SlideShare a Scribd company logo
1 of 27
Download to read offline
Fernando Pessoa
“Quem me dirá quem sou?”
“O que é este intervalo que há entre mim e mim?”
Sessões de estudo “PEP”
Exame Nacional de Português – 12º ano
Docentes: António Fraga
Carla Rosete
Maria José Afonso
Sandra Clarisse Teles
Unidade e diversidade em Pessoa
Fernando
Pessoa
“Só me encontro
quando
de mim fujo”
“‘Screvo meu livro à
beira-mágoa”
In Mensagem
Ricardo Reis
“Abdica/ E sê
rei de ti
próprio”
”
Alberto Caeiro
“Sinto todo o meu
corpo deitado na
realidade/
sei a verdade/
e sou feliz”
“O poeta é
um
fingidor”
Álvaro de
Campos
“Ah, não ser eu
toda a gente e toda
a parte!!”
Outros:
Bernardo
Soares,
Alexander
Search...
Unidade e diversidade em Pessoa
Fernando
Pessoa
Os
heterónimos
(os outros
“eus”)
Vertente
esotérica
Mensagem
Vertente
tradicional e
modernista:
“Cancioneiro”
Objetivos principais do percurso
pessoano
Superar a dor do presente, a fragmentação de si mesmo e do
mundo através:
 da evocação da infância, idade de ouro, onde a
felicidade ficou perdida e onde não existia o doloroso
sentir: “Com que ânsia tão raiva/ Quero aquele
outrora!”;
 do refúgio no sonho, na música e na noite;
 da criação dos heterónimos (“Sê plural como o
Universo!”);
 da procura espiritual e esotérica.
Pessoa ortónimo: temáticas
“Fragmentação”: “fingimento poético”;
dualidades: sonho/sono; real/irreal…
 Angústia existencial
 “Dor de pensar” - obsessão pela análise
 Visão negativa do mundo e da vida
 Solidão interior
 Inquietação perante o enigma do mundo
 “Nostalgia de um bem perdido”
Aspetos formais da poesia do ortónimo
Forma modernista
 versilibrismo;
 irregularidade da métrica,
rima e composição
estrófica;
 pontuação (diversidade);
 uso frequente de frases
nominais: “Coração
oposto ao mundo”
 Associações inesperadas
(desvios sintáticos): “Os
girassóis do império que
morri” / “Opalesci amar-
me entre mãos raras”;
Forma tradicional
 forma simples, curta e
musical;
 vide “Cancioneiro” –
quadras e quintilhas...;
 linguagem simples,
espontânea, mas sóbria;
 Preferência pela métrica
tradicional: redondilha
menor (5) e maior (7);
“O fingimento poético”:
“Fingir é conhecer-se”
 O “eu” brinca intelectualmente com as emoções,
levando-as ao nível da arte poética.
 A expressão dos sentimentos e sensações
intelectualizadas são fruto de uma construção
mental, onde a imaginação impera:
“Eu simplesmente sinto/ Com a imaginação./ Não
uso o coração.”
“O fingimento poético”
“Fingir é conhecer-se”
 A composição poética resulta de um jogo lúdico entre o
sentimentalismo e a racionalização:
“ E assim nas calhas de roda/ Gira, a entreter a razão, / Esse
comboio de corda/ Que se chama coração.”
 A emoção que o poeta exprime artisticamente é um estímulo que
provoca no leitor novos estados de alma.
=> Pessoa é um “estimulador de almas”
poemas “Autopsicografia” e “Isto”
A “dor de pensar”
“O que em mim sente ‘stá pensando.”
 Deseja ter a inconsciência das coisas ou dos
seres comuns que se limitam a agir, sem pensar
(como a ceifeira ou o gato);
 Deseja ter uma consciência inconsciente;
“Ter a tua alegre inconsciência, / E a
consciência disso!”
“Cansa sentir quando se pensa”
A “dor de pensar”
“O que em mim sente ‘stá pensando.”
LEVE, BREVE, SUAVE
Leve, breve, suave
Um canto de ave
Sobe no ar com que principia
O dia.
Escuto e passou...
Parece que foi só porque escutei
Que parou.
Nunca, nunca, em nada,
Raie a madrugada,
Ou ‘splenda o dia, ou doire no declive,
Tive
Prazer a durar
Mais do que o nada, a perda, antes de eu o ir
Gozar.
A “nostalgia de um bem perdido”
 Procura superar a angústia existencial através
da evocação da infância e da saudade desse
tempo;
 A infância é a imagem-símbolo da felicidade –
pela inconsciência vivida e pelo domínio da
fantasia;
 O passado pesa: “como a realidade de nada”,
e o futuro: “como a possibilidade de tudo”. O
tempo é para ele um fator de desagregação, na
medida em que tudo é breve e efémero.
Instruções verbais
Resposta curta
 “Indique”, “aponte”, “refira”, “mencione”: dizer, designar algo que
aparece no texto;
 Transcreva: retirar do texto e colocar, entre aspas, uma expressão
antecedida de uma frase introdutória;
 Enumere: retirar do texto uma série de termos;
Resposta longa
 Explicite: definir por outras palavras uma expressão, desmontando
bem as ideias mais complexas da mesma;
 Explique, clarifique, justifique: apresentar as razões, os motivos que
deram origem a algo com palavras próprias e/ou retiradas do texto;
 Comente, demonstre, comprove: responder de forma desenvolvida
com expressões pessoais e outras do texto, seguindo a lógica de
um raciocínio;
 Delimite, divida: fragmentar o texto em partes – designar a parte em
questão (a primeira, a segunda, etc..) e o local textual onde se
encontra.
Pessoa ortónimo - Análise textual
O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
in Fernando Pessoa, Cancioneiro
1. Transcreva um paradoxo e explicite o seu valor expressivo.
Proposta de correção
Um dos paradoxos verifica-se no verso
:“São as formas sem forma”. Essa figura de estilo
remete para a complexidade do mundo sensível e
inteligível: o aparentemente real deixa de o ser.
O paradoxo exprime o inalcançável, o inefável,
que define o sonho do que se poderia ter.
Pessoa ortónimo: análise textual
As nuvens são sombrias
Mas, nos lados do sul,
Um bocado do céu
É tristemente azul.
Assim, no pensamento,
sem haver solução,
Há um bocado que lembra
Que existe o coração
E esse bocado é que é
A verdade que está
A ser beleza eterna
Para além do que há.
1. Identifique a imagem-
símbolo deste poema e
explicite o seu valor para a
compreensão da mensagem
pretendida.
“Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.”
(Fernando Pessoa)
Os heterónimos
Alberto Caeiro – o mestre
 Metaforicamente, é “um guardador de rebanhos”: “o único
poeta da natureza”;
 Sensacionista: deambula pela natureza e interpreta o
mundo a partir dos sentidos; interessa-lhe a realidade
imediata e o real objetivo que as sensações lhe oferecem,
com o predomínio do “olhar”;
 Antimetafísico: nega a utilidade do pensamento; tem um
discurso argumentativo que condena a subjetividade e as
abstrações; é a sua principal contradição;
 Panteísta: tudo se renova e se dispersa em tudo; cada
coisa é divina.
Alberto Caeiro: análise textual
XXI
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
1. Mostre que os
três últimos
versos
contribuem para
a compreensão
do sentido
global do poema.
Proposta de correção
Os últimos versos apontam para a
inevitabilidade da passagem do tempo na vida
das pessoas, tal como acontece na natureza:
quem vive com a natureza e aceita os seus
fenómenos com naturalidade, deve fazê-lo
também em relação à sua vida.
De facto, o poema transmite a aceitação
da passagem da vida, tal como se aceita a
passagem dos dias, vivendo com
tranquilidade a aproximação da morte – ideia
igualmente subjacente ao três versos em
questão.
Ricardo Reis
 epicurismo: carpe diem e disciplina estóica: “Olha
Lídia...”;
 indiferença cética; ataraxia: “Ouvi contar que outrora,
quando a Pérsia” (“Os jogadores de xadrez”);
 neopaganismo;
 sobriedade clássica da forma e do pensamento;
 drama da fugacidade da vida e da fatalidade da morte.
Ricardo Reis - citações
“Acima da verdade estão os deuses”
“Colhe/ O dia, porque és ele”
“(…)
Inutilmente parecemos grandes.
Salvo nós nada pelo mundo fora
Nos saúda a grandeza
Nem sem querer nos serve.
Se aqui, à beira-mar, o meu indício
Na areia o mar com ondas três o apaga,
Que fará na alta praia
Em que o mar é o Tempo?”
Ricardo Reis -Análise textual
Cumpre a lei, seja vil ou vil tu sejas.
Pouco pode o homem contra a externa vida.
Deixa haver a injustiça.
Não odeies nem creias.
Não tens mais reino do que a própria mente.
Essa, em que és dono, grato o Fado e os Deuses,
Governa, até à fronteira,
Onde mora a vontade.
(…)
Se nem de mim posso ser dono, como
Quero ser dono ou lei do que acontece
Onde me a mente e corpo
Não são mais do que coisas?
(…)
Ricardo Reis, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000
1. Interprete o seguinte
verso:
“Não tens mais reino do
que a própria mente”.
2. Aponte um dos sentidos
produzidos pelas formas
verbais: “Cumpre”,
“Odeies” e “creias”,
relacionando-o com a
mensagem global do
poema.
Proposta de correção
1. No verso indicado, o sujeito poético restringe o
campo de poder do homem ao seu próprio pensar.
Assim, ainda que esteja nas mãos do fado e dos
deuses, consegue, pela razão, estabelecer algum
autodomínio sobre a sua existência.
2. Um dos sentidos produzidos pelas formas verbais
apontadas é o de propor normas de conduta pelo uso do
imperativo, como é típico do discurso moralizante de Reis.
Assim, recomenda uma submissão à ordem
estabelecida e, de acordo com as sentenças estóicas, uma
passividade, uma renúncia a qualquer reacção mais
violenta, pois nada nos pertence verdadeiramente, tudo
fora já traçado pelo destino.
Álvaro de Campos
2ª fase: futurismo e sensacionismo: exaltação da força,
da violência, do excesso; apologia da civilização
industrial; intensidade e velocidade (a euforia
desmedida)
“Sentir tudo de todas as maneiras,/Viver tudo de
todos os lados,” (“Passagem das horas” )
3ª fase: intimismo: a depressão, o cansaço e a
melancolia perante a incapacidade das realizações; as
saudades da infância
“Ver as coisas até ao fundo.../E se as coisas não
tiverem fundo?”
“O que há em mim é sobretudo cansaço”
Álvaro de Campos
“Tabacaria” - Excerto
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
(...)
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
(...)
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
(...)
Álvaro de Campos - Análise textual
Paragem. Zona
Tragam-me esquecimento em travessas!
Quero comer o abandono da vida!
Quero perder o hábito de gritar para dentro.
Arre, já basta! Não sei o quê. mas já basta...
Então viver amanhã, hein?... E o que se faz de hoje?
Viver amanhã por ter adiado hoje?
Comprei por acaso um bilhete para esse espectáculo?
Que gargalhadas daria quem pudesse rir!
E agora aparece o eléctrico — o de que eu estou à espera —
Antes fosse outro... Ter de subir já!
Ninguém me obriga, mas deixai-o passar, porquê?
Só deixando passar todos, e a mim mesmo, e à vida...
Que náusea no estômago real que é a alma consciente!
Que sono bom o ser outra pessoa qualquer...
Já compreendo porque é que as crianças querem ser guarda-freios...
Não, não compreendo nada...
Tarde de azul e ouro, alegria das gentes, olhos claros da vida...
1. Caracterize o estado de
espírito do sujeito poético,
fundamentando-se no texto.
2. Identifique as sensações
aludidas no poema,
comprovando-as com
citações.
Proposta de Correção
1. O “eu” denuncia um estado de espírito negativo, como
se pode observar pelos sentimentos expressos .
O sujeito poético está revoltado: “Arre, já basta!”;
entediado:
“Quero comer o abandono da vida!”; indignado :“Então
viver amanhã, hein?... E o que se faz de hoje?” e
desiludido: Não, não compreendo nada...”.
2.
No poema, são diversas as sensações referidas
indiretamente pelo sujeito poético.
Deteta-se o paladar :“quero comer o abandono da
vida”, a audição:“ quero perder o hábito de gritar para dentro”
e a visão:“ Tarde de azul e ouro”.

More Related Content

What's hot

Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisDina Baptista
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análiseAnabela Fernandes
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Camposguest3fc89a1
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...FilipaFonseca
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemPaulo Vitorino
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasAna Tapadas
 
"Mar Português" - Mensagem
"Mar Português" - Mensagem"Mar Português" - Mensagem
"Mar Português" - MensagemIga Almeida
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiroguest155834
 
Fernando Pessoa Heterónimos
Fernando Pessoa   HeterónimosFernando Pessoa   Heterónimos
Fernando Pessoa HeterónimosESVieira do Minho
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaRaffaella Ergün
 
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana SofiaCesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana SofiaJoana Azevedo
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando PessoaFilipaFonseca
 
Dicotomia cidade campo
Dicotomia cidade campoDicotomia cidade campo
Dicotomia cidade campo1103sancho
 
O Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando PessoaO Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando PessoaBruno Freitas
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoDina Baptista
 

What's hot (20)

Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo Reis
 
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análiseAlberto caeiro   eu nunca guardei rebanhos- análise
Alberto caeiro eu nunca guardei rebanhos- análise
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
 
A debil cesario verde
A debil cesario verdeA debil cesario verde
A debil cesario verde
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
"Mar Português" - Mensagem
"Mar Português" - Mensagem"Mar Português" - Mensagem
"Mar Português" - Mensagem
 
Autopsicografia e Isto
Autopsicografia e IstoAutopsicografia e Isto
Autopsicografia e Isto
 
Ceifeira
CeifeiraCeifeira
Ceifeira
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
 
Orfeu rebelde
Orfeu rebeldeOrfeu rebelde
Orfeu rebelde
 
Fernando Pessoa Heterónimos
Fernando Pessoa   HeterónimosFernando Pessoa   Heterónimos
Fernando Pessoa Heterónimos
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
 
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana SofiaCesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
Dicotomia cidade campo
Dicotomia cidade campoDicotomia cidade campo
Dicotomia cidade campo
 
O Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando PessoaO Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-Sistematização
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 

Similar to Pessoa ortónimo e heterónimos

Fernando Pessoa e Heterónimos
Fernando Pessoa e HeterónimosFernando Pessoa e Heterónimos
Fernando Pessoa e HeterónimosCustódia Rebocho
 
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.docPaula Duarte
 
Fernando pessoa ortónimos e heterónimos
Fernando pessoa   ortónimos e heterónimosFernando pessoa   ortónimos e heterónimos
Fernando pessoa ortónimos e heterónimosMariana338866
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79luisprista
 
Ensaio man of the crowd
Ensaio man of the crowdEnsaio man of the crowd
Ensaio man of the crowdRaphael Cruz
 
Sentir pensando convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...
Sentir pensando    convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...Sentir pensando    convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...
Sentir pensando convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...Diógenes de Oliveira
 
Síntese programa12º
Síntese programa12ºSíntese programa12º
Síntese programa12ºMª Galvão
 
Fernandopessoa ortonimoeheteronimos
Fernandopessoa ortonimoeheteronimosFernandopessoa ortonimoeheteronimos
Fernandopessoa ortonimoeheteronimosGonaloCastro11
 
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando PessoaPoemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoavestibular
 
Literatura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introduçãoLiteratura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introduçãoCarolina Matuck
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoAlexandra Canané
 

Similar to Pessoa ortónimo e heterónimos (20)

Fernando Pessoa e Heterónimos
Fernando Pessoa e HeterónimosFernando Pessoa e Heterónimos
Fernando Pessoa e Heterónimos
 
Fernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimoFernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimo
 
resumos
resumosresumos
resumos
 
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
 
Fernando pessoa ortónimos e heterónimos
Fernando pessoa   ortónimos e heterónimosFernando pessoa   ortónimos e heterónimos
Fernando pessoa ortónimos e heterónimos
 
Alvaro de campos
Alvaro de camposAlvaro de campos
Alvaro de campos
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 78-79
 
Ensaio man of the crowd
Ensaio man of the crowdEnsaio man of the crowd
Ensaio man of the crowd
 
Sentir pensando convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...
Sentir pensando    convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...Sentir pensando    convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...
Sentir pensando convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de c...
 
30
3030
30
 
69
6969
69
 
Síntese programa12º
Síntese programa12ºSíntese programa12º
Síntese programa12º
 
fernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdf
fernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdffernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdf
fernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdf
 
Fernandopessoa ortonimoeheteronimos
Fernandopessoa ortonimoeheteronimosFernandopessoa ortonimoeheteronimos
Fernandopessoa ortonimoeheteronimos
 
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando PessoaPoemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
 
Literatura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introduçãoLiteratura e Movimentos Literários - uma introdução
Literatura e Movimentos Literários - uma introdução
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
heteronimos
heteronimosheteronimos
heteronimos
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
 
Pessoa heteronimos
Pessoa heteronimosPessoa heteronimos
Pessoa heteronimos
 

More from António Fraga

Alberto caeiro, o mestre dos outros heterónimos
Alberto caeiro, o mestre dos outros heterónimosAlberto caeiro, o mestre dos outros heterónimos
Alberto caeiro, o mestre dos outros heterónimosAntónio Fraga
 
Motivos temático formais álvaro de campos
Motivos temático formais álvaro de camposMotivos temático formais álvaro de campos
Motivos temático formais álvaro de camposAntónio Fraga
 
Os lusíadas, de luís de camões(1)
Os lusíadas, de luís de camões(1)Os lusíadas, de luís de camões(1)
Os lusíadas, de luís de camões(1)António Fraga
 
Os lusíadas, de luís de camões
Os lusíadas, de luís de camõesOs lusíadas, de luís de camões
Os lusíadas, de luís de camõesAntónio Fraga
 
Simbolismo dupla polaridade
Simbolismo   dupla polaridadeSimbolismo   dupla polaridade
Simbolismo dupla polaridadeAntónio Fraga
 
Simbolismo dupla polaridade
Simbolismo   dupla polaridadeSimbolismo   dupla polaridade
Simbolismo dupla polaridadeAntónio Fraga
 
Contexto (diálogo de espelhos)
Contexto (diálogo de espelhos)Contexto (diálogo de espelhos)
Contexto (diálogo de espelhos)António Fraga
 
Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»António Fraga
 
Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»António Fraga
 
Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»António Fraga
 
Viagem Vasco da Gama (mapa)
Viagem Vasco da Gama (mapa)Viagem Vasco da Gama (mapa)
Viagem Vasco da Gama (mapa)António Fraga
 
Campos (analisa pessoa ele mesmo)
Campos (analisa pessoa ele mesmo)Campos (analisa pessoa ele mesmo)
Campos (analisa pessoa ele mesmo)António Fraga
 

More from António Fraga (17)

Alberto caeiro, o mestre dos outros heterónimos
Alberto caeiro, o mestre dos outros heterónimosAlberto caeiro, o mestre dos outros heterónimos
Alberto caeiro, o mestre dos outros heterónimos
 
Motivos temático formais álvaro de campos
Motivos temático formais álvaro de camposMotivos temático formais álvaro de campos
Motivos temático formais álvaro de campos
 
Os lusíadas, de luís de camões(1)
Os lusíadas, de luís de camões(1)Os lusíadas, de luís de camões(1)
Os lusíadas, de luís de camões(1)
 
Os lusíadas, de luís de camões
Os lusíadas, de luís de camõesOs lusíadas, de luís de camões
Os lusíadas, de luís de camões
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
Intertextos
IntertextosIntertextos
Intertextos
 
Exame felizmente
Exame felizmenteExame felizmente
Exame felizmente
 
Simbolismo dupla polaridade
Simbolismo   dupla polaridadeSimbolismo   dupla polaridade
Simbolismo dupla polaridade
 
Simbolismo dupla polaridade
Simbolismo   dupla polaridadeSimbolismo   dupla polaridade
Simbolismo dupla polaridade
 
Contexto (diálogo de espelhos)
Contexto (diálogo de espelhos)Contexto (diálogo de espelhos)
Contexto (diálogo de espelhos)
 
Exame mensagem
Exame mensagemExame mensagem
Exame mensagem
 
Mensagem estrutura
Mensagem   estruturaMensagem   estrutura
Mensagem estrutura
 
Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»
 
Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»Carta sobre a génese de «mensagem»
Carta sobre a génese de «mensagem»
 
Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»
 
Viagem Vasco da Gama (mapa)
Viagem Vasco da Gama (mapa)Viagem Vasco da Gama (mapa)
Viagem Vasco da Gama (mapa)
 
Campos (analisa pessoa ele mesmo)
Campos (analisa pessoa ele mesmo)Campos (analisa pessoa ele mesmo)
Campos (analisa pessoa ele mesmo)
 

Recently uploaded

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.denisecompasso2
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptjricardo76
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticash5kpmr7w7
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxJustinoTeixeira1
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do séculoBiblioteca UCS
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 

Recently uploaded (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 

Pessoa ortónimo e heterónimos

  • 1. Fernando Pessoa “Quem me dirá quem sou?” “O que é este intervalo que há entre mim e mim?” Sessões de estudo “PEP” Exame Nacional de Português – 12º ano Docentes: António Fraga Carla Rosete Maria José Afonso Sandra Clarisse Teles
  • 2. Unidade e diversidade em Pessoa Fernando Pessoa “Só me encontro quando de mim fujo” “‘Screvo meu livro à beira-mágoa” In Mensagem Ricardo Reis “Abdica/ E sê rei de ti próprio” ” Alberto Caeiro “Sinto todo o meu corpo deitado na realidade/ sei a verdade/ e sou feliz” “O poeta é um fingidor” Álvaro de Campos “Ah, não ser eu toda a gente e toda a parte!!” Outros: Bernardo Soares, Alexander Search...
  • 3. Unidade e diversidade em Pessoa Fernando Pessoa Os heterónimos (os outros “eus”) Vertente esotérica Mensagem Vertente tradicional e modernista: “Cancioneiro”
  • 4. Objetivos principais do percurso pessoano Superar a dor do presente, a fragmentação de si mesmo e do mundo através:  da evocação da infância, idade de ouro, onde a felicidade ficou perdida e onde não existia o doloroso sentir: “Com que ânsia tão raiva/ Quero aquele outrora!”;  do refúgio no sonho, na música e na noite;  da criação dos heterónimos (“Sê plural como o Universo!”);  da procura espiritual e esotérica.
  • 5. Pessoa ortónimo: temáticas “Fragmentação”: “fingimento poético”; dualidades: sonho/sono; real/irreal…  Angústia existencial  “Dor de pensar” - obsessão pela análise  Visão negativa do mundo e da vida  Solidão interior  Inquietação perante o enigma do mundo  “Nostalgia de um bem perdido”
  • 6. Aspetos formais da poesia do ortónimo Forma modernista  versilibrismo;  irregularidade da métrica, rima e composição estrófica;  pontuação (diversidade);  uso frequente de frases nominais: “Coração oposto ao mundo”  Associações inesperadas (desvios sintáticos): “Os girassóis do império que morri” / “Opalesci amar- me entre mãos raras”; Forma tradicional  forma simples, curta e musical;  vide “Cancioneiro” – quadras e quintilhas...;  linguagem simples, espontânea, mas sóbria;  Preferência pela métrica tradicional: redondilha menor (5) e maior (7);
  • 7. “O fingimento poético”: “Fingir é conhecer-se”  O “eu” brinca intelectualmente com as emoções, levando-as ao nível da arte poética.  A expressão dos sentimentos e sensações intelectualizadas são fruto de uma construção mental, onde a imaginação impera: “Eu simplesmente sinto/ Com a imaginação./ Não uso o coração.”
  • 8. “O fingimento poético” “Fingir é conhecer-se”  A composição poética resulta de um jogo lúdico entre o sentimentalismo e a racionalização: “ E assim nas calhas de roda/ Gira, a entreter a razão, / Esse comboio de corda/ Que se chama coração.”  A emoção que o poeta exprime artisticamente é um estímulo que provoca no leitor novos estados de alma. => Pessoa é um “estimulador de almas” poemas “Autopsicografia” e “Isto”
  • 9. A “dor de pensar” “O que em mim sente ‘stá pensando.”  Deseja ter a inconsciência das coisas ou dos seres comuns que se limitam a agir, sem pensar (como a ceifeira ou o gato);  Deseja ter uma consciência inconsciente; “Ter a tua alegre inconsciência, / E a consciência disso!” “Cansa sentir quando se pensa”
  • 10. A “dor de pensar” “O que em mim sente ‘stá pensando.” LEVE, BREVE, SUAVE Leve, breve, suave Um canto de ave Sobe no ar com que principia O dia. Escuto e passou... Parece que foi só porque escutei Que parou. Nunca, nunca, em nada, Raie a madrugada, Ou ‘splenda o dia, ou doire no declive, Tive Prazer a durar Mais do que o nada, a perda, antes de eu o ir Gozar.
  • 11. A “nostalgia de um bem perdido”  Procura superar a angústia existencial através da evocação da infância e da saudade desse tempo;  A infância é a imagem-símbolo da felicidade – pela inconsciência vivida e pelo domínio da fantasia;  O passado pesa: “como a realidade de nada”, e o futuro: “como a possibilidade de tudo”. O tempo é para ele um fator de desagregação, na medida em que tudo é breve e efémero.
  • 12. Instruções verbais Resposta curta  “Indique”, “aponte”, “refira”, “mencione”: dizer, designar algo que aparece no texto;  Transcreva: retirar do texto e colocar, entre aspas, uma expressão antecedida de uma frase introdutória;  Enumere: retirar do texto uma série de termos; Resposta longa  Explicite: definir por outras palavras uma expressão, desmontando bem as ideias mais complexas da mesma;  Explique, clarifique, justifique: apresentar as razões, os motivos que deram origem a algo com palavras próprias e/ou retiradas do texto;  Comente, demonstre, comprove: responder de forma desenvolvida com expressões pessoais e outras do texto, seguindo a lógica de um raciocínio;  Delimite, divida: fragmentar o texto em partes – designar a parte em questão (a primeira, a segunda, etc..) e o local textual onde se encontra.
  • 13. Pessoa ortónimo - Análise textual O que me dói não é O que há no coração Mas essas coisas lindas Que nunca existirão... São as formas sem forma Que passam sem que a dor As possa conhecer Ou as sonhar o amor. São como se a tristeza Fosse árvore e, uma a uma, Caíssem suas folhas Entre o vestígio e a bruma. in Fernando Pessoa, Cancioneiro 1. Transcreva um paradoxo e explicite o seu valor expressivo.
  • 14. Proposta de correção Um dos paradoxos verifica-se no verso :“São as formas sem forma”. Essa figura de estilo remete para a complexidade do mundo sensível e inteligível: o aparentemente real deixa de o ser. O paradoxo exprime o inalcançável, o inefável, que define o sonho do que se poderia ter.
  • 15. Pessoa ortónimo: análise textual As nuvens são sombrias Mas, nos lados do sul, Um bocado do céu É tristemente azul. Assim, no pensamento, sem haver solução, Há um bocado que lembra Que existe o coração E esse bocado é que é A verdade que está A ser beleza eterna Para além do que há. 1. Identifique a imagem- símbolo deste poema e explicite o seu valor para a compreensão da mensagem pretendida.
  • 16. “Ser um é cadeia, Ser eu é não ser.” (Fernando Pessoa) Os heterónimos
  • 17. Alberto Caeiro – o mestre  Metaforicamente, é “um guardador de rebanhos”: “o único poeta da natureza”;  Sensacionista: deambula pela natureza e interpreta o mundo a partir dos sentidos; interessa-lhe a realidade imediata e o real objetivo que as sensações lhe oferecem, com o predomínio do “olhar”;  Antimetafísico: nega a utilidade do pensamento; tem um discurso argumentativo que condena a subjetividade e as abstrações; é a sua principal contradição;  Panteísta: tudo se renova e se dispersa em tudo; cada coisa é divina.
  • 18. Alberto Caeiro: análise textual XXI Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar, Seria mais feliz um momento ... Mas eu nem sempre quero ser feliz. É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural... Nem tudo é dias de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se. Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha Que haja montanhas e planícies E que haja rochedos e erva ... O que é preciso é ser-se natural e calmo Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda, E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica... Assim é e assim seja ... 1. Mostre que os três últimos versos contribuem para a compreensão do sentido global do poema.
  • 19. Proposta de correção Os últimos versos apontam para a inevitabilidade da passagem do tempo na vida das pessoas, tal como acontece na natureza: quem vive com a natureza e aceita os seus fenómenos com naturalidade, deve fazê-lo também em relação à sua vida. De facto, o poema transmite a aceitação da passagem da vida, tal como se aceita a passagem dos dias, vivendo com tranquilidade a aproximação da morte – ideia igualmente subjacente ao três versos em questão.
  • 20. Ricardo Reis  epicurismo: carpe diem e disciplina estóica: “Olha Lídia...”;  indiferença cética; ataraxia: “Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia” (“Os jogadores de xadrez”);  neopaganismo;  sobriedade clássica da forma e do pensamento;  drama da fugacidade da vida e da fatalidade da morte.
  • 21. Ricardo Reis - citações “Acima da verdade estão os deuses” “Colhe/ O dia, porque és ele” “(…) Inutilmente parecemos grandes. Salvo nós nada pelo mundo fora Nos saúda a grandeza Nem sem querer nos serve. Se aqui, à beira-mar, o meu indício Na areia o mar com ondas três o apaga, Que fará na alta praia Em que o mar é o Tempo?”
  • 22. Ricardo Reis -Análise textual Cumpre a lei, seja vil ou vil tu sejas. Pouco pode o homem contra a externa vida. Deixa haver a injustiça. Não odeies nem creias. Não tens mais reino do que a própria mente. Essa, em que és dono, grato o Fado e os Deuses, Governa, até à fronteira, Onde mora a vontade. (…) Se nem de mim posso ser dono, como Quero ser dono ou lei do que acontece Onde me a mente e corpo Não são mais do que coisas? (…) Ricardo Reis, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000 1. Interprete o seguinte verso: “Não tens mais reino do que a própria mente”. 2. Aponte um dos sentidos produzidos pelas formas verbais: “Cumpre”, “Odeies” e “creias”, relacionando-o com a mensagem global do poema.
  • 23. Proposta de correção 1. No verso indicado, o sujeito poético restringe o campo de poder do homem ao seu próprio pensar. Assim, ainda que esteja nas mãos do fado e dos deuses, consegue, pela razão, estabelecer algum autodomínio sobre a sua existência. 2. Um dos sentidos produzidos pelas formas verbais apontadas é o de propor normas de conduta pelo uso do imperativo, como é típico do discurso moralizante de Reis. Assim, recomenda uma submissão à ordem estabelecida e, de acordo com as sentenças estóicas, uma passividade, uma renúncia a qualquer reacção mais violenta, pois nada nos pertence verdadeiramente, tudo fora já traçado pelo destino.
  • 24. Álvaro de Campos 2ª fase: futurismo e sensacionismo: exaltação da força, da violência, do excesso; apologia da civilização industrial; intensidade e velocidade (a euforia desmedida) “Sentir tudo de todas as maneiras,/Viver tudo de todos os lados,” (“Passagem das horas” ) 3ª fase: intimismo: a depressão, o cansaço e a melancolia perante a incapacidade das realizações; as saudades da infância “Ver as coisas até ao fundo.../E se as coisas não tiverem fundo?” “O que há em mim é sobretudo cansaço”
  • 25. Álvaro de Campos “Tabacaria” - Excerto Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, (...) Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas (...) Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. (...)
  • 26. Álvaro de Campos - Análise textual Paragem. Zona Tragam-me esquecimento em travessas! Quero comer o abandono da vida! Quero perder o hábito de gritar para dentro. Arre, já basta! Não sei o quê. mas já basta... Então viver amanhã, hein?... E o que se faz de hoje? Viver amanhã por ter adiado hoje? Comprei por acaso um bilhete para esse espectáculo? Que gargalhadas daria quem pudesse rir! E agora aparece o eléctrico — o de que eu estou à espera — Antes fosse outro... Ter de subir já! Ninguém me obriga, mas deixai-o passar, porquê? Só deixando passar todos, e a mim mesmo, e à vida... Que náusea no estômago real que é a alma consciente! Que sono bom o ser outra pessoa qualquer... Já compreendo porque é que as crianças querem ser guarda-freios... Não, não compreendo nada... Tarde de azul e ouro, alegria das gentes, olhos claros da vida... 1. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético, fundamentando-se no texto. 2. Identifique as sensações aludidas no poema, comprovando-as com citações.
  • 27. Proposta de Correção 1. O “eu” denuncia um estado de espírito negativo, como se pode observar pelos sentimentos expressos . O sujeito poético está revoltado: “Arre, já basta!”; entediado: “Quero comer o abandono da vida!”; indignado :“Então viver amanhã, hein?... E o que se faz de hoje?” e desiludido: Não, não compreendo nada...”. 2. No poema, são diversas as sensações referidas indiretamente pelo sujeito poético. Deteta-se o paladar :“quero comer o abandono da vida”, a audição:“ quero perder o hábito de gritar para dentro” e a visão:“ Tarde de azul e ouro”.