2. A Escola de Frankfurt foi criada em 1924, em uma quinta etapa
atravessada pela filosofia alemã, após o domínio de Kant e Hegel
em um primeiro momento; em seguida Karl Marx e Friedrich
Engels; posteriormente de Nietzsche.
A produção filosófica germânica permaneceu ativa no Ocidente,
de 1850 a 1950, onde não conseguiu resistir, depois de enfrentar
duas Guerras Mundiais.
Ela reuniu em torno de si um círculo de filósofos e cientistas
sociais de mentalidade marxista, onde se juntaram no fim da
década de 20. Estes intelectuais cultivavam a conhecida Teoria
Crítica da Sociedade.
Seus principais integrantes eram Theodor Adorno, Max
Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal,
Erich Fromm, Jürgen Habermas, entre outros. Esta corrente foi a
responsável por repassar expressões como “indústria cultural” e
“cultura de massa”.
3. Ela foi criada por Félix Weil, financiador do grupo, Max Horkheimer,
Theodor Adorno e Herbert Marcuse, que a princípio a administraram
juntos. Ernst Bloch e o psicólogo Erich Fromm acompanhavam à
distância o despertar desta linha filosófica, que vem justamente em
um momento de agitação política e econômica vivido pela Alemanha,
no auge da famosa República de Weimar.
Seus membros seriam partícipes e observadores das principais
mutações que impulsionaram a Europa durante a Primeira Guerra
Mundial, seguida por outros movimentos contra o estado, na qual
ninguém sairia impune.
Esta Escola tinha uma sede, o Instituto para Pesquisas Sociais; um
mestre, Horkheimer, onde depois foi substituído por Adorno; uma
doutrina que orientava suas atitudes; um modelo por eles adotado,
baseado na união do materialismo marxista com a psicanálise,
criada por Freud; uma aceitação constante ao pensamento de outros
filósofos, tais como Schopenhauer e Nietzsche. O programa por eles
adotado passou a ser conhecido como Teoria Crítica.
4. Os integrantes da Escola assistiram, a explosão da Revolução
Russa, em 1917, o surgimento do regime fascista, e a subida
implantação do Nazismo na Alemanha, que elevou-se com uma
proscrição forçada deste grupo, composto em grande parte por
judeus, a partir de 1933.
Esta mudança marcou definitivamente cada um deles,
principalmente depois do suicídio de Walter Benjamin, em 1940,
quando certamente tentava atravessar os Pireneus, temeroso de ser
capturado pelos nazistas.
Eles se tornam nômades, viajando de Genebra para Paris, então
para os EUA, até se fixarem na Universidade de Columbia, em Nova
York. Erich Fromm e Marcuse mudam a teoria ao juntar os conceitos
da Teoria Crítica aos ideais psicanalíticos.
Marcuse, que optou por ficar nos Estados Unidos depois da volta
do Instituto para o solo alemão, em 1948, onde acabou sendo um dos
integrantes da Escola que mais se encontrou para sua produção
intelectual, uma vez inspirando os movimentos pacifistas e as
revoltas estudantis, fundamentais em 1968 e 1969.
5. Por outro lado, Adorno, até hoje tido como um dos filósofos mais
importantes da Escola de Frankfurt, continuou sua etapa de
transformação dialética da racionalidade do Ocidente, na sua obra
Dialética Negativa.
. Sua morte marca a passagem para o que alguns estudiosos
consideram a segunda etapa da Escola, que encontra seu principal
líder em Jürgen Habermas, ex-assessor de Adorno e, posteriormente,
seu crítico mais ardoroso.
6. O filósofo alemão Karl-Otto Apel hospedou-se no Brasil para uma
série de conferências principalmente no Departamento de Filosofia
da Universidade de São Paulo, em outubro de 1990. Foi sua
primeira viagem intelectual ao Brasil. Ligado à Escola de Frankfurt
é, ao lado de Jürgen Habermas, seu maior expoente em atividade.
Pronunciou que, em 1990, deveria tornar-se Professor Emérito
pela Universidade de Frankfurt. Mesmo não sendo mais obrigado a
dar aulas, queria continuar suas atividades eduacadoras e de
pesquisa.
Definiu sua área de estudo como "semiótica pragmática
transcendental". Contra o relativismo que prevalece na filosofia,
Apel expõe questões sobre valores vitais que ajudam a própria
experiência humana e que não podem defender relativistas na linha
do segundo Wittgenstein estar inteiramente sujeitos a condições
locais e históricas.
8. Albrecht Wellmer é um autor que pertence à segunda geração
Escola de Frankfurt – ou Teoria Crítica da sociedade. Este artigo
tem por objetivo mostrar, em termos gerais, a superação da norma
filosófica da consciência, característica da primeira geração, em
direção à filosofia da linguagem supostamente citada por
Habermas, configurando desse modo o movimento epistemológico
na direção da segunda geração.
A partir dessa transição de regra, tentou praticamente mostrar
que uma das diferenças centrais de Wellmer em relação a
Habermas se refere ao modo de interpretar a Teoria Estética de
Adorno, após adquirir o status de teoria da comunicação, já que a
solitaçãol estética da obra de arte moderna também configura uma
pretensão de verdade, o que serve de apoio à “perspectiva
situacionista da verdade” defendida por Wellmer.
10. Nasceu em Berlim, filho de pais judeus. Estudou literatura e filosofia
em Berlim e Freiburg, onde conheceu o filosofo Martin Heidegger um
dos maiores pensadores alemães da época.
Voltou para a cidade natal com 24 anos, e trabalhou na venda de
livros. Voltou para Freiburg, onde foi orientado pó Heidegger em seu
doutorado sobre o filósofo Hegel.
Em 1933, por causa do governo nazista, Herbert Marcuse não teve
autorização para terminar seu projeto, então foi trabalhar em
Frankfurt, Instituto de Pesquisa Social.No mesmo ano imigrou da
Alemanha para a Suiça, logo após para os EUA, onde conseguiu sua
cidadania em 1940.
Em meio a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)Herbert Marcuse
foi trabalhar para o governo norte-americano verificando relatórios do
serviço de espionagem sobre a Alemanha, ele trabalhou até 1951.
11. No outro ano começou sua carreira de professor universitário de
teoria política, na Colúmbia e em Harvard , depois em Brandeis,
onde ficou de 1954 até 1965. Perto de se aposentar foi lecionar na
Universidade da Califórnia,em San Diego.
Sua analise a sociedade capitalista, na obra “Eros e Civilização”
(1955) e “O homem unidimensional” (1964) inspiraram os
movimentos estudantis de esquerda (1960).
“O homem unidimensional” pode ser visto como uma crítica das
sociedades altamente industrializadas. Marcuse critica tanto os
países comunistas quanto os capitalistas, por seus erros no
processo democrático: os dois tipos de sistema nenhum conseguiu
fazer ter igualdade de condições para seus cidadãos.
Marcuse argumentava que a sociedade industrial avançada
gerava falsas necessidades que integravam os indivíduos ao
sistema de produção e de consumo.
12. Comunicação de massas e culturas, publicidade, administração
de empresas e modos de pensamentos contemporâneos, eles
reproduziram o sistema já existente, apenas cuidaram para não
existir pontos negativos, criticas e oposições.
Marcuse viveu para assistir e sentir os efeitos do que teorizou:
tinha 70 anos quando eclodiu a Revolução Inesperada, a grande
revolta estudantil de 1968 em praticamente todos os países do
mundo.
Por sua capacidade de apoiar os estudantes nos manifestos
contra a guerra Vietnâ (1961-1974), queriam modificar a sociedade
e a política, Marcuse ficou conhecido como o “pai da nova
esquerda”, apelido que ele não aprovava. Fez vários discursos nos
EUA e na Europa no fim da década de 70.
Morreu de infarto com 81 anos, durante uma visita à Alemanha.
14. Nasceu em Frankfurt, em 1900 emigrou para os EUA quando Hitler
subiu ao poder (Nazismo).
Formou-se em Psicologia e Sociologia na Universidade de
Heidelberg, onde também fez seu doutorado e completou sua
formação na Universidade de Monique (doutorado em filosofia) e no
Instituto Psicanalítico de Berlim, se especializando em Psicanálise.
Na América, Fromm desenvolveu sua carreira, sempre provocando
polemicas com sua linha de pensamento e sua terapêutica, que unia
a Psicanálise com a teoria marxista, incluindo fatores sócio-
econômicos aos tradicionais métodos de tratamentos das neuroses.
15. Segundo Fromm o homem é o produto de princípios culturais e
biológicos. Assim desafiando os preceitos freudianos, que destacam
somente a esfera do inconsciente.
Alem de clinicar, ele também era professor universitário nos EUA e
no México. Suas obras tratam continuamente as questões ligadas à
violência , aos regimes totalitários, à alienação social, ao
humanismo.
Seu ponto de vista humanista atraiu profissionais do campo da
Sociologia, da Filosofia e da Teologia.
Erich Fromm sempre revoltou-se contra o mecanicismo que infiltra-
se as relações sociais e econômicas do mundo contemporâneo,
regido por um capitalismo desumano e cruel.
Inspirado profundamente pela obra de Karl Marx, ele faz uma
analogia entre os conceitos marxistas e os freudianos, ,tentando
firmar entre ambos uma relação dialética, à procura de uma síntese
destas ideia.
16. Ele privilegia, porém, a teoria de Marx, valendo –se de Freud
apenas para completar alguns pontos não explicados pelo marxismo.
Este pensador gera, assim, uma espécie de humanismo espiritual,
social e também dialético.
Segundo Erich Fromm, o individuo semeou interiormente
sentimentos de desamparo e solidão, pois perdeu o contato com sua
dimensão mais humana, deixou de evoluir suas virtudes, e assim
tornou-se incapaz de relacionar com os mesmos aspectos
essenciais das outras pessoas.
É a este processo que ele chama de alienação social, oculta por
trás das personas de cada um, mas mesmo assim capaz de realizar
um impacto sinistro sobre a Humanidade.
Ao mesmo tempo em que o homem avança materialmente, ele se
afasta cada vez mais dos outros seres, é o que Erich Fromm expõe
em sua obra “Medo da Liberdade”.
17. Desta forma, a liberdade tão desejada torna-se uma armadilha
assustadora da qual ele tenta fugir através da conquista de
recursos financeiros e da guerra pelo poder, por meio de uma
indiferença absoluta diante do autoritarismo, ou ainda pelas vias do
conformismo social.
Assim, o homem pode fingir que possui alguma coisa, ou que é
propriedade de alguém, pois desta maneira sente que não está
sozinho.
O psicanalista acredita que a aceitação do outro e de seu tesouro
interior, a prática da solidariedade e do trabalho em conjunto social
podem oferecer a Humanidade uma saída provável para esta
trágica situação criada pelo próprio Homem.
Erich Fromm morre um Muralto, na Suiça, no dia 18 de março de
1980.
19. Leo Lowenthal foi um sociólogo alemão, que esteve ligado a
escola de Frankfurt.
Filho de Judeus, viveu durante o período da Republica de
Weimar. Em 1926, entrou para o recém-fundado Instituto para
Pesquisa Social de Frankfurt. Em 1934 emigrou para os Estados
Unidos da América.
Trabalhou entre outros na Universidade Columbia, foi diretor de
pesquisa na Voz da América (1949-1955) e professor
da Universidade de Berkeley (1956-1980).
Foi especialista em Sociologia da Literatura e Cultura de Massa.
20. Algumas das suas principais obras:
Schriften in fünf Bänden. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1980-1987.
Literatur und Massenkultur
Das bürgerliche Bewußtsein in der Literatur
Falsche Propheten. Studien zum Autoritarismus
Judaica. Vorträge. Briefe
Philosophische Frühschriften
Fonte: www.ub.uni-frankfurt.de
21. Jürgen Habermas foi um filosofo e sociólogo nascido em 1929 em
Düsseldorf, na Alemanha. Lecionou na Universidade de Heidelberg e
na Universidade de Frankfurt.
Grande nome da Teoria Crítica originada na Escola de Frankfurt,
Habermas abriu-a a um largo espetro teórico, que vai das questões
epistemológicas e relacionadas com a dinâmica das sociedades
capitalistas avançadas, à filosofia analítica, filosofia das ciências,
linguística, ciência política, funcionalismo estrutural, teoria sistémica
e desenvolvimento moral e cognitivo.
Na sua primeira grande obra, Strukturwandel der
Öffentlichkeit (1962), abordou historicamente, no quadro da teoria
crítica, a ascensão, a posterior decadência e a atual substituição
daquilo a que chamou a "esfera pública da burguesia", pelos mass
media, pela administração tecnocrata e pela despolitização da
sociedade.
22. Na sua perspetiva, a verdadeira racionalidade só pode ser atingida
em situações ideais de discurso, onde todas as partes têm igual
oportunidade de se envolverem no diálogo, sem restrições nem
distorções ideológicas.
Um conhecimento válido só pode emergir de uma situação de
diálogo livre, aberto e ininterrupto. Só este modelo, difícil de
realizar, estabelece as condições para uma ciência social crítica e
verdadeiramente emancipada.
Segundo Habermas, nós coordenamos as nossas ações através da
comunicação.
Habermas debateu profundamente a relação entre teoria e prática e
os desenvolvimentos da teoria da "ação comunicativa".
Em 2003 foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias para
as Ciências Sociais.
23. Suas principais obras:
1954, Das Absolut und die Geschichte (tese de dissertação);
1961, Student und Politik (em colaboração); 1962, Strukturwandel der
Öffentlichkeit; 1963, Theorie und Praxis; Zur Logik der Sozial;
1967,Wissenschaften; 1968, Erkenntnis und Interessen;
1968, Technik und Wissenschaft als Ideologie;
1969, Protestbewegung und Hochschulreform; 1970,Arbeit-
Erkenntnis-Fortschritt; 1971, Philosophische-politische Profile;
1971,Theorie der Gesellschaft oder Sozialtechnologie (em
colaboração com Niklas Luhmann); 1973, Legitimationsprobleme im
Spätkapitalismus (em colaboração com Niklas Luhmann); 1976, Zur
Rekonstruktion des Historischen Materialismus(em colaboração com
Niklas Luhmann); 1981, Theorie des Kommunikativen Handelns, 2
vols.
25. Filósofo alemão e autor de uma teoria crítica da sociedade, Max
Horkheimer empreende uma profunda análise das ciências sociais,
onde surge a oposição basilar em sua obra: Razão Instrumental
versus Teoria Crítica.
A Razão Instrumental seria o que pertence à esfera da teoria
tradicional. A Teoria Crítica segue pelos caminhos do pensamento
crítico-negativo. Horkheimer critica a razão abstrata da teoria
tradicional, por julgá-la uma criadora dos mitos em que se assenta
o cientificismo.
Filho de um rico industrial fabricante de tecidos, Max Horkheimer
nasceu em 14 de fevereiro de 1895, em Struttgart. Entre 1911
e1915 estudou no “Gymnasium de Handelslehre”. Abandonou os
estudo para trabalhar com seu pai até 1918.
26. Em 1919 ingressou nos cursos de psicologia e filosofia,
primeiramente em Munchen, Freiburg e, posteriormente, em
Frankfurt, onde concluiu seu doutorado em 1922.
No ano seguinte, em 1926, casa-se com Rosa Rieker. Nesse
mesmo ano, funda a Escola de Frankfurt em parceria com Theodor
Adorno. Assume o cargo de professor em 1930 e, em 1931 é
nomeado Diretor do referido Instituto.
Coma perseguição do regime nazista em 1933. A Escola de
Frankfurt é fechado e Horkheimer se exila nos EUA, em 1934, onde
passa a trabalhar na Universidade de Columbia, primeiramente em
Nova York e depois em Los Angeles.
Em 1940, Horkheimer e Adorno escrevem o clássico “Dialética do
esclarecimento”. Alguns anos amis tarde, em 1949, retorna à
Alemanha e reassume seu cargo de professor e diretor da Escola
de Frankfurt, onde foi reitor entre os anos de 1951 e 1953.
27. PRINCPAIS IDEIAS
O pensamento Max Horkheimer caracterizou-se pelo seu
marxismo não-ortodoxo e pela orientação Crítico-sociológica com
base filósofica. Para ele, as categorias marxistas não podem ser
compreendidas como conceitos definitivos, pois o seu valor
enquanto crítica da razão instrumental esta embasado na
dinâmica existente entre a teoria conceitual e práxis social.
Suas críticas recaem sobre o método cartesiano, o qual instaurou
a ciência enquanto sistema dedutivo e matematicamente perfeito.
Com efeito, a teoria tradicional se torna abstrata, na medida se
afasta da origem dos problemas sociais.
Por sua vez, com a teoria crítica de Hokheimer, o subjetivismo é
transcendido pela relevância social a que se aplique o método
científico empregado. Com essa ênfase na existência social
enquanto fator determinante da consciência, as obras deste
filósofo despertam o homem de sua apatia social para que
protestem contra toda ordem totalitária.
28. Principais obras:
Materialismo e Moral (1933)
TeoriaTradicional eTeoria Crítica (1937)
Eclipse da Razão (1947)
Dialética do Esclarecimento (1947)
Teoria Crítica Ontem e Hoje (1970)
Fonte: filcarlos.com
29. Este renomado intelectual alemão, Theodor Ludwig Wiesengrund
Adorno, nascido em Frankfurt, no dia 11 de setembro de 1903,
formou-se em filosofia, sociologia, psicologia, e tornou-se também
musicólogo e compositor, graduando-se na Universidade de
Frankfurt. Posteriormente fundou, ao lado de outros conhecidos
filósofos, a Escola de Frankfurt.
Seu pai, Oscar Alexander Wiesengrund, era um alemão de
procedência judaica, porém convertido a religião protestante,
enquanto sua mãe, a italiana Maria Bárbara Calvelli Adorno,
dedicava-se à música erudita e professava o catolicismo. Mais tarde
o filho adota o sobrenome materno, passado a ser conhecido como
Theodor W. Adorno.
30. Sua formação musical foi realizada pela sua meia-irmã pelo lado da
mãe, Aghate, primorosa pianista. Além de se sobressair nos estudos,
freqüentou um curso particular com o compositor Bernhard Sekles e
tornou-se especialista no filósofo Immanuel Kant.
O empenho intelectual do Adorno o levou a defender, já em 1924,
sua tese sobre a fenomenologia de Edmund Hursserl. Antes mesmo
de se formar ele se torna amigo de Walter Benjamin e de Max
Horkheimer, seus futuros companheiros de militância intelectual e
política. Sua trajetória intelectual tem início em 1933, quando lança
sua tese sobre Kierkegaard.
As primeiras publicações deste alemão – A Teoria do Romance e
História da Consciência de Classe -, mais tarde rejeitadas por ele,
para completa desilusão de Adorno, influenciam profundamente sua
produção acadêmica, sustentando seus ideais e os rumos de sua
mente brilhante. Benjamin também deixa marcas fundamentais no
pensamento adorniano, que se identifica plenamente com os
conceitos desenvolvidos pelo amigo.
31. Futuro crítico contundente dos meios de comunicação de massa,
ele percebe, nos seus anos d exílio nos Estados Unidos, serem
eles peças essenciais da engrenagem que alicerça a indústria
cultural. Esta criação do Capitalismo molda a mentalidade dos
que a ela aderem inconscientemente, semeando o conformismo e
a resignação na populção.
Adorno foi mais um dos adeptos da Escola Frankfurt que, durante
o processo de nazificação da Alemanha, foi obrigado a se refugiar
na América, por ser de ascendência judaica e também por sua
vocação para o socialismo. Depois de uma passagem pela Suíça,
ele atendeu a um convite de Horkheimer para trabalhar na
Universidade de Princeton.
Sua impressão sobre os Estados Unidos não foi das melhores,
Sofisticado intelectual europeu, incomodou-o profundamente e o
ar de uniformização presente em tudo, a despeito dos conceitos
norte-americanos de individualidade e do cultivo das diferenças.
Este universo regido pelos interesses, pelo lucro e pelas
conveniências o levou a uma massificação da cultura.
32. Inclinando a compreender esse paradoxo americano, ele estuda a
fundo a mídia dos EUA, e descobre sob aparente liberdade
apregoada pelo “American Way of Life”, uma ideologia padronizada
que a tudo perpassa, com a intenção de sujeitar a massa apática.
Com o término da Segunda Guerra, Adorno professa a volta do
Instituto de Pesquisa Social para Frankfurt, juntamente com seus
membros. Após a aposentadoria de Horkheimer, Adorno assume sua
diretoria, na década de 50.
Pouco antes de sua morte, em 6 de agosto de 1969, ele assumiu
uma posição controvertida diante dos rebeldes do moimento
estudantil que, em 31 de janeiro deste mesmo ano, pretendiam
suspender sua aula para darem sequência aos protestos que se
espalhavam pelas ruas da Europa.
Surpreendentemente ele recorreu à polícia para reprimir as
manifestações, o que causou um mal estar entre ele e os
estudantes, além de o contrapor ao seu antigo companheiro,
Marcuse, que se aliara aos alunos nos movimentos que se
alastravam pelo continente europeu.