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Teoria geral de sistemas


                    1 – A origem e o conceito da Teoria Geral de Sistemas.

A Teoria Geral de Sistemas (também conhecida pela sigla, T.G.S.) surgiu com os trabalhos do biólogo
alemão Karl Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968.

Karl Ludwig von Bertalanffy (Viena, 19 de setembro de 1901 — Buffalo, Nova Iorque, 12 de junho de
1972) foi o criador da Teoria Geral dos Sistemas. Cidadão austríaco desenvolveu a maior parte do seu
trabalho científico nos Estados Unidos.

Bertalanffy fez os seus estudos em biologia e interessou-se desde cedo pelos organismos e pelos problemas do
crescimento.

Os seus trabalhos iniciais datam dos anos 20 e são sobre a abordagem orgânica. Com efeito, Bertalanffy não
concordava com a visão cartesiana do universo. Colocou então uma abordagem orgânica da biologia e tentou
fazer aceitar a ideia de que o organismo é um todo maior que a soma das suas partes.

Criticou a visão de que o mundo é dividido em diferentes áreas, como física, química, biologia, psicologia,
etc. Ao contrário, sugeria que deve se estudar sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas
interdependências, pois cada um dos elementos, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional
maior, desenvolvem qualidades que não se encontram em seus componentes isolados.

A T.G.S. não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações
conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica. Os pressupostos básicos da
T.G.S. são:

    Existe uma nítida tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;
    Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas;
    Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os campos não físicos do
     conhecimento científico, especialmente as ciências sociais;
    Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que atravessam verticalmente os
     universos particulares das diversas ciências envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da
     ciência;
    Isso pode levar a uma integração muito necessária da educação científica.

A importância da TGS é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um
todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante ou tanto quanto é a identificação do
maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam em todo o
processo existente na Organização. Outro fator também de significativa importância é o feed-back que deve
ser realizado ao planejamento de todo o processo.

Teoria dos sistemas começou a ser aplicada na administração principalmente em função da necessidade de
uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores (Científicas e Relações Humanas, Estruturalista e
Comportamental oriundas das Ciências Sociais) e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia da
informação nas empresas.

Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema abertos”, mantendo um
continuo intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. A Teoria de Sistema permite
reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a inter-relação e integração de assuntos que
são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes.
2 – O conceito de sistema.

1. O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo
unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2002, p. 35).

2. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos
comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um
sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem
independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que
as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção (ALVAREZ, 1990, p. 17).

3. Sistema é um conjunto de partes coordenadas e não relacionadas, formando um todo complexo ou unitário.

Portano sistema é: “um conjunto de elementos interdependentes em interação, visando atingir um
objetivo comum. Assim, segundo a Teoria Geral dos Sistemas, há dois tipos de Sistemas: Aberto e
Fechado.” (ROSINI, 2003).

Em síntese, o Sistema Aberto é o que sofre influências do meio e que, com suas ações, influencia o meio; o
Sistema Fechado não sofre influências do meio nem o altera com suas ações internas.

Todo sistema apresenta as entradas de dados (inputs), processamento e saída das informações (output) e
retroalimentação (feedback).



                            3 – Componentes genéricos de um sistema

3.1 – Objetivos:
Que se referem tanto aos objetivos dos usuários do sistema quanto aos do próprio sistema. É a razão de
existência do sistema.

3.2 – Entradas (Input):
Caracteriza as forças que fornecem ao sistema o material, a informação e a energia para a operação do
processo. (dados, energia, matéria).

3.3 – Processo de transformação (processamento):
A função que possibilita a transformação de um insumo (entrada) em um produto, serviço ou resultado
(saída).

3.4 – Saídas (Output):
Que se referem aos resultados do processo de transformação. Podem ser definidos como as finalidades para as
quais se uniram objetivos, atributos e relações do sistema. (informação, energia, matéria).

3.5 – Controles e avaliações:
Principalmente para verificar se as saídas estão coerentes com os objetivos estabelecidos. Para controlar e
avaliar de maneira adequada é necessário uma medida de desempenho do sistema, chamada padrão.

3.6 – Retroalimentação (Feedback):
Pode ser considerado como a reintrodução de uma saída sob a forma de informação. É uma regulação
retroativa desencadeada por uma nova informação, a qual afetará seu comportamento subsequente.
4 – As Relações entre Sistema e Ambiente

    A esta altura, no entanto, devemos chamar a atenção para certas concepções errôneas que surgem, tanto na
teoria como na prática, quando as organizações sociais são consideradas como sistemas fechados e não
abertos.

    A principal concepção errônea é a falha em reconhecer completamente que a organização depende
continuamente de inputs do meio ambiente e que o influxo de materiais e de energia humana não é uma
constante. O fato de que as organizações têm dispositivos protetores intrínsecos para manter a estabilidade e
que são notoriamente difíceis de modificarem na direção desejada por algum reformador, não deve obscurecer
as realidades das inter-relações dinâmicas de qualquer estrutura social com seu ambiente natural e social. Os
próprios esforços da organização para manter um ambiente externo constante produzem mudanças na
estrutura organizacional. A reação aos inputs modificados para abafar suas possíveis implicações
revolucionárias também resulta em mudanças.

    Os modelos típicos em teorização organizacional concentram-se em princípios de funcionamento interno,
como se estes problemas fossem independentes de mudanças no meio ambiente e como se não afetassem a
manutenção de inputs de motivação e de moral. As movimentações em direção a uma integração e
coordenação mais íntimas são feitas para garantir estabilidade, quando a flexibilidade pode ser o requisito
mais importante. Além disso, coordenação e controle tornam-se fins por si mesmos e não meios para um fim.
Essas movimentações não são vistas em plena perspectiva como ajustando o sistema ao seu ambiente, mas
como metas desejáveis dentro de um sistema fechado. De fato, cada tentativa para coordenação que não seja
funcionalmente solicitada pode produzir uma grande quantidade de novos problemas organizacionais.

    Um erro que tem origem nesta concepção é a falha em reconhecer que existe mais de um modo de
produzir um determinado resultado. Entretanto, é verdade que, sob certas condições, existe um melhor modo,
porém é necessário que essas condições sejam primeiramente estabelecidas. O princípio geral que caracteriza
todos os sistemas abertos é que não é preciso haver um único método para a consecução de um objetivo.

    Assim, pensar na organização como um sistema fechado resulta na falha em desenvolver a inteligência ou
a função de feedback para obter informação adequada sobre as mudanças nas forças do meio.

                                     5 – Hierarquias de sistemas
Hierarquia: é o conceito de dividir um problema grande e complexo (sistema) em problemas menores
(subsistemas).




Sistema: É o objeto (foco) do estudo.

Subsistemas: São suas partes componentes.

Metassistema, Sobre ou Supersistema: Sistema de hierarquia imediatamente superior ao sistema estudado.




                                        6 – Classificações dos sistemas

Há uma grande variedade de sistemas e uma ampla gama de tipologias para classificá-los, de acordo com
certas características básicas.

    Quanto a sua constituição:

           Físicos ou Concretos: quando compostos de equipamento, de maquinaria e de objetos e coisas
              reais (equipamento, objetos, hardware);
           Abstratos ou conceituais: quando compostos por conceitos, planos, hipóteses e ideias que
              muitas vezes só existem no pensamento das pessoas (conceitos, planos, ideias, software).

Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas físicos e abstratos: os sistemas físicos precisam de
um sistema abstrato para funcionar, e os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a algum
sistema físico.

    Quanto a sua natureza:
 Fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, sendo assim não
            recebem nenhuma influencia do ambiente e por outro lado não influenciam. Não recebem
            nenhum recurso externo e nada produzem que seja enviado para fora.
            Ex: A matemática é um sistema fechado, pois não sofrerá nenhuma influência do meio
            ambiente, sempre 1+1 será 2.
           Abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, por meio de
            entradas e saídas.

Os sistemas abertos trocam matéria, energia e informação regularmente com o meio ambiente. São
eminentemente adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente as condições do meio.


                                   7 – Princípios Gerais dos Sistemas

       Originalmente a T.G.S. comportava os seguintes princípios gerais para sistemas:
       1. Objetivo;
       2. Totalidade;
       3. Entropia;
       4. Homeostasia e
       5. Sistema Aberto/Fechado.

Todos estes princípios são bastante comuns a todos os sistemas, sejam da natureza ou humanos, e
independente do contexto e do momento histórico do sistema dado. Agora me diga uma coisa: sistemas de
informação são naturais ou humanos (humanos no sentido de ser produto do intelecto humano, do
conhecimento      humano,      no     trato     das      informações     necessárias    à       vida)?

Perceba que o 5º princípio não é tão absoluto como os outros. Existe uma dupla opção: Aberto ou Fechado.
Mas como só existe uma dessas duas opções, e nenhuma mais, podemos considerar como princípio geral.

Dividimos o conceito de sistemas em 3 partes. Para cada uma destas partes, vamos encaixar um dos princípios
da T.G.S. Veja o quadro abaixo:

                      CONJUNTO DE                                         PROCURANDO ATINGIR OS
        SISTEMA                            RELACIONADAS ENTRE SI
                       ENTIDADES                                            MESMOS OBJETIVOS
          TGS         TOTALIDADE               SISTEMA ABERTO                     OBJETIVOS


A Totalidade é a característica sistêmica onde as entidades se encontram relacionadas de tal forma que
qualquer alteração numa delas influenciará as funções de outra. Num sistema, nenhuma parte está isolada, e
qualquer elemento introduzido numa dessas partes alterará significativamente as outras partes e o sistema
como um todo. Na verdade, a divisão do sistema em partes, é um artifício de análise que em si mesmo
empobrece a compreensão da realidade, uma vez que a parte não existe sem as outras partes. Mais do que isso,
sua existência é determinada grandemente pelas funções das outras partes, de tal forma que a separação do
todo         só        pode         dar         conta        de        "parte"         da         realidade.

Se você, por outro lado, considerar o contexto e a história do sistema, sempre estará reconstruindo a totalidade
do sistema. Se você considera a parte, e cada parte, na sua forma e função como produto de múltiplas
determinações, então fica mais fácil compreender que a separação da parte só pode ser aceite como parte da
análise mais completa e consistente. O fato é este: só uma visão holística, contextual, histórica, pode dar conta
de fenômenos sistêmicos, isto é, onde não existe partes isoladas, mas relacionadas de tal forma que suprem
suas necessidades de vida trabalhando para a subsistência de todas. Por isso a característica da Totalidade.

Gostaria agora lhe falar da característica que diz que todo sistema tem os mesmos Objetivos. Algumas linhas
acima, usei a palavra sinergia. Sinergia é uma daquelas palavrinhas mágicas que sintetizam muita coisa.
Sinergia: conseguir mais com menos! Simples, mas de uma dificuldade imensa. Todos os sistemas da natureza
têm sinergia. Quando nos aprofundamos no desvendamento da essência da natureza, descobrimos
maravilhados duas características básicas: a simplicidade e a capacidade de produzir tanto com tão pouco. Na
verdade, a simplicidade do funcionamento do universo só é possível porque todas as partes, por mais
pequenas e ínfimas que sejam, se unem de tal forma que a colaboração produz resultados inimagináveis em
tão pouco espaço, com tão pouco gasto de energia, consumindo tão poucos recursos.

No mundo empresarial deste século, percebeu-se que a sobrevivência só é possível se produzir-se mais com
menos recursos, menos desperdício, menos conflitos. Mas sistemas construídos pelos homens têm outras
características "semelhantes" aos sistemas da natureza: a tendência ao desgaste e à morte, de um lado -
Entropia, e a condição de se adaptarem constantemente ao meio ambiente que os cercam - Homeostasia.
Claro que um sistema natural, orgânico, não pode fugir da Entropia, por mais que se adapte ao meio externo.
Mas sistemas humanos, como os Sistemas de Informação Gerenciais - SIG, podem se adaptar infinitamente e
assim sobreviverem sempre reagindo ao ambiente que os cerca. Neste caso, a Homeostasia pode prevalecer
de alguma forma sobre a Entropia. E esta é a grande função da Análise de Sistemas.

No entanto, para que um Sistema possa se adaptar ao ambiente externo de forma mais eficiente, fugindo da
tendência para a "morte", ele precisa ser um Sistema Aberto. Sistemas Abertos são permeáveis e reagem
com rapidez aos estímulos do ambiente exterior, enquanto Sistemas Fechados não recebem esses estímulos
exteriores e portanto não se adaptam. Uma das funções fundamentais de Sistemas de Informação Gerenciais -
SIG é exatamente colocar as organizações em contato com o ambiente externo de forma que sejam receptivas
e possam se ajustar rapidamente às mudanças externas. Por outro lado, um Sistema Aberto também
influencia o meio externo que o circunda, diferentemente dos Sistemas Fechados que não têm influência
sobre                              o                           meio                              externo.

Resta dizer que sinergia está na base de um mundo com sistemas mais produtivos, mas ela carece de objetivos
claros e transparentes para todas as partes do sistema. Todo sistema precisa saber o que se espera dele, para
onde deve ir. Com base nessa informação, as partes podem se organizar e planejar as funções de cada uma. Se
o pescador não sabe a que porto chegar, nenhum vento lhe será favorável! Muitas empresas exigem sinergia,
mas se esquecem de dar a seus funcionários o mais fundamental: para onde ir. Missão, objetivos e metas
claras e transparentes para todos são o pontapé inicial do jogo da produtividade, e da excelência de qualquer
sistema.



      8 – O pensamento sistêmico aplicado na resolução de problemas/ O pensamento
                            sistêmico aplicado às organizações

A empresa deve ser vista como um sistema. Ela é composta de diversos elementos – dados, tecnologia,
pessoas, equipamentos, máquinas, clientes, funcionários – que, interagindo entre si, procuram atingir objetivos
comuns (lucro financeiro, bem-estar social, liderança no mercado, qualidade dos produtos). Ainda, existe uma
interação entre as partes, de acordo com as diretrizes da empresa, para alcançar os objetivos propostos
(ROSINI, 2003).

Dessa forma, a empresa como sistema, pode ser decomposta em partes menores, denominadas subsistemas,
cada um com objetivos claros e, eventualmente particulares que contribuem para o objetivo maior.

Ainda, uma característica do pensamento sistêmico é abordar o problema, seja ele um problema de biologia,
de administração ou de qualquer outra área de conhecimento, pensando em seu todo.

Lembramos que em todo sistema existe uma hierarquia e que a manutenção dessa hierarquia acarretará em
conjunto de processos de troca de informações (comunicações) com a finalidade de regular o sistema
(controle). Da mesma forma, vale para uma organização (empresa) ou um sistema de informação, o projetista
de um Sistema de Informação é forçado a ser um “pensador sistêmico”. O pensamento sistêmico pode ser
chamado de TGS aplicada e pode ser descrito como:

   •uma metodologia de projeto;

   •uma nova classe de método científico;

   •uma teoria de organizações;

    • um método relacionado à engenharia de sistemas, à pesquisa operacional, à análise
    custo/benefício, etc

    Como observação, afirmam que é comum encontrarmos estudantes e profissionais da área de
    administração, engenharia e informática, tratando “pensamento sistêmico” e “análise de sistemas”
    como termos sinônimos. A análise de sistemas está relacionada a um tipo particular de sistema, os
    sistemas de informação, alvo principal dos estudos da disciplina e no curso em andamento. O pensamento
    sistêmico tem um sentido mais geral e não se preocupa com um tipo particular de sistema.

    A abordagem sistêmica preocupa-se com a organização como um todo e com a integração do sistema
    empresa e seus elos, os subsistemas, muito mais do que com estes últimos. Esse assunto é bastante
    conhecido dentro da área de Desenvolvimento de Sistemas.

    Para Polloni (2000) a denominação sistema, subsistema e supersistema dependem da dimensão do
    problema. Um subsistema da empresa que tem como entrada e saída uma informação e um sistema
    torna-se elemento principal dentro de uma função específica. Essa divisão é chamada de Hierarquia do
    Sistema e possui dois aspectos diferentes: tem uma abordagem administrativa específica (externa) e ele-
    mentos técnicos internos que caracterizam os objetivos do sistema.



             9 – Bases conceituais e filosóficas da área de sistemas de informação.
Laudon e Laudon (2001) destacam que a revolução do conhecimento e da informação começou na virada
do século XX e evoluiu gradativamente. Os autores observam que com o crescimento da economia da
informação vem ocorrendo um declínio no número de trabalhadores rurais e de operários de fábricas. E
paralelamente, ocorre aumento dos trabalhadores de escritório que produzem valor econômico usando
conhecimento e informação. Ou seja, conhecimento e informações estão se tornando a base para novos
serviços e produtos.

A tendência da mudança do perfil do trabalhador tem ampliado o escopo da área de sistemas de informação,
conforme apresenta o quadro abaixo. Observa-se que com a evolução do tempo, os sistemas de informação
passaram a ter um papel de maior apoio nas organizações, expandindo-se de um papel mais técnico,
inicialmente, para afetarem o controle e o comportamento administrativo, impactando mudanças sobre os
usuários finais e gerentes de uma organização.
Atualmente, os sistemas ocupam um papel de intensa participação e influência nas atividades institucionais
relativas a produtos, mercados, fornecedores e clientes. Isso, respaldado, principalmente, pelo rápido
crescimento das tecnologias de Internet, como suporte na construção de redes globais interconectadas.

A partir desse entendimento da evolução dos sistemas de informação, começamos a introduzir os conceitos
básicos sobre o tema e justifica-se o porquê entendê-los.

De acordo com Rodrigues (1996), a partir de 1985, a informação passou a ser utilizada como recurso
estratégico. Dessa forma, os Sistemas de Informação começaram a ser vistos como essenciais, em função do
sentido e do papel a eles atribuídos pelas organizações. Isso se tornou necessário, pois muitos executivos
precisavam ter uma visão do que sua empresa estava representando no mercado.

Para serem efetivos, os SI precisam: atender às reais necessidades dos usuários; estar centrados no usuário
(quem necessita da informação para tomada de decisão) e não no profissional que o criou; atender ao usuário
com presteza; apresentar custos compatíveis; adaptar-se às novas tecnologias de informação; estar alinhado
com as estratégias de negócios da empresa (requisito fundamental quando se estuda o tipo de sistema de
suporte às decisões).
Em resumo, pode-se sintetizar o conceito de sistema de informação como um conjunto de componentes inter-
relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena, e distribui informações para suportar o controle e
tomada de decisões nas organizações.

Além de suportar tomada de decisões, coordenação e controle, os sistemas de informações podem também
ajudar os administradores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos, e criar novos produtos
(LAUDON; LAUDON, 2001).

Um sistema define-se como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente,
formam um todo unitário com determinado objetivo e determinada função. Os elementos que compõem um
sistema: as entradas (ou insumos), as saídas (ou produtos) e os processos (componentes internos que executam
a transformação dos insumos em produtos). Os elementos e as relações entre eles determinam como o sistema
trabalha. Todo sistema pode ser dividido em subsistemas. Cada subsistema tem os mesmos elementos que um
sistema e pode decompor-se até o nível desejado de detalhamento. Pode compor-se, sucessivamente, de
subsistemas que se relacionam entre si, compondo um sistema maior. Nesse sentido, pode-se abordar um
sistema de informação como um subsistema do sistema empresa (STAIR; REYNOLDS, 2002; BIO, 1985;
CAUTELLA; POLLONI, 1996; DIAS, 1985; TORRES, 1995).

Os sistemas de informação são combinações das formas de trabalho, informações, pessoas e TI dispostas a
alcançar metas em uma organização:

• Informação: é necessária para atingir e estabelecer metas dentro de uma organização;
• Pessoas: fazem acontecer para que a empresa atinja as metas estabelecidas;
• Tecnologia de Informação: utilizada para criar os resultados estabelecidos e, com isso, gerar os objetivos
desejados para uma organização.



                   10 – Fundamentos e classificações de Sistemas de Informação
Outro aspecto básico importante é conhecermos as categorias de sistemas de informação que podem ser
divididos em quatro categorias conforme Abreu (2004), de acordo com o nível em que atuam:

Sistemas de Informação em Nível Operacional: são os SI que monitoram as atividades elementares e
transacionais da organização e têm, como propósito principal, responder a questões de rotina e fluxo de
transações.

Sistemas de Informação em Nível de Conhecimento: são os SI de suporte aos funcionários especializados e
de dados em uma organização.

Sistemas de Informação em Nível Administrativo: são os SI que suportam monitoramentos, controles e
tomadas de decisão em nível médio.

Sistemas de Informação em Nível Estratégico: são os SI que suportam as atividades de planejamento de
longo prazo dos administradores.

      CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4ª Edição, Ed. Makron
       Books.
      REZENDE, Denis Alcies; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação Aplicada a
       Sistemas de Informação Empresariais. 3ª Edição, Editora Atlas.
      BUCKLEY, WALTER, A Sociologia e a Moderna Teoria dos Sistemas.

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Teoria geral de sistemas

  • 1. Teoria geral de sistemas 1 – A origem e o conceito da Teoria Geral de Sistemas. A Teoria Geral de Sistemas (também conhecida pela sigla, T.G.S.) surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Karl Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968. Karl Ludwig von Bertalanffy (Viena, 19 de setembro de 1901 — Buffalo, Nova Iorque, 12 de junho de 1972) foi o criador da Teoria Geral dos Sistemas. Cidadão austríaco desenvolveu a maior parte do seu trabalho científico nos Estados Unidos. Bertalanffy fez os seus estudos em biologia e interessou-se desde cedo pelos organismos e pelos problemas do crescimento. Os seus trabalhos iniciais datam dos anos 20 e são sobre a abordagem orgânica. Com efeito, Bertalanffy não concordava com a visão cartesiana do universo. Colocou então uma abordagem orgânica da biologia e tentou fazer aceitar a ideia de que o organismo é um todo maior que a soma das suas partes. Criticou a visão de que o mundo é dividido em diferentes áreas, como física, química, biologia, psicologia, etc. Ao contrário, sugeria que deve se estudar sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas interdependências, pois cada um dos elementos, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional maior, desenvolvem qualidades que não se encontram em seus componentes isolados. A T.G.S. não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica. Os pressupostos básicos da T.G.S. são:  Existe uma nítida tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;  Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas;  Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento científico, especialmente as ciências sociais;  Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da ciência;  Isso pode levar a uma integração muito necessária da educação científica. A importância da TGS é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante ou tanto quanto é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. Outro fator também de significativa importância é o feed-back que deve ser realizado ao planejamento de todo o processo. Teoria dos sistemas começou a ser aplicada na administração principalmente em função da necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores (Científicas e Relações Humanas, Estruturalista e Comportamental oriundas das Ciências Sociais) e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia da informação nas empresas. Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema abertos”, mantendo um continuo intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. A Teoria de Sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a inter-relação e integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes.
  • 2. 2 – O conceito de sistema. 1. O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2002, p. 35). 2. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção (ALVAREZ, 1990, p. 17). 3. Sistema é um conjunto de partes coordenadas e não relacionadas, formando um todo complexo ou unitário. Portano sistema é: “um conjunto de elementos interdependentes em interação, visando atingir um objetivo comum. Assim, segundo a Teoria Geral dos Sistemas, há dois tipos de Sistemas: Aberto e Fechado.” (ROSINI, 2003). Em síntese, o Sistema Aberto é o que sofre influências do meio e que, com suas ações, influencia o meio; o Sistema Fechado não sofre influências do meio nem o altera com suas ações internas. Todo sistema apresenta as entradas de dados (inputs), processamento e saída das informações (output) e retroalimentação (feedback). 3 – Componentes genéricos de um sistema 3.1 – Objetivos: Que se referem tanto aos objetivos dos usuários do sistema quanto aos do próprio sistema. É a razão de existência do sistema. 3.2 – Entradas (Input): Caracteriza as forças que fornecem ao sistema o material, a informação e a energia para a operação do processo. (dados, energia, matéria). 3.3 – Processo de transformação (processamento): A função que possibilita a transformação de um insumo (entrada) em um produto, serviço ou resultado (saída). 3.4 – Saídas (Output): Que se referem aos resultados do processo de transformação. Podem ser definidos como as finalidades para as quais se uniram objetivos, atributos e relações do sistema. (informação, energia, matéria). 3.5 – Controles e avaliações: Principalmente para verificar se as saídas estão coerentes com os objetivos estabelecidos. Para controlar e avaliar de maneira adequada é necessário uma medida de desempenho do sistema, chamada padrão. 3.6 – Retroalimentação (Feedback): Pode ser considerado como a reintrodução de uma saída sob a forma de informação. É uma regulação retroativa desencadeada por uma nova informação, a qual afetará seu comportamento subsequente.
  • 3. 4 – As Relações entre Sistema e Ambiente A esta altura, no entanto, devemos chamar a atenção para certas concepções errôneas que surgem, tanto na teoria como na prática, quando as organizações sociais são consideradas como sistemas fechados e não abertos. A principal concepção errônea é a falha em reconhecer completamente que a organização depende continuamente de inputs do meio ambiente e que o influxo de materiais e de energia humana não é uma constante. O fato de que as organizações têm dispositivos protetores intrínsecos para manter a estabilidade e que são notoriamente difíceis de modificarem na direção desejada por algum reformador, não deve obscurecer as realidades das inter-relações dinâmicas de qualquer estrutura social com seu ambiente natural e social. Os próprios esforços da organização para manter um ambiente externo constante produzem mudanças na estrutura organizacional. A reação aos inputs modificados para abafar suas possíveis implicações revolucionárias também resulta em mudanças. Os modelos típicos em teorização organizacional concentram-se em princípios de funcionamento interno, como se estes problemas fossem independentes de mudanças no meio ambiente e como se não afetassem a manutenção de inputs de motivação e de moral. As movimentações em direção a uma integração e coordenação mais íntimas são feitas para garantir estabilidade, quando a flexibilidade pode ser o requisito mais importante. Além disso, coordenação e controle tornam-se fins por si mesmos e não meios para um fim. Essas movimentações não são vistas em plena perspectiva como ajustando o sistema ao seu ambiente, mas como metas desejáveis dentro de um sistema fechado. De fato, cada tentativa para coordenação que não seja funcionalmente solicitada pode produzir uma grande quantidade de novos problemas organizacionais. Um erro que tem origem nesta concepção é a falha em reconhecer que existe mais de um modo de produzir um determinado resultado. Entretanto, é verdade que, sob certas condições, existe um melhor modo, porém é necessário que essas condições sejam primeiramente estabelecidas. O princípio geral que caracteriza todos os sistemas abertos é que não é preciso haver um único método para a consecução de um objetivo. Assim, pensar na organização como um sistema fechado resulta na falha em desenvolver a inteligência ou a função de feedback para obter informação adequada sobre as mudanças nas forças do meio. 5 – Hierarquias de sistemas
  • 4. Hierarquia: é o conceito de dividir um problema grande e complexo (sistema) em problemas menores (subsistemas). Sistema: É o objeto (foco) do estudo. Subsistemas: São suas partes componentes. Metassistema, Sobre ou Supersistema: Sistema de hierarquia imediatamente superior ao sistema estudado. 6 – Classificações dos sistemas Há uma grande variedade de sistemas e uma ampla gama de tipologias para classificá-los, de acordo com certas características básicas.  Quanto a sua constituição:  Físicos ou Concretos: quando compostos de equipamento, de maquinaria e de objetos e coisas reais (equipamento, objetos, hardware);  Abstratos ou conceituais: quando compostos por conceitos, planos, hipóteses e ideias que muitas vezes só existem no pensamento das pessoas (conceitos, planos, ideias, software). Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas físicos e abstratos: os sistemas físicos precisam de um sistema abstrato para funcionar, e os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a algum sistema físico.  Quanto a sua natureza:
  • 5.  Fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, sendo assim não recebem nenhuma influencia do ambiente e por outro lado não influenciam. Não recebem nenhum recurso externo e nada produzem que seja enviado para fora. Ex: A matemática é um sistema fechado, pois não sofrerá nenhuma influência do meio ambiente, sempre 1+1 será 2.  Abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, por meio de entradas e saídas. Os sistemas abertos trocam matéria, energia e informação regularmente com o meio ambiente. São eminentemente adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente as condições do meio. 7 – Princípios Gerais dos Sistemas Originalmente a T.G.S. comportava os seguintes princípios gerais para sistemas: 1. Objetivo; 2. Totalidade; 3. Entropia; 4. Homeostasia e 5. Sistema Aberto/Fechado. Todos estes princípios são bastante comuns a todos os sistemas, sejam da natureza ou humanos, e independente do contexto e do momento histórico do sistema dado. Agora me diga uma coisa: sistemas de informação são naturais ou humanos (humanos no sentido de ser produto do intelecto humano, do conhecimento humano, no trato das informações necessárias à vida)? Perceba que o 5º princípio não é tão absoluto como os outros. Existe uma dupla opção: Aberto ou Fechado. Mas como só existe uma dessas duas opções, e nenhuma mais, podemos considerar como princípio geral. Dividimos o conceito de sistemas em 3 partes. Para cada uma destas partes, vamos encaixar um dos princípios da T.G.S. Veja o quadro abaixo: CONJUNTO DE PROCURANDO ATINGIR OS SISTEMA RELACIONADAS ENTRE SI ENTIDADES MESMOS OBJETIVOS TGS TOTALIDADE SISTEMA ABERTO OBJETIVOS A Totalidade é a característica sistêmica onde as entidades se encontram relacionadas de tal forma que qualquer alteração numa delas influenciará as funções de outra. Num sistema, nenhuma parte está isolada, e qualquer elemento introduzido numa dessas partes alterará significativamente as outras partes e o sistema como um todo. Na verdade, a divisão do sistema em partes, é um artifício de análise que em si mesmo empobrece a compreensão da realidade, uma vez que a parte não existe sem as outras partes. Mais do que isso, sua existência é determinada grandemente pelas funções das outras partes, de tal forma que a separação do todo só pode dar conta de "parte" da realidade. Se você, por outro lado, considerar o contexto e a história do sistema, sempre estará reconstruindo a totalidade do sistema. Se você considera a parte, e cada parte, na sua forma e função como produto de múltiplas determinações, então fica mais fácil compreender que a separação da parte só pode ser aceite como parte da análise mais completa e consistente. O fato é este: só uma visão holística, contextual, histórica, pode dar conta de fenômenos sistêmicos, isto é, onde não existe partes isoladas, mas relacionadas de tal forma que suprem suas necessidades de vida trabalhando para a subsistência de todas. Por isso a característica da Totalidade. Gostaria agora lhe falar da característica que diz que todo sistema tem os mesmos Objetivos. Algumas linhas acima, usei a palavra sinergia. Sinergia é uma daquelas palavrinhas mágicas que sintetizam muita coisa. Sinergia: conseguir mais com menos! Simples, mas de uma dificuldade imensa. Todos os sistemas da natureza
  • 6. têm sinergia. Quando nos aprofundamos no desvendamento da essência da natureza, descobrimos maravilhados duas características básicas: a simplicidade e a capacidade de produzir tanto com tão pouco. Na verdade, a simplicidade do funcionamento do universo só é possível porque todas as partes, por mais pequenas e ínfimas que sejam, se unem de tal forma que a colaboração produz resultados inimagináveis em tão pouco espaço, com tão pouco gasto de energia, consumindo tão poucos recursos. No mundo empresarial deste século, percebeu-se que a sobrevivência só é possível se produzir-se mais com menos recursos, menos desperdício, menos conflitos. Mas sistemas construídos pelos homens têm outras características "semelhantes" aos sistemas da natureza: a tendência ao desgaste e à morte, de um lado - Entropia, e a condição de se adaptarem constantemente ao meio ambiente que os cercam - Homeostasia. Claro que um sistema natural, orgânico, não pode fugir da Entropia, por mais que se adapte ao meio externo. Mas sistemas humanos, como os Sistemas de Informação Gerenciais - SIG, podem se adaptar infinitamente e assim sobreviverem sempre reagindo ao ambiente que os cerca. Neste caso, a Homeostasia pode prevalecer de alguma forma sobre a Entropia. E esta é a grande função da Análise de Sistemas. No entanto, para que um Sistema possa se adaptar ao ambiente externo de forma mais eficiente, fugindo da tendência para a "morte", ele precisa ser um Sistema Aberto. Sistemas Abertos são permeáveis e reagem com rapidez aos estímulos do ambiente exterior, enquanto Sistemas Fechados não recebem esses estímulos exteriores e portanto não se adaptam. Uma das funções fundamentais de Sistemas de Informação Gerenciais - SIG é exatamente colocar as organizações em contato com o ambiente externo de forma que sejam receptivas e possam se ajustar rapidamente às mudanças externas. Por outro lado, um Sistema Aberto também influencia o meio externo que o circunda, diferentemente dos Sistemas Fechados que não têm influência sobre o meio externo. Resta dizer que sinergia está na base de um mundo com sistemas mais produtivos, mas ela carece de objetivos claros e transparentes para todas as partes do sistema. Todo sistema precisa saber o que se espera dele, para onde deve ir. Com base nessa informação, as partes podem se organizar e planejar as funções de cada uma. Se o pescador não sabe a que porto chegar, nenhum vento lhe será favorável! Muitas empresas exigem sinergia, mas se esquecem de dar a seus funcionários o mais fundamental: para onde ir. Missão, objetivos e metas claras e transparentes para todos são o pontapé inicial do jogo da produtividade, e da excelência de qualquer sistema. 8 – O pensamento sistêmico aplicado na resolução de problemas/ O pensamento sistêmico aplicado às organizações A empresa deve ser vista como um sistema. Ela é composta de diversos elementos – dados, tecnologia, pessoas, equipamentos, máquinas, clientes, funcionários – que, interagindo entre si, procuram atingir objetivos comuns (lucro financeiro, bem-estar social, liderança no mercado, qualidade dos produtos). Ainda, existe uma interação entre as partes, de acordo com as diretrizes da empresa, para alcançar os objetivos propostos (ROSINI, 2003). Dessa forma, a empresa como sistema, pode ser decomposta em partes menores, denominadas subsistemas, cada um com objetivos claros e, eventualmente particulares que contribuem para o objetivo maior. Ainda, uma característica do pensamento sistêmico é abordar o problema, seja ele um problema de biologia, de administração ou de qualquer outra área de conhecimento, pensando em seu todo. Lembramos que em todo sistema existe uma hierarquia e que a manutenção dessa hierarquia acarretará em conjunto de processos de troca de informações (comunicações) com a finalidade de regular o sistema (controle). Da mesma forma, vale para uma organização (empresa) ou um sistema de informação, o projetista
  • 7. de um Sistema de Informação é forçado a ser um “pensador sistêmico”. O pensamento sistêmico pode ser chamado de TGS aplicada e pode ser descrito como: •uma metodologia de projeto; •uma nova classe de método científico; •uma teoria de organizações; • um método relacionado à engenharia de sistemas, à pesquisa operacional, à análise custo/benefício, etc Como observação, afirmam que é comum encontrarmos estudantes e profissionais da área de administração, engenharia e informática, tratando “pensamento sistêmico” e “análise de sistemas” como termos sinônimos. A análise de sistemas está relacionada a um tipo particular de sistema, os sistemas de informação, alvo principal dos estudos da disciplina e no curso em andamento. O pensamento sistêmico tem um sentido mais geral e não se preocupa com um tipo particular de sistema. A abordagem sistêmica preocupa-se com a organização como um todo e com a integração do sistema empresa e seus elos, os subsistemas, muito mais do que com estes últimos. Esse assunto é bastante conhecido dentro da área de Desenvolvimento de Sistemas. Para Polloni (2000) a denominação sistema, subsistema e supersistema dependem da dimensão do problema. Um subsistema da empresa que tem como entrada e saída uma informação e um sistema torna-se elemento principal dentro de uma função específica. Essa divisão é chamada de Hierarquia do Sistema e possui dois aspectos diferentes: tem uma abordagem administrativa específica (externa) e ele- mentos técnicos internos que caracterizam os objetivos do sistema. 9 – Bases conceituais e filosóficas da área de sistemas de informação. Laudon e Laudon (2001) destacam que a revolução do conhecimento e da informação começou na virada do século XX e evoluiu gradativamente. Os autores observam que com o crescimento da economia da informação vem ocorrendo um declínio no número de trabalhadores rurais e de operários de fábricas. E paralelamente, ocorre aumento dos trabalhadores de escritório que produzem valor econômico usando conhecimento e informação. Ou seja, conhecimento e informações estão se tornando a base para novos serviços e produtos. A tendência da mudança do perfil do trabalhador tem ampliado o escopo da área de sistemas de informação, conforme apresenta o quadro abaixo. Observa-se que com a evolução do tempo, os sistemas de informação passaram a ter um papel de maior apoio nas organizações, expandindo-se de um papel mais técnico, inicialmente, para afetarem o controle e o comportamento administrativo, impactando mudanças sobre os usuários finais e gerentes de uma organização.
  • 8. Atualmente, os sistemas ocupam um papel de intensa participação e influência nas atividades institucionais relativas a produtos, mercados, fornecedores e clientes. Isso, respaldado, principalmente, pelo rápido crescimento das tecnologias de Internet, como suporte na construção de redes globais interconectadas. A partir desse entendimento da evolução dos sistemas de informação, começamos a introduzir os conceitos básicos sobre o tema e justifica-se o porquê entendê-los. De acordo com Rodrigues (1996), a partir de 1985, a informação passou a ser utilizada como recurso estratégico. Dessa forma, os Sistemas de Informação começaram a ser vistos como essenciais, em função do sentido e do papel a eles atribuídos pelas organizações. Isso se tornou necessário, pois muitos executivos precisavam ter uma visão do que sua empresa estava representando no mercado. Para serem efetivos, os SI precisam: atender às reais necessidades dos usuários; estar centrados no usuário (quem necessita da informação para tomada de decisão) e não no profissional que o criou; atender ao usuário com presteza; apresentar custos compatíveis; adaptar-se às novas tecnologias de informação; estar alinhado com as estratégias de negócios da empresa (requisito fundamental quando se estuda o tipo de sistema de suporte às decisões).
  • 9. Em resumo, pode-se sintetizar o conceito de sistema de informação como um conjunto de componentes inter- relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena, e distribui informações para suportar o controle e tomada de decisões nas organizações. Além de suportar tomada de decisões, coordenação e controle, os sistemas de informações podem também ajudar os administradores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos, e criar novos produtos (LAUDON; LAUDON, 2001). Um sistema define-se como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e determinada função. Os elementos que compõem um sistema: as entradas (ou insumos), as saídas (ou produtos) e os processos (componentes internos que executam a transformação dos insumos em produtos). Os elementos e as relações entre eles determinam como o sistema trabalha. Todo sistema pode ser dividido em subsistemas. Cada subsistema tem os mesmos elementos que um sistema e pode decompor-se até o nível desejado de detalhamento. Pode compor-se, sucessivamente, de subsistemas que se relacionam entre si, compondo um sistema maior. Nesse sentido, pode-se abordar um sistema de informação como um subsistema do sistema empresa (STAIR; REYNOLDS, 2002; BIO, 1985; CAUTELLA; POLLONI, 1996; DIAS, 1985; TORRES, 1995). Os sistemas de informação são combinações das formas de trabalho, informações, pessoas e TI dispostas a alcançar metas em uma organização: • Informação: é necessária para atingir e estabelecer metas dentro de uma organização; • Pessoas: fazem acontecer para que a empresa atinja as metas estabelecidas; • Tecnologia de Informação: utilizada para criar os resultados estabelecidos e, com isso, gerar os objetivos desejados para uma organização. 10 – Fundamentos e classificações de Sistemas de Informação Outro aspecto básico importante é conhecermos as categorias de sistemas de informação que podem ser divididos em quatro categorias conforme Abreu (2004), de acordo com o nível em que atuam: Sistemas de Informação em Nível Operacional: são os SI que monitoram as atividades elementares e transacionais da organização e têm, como propósito principal, responder a questões de rotina e fluxo de transações. Sistemas de Informação em Nível de Conhecimento: são os SI de suporte aos funcionários especializados e de dados em uma organização. Sistemas de Informação em Nível Administrativo: são os SI que suportam monitoramentos, controles e tomadas de decisão em nível médio. Sistemas de Informação em Nível Estratégico: são os SI que suportam as atividades de planejamento de longo prazo dos administradores.  CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4ª Edição, Ed. Makron Books.  REZENDE, Denis Alcies; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. 3ª Edição, Editora Atlas.  BUCKLEY, WALTER, A Sociologia e a Moderna Teoria dos Sistemas.