1. TDIC e
Educação:
para além
das TDIC
São Paulo, PUC-SP, 21 de Setembro de 2015
IV Seminário Web Currículo e
XII Encontro de Pesquisadores em Currículo
7. TDIC e
Educação:
para além
das TDIC
São Paulo, PUC-SP, 21 de Setembro de 2015
IV Seminário Web Currículo e
XII Encontro de Pesquisadores em Currículo
8. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
5. CONCLUSÕES
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
9. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
5. CONCLUSÕES
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
10. 1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
Mundo global, de mudança, sem
fronteiras, centrado no conhecimento,
onde todos competem com todos
A capacidade para
produzir valor se tornou
factor de sobrevivência
Os menos competentes estão sendo
substituídos pelos que, em outras partes
do mundo, oferecem melhor resposta
As economias locais
estão perdendo expressão
11. Grandes desafios do mundo de hoje:
Deslocalização. Todo o trabalho que puder
ser deslocalizado será deslocalizado
Automação. Todo o trabalho que puder ser
automatizado será automatizado
Degradação dos valores. Predomínio da lógica do mercado
sobre lógica da cidadania está degradando os valores morais
Precarização do emprego. Emprego estável está
sendo substituído por emprego precário: freelancing, etc.
Abundância. Para competir, não basta preço e
qualidade. Tem de haver diferença
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
12. AMEAÇA
Escolas distantes desta realidade,
cumprindo a missão tradicional
de produzir bons funcionários
OPORTUNIDADE
Escolas criando cidadãos capazes de
exercer autonomamente sua capacidade
para criar valor e empreender
QUE ESCOLAS PARA ESSE MUNDO?
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
13. visão industrial e uniformizadora
da aprendizagem
aprendizagem como
transferência de conhecimento
predominância da autoridade,
hierarquia e dependência
visão orgânica, social e
diferenciadora da aprendizagem
aprendizagem como construção
e transformação
predominância da colaboração,
autonomia e interdependência
era industrial
era social
elogio da uniformidade
e da docilidade
elogio da diferença e
da criatividade
aprendizagem disciplinar aprendizagem multidisciplinar
primado da quantidade qualidade com quantidade
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
14. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
5. CONCLUSÕES
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
15. Um marciano visita a Terra,
estuda os progressos
dos terráqueos e
tenta perceber como é que
eles educam as novas
gerações para esse
mundo prodigioso
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
16. Porque será que nesse mundo, que necessita
tanto de diferença e de complementaridade,
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
17. os sistemas educativos insistem em construir
industrialmente a uniformidade?
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
19. Porque será que os sistemas educativos
insistem em adestrar os alunos para serem:
• ouvintes, em vez de concretizadores?
• seguidores em vez de líderes?
• conservadores em vez de inovadores?
• imitadores em vez de criadores?
• analistas em vez de projetistas?
• dependentes em vez de autónomos?
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
20. Os estudiosos da realidade
social dos nossos dias
criticam a insistência
exclusiva na hipótese cognitiva
e acentuam a importância
vital das competências não
cognitivas (“soft skills”)
para o sucesso de um
cidadão nos nossos dias
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
21. • capacidade de auto-regulação
(impulsos, distrações, emoções,
ansiedade, stress, disciplina)
• empatia
• persistência
• curiosidade
• autoconfiança, autoestima
• abertura a novas experiências
• tolerância à incerteza
• capacidade para gerir o insucesso
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
22. Porque será que, conhecida
esta realidade, os sistemas
educativos insistem quase em
exclusivo na preparação
científica e técnica?
?
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
23. • divergente
• intuitivo
• holístico
• sintético
• subjetivo
hemisfério direito
• convergente
• racional
• atomístico
• analítico
• objetivo
hemisfério esquerdo
Porque será que, sendo o ser humano
neuronalmente equilibrado,
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
24. • divergente
• intuitivo
• holístico
• sintético
• subjetivo
hemisfério direito • convergente
• racional
• atomístico
• analítico
• objetivo
hemisfério esquerdo
os sistemas educativos insistem
que seja distorcido?
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
25. Porque será que se insiste em que
ensinar é, basicamente, explicar!?
Porque será que se insiste em que aprender é,
basicamente, mostrar que se percebeu!?
Não será verdade, como exorta Freire,
que ensinar é criar cidadãos autónomos,
capazes de assumirem individual e
coletivamente seus destinos?
e aprender é construir essa autonomia no
seio de uma cultura cidadã e democrática?
?
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
29. Estes exemplos são
motivos de esperança de
que, com mais de um
século de atraso, se
esteja finalmente
REDESCOBRINDO
A EDUCAÇÃO
Cabe-nos contribuir
para essa redescoberta
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
30. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
5. CONCLUSÕES
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
31. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
ALGUNS
DESAFIOS
3. AUTONOMIA
5. CONTROLO
4. AVALIAÇÃO
2. EMOÇÃO
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
6. DISCURSO PEDAGÓGICO
32. Em matéria de referenciais teóricos
estruturantes, o estado da arte
parece ter parado há trinta anos
Fazem-se também “remixes”
dos conceitos de há trinta anos
Os grandes autores, teorias e conceitos
hoje citados são, em larga medida,
os que eram citados há trinta anos
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
33. 1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
Não estou desvalorizando o imenso
capital de conhecimento que se acumulou
sobre educação até há trinta anos!
Pelo contrário, tenho muito respeito
por referenciais que remontam pelo
menos ao tempo dos Gregos
e que atingiram elevadíssimo nível
na segunda metade do século XX
onde encontro meus autores preferidos
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
34. Mas estou dizendo, com Fernando Pessoa:
”O essencial é saber ver
(...)
Estou sugerindo, como Jacques Derrida, que a
desconstrução pode conter o embrião do futuro:
na ausência de reflexão crítica sobre as ideias
dominantes, o futuro será igual ao passado
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
Isso exige um estudo profundo,
uma aprendizagem de desaprender”
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
35. Os avanços dos últimos trinta anos em domínios chave:
• neurociências
• psicologia
• ciências sociais
• ciências da redes
• teorias da complexidade
têm sido, na sua maior parte, ignorados!
• teorias da gestão da qualidade
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
36. 2. EMOÇÃO
"a frieza das altas tecnologias
impõe uma contrapartida
indispensável de calor humano:
quanto mais tecnológica é
uma sociedade, mais necessita de
compensações ao nível dos valores
humanos e da afetividade
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
É aqui que se situa, a meu
ver, a função chave de
uma escola reinventada:https://www.researchgate.net/publication/281863901
37. 2. EMOÇÃO
dar estrutura a um mundo
de diversidade,
fornecer os contextos e saberes
de base para uma autonomia
de sucesso nesse mundo, e
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
fornecer as respostas humanas
compensatórias de que a
escola dos nossos dias se está a
distanciar tão perigosamente"
38. 3. AUTONOMIA
A dependência dos alunos
relativamente a ensinamentos
enlatados e pré-mastigados
e a sua falta de
autonomia e iniciativa
atingiu os limites
do insustentável
É preciso quebrar o circulo vicioso
da dependência e da falta de autonomia
“Espero que sejam todos independentes, inovadores e
críticos, mas que façam exatamente como eu digo”.
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
39. As tecnologias têm dado contribuições
importantes para gerar autonomia:
• blended-learning
• flipped learning
Já há sistemas escolares a formar
seus professores para a utilização
corrente destas abordagens
3. AUTONOMIA
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
40. As tecnologias têm permitido, também, integrar
atividades indutoras de autonomia:
• projetos
• blogs
Começa-se a compreender a importância
de avaliar trabalhos apresentados
perante audiências genuínas
• simulações
• jogos
3. AUTONOMIA
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
41. Começa-se a compreender, também, a
necessidade de instrumentar a autonomia:
• objetos mediadores
• redes de conceitos
• várias ferramentas
tecnológicas
4. AVALIAÇÃO
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
42. Conseguida alguma margem
de autonomia, torna-se possível começar
a desenvolvê-la sistematicamente
• co-avaliação
• colaboração
e tirar partido dela
ao nível da avaliação:
• co-evolução
• co-aprendizagem
4. AVALIAÇÃO
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
43. Torna-se então indispensável
instrumentar a avaliação autónoma
• rúbricas
• contratos de aprendizagem
• portfólios
• outros instrumentos
mediadores
4. AVALIAÇÃO
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
44. Com alunos mais autónomos e capazes
de coparticipar na avaliação
surgem condições para transferir
para os alunos o lugar de controlo
e assegurar que eles passam a intervir
no próprio desenvolvimento do curso
Ter-se-á conseguido, então, finalmente, a
genuína aprendizagem centrada no aluno
5. CONTROLO
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
45. Há que libertar o discurso pedagógico
da dependência induzida pelo modelo
social da aula magistral medieval
Os discursos
• scripto
• audio
• video
e os relacionamentos entre
eles têm de ser reinventados
6. DISCURSO PEDAGÓGICO
3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
46. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
5. CONCLUSÕES
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
48. As inovações incrementais desenvolvem-se
sobre produtos, processos, organizações,
ou sistemas sociais já existentes
INOVAÇÃO INCREMENTAL
Podem corresponder a melhoramentos
rotineiros ou a descobertas radicais
mas
centram-se sempre na
essência do que já existe
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
49. • Aviões com maior autonomia
• Baterias com maior duração
• Televisões com imagens mais nítidas
• Computadores mais rápidos
Exemplos de inovação incremental:
• Escolas com melhores resultados
INOVAÇÃO INCREMENTAL
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
50. As inovações disruptivas dirigem-se às
pessoas que não têm outras soluções
INOVAÇÃO DISRUPTIVA
Normalmente germinam em contextos pouco
exigentes e com carácter exploratório
Quem as usa gosta de as usar, apesar das
suas limitações, porque não há outras soluções
Não competem contra nada
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
51. No entanto, rapidamente ganham força,
em ambientes onde não têm concorrência
evoluem muito rapidamente
e acabam por substituir
as soluções tradicionais
INOVAÇÃO DISRUPTIVA
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
52. O computador pessoal
Os primeiros computadores pessoais (como o
Spectrum e o Apple II) eram ridiculamente limitados,
e estavam completamente fora desse mercado
Exemplos de inovações disruptivas:
Nos anos 80, o mercado informático era dominado por
minicomputadores de $ 200,000 produzidos pela Digital
Equipment Corporation (DEC), a Data General e a HP
INOVAÇÃO DISRUPTIVA
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
53. Mas rapidamente evoluíram, num mercado inexplorado
Dez anos mais tarde, nos 1990s, eram mais poderosos e
começavam a concorrer com alguns minicomputadores
Vinte anos mais tarde, nos anos 2000s, o mercado dos
minicomputadores desmoronou-se, a favor dos PCs
Destinavam-se a ser usados como
brinquedos pelas crianças e pelos pais
A DEC e a Data General já não existem
INOVAÇÃO DISRUPTIVA
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
54. os sistemas educativos
são redes de atores
que se reforçam mutuamente,
em configurações estáveis
Do ponto de vista da
sociologia da inovação
A cristalização destas
configurações
impede a mudança
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
56. é impossível produzir
inovações com efeitos duradores
A inércia dos sistemas dilúi
ou distorce as inovações
Alguns peritos em inovação consideram que
nestes ecossistemas conservadores
e converte-as para
a uniformidade reinante
É como regar no deserto
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
57. A inovação incremental
nos sistemas educativos
tem sucesso difícil
mas pode ser explorada
Na verdade, não é bem assim
com estratégias sólidas,
inteligentemente geridas
sobre teorias sociais confiáveis
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
58. Mas o percurso mais promissor
para a inovação nos
sistemas educativos
é o da inovação disruptiva
que cresce discretamente
nas margens do sistema
até começar a transformá-lo,
irreversivelmente
McGraw-Hill, New York, 2008
Clayton M. Christensen é um autor
inspirador quanto a este tópico
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
59. Cursos on-line em áreas que
as escolas não cobrem:
• cursos para crianças sobredotadas
• cursos de enriquecimento para crianças
com necessidades especiais
• cursos opcionais sobre línguas,
arte, humanidades, economia, etc.
• Apoio a distância a alunos
nómadas ou que estudam em casa
Exemplos de inovações disruptivas em educação:
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
60. • Escolas-piloto explorando
novos modelos de escola
• Escolas-piloto explorando
novos modelos pedagógicos (ex.:
aprendizagem baseada em projetos)
• Escolas experimentais promovendo mudanças
transformacionais em comunidades sociais
degradadas nas quais se integram
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
61. Estes são exemplos de inovação
disruptiva que não colide com
ecossistema educacional dominante
Não tendo resistências, a
inovação disruptiva pode
incubar pacificamente
até amadurecer para
níveis que a tornem
transponível para esse
sistema dominante
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
62. Enquanto as experiências pedagógicas
ditas inovadoras se centrarem
na utilização pedagógica mais ou
menos instrumental de computadores,
tabletes, celulares, Web ou redes sociais
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
e não numa educação mais alargada,
mais sustentável, mais duradoura,
mais transformativa, mais cidadã
63. que convoque as TDIC na exata
medida em que elas são do mundo
de hoje, mas não mais do que isso
as TDIC continuarão dominando
artificialmente as agendas de pesquisa
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
e adiando a urgente renovação
da educação e das pedagogias
64. 3. REINVENTAR A PEDAGOGIA
5. CONCLUSÕES
4. INOVAR NA EDUCAÇÃO
2. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
1. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
65. Em matéria de TDIC na educação está
havendo muito pouca inovação genuína
que se propague e permaneça no sistema
A inovação não está acontecendo porque
não estamos conseguindo criar:
5. CONCLUSÕES
• contextos culturais que a estimulem
• contextos pedagógicos que a sustentem
66. São raros os poderes políticos
capazes de mobilizar verdadeiras
mudanças culturais na educação
e isso não é novo na
história da educação
5. CONCLUSÕES
67. 5. CONCLUSÕES
O que é novo, e não
era possível há 40 anos,
é que hoje os professores,
pais e cidadãos interessados
na renovação da educação
podem associar-se
através das redes sociais
e constituir-se em grupos de
pressão que fomentem a mudança
68. 5. CONCLUSÕES
Seria desejável que a
mobilização para a mudança
cultural na educação
pudesse acontecer graças
aos poderes políticos,
e não apesar deles
69. 5. CONCLUSÕES
mas os professores, pais
e cidadãos podem hoje
promovê-la, pacificamente e
de forma construtiva, se não
houver outra alternativa
70. TDIC e
Educação:
para além
das TDIC
FIM
São Paulo, PUC-SP, 21 de Setembro de 2015
IV Seminário Web Currículo e
XII Encontro de Pesquisadores em Currículo
Slides em:
www.slideshare.net/
adfigueiredoPT