Bezerra de Menezes presidiu uma sessão espírita e, ao descer, encontrou um homem pobre e doente que pediu ajuda. Bezerra não tinha dinheiro, mas abraçou o homem e pediu fé em Deus. Uma semana depois, o homem retornou agradecido, contando que desde o abraço melhorou e conseguiu emprego.
Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Bezerra de Menezes
1.
2. Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das
sessões públicas da Casa de Ismael, na Avenida Passos.
Era uma noite de terça-feira do mês de junho de 1896.
Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma
chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava as
almas de quantos encarnados e desencarnados, lhe ouviam a
evangélica dissertação sobre uma Lição do “Livro da Vida”!
Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de
ouvintes como os do próprio orador.
Acabada a sessão, descera Bezerra com passos tardos,
ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita
Brasileira. 2
3. E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se
ferira alguém com sua palavra, que lhe perdoassem o
descuido e ia descendo e afagando a todos que o esperavam
ávidos dos seus conselhos, dos seus sorrisos, do seu olhar
manso e bom.
No sucedâneo da escada, localizou um irmão, de seus
45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e
amarrotada.
Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali
estava um caso, todo particular, para ele resolver.
Oh! Benditos os que têm olhos no coração! E Bezerra os
tinha e os tem!
E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com
atenção, o desabafo, o pedido: 3
4. - Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e dois
filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem
alimento e febril!
Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum
dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do
bonde...
Tornou-se mais apiedado e apreensivo.
Levantou os olhos já molhados de pranto para o Alto e,
numa prece muda, pediu inspiração a seu anjo tutelar e
solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o
irmão: 4
5. - Meu filho, você tem fé em Deus?
- Tenho e muita Dr. Bezerra!
- Pois, então, em seu santíssimo nome, receba este
abraço.
E abraçou o desesperado irmão, envolvente e
demoradamente.
E, despedindo-se:
- Vá, meu filho, na paz de Jesus e sob a proteção do
Anjo da Humanidade. E, em seu lar, faça o mesmo com todos
os seus familiares, abraçando-os, afagando-os.
E confie no amor de Deus, que seu caso há de ser
resolvido. 5
6. Bezerra partira.
A caminho do lar, meditava: teria cumprido seu dever,
será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e
doente?
E arrependia-se por não lhe haver dado senão um
abraço. Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau
já não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo
dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo,
moeda da alma, ao irmão sofredor e não tinha certeza de que
isso lhe bastara...
E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de
um seu semelhante, chegou ao lar. 6
7. Uma semana se passara.
Bezerra não se recordava mais do sucedido.
Muitos eram os problemas alheios.
Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas
da Federação.
Alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na
fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe o braço
e lhe diz:
- Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso
que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma
hora. Daqui saí logo sentindo-me melhor. Em casa, cumpri seu
pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do
coração, oramos todos a Deus. Na água que bebemos e demos
aos familiares, parece, continha alimento. Pois dormimos
todos bem. 7
8. No dia seguinte, estávamos sem febre e como que
alimentados... E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma
porta que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu meu problema,
condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até
hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me
deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro!
O ambiente era tocante!
Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do
irmão beneficiado e desconhecido.
E uma prece muda, de dois corações unidos, numa
mesma força gratulatória, subiu aos céus, louvando aquele
que é, em verdade, a porta de nossas esperanças, o advogado
querido de todas as nossas causas!
Louvado seja o nome de Deus!
E abençoado seja o nome de quem, em seu nome, num
abraço, fez maravilhas, a verdadeira caridade desconhecida!
Livro: “Lindos Casos de Bezerra de Menezes”,
de Ramiro Gama.8
9. A muito tempo atrás, no ano de 1831, nasceu um menininho
muito alegre, e muito bonzinho. Quanto mais ele ai crescendo, mais
amor e carinho ele sentia por tudo e por todos.
Esse menininho desde pequenino tinha um sonho em sua
mente - Quando crescer quero ser médico! Sempre que alguém lhe
perguntava, o que ele iria ser quando crescer; ele respondia - Vou ser
um médico para ajudar a todas as pessoas.
Esse menininho se chamava Adolfo e morava numa
cidadezinha bem pequenina lá no estado do Ceará, sua família era
muito simples, mas não lhe faltava nada, como comida, roupas para
vestir, sapato e amor no coração.
Adolfo era muito estudioso e sempre falava aos pais que
queria estudar medicina, seus pais ficavam preocupados, pois não
havia dinheiro suficiente para pagar uma boa universidade.
Quando Adolfo ficou grande, lá na sua cidade não havia
estudo para ser médico, então ele se mudou sozinho para a cidade
do Rio de Janeiro, onde através de muito esforço conseguiu cursar
uma universidade pública , que não precisa pagar, e como não tinha
dinheiro para comprar livros, ele estudava nos livros da biblioteca,
foi assim até se formar.
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10. Adolfo Bezerra de Menezes era seu nome, ele terminou seu
estudo e se tornou grande médico! Amigo dos pobres, dos doente e
dos aflitos. Ele sempre tinha uma palavra amiga para dar a todos que
encontrava triste e desanimados e a sua bondade era tão grande,
que muitas vezes comprou remédios para aqueles que não podiam
comprar.
Ficou conhecido como o "médico dos pobres"
Ele não acreditava em espiritismo, quando tinha 50 anos
recebeu um presente de um amigo." O Livro dos Espíritos", naquele
dia, no caminho do hospital até sua casa que demorava 1 hora, ele
começou a ler o livro e ficou impressionado, pois parecia que seu
espírito já sabia de tudo o que estava escrito no livro. Se tornou
espírita, ensinando e praticando a doutrina dos Espíritos.
No ano de 1900 ele desencarnou e não parou de exercer a
medicina no mundo espiritual , possui um equipe muito grande de
médico e enfermeiros que trabalham com ele ajudando a encarnado
e desencarnados.
Por isso, quando precisar de ajuda para saúde do corpo e da
mente peça ao Dr. Bezerra de Menezes que ele ajudará. 10
11. - A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a
mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu
ainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente:
- Maria Santíssima, pediu-me que lhe dissesse que você já se
encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da
imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.
Então, Celina, me disse:
- Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma
sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com
ternura e lágrimas nos olhos.
- Quem são, Celina? Perguntei-lhe.
- Não conheço a ninguém. Quem são?
São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes
o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às
sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um
bálsamo numa ferida em chaga viva.
Extraído do Livro: “O Semeador de Estrelas" de Suely Caldas
Schubert.11
12. 12
Nós te rogamos Pai de infinita bondade e justiça, as bênçãos de
Jesus Cristo, através do Espírito Bezerra de Menezes e sua legião de
companheiros.
Que eles nos assistam, Senhor, consolando os aflitos, curando os que
se tornem merecedores, confortando aqueles que têm provas e expiações
por passar, esclarecendo aos que desejam obter conhecimento espiritual e
assistindo a todos os que apelem para o teu infinito amor.
Jesus, divino portador da graça e da verdade, estende tuas mãos
dadivosas em socorro daqueles que te reconhecem como despenseiro fiel e
prudente. Seja o nosso divino modelo, através de tuas legiões consoladoras,
de teus santos espíritos, a fim de que a fé se eleve, a esperança aumente, a
bondade se expanda e o amor triunfe sobre todas as coisas.
Bezerra de Menezes, apóstolo do bem e da paz, amigo dos humildes e
dos enfermos, movimenta as tuas falanges amigas em benefício daqueles que
sofrem males físicos ou espirituais.
Bons espíritos, dignos obreiros do Senhor derramai, as graças e as
curas sobre a humanidade sofredora, a fim de que as criaturas se tornem
amigas da paz e do discernimento, da harmonia e do perdão, semeando pelo
mundo os divinos exemplos de Jesus Cristo.
Pelo Espírito: Irmão José
Do livro: Preces e Orações
Psicografia: Carlos A. Baccelli