O documento apresenta os principais componentes do periodonto e as doenças periodontais, incluindo gengivite e periodontite. Discute os meios de diagnóstico e prevenção, enfatizando a importância da higiene bucal diária para prevenir doenças periodontais.
1. INTRODUÇÃO ÀS
CIÊNCIAS
ODONTOLÓGICAS:
PERIODONTIA
Acadêmicos: Ana Luiza Mira, Anderson Castelo, Elilene Marinho,
Edilan Barroso, Elias Lobato, Maicon Nunes
Professora: Mayara Sousa
2. INTRODUÇÃO
Estudos epidemiológicos relatam que uma considerável parte
da população adulta apresenta sinais de algum tipo de doença
periodontal, gengivite ou periodontite, mas somente uma pequena
parte como 10-15% é afetada de maneira severa.
O objetivo desse trabalho é apresentar os componentes que
formam o periodonto, os meios disponíveis de diagnóstico das
doenças periodontais, apresentar a melhor forma de utilizá-los na
detecção e monitoramento das mesmas, e rever as medidas de
prevenção utilizadas na população e nos indivíduos.
3. COMPONENTES QUE FORMAM O PERIODONTO
GENGIVA
A gengiva é a parte da mucosa oral que recobre os processos
alveolares dos maxilares e circunda o colo dos dentes.
A gengiva é dividida anatomicamente em marginal, inserida e
margem interdental. Cada tipo de gengiva exibe considerável
variação em sua histologia, diferenciação e espessura, e as
estruturas especificas dos diferentes tipos de gengivas reflete sua
efetividade como uma barreira à penetração por micróbios e
agentes nocivos em tecidos mais profundos.
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5. LIGAMENTO PERIODONTAL
O ligamento periodontal é composto por um tecido conjuntivo
ricamente vascularizado e altamente celular que circunda a raiz
e a liga à parede interna do osso alveolar.
FUNÇÕES FÍSICAS
1. Proporcionar o invólucro de tecidos moles para proteger os vasos e nervos
de lesões por forças mecânicas;
2. Transmitir forças oclusais aos ossos;
3. Fixar o dente ao osso;
4. Manter os tecidos gengivais em suas relações adequadas com os dentes;
5. Resistir ao impacto das forças oclusais (absorção de choques).
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7. CEMENTO
Tecido mesenquial calcificado e avascularizado que forma a
camada mais externa da raiz anatômica. Fibras de Sharpay são as
principais fibras de colágenas no dente e é por meio do cemento
que o dente é ligado ao osso.
8. PROCESSO ALVEOLAR
É a porção da maxila e mandíbula que forma e suporta os
alvéolos dentários. É formado quando o dente erupciona para
promover a inserção óssea para ligamento periodontal em
formação; quando o dente é perdido, desaparece gradualmente.
O processo alveolar é dividido em várias áreas de acordo com
suas bases anatômicas, mas funciona como unidade, com todas
as partes inter-relacionadas no suporte do dente.
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10. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS
PERIODONTAIS
O primeiro passo para um correto diagnóstico das doenças
periodontais que afetam o ser humano é conhecer as suas
diferentes classificações . O termo “doenças periodontais” envolve
uma complexa série de entidades patológicas que afetam o
periodonto e suas estruturas.
Em suma, as doenças periodontais se dividem primariamente
em:
1. Gengivites
2. Periodontites
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12. GENGIVITES
Estudos experimentais sobre a gengivite mostram que os primeiro indícios
com o acumulo de biofilme nas superfícies limpas dos dentes resulta no
desenvolvimento de um processo inflamatório ao redor do tecido gengival.
Em geral, as características clinicas são marcadas por tecido gengival
vermelho e esponjoso, sangramento a um estimulo, alteração no contorno da
gengiva e a presença de calculo ou placa sem evidencias de perda óssea na
crista alveolar.
EVOLUÇÃO E DURAÇÃO
A gengivite pode ter inicio súbito e curta duração, podendo ser dolorosa.
A gengivite recorrente reaparece após ser eliminada pelo tratamento ou
após desaparecer espontaneamente.
A gengivite crônica tem inicio lento e longa duração. É o tipo observado
com maior frequência.
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14. GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE AGUDA -
GUNA
A GUNA é uma infecção bacteriana específica (bacilos fusiformes e
espiroquetas) que invade o tecido gengival. Não é transmissível, sendo um
processo agudo quase sempre precedido por estresse, baixa de resistência
orgânica ou mudanças de hábitos de vida. Apresenta caráter súbito. A má
higiene bucal pode favorecer o seu aparecimento.
A cavidade bucal apresenta-se com uma área de inflamação aguda e
vermelhidão, geralmente iniciando-se nas pontas das papilas gengivais. Com a
evolução, a gengiva livre é destruída, aparecendo depressões também na área
marginal, com bordas grossas e um aspecto crateriforme das papilas
interdentais. É observada a presença de pseudomembrana cinza sobre as
áreas destruídas, facilmente removida sob leve pressão.
15. Ao exame clínico é constatado odor fétido, aumento da salivação,
hemorragia gengival espontânea, febre, mal estar geral, irritabilidade,
anorexia, entre outros sintomas; Se o tratamento não for instituído, pode
ocorrer destruição progressiva do periodonto, acompanhada de
complicações sistêmicas, mais graves em crianças. Em alguns indivíduos
a enfermidade pode diminuir espontaneamente, sem qualquer
tratamento.
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17. PERIODONTITE
É caracterizada por uma destruição do ligamento periodontal de
inserção, ao redor da raiz do dente, com ou sem perda de osso alveolar.
Esse processo se dá por uma inflamação gengival de intensidade variável e
migração apical do epitélio funcional, ocasionando a formação de uma bolsa
periodontal.
Bolsa periodontal ocorre quando a destruição dos tecidos periodontais
de suporte. O aprofundamento progressivo da bolsa leva à destruição dos
tecidos periodontais de suporte e à perda e esfoliação dos dentes. Existem
três tipos de bolsa: a bolsa gengival, onde não há destruição dos tecidos
periodontais de suporte, e a bolsa supra-óssea, onde a perda óssea é
horizontal, e a bolsa intra-óssea, onde a perda óssea é vertical.
18. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS QUE AFETAM O
PERIODONTO
PERIODONTITE CRÔNICA
A periodontite crônica é mais prevalente em adultos, mas pode ser
observada em crianças. É associada ao acúmulo de placa e cálculo e
geralmente tem um curso de progressão lento e moderado, porém períodos de
destruição mais rápido podem ser observados. Aumentos na velocidade de
progressão da doença podem ser causados pelo impacto de fatores locais,
sistêmicos ( diabetes melito e infecção por HIV), ou ambientais (cigarro e
estresse), que influenciam a interação normal do hospedeiro-bactéria. O
quadro clinico é composto por inflamação gengival severa e perda de inserção
com formação de bolsa periodontal.
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20. PERIODONTITE AGRESSIVA
A periodontite agressiva difere da crônica primeiramente pela rápida taxa
de progressão da doença observada da mesma forma em indivíduos saudáveis,
ausência de acumulo de placa e calculo, e historia familiar de doença agressiva
sugestiva de traço genético. O quadro clinica apresenta lesões moderadas e
severas, com inflamação gengival, sangramento, necrose de tecido gengival
com perda de inserção e exposição da crista óssea.
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22. TABAGISMO E A PERIODONTITE
Resultados de pesquisas relataram que fumantes apresentam perda
óssea alveolar acelerada, menores níveis de inserção clínica, assim como
maior profundidade de bolsa periodontal.
É de comum acordo que os efeitos do fumo prejudicam a resposta
cicatricial à terapia periodontal. Isto foi verificado através de resultados
menos favoráveis(em relação a profundidade de bolsa e ganho de inserção
periodontal) obtidos após terapia periodontal não cirúrgica e cirúrgicas.
Acredita-se que essa resposta periodontal diminuída se deva à inibição do
crescimento de fibroblastos gengivais. Outros estudos relataram que este
resultado negativo do fumo na cicatrização está relacionado à constrição
dos vasos sanguíneos gengivais e hipóxia crônica dos tecidos
periodontais devido ao efeito da nicotina, diminuição do transporte de
oxigênio pelo monóxido de carbono e inibição de sistemas enzimáticos que
atuam no metabolismo oxidativo e transporte de O2 para as células.
23. Além disso, o monóxido de carbono e o cianeto de hidrogênio
provenientes do tabaco diminuem o transporte de O2 para os tecidos,
prejudicando a cicatrização.
24. PLANO DE TRATAMENTO
Com o tratamento periodontal pode-se restaurar a gengiva cronicamente
inflamada. Se realizada adequadamente, é possível, com o tratamento:
Eliminar a dor;
Eliminar a inflamação e o sangramento gengival;
Reduzir bolsas periodontais;
Eliminar a infecção, deter a destruição do tecido mole e ósseo;
Reduzir a mobilidade anormal do dente, a perda dentaria, entre outros.
25. INSTRUMENTAÇÃO EM PERIODONTIA
Os principais instrumentais em periodontia são: sonda exploradora
milimetrada, curetas e foice.
SONDA MILIMETRADA, sua função é sondar e medir o sulco gengival. Suas
principais características são: ponta arredondada (importante para não
agredir os tecidos), é circular em secção transversal e sua extremidade
ativa é calibrada em mm ou colorida, isto facilita a visualização da
profundidade da sondagem. Essa medida não deve exceder os 3mm que
caracterizam o periodonto saudável.
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28. As CURETAS periodontais são utilizadas na remoção do cálculo, variam
sua numeração de acordo com a região da arcada. Há as curetas tipo
McCall, também conhecidas como universais, e curetas tipo Gracey,
que são específicas.
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30. As FOICES são instrumentais indicados para a remoção de grandes
massas de cálculos em áreas interproximas, porém só podem ser
usadas em raspagem supragengival. Possui duas pontas ativas, uma
reta usada para dentes anteriores e outra curva, usada em
posteriores. Esses são os instrumentais básicos utilizados para a
raspagem e alisamento radicular (RAR).
32. PREVENÇÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
Prevenir significa impedir que algo aconteça, ou diminuir o risco de tal
evento acontecer. O termo “prevenção” é um termo de largo aspecto que
pode ser aplicado a praticamente todos os procedimentos executados durante
a terapia periodontal, desde o controle da placa até as cirurgias periodontais
regenerativas.
A prevenção eficiente requer medidas que identifiquem, minimizem ou
eliminem os fatores etiológicos relacionados com o processo patológico.
Basicamente, a periodontite e a gengivite são infecções bacterianas
ocasionadas pela presença de antígenos provenientes dos diversos micro-
-organismos encontrados na cavidade bucal. Tais micro-organismos
frequentemente se agregam à placa dentária bacteriana, supra e sub
gengival, na forma de um bio-filme com características distintas.
Por esse motivo, o principal objetivo dos meios de prevenção das doenças
periodontais é a redução, desestruturação ou eliminação desse bio-filme.
33. Um bom meio de prevenção é a boa higiene oral diária, com o
uso de escova de dente macia de cabeça pequena, creme dental
e complementação de fio dental e enxaguantes bucais.
35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Michael G. Newman, DDS
Henry H. Takei, DDS, MS
Perry R. Klokkevold, DDS, MS
Fermin A. Carranza, Dr. Odont, 10º Edição - Rio de Janeiro – 2007.
(Periodontia Clinica)