarial em Contextos de Incerteza IST, Lisboa, 19 de Fevereiro de 2016 CerimóniadeatribuiçãodosdiplomasdePós-Graduação ProfissionalemSistemasdeInformação-POSIeSISE
  • 2. O que é bonito neste mundo, e anima, É ver que na vindima De cada sonho Fica a cepa a sonhar outra aventura ... Confiança, Miguel Torga E que a doçura Que se não prova Se transfigura Numa doçura Muito mais pura E muito mais nova ...
  • 3. Para além dos primeiros cumes, há mais montanha para explorar © A. Dias de Figueiredo
  • 4. 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI 4. QUE CONCLUSÕES? 2. AS NOVAS ENGENHARIAS 3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
  • 5. 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI 4. QUE CONCLUSÕES? 2. AS NOVAS ENGENHARIAS 3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
  • 6. 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI Duas variáveis críticas na realidade organizacional dos nossos dias (Stacey, 1996) incerteza máxima – não se conhecem relações de causalidade e as situações são únicas ou imprevistas certeza máxima – conhecem-se todas as relações de causalidade certeza acordo desacordo máximo – todas as partes estão em total desacordo acordo máximo – todas as partes estão de acordo Stacey, R. (1996) Complexity and Crea0vity in Organiza0ons, San Francisco: Berre8-Koehler
  • 7. zona B - grandes certezas e algum desacordo zona A – grandes certezas e grande acordo zona D – pouco acordo e poucas certezas zona C – grande acordo e algumas incertezas zona E – total incerteza e total desacordo 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI Duas variáveis críticas na realidade organizacional dos nossos dias (Stacey, 1996)
  • 8. zona A É o domínio tradicional das ciências, engenharias e gestão das organizações Grandes certezas e pleno acordo entre as partes em jogo Resultados previsíveis com segurança Leis e princípios determinísticos aplicáveis com rigor A 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
  • 9. zona B B Apesar das certezas, falta de acordo entre as partes pode deitar a perder os resultados planeados Grandes certezas mas algum desacordo entre as partes Para atingir os resultados é indispensável negociar, construir consensos e reunir apoios 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI Importância dos fatores sociais
  • 10. zona C C É importante a partilha de uma visão e de um sentido de missão Relativa concordância entre as partes, mas incerteza quanto a causas e efeitos Partes fazem evoluir coletivamente uma solução, mesmo com resultados em aberto Decisão coletiva e mobilização social 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI Importância dos fatores sociais
  • 11. zona E E É a zona do caos absoluto, da anarquia e do colapso Total incerteza e máximo desacordo Quando acontece, a organização deixa de existir 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
  • 12. zona D D A realidade das organizações dos nossos dias está cada vez mais nesta zona Zona das incertezas e desacordos intermédios É a zona da complexidade, ou fronteira do caos É a zona dos problemas perversos ou wicked problems 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
  • 13. zona D A compreensão e a resolução dos problemas perversos são simultâneas, com a compreensão a depender de fatores que emergem ao tentar a resolução Os problemas perversos são problemas que, pela sua complexidade e dependência de fatores sociais imprevisíveis, não podem ser formulados (Rittel & Webber, 1973) Cada vez mais, os problemas nas organizações dos nossos dias são perversos Ri8el, H. & Webber, M. (1977) Dilemmas in a general theory of planning. Policy Sciences, vol. 4, 1973, pp. 155-169. D 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI
  • 14. zona D D Usam-se a intuição, partilha de ideias e aprendizagem coletiva para explorar, transformar e, finalmente, resolver os problemas Não são aplicáveis os princípios tradicionais das ciências, engenharias e gestão 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI A pesquisa de soluções, resultados e oportunidades exige ciclos sobrepostos de formulação e resolução
  • 15. zona D D 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI Sucessivas aproximações no sentido da solução evoluem como quando se progride a partir de um esboço É um trabalho de DESIGN, mas eminentemente coletivo
  • 16. 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI 4. QUE CONCLUSÕES? 2. AS NOVAS ENGENHARIAS 3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
  • 17. Domínio da intervenção em realidades integrais complexas, sem as simplificar (o todo é mais do que as partes) 2. AS NOVAS ENGENHARIAS Domínios de conciliação das ciências e engenharias com as ciências sociais e humanas Domínio de excelência das ciências e engenharias (determinismo, linearidade) FORTE COMPONENTE SOCIAL
  • 18. Descoberta e criação de SOLUÇÕES EMERGENTES Convergência para SOLUÇÕES (OUTCOMES) Resolução de PROBLEMAS 2. AS NOVAS ENGENHARIAS Abordagem pela via do DESIGN
  • 19. NOVAS ENGENHARIAS 2. AS NOVAS ENGENHARIAS acordo desacordo certeza incerteza ANTIGAS ENGENHARIAS
  • 20. 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI 4. QUE CONCLUSÕES? 2. AS NOVAS ENGENHARIAS 3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
  • 21. Formulação de Problemas •  Simpatia pelos problemas mal definidos •  Preferência por formular os problemas à medida que eles vão sendo resolvidos 3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES Design
  • 22. Análise de requisitos •  Orientação para a solução (em vez de orientação para o problema) •  Gosto pela liberdade de alterar requisitos e condicionantes •  Permanentes geração de tarefas intermédias e redefinição de requisitos e condicionantes •  Tolerância ao erro e ao acaso 3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES Design
  • 23. Focagem na solução •  Abordagem conjectural dos problemas, em função de soluções potenciais •  Abordagem simultânea de problema e solução •  Raciocínio generativo, em vez de dedutivo 3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES Design
  • 24. Progresso exploratório •  O esboço como metáfora do progresso exploratório •  Importância da ambiguidade, da reinterpretação e da analogia •  Progressão dialéctica •  Diálogo entre o ver que e o ver como 3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES Design
  • 25. Fundamentos teóricos •  Teorias dos sistemas sociais adaptativos complexos (as organizações como sistemas sociais complexos, não lineares, abertos a evolução, emergência e inteligência coletiva) •  Teorias da prática (como se constrói saber pelo exercício da prática, em particular explorando a sua dimensão social?) 3. O DESIGN DAS SOLUÇÕES Design
  • 26. 1. AS VARIÁVEIS DO SÉCULO XXI 4. QUE CONCLUSÕES? 2. AS NOVAS ENGENHARIAS 3. O DESIGN DE SOLUÇÕES
  • 27. 4. QUE CONCLUSÕES? Muita da engenharia dos nossos dias é já exercida em contextos de grande incerteza e desacordo A engenharia do futuro será exercida, de forma crescente, em contextos de grande incerteza e desacordo O fenómeno será particularmente acentuado nas engenharias mais ligadas às realidades social e organizacional com destaque para as engenharias empresariais e organizacionais
  • 28. 4. QUE CONCLUSÕES? A adaptação a esta nova realidade passa pelo recurso crescente aos princípios do design Ao contrário do que acontece na ciência e na engenharia, onde a progressão é linear e determinística, o design assenta em processos dialéticos onde a formulação dos problemas coincide frequentemente com a respetiva resolução Esta nova dinâmica abre oportunidades imensas para a reinvenção da engenharia
  • 29. Aí reside a próxima montanha a conquistar © A. Dias de Figueiredo
  • 30. Engenharia Empresarial em Contextos de Incerteza IST, Lisboa, 19 de Fevereiro de 2016 CerimóniadeatribuiçãodosdiplomasdePós-Graduação ProfissionalemSistemasdeInformação-POSIeSISE Slides em: www.slideshare.net/ adfigueiredoPT FIM