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DESTAQUES
Notícias do Plano Nacional de Cinema (PNC)
Ano Letivo 2017-18 ‫׀‬ s e t e m b r o
Fotograma de A Infância de Ivan (1962), de A. Tarkovsky.
Neste início do ano letivo 2017-18, a equipa nacional do Plano Nacional de Cinema
(Direção-Geral da Educação, Instituto do Cinema e Audiovisual e Cinemateca Portuguesa-
Museu do Cinema) saúda todas as novas escolas e equipas que integram o projeto,
desejando um ótimo ano letivo a todas as equipas e escolas que optaram por dar mais
visibilidade ao cinema nas suas respetivas comunidades educativas, reforçando convicções
sobre a importância da arte na formação integral dos jovens. A propósito da Lista de
Filmes de referência para 2017-18, partilhamos algumas notas acerca dos filmes
selecionados, e, num quadro de destaque de produções internacionais que marcam a
História do Cinema, continuamos a apostar na divulgação do cinema português e/ou em
Língua Portuguesa junto das crianças e jovens abrangidos pela escolaridade obrigatória.
2
A LISTA DE FILMES DE REFERÊNCIA PNC – 2017-18
A Lista de Filmes do PNC para 2017-2018 constitui-se como um documento de referência, que
visa uma operacionalização autónoma de atividades por parte dos estabelecimentos de
ensino. A lista de filmes do PNC integra-se numa estratégia cultural que perspetiva respeitar
critérios de abrangência, garantindo opções possíveis num quadro de estudo de produções
cinematográficas diversificadas, contemplando diferentes categorias, géneros e
cinematografias, de modo a desenvolver de forma sustentada o nível de literacia cultural por
parte dos alunos. Esta linha orientadora pretende constituir-se como um ponto de partida de
um plano mais vasto de literacia fílmica que visa divulgar junto das escolas obras marcantes
e representativas de diversas fases da História do Cinema. Nessa medida, o documento
supracitado é atualizado anualmente, admitindo novas propostas de inserção de obras
cinematográficas e integrando as sugestões provenientes de entidades diversas ligadas ao
cinema. A lista em questão visa ainda garantir a divulgação de obras de produção nacional
e/ou em Língua Portuguesa, razão pela qual mais de metade dos filmes constantes do
documento são portugueses.
E, de entre as diversas propostas para o ano letivo 2017-18, destacamos uma linha
predominante: mais de sessenta filmes possuem crianças e jovens como protagonistas. Esta
opção tem sido valorizada, na medida em que estes filmes instauram, por assim dizer, uma
pedagogia associada a um cinema que reflete sobre a infância e a juventude. Mais do que
representá-la, o cinema forja com elas formas de conhecer o mundo, surpreendendo
pequenas profanações infantis e juvenis que «desnaturalizam objetos, consumos, ordens,
poderes e hierarquias».1
Nos filmes em que a infância se torna «território e centro do
argumento»2
somos, por momentos, levados a pensar como um pequeno transgressor como
Carlitos ou uma pequena femme fatale como Teresinha (Aniki-Bóbó, de Manoel de Oliveira);
somos arrebatados para a criação de alternativas infantis ao mundo através dos brinquedos
construídos pelas crianças, (Com Quase Nada, de Margarida Cardoso e Carlos Barroco e A
Bola, de Orlando Mesquita); percebemos profundas diferenças de apropriação do mundo no
olhar e mente de um Filipe (Adeus, Pai, de Luís Filipe Rocha) no de um Jaime (Jaime,
António-Pedro Vasconcelos), no de um Rafa (Rafa, de João Salaviza) ou no de um Mauro
1
MIGLIORIN, Cezar (2015) — Inevitavelmente Cinema – Educação, Política e Mafuá. Rio de Janeiro: Azougue Editorial,
p. 8.
2
LAMEIRA, João (2015) — “Peter Pans e Lolitas – retratos da infância no cinema”, In: Ler – Livros e Leitores, n.º 139,
p.76.
3
(Arena, de João Salaviza): enquanto Filipe quer aproximar-se de um pai sempre ausente,
Jaime e Rafa são obrigados assumir precocemente responsabilidades da idade adulta, e Mauro
enfrenta o desenraizamento e a marginalidade.
Fotograma de Arena, de João Salaviza
Fotogramas de Aniki-Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira, e Arena (2009), de João Salaviza.
4
Através destas crianças e jovens, o cinema pensa (com todas as suas estratégias estéticas,
técnicas e emocionais) como mostrar a passagem dramática para a adolescência e a
«criança pode alterar a própria maneira de filmar dos realizadores, a nível do
enquadramento e da própria posição da câmara, ou até no que toca à fotografia».3
Mas o
cinema também reflete sobre os mundos infantis dos medos e das identidades dos pequenos
seres que veem demais, ouvem demais e sentem demais (A Noite ou História Trágica com
Final Feliz, de Regina Pessoa, ou Os Prisioneiros, de Margarida Madeira, ou Persépolis, de
Marjane Satrapi, ou Não, de Abas Kiarostami, ou ainda En Regardant le Film, de Zang
Yimou); o cinema vê e pensa na amizade através do ponto de vista da criança (O Tesouro do
Barba Ruiva, de Fritz Lang, ou Shane, de G. Stevens); vê e pensa na importância da
instalação transitória do caos no quotidiano infantil e juvenil enquanto motores de
desenvolvimento interno (O Meu Tio, de J. Tati ou ET, de S. Spielberg); vê e pensa a relação
da criança com os objetos do real (O Balão Vermelho, de A. Lamorisse, ou Nanook do Norte,
de R. Flaherty), ou ainda na relação entre o homem do «olhar de criança» e o
real.4
(representada nas obras de Charlie Chaplin inseridas na Lista de Filmes do PNC).
Fotograma de Manhã Submersa (1980), de Lauro António.
3
Testemunho do ator Afonso Pimentel: “O Luís [Filipe Rocha] dirigia de muito perto e emocionava-se com aquilo.
Quando ele saía de ao pé de mim, eu já estava no ponto, não precisava de ir buscar mais nada, estava tudo lá […]. A
determinada altura ele dizia: ‘Agora quando o teu pai te diz isto, sentes aquela tristeza que sentes quando queres estar
com ele e não podes.’ Todas as direções eram já imbuídas de uma emoção muito grande. Ele punha-me na história. É
esse o segredo para a direção de crianças ou de qualquer outra coisa […].” In: LAMEIRA: 2015, 80.
4
Ler, a este propósito, MENDONÇA, Luís – Fotografia e Cinema Moderno – Os cineastas amadores do pós-guerra. Lx: Ed.
Colibri, 2017, pp.33-34.
5
Fotograma de Bom Dia (1959), de Yasujirô Ozu.
Finalmente, numa perspetiva lata, o cinema pensa nas relações muito pessoais que a criança
estabelece com as pressões sociais que a envolvem (Belissima, de L. Visconti, Bom Dia, de
Yasujirô Ozu, Ladrões de Bicicletas, de V. De Sica, A Infância de Ivan, de A. Tarkovsky ou
Manhã Submersa, de Lauro António). Na verdade, valoriza-se mais tentar perceber opções
estéticas e pessoais de cineastas em função de contextos históricos e sociais diversificados
que apresentam crianças ou jovens como protagonistas, e muito menos a simples análise das
histórias das crianças retratadas ou, de um modo mais geral, os problemas de conteúdo
temático abordados. As obras selecionadas para exibição pública em salas de cinema
(Cineclubes, Cineteatros, Cinemateca Portuguesa, Fundação Culturgest, auditórios locais,
entre outros) obedecem, portanto, a critérios pedagógicos abrangentes, e distinguem o
contacto com obras nacionais e/ou de produção nacional. 5
5
Estes dados constam do Relatório de Execução Anual do PNC - 2016-17.
6
PRESENÇA DO PNC EM INICIATIVAS e EVENTOS NO INÍCIO DE 2017-18
No início do ano letivo 2017-2018, destacamos a presença do PNC nos seguintes eventos:
29 e 30 SETEMBRO – Ilha Terceira, Açores.
Participação na Festa do 40.º Aniversário do Cineclube da Ilha Terceira (CCIT), nos Açores
4 OUTUBRO – Faro, Algarve.
Participação em Ação de Curta Duração sobre Cinema e Educação, em Faro. (Parceria com
Universidade Aberta)
2 a 5 NOVEMBRO – Almada.
Participação no CICLO DE CINEMA SOBRE DIREITOS DAS CRIANÇAS – Almada
(organização da Câmara Municipal de Almada e CPCJ de Almada)
17 NOVEMBRO – Porto.
Participação em Painel sobre Cinema e História no CONGRESSO SOBRE ENSINO DA HISTÓRIA
(organização Faculdade Letras Universidade do Porto - FLUP)
Todas a sessões de cinema do PNC são organizadas pela Direção-Geral da Educação (DGE), pelo Instituto do Cinema e do
Audiovisual (ICA) e pela Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema.
A todas as equipas do PNC a nível de escola, solicitamos que enviem para o endereço pnc@dge.mec.pt imagens e outros
documentos que possam servir para divulgarmos as vossas atividades.
O nosso obrigado a todos!
A equipa do PNC

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Noticias do PNC setembro 2017

  • 1. 1 DESTAQUES Notícias do Plano Nacional de Cinema (PNC) Ano Letivo 2017-18 ‫׀‬ s e t e m b r o Fotograma de A Infância de Ivan (1962), de A. Tarkovsky. Neste início do ano letivo 2017-18, a equipa nacional do Plano Nacional de Cinema (Direção-Geral da Educação, Instituto do Cinema e Audiovisual e Cinemateca Portuguesa- Museu do Cinema) saúda todas as novas escolas e equipas que integram o projeto, desejando um ótimo ano letivo a todas as equipas e escolas que optaram por dar mais visibilidade ao cinema nas suas respetivas comunidades educativas, reforçando convicções sobre a importância da arte na formação integral dos jovens. A propósito da Lista de Filmes de referência para 2017-18, partilhamos algumas notas acerca dos filmes selecionados, e, num quadro de destaque de produções internacionais que marcam a História do Cinema, continuamos a apostar na divulgação do cinema português e/ou em Língua Portuguesa junto das crianças e jovens abrangidos pela escolaridade obrigatória.
  • 2. 2 A LISTA DE FILMES DE REFERÊNCIA PNC – 2017-18 A Lista de Filmes do PNC para 2017-2018 constitui-se como um documento de referência, que visa uma operacionalização autónoma de atividades por parte dos estabelecimentos de ensino. A lista de filmes do PNC integra-se numa estratégia cultural que perspetiva respeitar critérios de abrangência, garantindo opções possíveis num quadro de estudo de produções cinematográficas diversificadas, contemplando diferentes categorias, géneros e cinematografias, de modo a desenvolver de forma sustentada o nível de literacia cultural por parte dos alunos. Esta linha orientadora pretende constituir-se como um ponto de partida de um plano mais vasto de literacia fílmica que visa divulgar junto das escolas obras marcantes e representativas de diversas fases da História do Cinema. Nessa medida, o documento supracitado é atualizado anualmente, admitindo novas propostas de inserção de obras cinematográficas e integrando as sugestões provenientes de entidades diversas ligadas ao cinema. A lista em questão visa ainda garantir a divulgação de obras de produção nacional e/ou em Língua Portuguesa, razão pela qual mais de metade dos filmes constantes do documento são portugueses. E, de entre as diversas propostas para o ano letivo 2017-18, destacamos uma linha predominante: mais de sessenta filmes possuem crianças e jovens como protagonistas. Esta opção tem sido valorizada, na medida em que estes filmes instauram, por assim dizer, uma pedagogia associada a um cinema que reflete sobre a infância e a juventude. Mais do que representá-la, o cinema forja com elas formas de conhecer o mundo, surpreendendo pequenas profanações infantis e juvenis que «desnaturalizam objetos, consumos, ordens, poderes e hierarquias».1 Nos filmes em que a infância se torna «território e centro do argumento»2 somos, por momentos, levados a pensar como um pequeno transgressor como Carlitos ou uma pequena femme fatale como Teresinha (Aniki-Bóbó, de Manoel de Oliveira); somos arrebatados para a criação de alternativas infantis ao mundo através dos brinquedos construídos pelas crianças, (Com Quase Nada, de Margarida Cardoso e Carlos Barroco e A Bola, de Orlando Mesquita); percebemos profundas diferenças de apropriação do mundo no olhar e mente de um Filipe (Adeus, Pai, de Luís Filipe Rocha) no de um Jaime (Jaime, António-Pedro Vasconcelos), no de um Rafa (Rafa, de João Salaviza) ou no de um Mauro 1 MIGLIORIN, Cezar (2015) — Inevitavelmente Cinema – Educação, Política e Mafuá. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, p. 8. 2 LAMEIRA, João (2015) — “Peter Pans e Lolitas – retratos da infância no cinema”, In: Ler – Livros e Leitores, n.º 139, p.76.
  • 3. 3 (Arena, de João Salaviza): enquanto Filipe quer aproximar-se de um pai sempre ausente, Jaime e Rafa são obrigados assumir precocemente responsabilidades da idade adulta, e Mauro enfrenta o desenraizamento e a marginalidade. Fotograma de Arena, de João Salaviza Fotogramas de Aniki-Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira, e Arena (2009), de João Salaviza.
  • 4. 4 Através destas crianças e jovens, o cinema pensa (com todas as suas estratégias estéticas, técnicas e emocionais) como mostrar a passagem dramática para a adolescência e a «criança pode alterar a própria maneira de filmar dos realizadores, a nível do enquadramento e da própria posição da câmara, ou até no que toca à fotografia».3 Mas o cinema também reflete sobre os mundos infantis dos medos e das identidades dos pequenos seres que veem demais, ouvem demais e sentem demais (A Noite ou História Trágica com Final Feliz, de Regina Pessoa, ou Os Prisioneiros, de Margarida Madeira, ou Persépolis, de Marjane Satrapi, ou Não, de Abas Kiarostami, ou ainda En Regardant le Film, de Zang Yimou); o cinema vê e pensa na amizade através do ponto de vista da criança (O Tesouro do Barba Ruiva, de Fritz Lang, ou Shane, de G. Stevens); vê e pensa na importância da instalação transitória do caos no quotidiano infantil e juvenil enquanto motores de desenvolvimento interno (O Meu Tio, de J. Tati ou ET, de S. Spielberg); vê e pensa a relação da criança com os objetos do real (O Balão Vermelho, de A. Lamorisse, ou Nanook do Norte, de R. Flaherty), ou ainda na relação entre o homem do «olhar de criança» e o real.4 (representada nas obras de Charlie Chaplin inseridas na Lista de Filmes do PNC). Fotograma de Manhã Submersa (1980), de Lauro António. 3 Testemunho do ator Afonso Pimentel: “O Luís [Filipe Rocha] dirigia de muito perto e emocionava-se com aquilo. Quando ele saía de ao pé de mim, eu já estava no ponto, não precisava de ir buscar mais nada, estava tudo lá […]. A determinada altura ele dizia: ‘Agora quando o teu pai te diz isto, sentes aquela tristeza que sentes quando queres estar com ele e não podes.’ Todas as direções eram já imbuídas de uma emoção muito grande. Ele punha-me na história. É esse o segredo para a direção de crianças ou de qualquer outra coisa […].” In: LAMEIRA: 2015, 80. 4 Ler, a este propósito, MENDONÇA, Luís – Fotografia e Cinema Moderno – Os cineastas amadores do pós-guerra. Lx: Ed. Colibri, 2017, pp.33-34.
  • 5. 5 Fotograma de Bom Dia (1959), de Yasujirô Ozu. Finalmente, numa perspetiva lata, o cinema pensa nas relações muito pessoais que a criança estabelece com as pressões sociais que a envolvem (Belissima, de L. Visconti, Bom Dia, de Yasujirô Ozu, Ladrões de Bicicletas, de V. De Sica, A Infância de Ivan, de A. Tarkovsky ou Manhã Submersa, de Lauro António). Na verdade, valoriza-se mais tentar perceber opções estéticas e pessoais de cineastas em função de contextos históricos e sociais diversificados que apresentam crianças ou jovens como protagonistas, e muito menos a simples análise das histórias das crianças retratadas ou, de um modo mais geral, os problemas de conteúdo temático abordados. As obras selecionadas para exibição pública em salas de cinema (Cineclubes, Cineteatros, Cinemateca Portuguesa, Fundação Culturgest, auditórios locais, entre outros) obedecem, portanto, a critérios pedagógicos abrangentes, e distinguem o contacto com obras nacionais e/ou de produção nacional. 5 5 Estes dados constam do Relatório de Execução Anual do PNC - 2016-17.
  • 6. 6 PRESENÇA DO PNC EM INICIATIVAS e EVENTOS NO INÍCIO DE 2017-18 No início do ano letivo 2017-2018, destacamos a presença do PNC nos seguintes eventos: 29 e 30 SETEMBRO – Ilha Terceira, Açores. Participação na Festa do 40.º Aniversário do Cineclube da Ilha Terceira (CCIT), nos Açores 4 OUTUBRO – Faro, Algarve. Participação em Ação de Curta Duração sobre Cinema e Educação, em Faro. (Parceria com Universidade Aberta) 2 a 5 NOVEMBRO – Almada. Participação no CICLO DE CINEMA SOBRE DIREITOS DAS CRIANÇAS – Almada (organização da Câmara Municipal de Almada e CPCJ de Almada) 17 NOVEMBRO – Porto. Participação em Painel sobre Cinema e História no CONGRESSO SOBRE ENSINO DA HISTÓRIA (organização Faculdade Letras Universidade do Porto - FLUP) Todas a sessões de cinema do PNC são organizadas pela Direção-Geral da Educação (DGE), pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e pela Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema. A todas as equipas do PNC a nível de escola, solicitamos que enviem para o endereço pnc@dge.mec.pt imagens e outros documentos que possam servir para divulgarmos as vossas atividades. O nosso obrigado a todos! A equipa do PNC