Mini-seminários da disciplina de Teste Formal de Usabilidade, Pós-graduação em Ergodesign de Interfaces da PUC-Rio / Laboratório de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces / LEUI. Prof. Luiz Agner, 2010.
Correlação entre eye-tracking e testes de usabilidade
1.
2. Apresentação
Embora o eye-tracking esteja sendo aplicado para
auxiliar a busca de problemas de usabilidade, não
existem métricas que o correlacionem às métricas
clássicas dos testes de usabilidade.
Logo, os dados provenientes do eye-tracking são
interpretados de uma forma muito subjetiva; provendo,
em muitos casos, uma conotação anedótica da
comunidade científica.
3. Objetivos
Este estudo tem como objetivo:
Criar uma correlação dos dados do eye-tracking com os
obtidos dos testes tradicionais;
Comprovar que os problemas de usabilidade não estão
ligados somente à um padrão de eye-tracking, mas à
uma sequência de padrões;
Analisar estes diferentes padrões e criar uma rede de
dados que poderia nortear os estudos em eye-tracking.
4. O que é eye-tracking?
Uma descrição concisa da técnica do eye-tracking é:
A gravação dos movimentos dos olhos
enquanto o usuário está recebendo
estímulos visuais. Estes estímulos
podem ser objetos, ações e interfaces.
5. Dados Adquiridos
Os dois principais resultados do eye-tracking são :
Mapas termais
Mapas que apresentam o tempo de fixação através
de variações de cores.
Mapas de varredura
Mapas que apresentam o caminhos percorridos pelo
olho e seus pontos de fixação.
8. Dados Adquiridos
Armitage 2006, sugere as possíveis interpretações para os
dados:
Longa fixação (interesse ou confusão)
Retornar um ponto, saccade (possível confusão)
Não olhar os elementos da página
Percorrer a página ao invés de ler, ou seja, percorrer em
qualquer direção distinta da esquerda para a direita (busca por
algum elemento específico)
Pular entre dois elementos (possível comparação ou
distração)
9. Dados Adquiridos
Primeiro lugar a ser olhado (analisar porque aquele elemento
chamou a atenção)
Último lugar a ser olhado (analisar porque o usuário não
demonstrou interesse)
Quando efetua uma escolha, retorna ao item anterior e faz uma
varredura antes de finalizar a escolha
Último lugar a ser olhado (analisar porque o usuário não
demonstrou interesse)
Ler somente títulos e subtítulos (interface monótona)
10. Dados Adquiridos
Apontamentos são feitos pelo avaliador durante o teste de
usabilidade com usuários e discutidas posteriormente.
Pode-se usar o método PEEP (Experiência pós Eye-Tracked),
onde os usuários analisam a gravação do rastreamento do seu
olhar na tela e explicam suas decisões e pensamentos.
Alegam que realizar tarefas e pensar em voz
alta simultaneamente pode deixar incompleto os resultados, pois
o usuário não consegue verbalizar os processos cognitivos que
podem ser subconscientes.
11. Métricas
As principais métricas utilizadas: Fixação
Métricas do movimento ocular Processo cognitivo / problema de usabilidade
Tempo para primeira fixação no alvo Bom (se curto), ruim (se longo)
Fixação densidade espacial Busca eficiente ou ineficiente
Dificuldade na extração de informação ou maior
Fixação de duração, Fixação comprimento
engajamento
Fixações no alvo dividido pelo número total de
Pouca eficiência na busca
fixações
Número de fixação global Busca menos eficiente
Fixações repetidas (fixação pós-alvo) Dificuldade de legibilidade ou visibilidade
Fixação por área de interesse Elemento mais importante
Porcentagem de participantes fixando nas áreas de
Chamariz principal de uma determinada interface
interesse
Fixação por área de interesse ajustadas para
Elemento de difícil reconhecimento
tamanho do texto
Taxa de fixação/varredura Mais processamento ou menos buscas
12. Métricas
As principais métricas utilizadas: Taxa de varredura
Métricas do movimento ocular Processo cognitivo / problema de usabilidade
Número de varreduras Maior a pesquisa se houver maior varredura
Objetivo do usuário alterado OU layout da
Varredura revelando mudanças direcionais
interface não corresponde as suas expectativas
Pistas visuais significativas de maiores
Ampla varredura
varreduras
Sentido visual sem pistas, as alterações das
Varreduras regressivas metas, incompatibilidade entre usuários e
expectativa do layout da interface observado
Baixa qualidade de imagem, tais como borrada
Duraço da varredura
ou baixo contraste
13. Métricas
As principais métricas utilizadas: Caminho da varredura
Métricas do movimento ocular Processo cognitivo / problema de usabilidade
Longa duração nas varreduras Varredura menos eficiente
Maior o comprimento das varreduras Busca menos eficiente
Pequena densidade espacial da varredura Pesquisa mais direta
Problemas de busca devido à falta treinamento
Varredura com regularidade
ou a problemas de layout
Incerteza na busca ou ordem de busca eficiente
Matriz de transição (ida e volta entre as áreas)
e direta
Eficiência na arrumação dos elementos de
Probabilidade de transição entre áreas de interesse
interface
14. Métricas
As principais métricas utilizadas: Taxa de contemplação
Métricas do movimento ocular Processo cognitivo / problema de usabilidade
Medida da antecipação ou distribuição de
Contemplar (habitar)
atenção entre as metas
Retorno sobre o sucesso de características de
Orientação da contemplação
projeto
Dificuldade de extrair ou interpretar informações
Duração da contemplação em de áreas de interesse
do elemento
Número de contemplação por áreas de interesse Possível importância do elemento
Cobertura espacial calculada com área convexa da
Digitalização em uma área específica ou maior
casca
15. Método
Foram analisadas duas interfaces utilizando dois métodos
de pesquisa:
Testes de usabilidade, retrospectivas e entrevistas
Eye-tracking da utilização das interfaces
16. Extração de Problemas
A primeira etapa das análise foi pautada sobre os
resultados dos testes de usabilidade:
Foram listados todos os problemas encontrados
Foram cruzados para descobrir os problemas encontrados por
mais de um participante.
Os problemas foram analisados através de protocolos para
determinar os problemas principais de cada tarefa.
17. Extração de Problemas
Os problemas foram organizados da seguinte forma:
Colocado o número do participante que vislumbrou o problema
Dado um número para cada problema de usabilidade
Uma breve descrição do problema
A localização (URL) do problema
18. Correlacionando o Eye-Tracking
Os problemas de usabilidade foram listados e analisados
com a gravação do eye-tracking do usuário relativo. Como
resultado, foi geradas uma tabela de correlacionamento
onde cada elemento do eye-tracking foi generalizado
para se adequar a cada problema de usabilidade.
Por fim, foi criado um padrão de métricas para o eye-
tracking.
19. Resultados
Comprovação da correlação dos problemas de
usabilidade com os padrões de eye-tracking
Criação de padrões de eye-tracking específicos para
cada site.
A importância dos padrões específicos e não de padrões
gerais.
A análise dos dados do eye-tracking deve ser feita como
complementação dos testes de usabilidade.
20. Problemas do Método
Grande quantidade de padrões dificultam a análise e
uma comparação precisa
Limitações das métricas quando comparadas com a
grande gama de problemas de usabilidade. A dificuldade
na adaptação pode causar equívocos de análise.
A tentativa de adaptar todos os dados do eye-tracking
pode indicar "falsos positivos" para problemas de
usabilidade.
21. Conclusões
Foi provada a correlação do eye-tracking e dos
problemas de usabilidade
Foram criadas novas métricas, que podem servir de
base para futuros estudos
Foi demonstrado que é possível usar o eye-trcking de
forma segura e ter uma análise confiável dos dados.
Retirando assim, o caráter subjetivo conotado ao
método.