A oficina é um trabalho estruturado em grupo que se centraliza em torno de uma questão. O planejamento de uma oficina contempla etapas antes, durante e depois, incluindo análise da demanda, pré-análise do grupo, definição do enquadre, acolhimento no início, desenvolvimento do tema e avaliação no final.
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Planejamento e etapas de uma oficina em grupo
1. Oficina é um trabalho estruturado com grupos,
independentemente do número de encontros.
Este trabalho se centraliza em torno de uma
questão, cuja elaboração acontece em um
contexto social.
2. O planejamento de uma oficina pode contemplar
as etapas propostas a seguir:
antes (organizando as idéias),
durante (vivendo a oficina propriamente dita)
e depois da oficina (avaliando o acontecido e
propondo novas oficinas, quando for o caso).
3. 1º momento: antes da oficina
1. ANÁLISE DA DEMANDA (planejamento)
- Fatores Externos
- Fatores Internos
1.1 - PRÉ ANÁLISE
1.2 - ENQUADRE
4. 1º momento: antes da oficina
1. ANÁLISE DA DEMANDA
(planejamento):
Ao se planejar uma oficina deve ser feita uma análise de
fatores externos e internos, que contribuem e delineiam
sua possibilidade de existência e desenvolvimento.
Esses fatores são relacionados à instituição (fatores
externos) e aos participantes (fatores internos).
5. 1.a -Fatores Externos
• - Possibilidade da instituição- o que é possível
realizar, tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de
vista ideológico.
• - O que já foi feito – a história, dentro da instituição,
relacionada àquele tema em particular, os sucessos e os
fracassos.
•
- Compromisso da instituição
– o quanto a
instituição se compromete com o trabalho de determinado tema,
e seus desdobramentos (por exemplo, uma oficina que se
desdobra em palestras, ou pesquisas, ou peça de teatro, etc.
6. 1.b – Fatores Internos
•
•
-Necessidade dos participantes
– essa
necessidade pode ser percebida pelos próprios participantes,
ou pela instituição, ou pelos dois. É claro que quando ambos
percebem a necessidade de trabalhar um determinado tema, o
desenvolvimento de oficinas torna-se mais fácil
-Características dos participantes
(idade,
sexo, instrução, experiências, etc.) – possibilita que a
coordenação construa um mapa prévio dos participantes e infira
algumas questões. Por exemplo, quando se trata de um tema
educativo e o nível de instrução dos participantes é muito
heterogêneo em relação àquele tema particular, isso deve ser
levado em conta no planejamento da oficina propriamente dita.
• -Receptividade dos participantes – por toda
análise anterior é possível prever como será a receptividade
dos participantes em relação a determinado tema.
7. 1. 1 - PRÉ ANÁLISE
- Após a análise da demanda
faz-se uma pré análise do grupo: analisa-se o que o grupo já
sabe, precisa e quer saber em relação ao tema. O que ele
consegue compreender e assimilar a respeito do tema. É um
momento de diagnóstico da questão (o tema e o grupo) em
vários aspectos.
1. 2 - ENQUADRE
-
É a definição de quem é o
participante, do número de participantes, do local, horário,
recursos logísticos disponíveis e número de encontros. Definir
o enquadre
possibilita preparar uma estrutura para o
trabalho, dentro das condições existentes.
8. 2º momento: início da oficina
1. - ACOLHIMENTO
• disposição para receber todas as manifestações dentro de
determinado tempo e tema.
• são usadas várias técnicas, de acordo com a especificidade e
fase do grupo.
• sugere-se que não sejam usadas técnicas que necessitem de
contato físico.
• caso de vários encontros as estratégias de acolhimento serão
avaliadas de acordo com o trabalho realizado pelo grupo, no
encontro anterior .
• -Objetivo (porque): sensibilizar para que o grupo aconteça.
• -Meta (para quê): assimilação, elaboração de conhecimentos e
mudanças de atitudes.
9. As técnicas e a sua utilização no grupo:
•
Favorecem
comunicação.
a
sensibilização,
a
expressão
e
a
• Possibilitam a expansão do conhecimento e abertura de
interação no grupo.
• Estão conectadas ao processo grupal, à reflexão central do
grupo.
• Possibilitam a passagem do nível lúdico para o reflexivo.
A técnica por si só não tem sentido,
não constrói; ela é meio, não fim .
10. 3º momento: desenvolvimento da
oficina
1. TEMA
– escolher o tema de acordo com a demanda do
próprio grupo e com demanda da instituição.
Quem vai desenvolver o tema: a coordenação se sente apta
para isso ou é necessário também um especialista nessa
oficina propriamente dita?
1.a - Como - é a sensibilização – cena de filme, música,
textos, (história, piada, poesia) ilustração (charge, cartazes).
Tem o objetivo de motivar, preparar os participantes para
determinado tema. A sensibilização parte da experiência para
chegar à assimilação de conteúdos e possíveis mudanças. É
interessante, nesse momento, dividir o grupo em alguns
subgrupos, para favorecer a integração. A atividade pode ser
verbal, gráfica ou cênica. A coordenação deve ficar atenta ao
que é exposto (verbal e não verbal), para eventuais
intervenções e reestruturações.
11. A flexibilidade na condução do grupo é
importante e tem que existir ao trabalhar
em grupo, porque trabalhar com grupo
operativo pressupõe acolher, respeitar o
conhecimento do outro, possibilitar
discussões e elaborar conceitos através
das experiências que emergem.
CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO
DE FORMA COLETIVA E SOCIALIZADA
12. 4º momento: final da
oficina
1. Avaliação do Encontro
pelos participantes.
Pode ser feito de várias formas – verbal, gráfica, cênica,
proporcionando leitura individual e coletiva do acontecido.
Essa avaliação indica rumos para os próximos encontros de
grupo (caso tenha sido planejado mais de um encontro).
13. 5º momento: após a
oficina
1 . Avaliação do Encontro - pela coordenação.
Devem ser avaliados como o grupo se desenvolveu, se
houve mecanismos de defesa e como a coordenação
conduziu o grupo.
AFONSO, L. (org.) Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção
psicossocial. Belo Horizonte: Edições do Campo Social, 2000, pp.28-55.
14. OFICINA
1º MOMENTO
ANTES
ANÁLISE DA DEMANDA
-INSTITUIÇÃO: HISTÓRIA,
POSSIBILIDADES, COMPROMISSO
-PARTICIPANTES:NECESSIDADE, CARACTERÍSTICAS, RECEPTIVIDADE.
PRÉ-ANÁLISE
O QUE O GRUPO JÁ SABE
O QUE PRECISA,
O QUE DÁ CONTA.
ENQUADRE
QUANTOS PARTICIPANTES,
CARACTERÍSTICAS
DOS PARTICIPANTES,
RECURSOS DISPONÍVEIS,
LOCAL, HORÁRIO.
2º MOMENTO
INÍCIO
ACOLHIMENTO
SENSIBILIZAR PARA
QUE O GRUPO
ACONTEÇA.
- ASSIMILAÇÃO,
ELABORAÇÃO
DE CONHECIMENTOS
E MUDANÇAS DE
ATITUDES.
3º MOMENTO
MEIO
4º MOMENTO
FIM
TEMA
QUAL
QUEM
COMO
AVALIAÇÃO
PELOS
PARTICIPANTES.