2. Filosofia Medieval
Na Idade Média, a Igreja Católica passou a exercer importante papel
político na sociedade medieval.
Sua influência na época tornou-se tão ampla a ponto da fé cristã se
tornar o antecedente necessário de toda a vida espiritual. Isso marcou
o pensamento filosófico desse período.
A doutrina cristã integra, além do cristianismo, elementos do
pensamento grego, como o estoicismo e o neoplatonismo.
A elaboração dessa doutrina foi realizada pelos padres da Igreja, com o
objetivo de explicar aspectos de sua fé, mas sem contrariar as
interpretações das escrituras sagradas.
3. Características da Filosofia Medieval
A relação entre a razão e a fé;
A existência e a natureza de Deus;
Fronteiras entre o conhecimento e a liberdade humana;
Individualização das substâncias divisíveis e indivisíveis.
4. Fé versus razão
De acordo com a doutrina católica, a fé seria a fonte mais elevada
das verdades reveladas, portanto, os filósofos não precisavam mais
se dedicar à busca da verdade, pois ela teria sido revelada por Deus.
Apenas deveriam demonstrar racionalmente as verdades da fé
Na época muitos religiosos desprezavam a filosofia grega,
considerando-a como heresia. Mas houve aqueles que a
defenderam, com o intuito de utilizá-la a favor do cristianismo.
A fé cristã conciliada com a argumentação lógica da filosofia poderia
convencer os descrentes e hereges, pela razão, a aceitar a
imensidão dos mistérios divinos.
5. Escolástica e Patrística
Escolástica
Um pensamento cristão da Idade Média, baseado na tentativa de conciliação entre um
ideal de racionalidade, corporificado na tradição grega do platonismo e aristotelismo, e a
experiência de contato direto com a verdade revelada, tal como a concebe a fé cristã.
Foi um movimento que pretendia usar os conhecimentos greco-romanos para entender e
explicar a revelação religiosa do cristianismo. As ideias dos filósofos gregos Platão e
Aristóteles adquirem grande importância nesta fase. Os teólogos e filósofos cristão
começam a se preocupar em provar a existência da alma humana e de Deus. Para os
filósofos escolásticos a Igreja possuía um importante papel de conduzir os seres humanos
à salvação. No século XII, os conhecimentos passam a ser debatidos, armazenados e
transmitidos de forma mais eficiente com o surgimento de várias universidades na Europa.
6. No período escolástico, a procura da harmonização entre a fé e a razão manteve-se
como problema de especulação filosófica
Tomás de Aquino tenta buscar uma harmonia entre a fé e a razão, segundo Tomás de
Aquino a fé e a razão tende a estar em equilíbrio, utiliza a lógica para criar cinco
provas da existência de Deus na Terra, sendo assim criando uma base ao racionalismo.
“O papel da razão seria demonstrar e ordenar os mistérios relevados pela fé”
Tomás de Aquino-
7. Cinco provas da existência de Deus
Para Tomás de Aquino é possível ao ser humano chegar a compreensão
racional da existência de Deus, ou seja, com o uso da razão é possível
demonstrar a existência de Deus. Com esse objetivo em mente, ele
propôs cinco 'vias' de demonstração ou 'provas' da existência de Deus.
1ª Via: Argumento do movimento – sempre existe um ser que move a
existência de outro ser. Se não houvesse um primeiro movente
cairíamos em um processo indefinido. Logo Tomás de Aquino conclui
que é necessário ter um ser que não é movido por outro. Esse ser é
Deus
2ªVia: A causa eficiente - É necessário que haja uma causa primeira
que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma
causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria
uma outra numa sequência infinita.
8. 3ª Via: Argumento Cosmológico - Deus é um 'Ser necessário': existem seres que
podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser
desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que
fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência
fundada em nenhum outro ser.
4ªVia: Argumento dos graus existentes - verifica-se que há graus de perfeição nos
seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um
parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de
perfeição e que é a causa da perfeição dos demais seres.
5ªVia: Argumento da Teologia - Deus é a 'Inteligência Ordenadora': existe uma
ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma
inteligência, não se primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito
é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa
pediria uma outra numa sequência infinita.
9. Patrística
A filosofia patrística resultou do esforço feito pelos primeiros Padres
da Igreja a partir de textos para conciliar a nova religião, o
Cristianismo;
Tinha o pensamento filosófico dos gregos e romanos, pois só assim
seria possível convencer os pagãos da nova verdade e convertê-los a
ela.
Com essa obrigação de introduzir ideias desconhecidas para os
filósofos greco-romanos, precisou explicar, por exemplo, como o mal
pode existir no mundo, já que tudo foi criado por Deus.
10. Santo Agostinho
O grande nome do período é Santo Agostinho, professor de retórica e escolas
romanas. Se destacou por seu ecletismo;
Se converteu ao cristianismo, o qual defendeu pelo resto da vida. Para ele a
alma seria uma criação de Deus, com a missão de dirigir nosso corpo para a
prática do bem. Porém, o pecador, fazendo uso do livre arbítrio, inverteria
essa relação;
Segundo Agostinho, após o pecado, o homem só conseguiria salvação a partir
de seu esforço e da concessão da graça divina (a qual só seria dada aos
predestinados à salvação);
A liberdade humana seria um derivado de uma vontade viciada que alimenta o
pecado;
Afirmava que já nascemos pecadores e que a única forma de nos ‘’salvar’’
seria muito esforço pessoal e uma rígida educação e vida religiosa;
Para ela a verdade só seria encontrada no íntimo de nossa alma, a partir da luz
divina;