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EDIÇÃO Nº80
DEZEMBRO 2020
PORTO DE SINES APRESENTA
PLANO ESTRATÉGICO 2020-2030
COORDENADAS
Resultados Estatísticos 3º Trimestre 2020
Porto de Sines a crescer na carga contentorizada
CPLS
A Centralidade Logística de Sines
Jorge d’Almeida, Presidente da CPLS
EDIÇÃO Nº80
DIRETOR
José Luís Cacho
PROPRIEDADE
Administração dos Portos de Sines
e do Algarve, SA
Número de Registo: DSC.RV.20.001
Contribuinte n.º 501 208 950
Depósito Legal: 276191/08
ISSN 1646-2882
SEDE
Apartado 16, EC SINES
7521-953 Sines
T 269 860 600
F 269 860 690
E geral@apsinesalgarve.pt
www.apsinesalgarve.pt
DESTAQUE
• Porto de Sines apresenta Plano Estratégico 2020-2030
• Porto de Sines associa-se aos principais portos do mundo
na resiliência face à Covid-19
PROJETOS
• Terminal XXI - PSA Sines adjudica expansão
• Janela Única Logística arranca no Porto de Sines
• Requalificação do ramal ferroviário do Porto de Sines
• A transição energética como oportunidade para Sines
• Avançam obras de prolongamento do molhe leste
• Requalificação da Rede Elétrica responde ao crescimento
do porto
CPLS
• A Centralidade Logística de Sines
Jorge d’Almeida, Presidente da CPLS
COORDENADAS
• Resultados Estatísticos 3º Trimestre 2020
Porto de Sines a crescer na carga contentorizada
O PORTO E A CIDADE
• Empresas de Sines oferecem equipamentos ao Hospital
do Litoral Alentejano
ZONA VERDE
• Comunidade Portuária e Logística de Sines integra projeto
europeu de inovação nos transportes
RADAR
• Porto de Sines recebe navio tanque movido a GNL
REVISTA DE IMPRENSA
4
7
14
16
18
19
20
23
No porto de Sines e para os âmbitos declarados - ver certificados
em www.portodesines.pt
EDIÇÃO Nº80
2020 tem sido um ano muito duro para todos os portugueses.
Na adversidade que inopinadamente nos bateu à porta,
soubemos, na APS, fazer das dificuldades desafios. O lema,
seguido pela valorosa equipa da empresa, consistiu em NUNCA
BAIXAR OS BRAÇOS.
Por termos sabido resistir, vamos crescer perto de 10% na
carga contentorizada, a que somaremos outros resultados
positivos também.
Presencialmente, uns, em tele-trabalho outros, aproveitámos
para trabalhar com afinco no Plano Estratégico 2020-2030,
documento que sinaliza uma mudança de peso no rumo a
tomar na próxima década.
As alterações climáticas bateram-nos à porta com fragor, a
descarbonização da economia avança inexoravelmente; tendo,
a energia, um peso significativo no Porto de Sines, é evidente
a imperiosa necessidade de nos adaptarmos, procurando
novos caminhos. O Plano Estratégico responde a esses desafios
exigentes, porque não vislumbramos outra alternativa que não
seja a de AVANÇAR.
Resistimos, associando-nos aos principais portos do mundo
na resiliência face à pandemia; a expansão do Terminal XXI
foi adjudicada; arrancou a Janela Única Logística (JUL); no
ramal ferroviário do Porto de Sines prosseguem as obras de
requalificação, a par da boa notícia referente ao lançamento
de dois concursos públicos para a modernização da ligação
ferroviária entre Sines e a Linha do Sul.
Na revista que agora chega às vossas mãos encontram o
detalhe de outros assuntos que marcaram a actualidade da
empresa, entre eles os gestos de solidariedade activa em que
fomos parceiros, ou a integração da CPLS no projecto europeu
PLANET.
Ao lermos o excelente artigo do Presidente da CPLS, palavras
sábias que vão muito para além da “Centralidade Logística do
Porto de Sines”, pois fazem uma notável radiografia do todo
nacional neste domínio, lembrámo-nos de notícia de há dias,
cujo título se sintoniza, na perfeição, com o lema do nosso
Plano Estratégico.
“Porto de Sines ‘ajuda’ Amazon a ter interesse em Plataforma
Logística” do Sudoeste Europeu (Badajoz).
Não só queremos, como já estamos a afirmar Sines como um
porto para o Mundo, trazendo o Mundo para o Porto.
Em 2021 continuaremos a AVANÇAR, porque sabemos
RESISTIR.
Votos de Bom Natal, e um Ano Novo que nos liberte a todos do
colete de forças imposto pela pandemia.
EDITORIAL
RESISTIR E AVANÇAR
3
EDITORIAL
EDIÇÃO Nº804
DESTAQUE
O Conselho de Administração da APS apresentou as Opções
Estratégicas para os próximos dez anos, uma sessão que
contou com a presença de Pedro Nuno Santos, Ministro
das Infraestruturas e da Habitação e Hugo Santos Mendes,
Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações.
Sustentado em três Eixos Estratégicos, cujo objetivo fulcral se
foca no reforço da centralidade e da conectividade assente
num modelo de gestão de rede ou de coordenação do
sistema, e um compromisso firme com a sustentabilidade
ambiental e social, este plano estratégico pretende afirmar
Sines um Porto para o Mundo, trazendo o Mundo para o
Porto enquanto o prepara para um Futuro cada vez mais
moderno, inovador, digital e eficiente.
Tendo como Metas Estratégicas a captura de carga ibérica
para alcançar uma quota de 3% no total associado ao
comércio externo, expandir a atividade da ZILS/ZAL
PORTO DE SINES APRESENTA
PLANO ESTRATÉGICO 2020-2030
e assegurar que as novas atividades económicas contribuem
com mais de 40% para os movimentos do porto, bem como
atingir a liderança na satisfação dos stakeholders no que diz
respeito aos atributos de “conectividade interna”, “custo/
preço” e “hinterland”, o Porto de Sines coloca a fasquia na
excelência, assente numa proposta de valor com visão de
futuro.
O Presidente do Conselho de Administração da APS, José
Luís Cacho, abriu a sessão, dando o mote para os desafios
que perfilam no horizonte do Porto de Sines numa década
que será marcada pela descarbonização da economia e por
uma crescente digitalização do mundo global, e do setor
marítimo-portuário em particular.
Pedro Nuno Santos encerrou a sessão realçando
o importante papel de Sines enquanto motor da
industrialização, nomeadamente através de investimentos
na ZILS, contribuindo para o enriquecimento do país, não
deixando de realçar que infraestruturas como o Porto de
Sines devem sempre colocar-se ao serviço de Portugal e
dos portugueses, alavancando o crescimento da economia,
gerando emprego e riqueza para todos.
PLANO ESTRATÉGICO PRETENDE AFIRMAR
SINES COMO UM PORTO PARA O MUNDO,
TRAZENDO O MUNDO PARA O PORTO ENQUANTO
O PREPARA PARA UM FUTURO CADA VEZ MAIS
MODERNO, INOVADOR, DIGITAL E EFICIENTE.
EDIÇÃO Nº80 5
DESTAQUE
8 PROGRAMAS
OPERACIONAIS
MAPEAMENTO DE
CORREDORES
E PLATAFORMAS
LOGÍSTICAS
ATRAÇÃO DE
CARREGADORES IBÉRICOS
ATRAÇÃO DE INVESTIDORES
PARA ZILS E ZAL
SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL
REFORÇO DE COMPETÊNCIA
GOVERNATIVAS DA APS
REORGANIZAÇÃO INTERNA
E INCENTIVOS
DIGITALIZAÇÃO DA
LOGÍSTICA PORTUÁRIA
GARANTIA DE RECEITA
E RENTABILIDADE
3 EIXOS
ESTRATÉGICOS
O REFORÇO DA CENTRALIDADE E DA
CONETIVIDADE
UM MODELO DE GESTÃO DE REDE, OU DE
COORDENAÇÃO DO SISTEMA
UM COMPROMISSO FIRME COM A
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL
3 OBJETIVOS
ESTRATÉGICOS
SINES: UM PORTO PARA O MUNDO
SINES: O MUNDO NO PORTO
SINES: UM PORTO DO FUTURO
3 METAS
ESTRATÉGICAS
CAPTURA DE QUOTA DE CARGA IBÉRICA
EXPANDIR A ATIVIDADE DA ZILS/ZAL
LIDERANÇA NA SATISFAÇÃO DOS
STAKEHOLDERS
EDIÇÃO Nº80
DESTAQUE
6
PORTO DE SINES ASSOCIA-SE AOS PRINCIPAIS
PORTOS DO MUNDO NA RESILIÊNCIA FACE À COVID-19
O Porto de Sines subscreveu a declaração da PAR – Port
Authorities Roundtable sobre a necessidade e empenho
das autoridades portuárias em manter a continuidade e o
funcionamento dos portos em contexto de pandemia. Este
processo foi iniciado pela Maritime and Port Authority of
Singapore ao qual se associaram mais de 50 autoridades
portuárias em todo o mundo, em especial aquelas com maior
relevo no comércio marítimo mundial como por exemplo
Roterdão, Hamburgo, Barcelona, Abu Dhabi, Singapura, Los
Angeles, Ningbo ou Xangai.
Com o atual clima de incerteza económica e de crise sanitária é
crucial que as autoridades portuárias continuem comprometidas
em manter os seus portos abertos ao comércio internacional e
assim garantir o fluxo contínuo de mercadorias entre países. Os
três princípios que compõe a declaração são:
1. Manter a cadeia de abastecimentos global e o comércio
mundial em funcionamento, garantindo que os navios mercantes
podem continuar a atracar e operar nos terminais portuários;
2. Facilitar uma coordenação mais estreita, estabelecendo
um canal de comunicação aberto para que as autoridades
portuárias e marítimas possam compartilhar experiências e trocar
informações sobre o combate ao COVID-19;
3. Adotar as melhores práticas de acordo com o contexto
nacional de cada porto, incluindo medidas de precaução para a
comunidade portuária, conselhos e assistência para as tripulações
e pessoal com necessidade de ir a bordo, e medidas a tomar para
lidar com casos confirmados.
Os portos subscritores da declaração pretendem também
expressar o maior agradecimento ao pessoal marítimo, pilotos de
barra, trabalhadores em terra e a toda a comunidade marítima e
portuária internacional que, juntos, trabalham incansavelmente
em contexto de pandemia, permitindo que o comércio
internacional continue durante estes tempos difíceis.
Além das cerca de 50 principais autoridades portuárias dos cinco
continentes, esta declaração também é apoiada por organizações
internacionais como a Organização Marítima Internacional
(IMO), International Chamber of Shipping (ICS) e a Internacional
Association of Ports and Harbors (IAPH), entre outras.
Para conhecer a declaração e os portos aderentes consulte o site
da Maritime and Port Authority of Singapore:
https://www.mpa.gov.sg/web/portal/home/media-centre/news-
releases/mpa-news-releases/detail/93461147-d7e1-4eff-8f7f-
2868aec2164e
EDIÇÃO Nº80
PROJETOS
7
TERMINAL XXI
PSA SINES ADJUDICA EXPANSÃO
A PSA SINES, concessionária do Terminal de Contentores do
Porto de Sines (Terminal XXI), adjudicou a primeira fase de
expansão desta infraestrutura portuária ao agrupamento
concorrente MOTA-ENGIL, ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO,
S.A. / ETERMAR – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A. na
sequência do concurso lançado em agosto passado.
Esta fase da ampliação compreende a construção de mais 204
metros de cais de forma a dotar o terminal de um cais corrido
com 1.150 metros até ao final de 2021, representando um
investimento privado de 16,5 milhões de euros.
Esta é a primeira fase de expansão após processo de
renegociação da concessão do Terminal XXI que, na sua
configuração final, apresentará um cais com 1.750 metros a
serem construídos de forma faseada.
O projeto de expansão do Terminal XXI é o resultado do
aditamento ao contrato de concessão celebrado entre a
Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) e a PSA
Sines, permitindo agora a realização de novos investimentos
referentes à ampliação do cais e modernização do terminal,
projetando o aumento da capacidade de movimentação
anual de 2,3 para 4,1 milhões de TEU (contentores de 20
pés).
O Terminal XXI é atualmente um importante HUB de
transhipment e representa já uma importante porta de
entrada e saída no hinterland ibérico, sendo parte integrante
das principais rotas marítimas internacionais nas quais estão
alocados os maiores navios de contentores do mundo em
operação.
Este investimento vem reforçar a capacidade do terminal
em receber vários navios megacarriers em simultâneo,
aumentando assim a sua oferta operacional ao mesmo
tempo que reforça a sua importância para o desenvolvimento
económico da região e do país.
EDIÇÃO Nº80
A JUL – Janela Única Logística entrou em produção no
Porto de Sines. Este é mais um importante marco na
história do Porto de Sines e é o culminar de mais de dois
anos de trabalho conjunto dos vários stakeholders do setor
marítimo-portuário nacional.
Este projeto, lançado pela APP – Associação dos Portos
de Portugal, tem como principal objetivo o incremento da
eficiência dos portos nacionais no âmbito da “Estratégia
para o Aumento da Competitividade Portuária” aprovada
pelo governo.
A entrada em produção da plataforma nos vários portos
nacionais tem ocorrido gradualmente, cumprindo-se o
objetivo de uniformizar procedimentos dentro dos portos
portugueses na liderança dos processos de digitalização
portuária, possibilitando que na mesma plataforma todas
as entidades envolvidas numa escala possam intervir.
De lembrar que a Janela Única Logística alarga o
conceito da JUP (Janela Única Portuária) a toda a cadeia
logística, integrando os meios de transporte terrestres,
rodovia e ferrovia, incluindo as ligações aos portos
secos e plataformas logísticas, numa lógica de total
intermodalidade com importantes ganhos de eficiência ao
longo de toda a cadeia logística.
A APS agradece o empenho, disponibilidade e dedicação
de todos os agentes económicos e autoridades com
atividade no Porto de Sines que contribuíram, ativamente,
para que a entrada em produção da nova plataforma fosse
possível.
PROJETOS
JANELA ÚNICA LOGÍSTICA ARRANCA NO PORTO DE SINES
8
EDIÇÃO Nº80
PROJETOS
9
REQUALIFICAÇÃO DO RAMAL
FERROVIÁRIO DO PORTO DE SINES
O Ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, visitou a
requalificação do ramal ferroviário do Porto de Sines, na área intervencionada, no
Terminal XXI.
O valor global de investimento previsto no âmbito deste projeto é de 16,8M€, sendo cerca
de 8.4M€ desenvolvido pela APS e os restantes 8,4M€ da responsabilidade da PSA Sines.
O projeto de requalificação do ramal ferroviário do porto de Sines, integra um conjunto
de projetos estruturantes, em curso, na sua área de expansão leste, que visa dotar o
Terminal de Contentores de Sines, incluindo já a sua 3ª fase de ampliação em curso,
e o futuro Terminal Vasco da Gama, de melhores condições de operação e manobra
e de aumento da capacidade instalada devido ao previsível crescimento de carga
contentorizada neste modo de transporte.
Com as obras realizadas, a capacidade atual de movimentação de 24 comboios/dia, de
600 metros de comprimento cada, será aumentada para 36 comboios/dia, de 750 metros
cada, que corresponde a um incremento de duplicação da capacidade atual do ramal.
Este projeto inclui a ampliação da plataforma ferroviária de carga/descarga do Terminal
XXI, com duas novas linhas com capacidade de receção de composições de 750 metros
de comprimento e melhorias nos sistemas de via, catenária e de sinalização, de forma a
permitir uma gestão logística mais eficiente e segura. O redimensionamento do layout do
atual ramal, nomeadamente com a construção de uma 4ª linha e de uma nova linha de
reversão adequada à dimensão destas composições, permitirá ainda no futuro, a ligação
dos dois terminais (TXXI/TGV).
Futuramente, está prevista a instalação de uma 5ª linha de resguardo para aumento
da capacidade da manobra, bem como a ligação ao Terminal Vasco da Gama, em
redundância de acessos, com a construção de um 2º acesso.
O projeto prevê ainda a automação da manobra, pela instalação de sinalização, criando-se
a entidade “Gestor de Parque” (de manobras), sendo a APS a primeira entidade portuária
nacional a implementar tal forma de gestão da operação.
MODERNIZAÇÃO DA
LIGAÇÃO FERROVIÁRIA
ENTRE SINES
E A LINHA DO SUL
Num investimento de quase 40
milhões de euros, foram lançados
dois concursos públicos para a
modernização da ligação ferroviária
entre Sines e a Linha do Sul.
Um dos concursos públicos diz
respeito a um investimento
estimado em 33,6 milhões de euros
que, de acordo com a empresa
Infraestruturas de Portugal, pretende
“eliminar os atuais constrangimentos
de capacidade e potenciar as
condições de exploração e de
segurança na Linha de Sines”.
A obra inclui a modernização do
atual canal ferroviário da Linha de
Sines, no troço entre Ermidas Sado
e Sines, dotando-o de condições
técnicas e operacionais para a
realização de comboios de 750
metros de comprimento com
origem/destino no Porto de Sines,
fazendo parte “trabalhos de via
férrea, terraplenagem, drenagem,
obras de arte correntes -passagens
superiores e passagens inferiores,
restabelecimentos, construção
de uma nova estação técnica
e modernização de estações
existentes, instalações fixas de tração
elétrica, infraestruturas de base para
sinalização e telecomunicações”.
Também o projeto global da “Ligação
ferroviária Sines-Elvas”, inserido
no “Corredor Atlântico das Redes
Transeuropeias de Transportes”,
tem como objetivo modernizar a
infraestrutura ferroviária existente,
uma vez que, após a construção
do troço Évora-Elvas, se pretende
estabelecer uma ligação direta mais
eficiente e competitiva face ao
traçado atual, entre o Porto de Sines
e Badajoz.
EDIÇÃO Nº80
PROJETOS
O Pacto Ecológico Europeu para a União Europeia e para
os seus cidadãos (“European Green Deal”), apresentado há
cerca de um ano, constitui um novo quadro de emissões
para a neutralidade dos gases com efeito de estufa em 2050,
associando o crescimento económico e a qualidade de vida à
utilização de recursos.
O Pacto Ecológico é parte integrante da estratégia para
executar a Agenda 2030 e concretizar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas que foram
apresentados em 2015.
Trata-se, agora, de definir um roteiro para se atingir a
neutralidade climática até 2050 com a liderança ambiciosa da
União Europeia, reduzindo a emissão em, pelos menos, 50% a
55% até 2030 (em comparação com os níveis de 1990). Uma
das ações essenciais para se atingir aquele objetivo passa pela
“descarbonização do sistema energético” o que vai exigir a
redução de 90% das emissões dos transportes.
A questão que hoje se suscita é a de decidir o roteiro, com
alguma margem, para que possam ser dados os passos certos
na transição energética, designadamente, na progressiva
aproximação em 2050 à exclusividade das energias renováveis.
Já hoje se debate a opção por diversos gases que poderão ser o
combustível do futuro, mas, então, a serem produzidos sem o
recurso aos combustíveis fósseis. São os casos do hidrogénio e
do amoníaco a que se juntam os chamados biocombustíveis.
No entanto, nem atualmente existe mercado para aqueles
gases – ainda que produzidos pelas refinarias e petroquímicas
– nem poderão entrar no mercado sem uma progressiva
transição feita com os combustíveis fósseis.
Assim, o único combustível fóssil que, ainda assim, pode
A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
COMO OPORTUNIDADE PARA SINES
contribuir para a transição energética e para a descarbonização
é o GNL (“Gás Natural Liquefeito”), que melhora,
substancialmente, a emissão da maioria dos gases com efeito
de estufa. Na verdade, o GNL reduz, quanto às emissões, 99%
de óxido de enxofre, 85% de óxido nitroso e 20% de dióxido
de carbono, permitindo a integração do biometano orgânico
(produzido a partir de produtos agrícolas e de resíduos) numa
taxa de incorporação de 13%.
No porto de Sines, desde há muito que a REN Atlântico
adquiriu um profundo conhecimento sobre o GNL, o seu
transporte, tancagem, gaseificação e liquefação (incluindo, o
“transhipment”) que será, em tudo, idêntico à utilização de
gases como o hidrogénio e o amoníaco que, na sua versão
“verde”, poderão ser produzidos em Sines através de instalação
própria dedicada, por meio da eletrólise da água e com a
utilização de renováveis como a energia solar.
A European Sea Ports Organization (ESPO), organização que
agrupa diversos portos europeus, reafirmou, recentemente,
a necessidade de se considerar o GNL como o combustível de
liderança da transição energética, pelo menos, no médio prazo.
Se dúvidas houvesse, os novos navios porta-contentores da
CMA/CGM, capazes de transportar mais de 23.000 TEU, aí
estão com o duplo sistema “combustível tradicional/GNL”, mais
de 30% dos portos europeus já têm a possibilidade de prestar o
serviço de bancas de GNL e 1 em cada 4 têm em marcha novos
projetos de investimento nas bancas no período 2021-2027.
Em períodos de crise há também que saber aproveitar as novas
oportunidades. E o porto de Sines pode estar na linha da frente
como sempre tem estado desde há mais de 40 anos!
Nada de mais atual do que no dia da APS!
10
EDIÇÃO Nº80
PROJETOS
11
AVANÇAM OBRAS DE PROLONGAMENTO
DO MOLHE LESTE
Decorre a 3ª fase de ampliação do molhe leste em mais 750
metros, consistindo no desenvolvimento da infraestrutura de
forma a dar resposta à expansão do Terminal de Contentores,
proporcionando condições de abrigo às novas zonas de
acostagem e operação, às manobras de acesso e rotação
dos navios de maiores dimensões e sem condicionar futuros
desenvolvimentos de expansão do porto para sul.
A solução estrutural utilizada foi, em grande parte, adaptada
da solução anterior do mesmo molhe e agora validada e
afinada com base nos resultados dos ensaios em modelo físico
3D. É do tipo quebra-mar de talude, constituídos por blocos de
betão de alta densidade do tipo Antifer.
	
A empreitada foi adjudicada à CONDURIL, no valor total de 72
Milhões de Euros e prazo de execução de 36 meses, estando
a data de conclusão prevista para fevereiro de 2023. Não
obstante as atuais dificuldades provocadas pela situação
pandémica, a obra decorre dentro do planeamento aprovado
com atrasos suscetíveis de recuperação. Quando concluída,
a 3ª fase de expansão do Molhe Leste compreenderá uma
extensão total de 1.750m, dando abrigo à duplicação de
capacidade do Terminal de Contentores – Terminal XXI, cujas
obras estão também em curso, e que dotará Sines de uma
capacidade instalada de 4.1 milhões de TEUS.
A 3ª FASE DE EXPANSÃO DO MOLHE LESTE
COMPREENDERÁ UMA EXTENSÃO TOTAL
DE 1.750M, DANDO ABRIGO À DUPLICAÇÃO
DE CAPACIDADE DO TERMINAL
DE CONTENTORES – TERMINAL XXI.
EDIÇÃO Nº80
PROJETOS
12
REQUALIFICAÇÃO DA REDE ELÉTRICA
RESPONDE AO CRESCIMENTO DO PORTO
O projeto de ampliação e reforço da rede elétrica do porto
de Sines visa responder às novas necessidades de consumo
de energia na área portuária, nomeadamente das que
resultam da ampliação do Terminal XXI e do projeto do novo
Terminal de Contentores – o Terminal Vasco da Gama.
Este reforço de potência disponível da rede elétrica do
porto de Sines, com os atuais 10 MVA (que se mantém
desde o inicio da sua atividade), far-se-á a partir de uma
Subestação de Alta Tensão (AT 60 KV), com potência de
64 MVA, com ligação à rede elétrica nacional por duas
EDIÇÃO Nº80
PROJETOS
13
linhas AT (60 KV/64 MVA), mais que sextuplicando a atual
capacidade do porto.
Correspondendo a um investimento da ordem dos 11
Milhões de Euros, este projeto permitirá, em simultâneo,
ESTE PROJETO DE INVESTIMENTO EM ENERGIA
FOTOVOLTAICA, COM 4 MW DE POTÊNCIA,
EM REGIME DE AUTO ECONSUMO, CORRESPONDE
A UM INVESTIMENTO DA ORDEM DOS 3 MILHÕES
DE EUROS, SENDO UM DOS VETORES DO PLANO
ESTRATÉGICO DA APS PARA A ÁREA DA ENERGIA.
dar cumprimento ao Decreto-Lei Nº 60/2017 de 9 de junho,
que transpôs a Diretiva 2014/94/EU, de 22 de outubro,
da União Europeia, no que respeita ao fornecimento de
energia elétrica aos navios atracados ao cais (Onshore
Power Supply) e cuja data limite estabelecida nesta Diretiva
é 31.12.2025, conseguindo a APS garantir uma antecipação
deste aumento de capacidade de energia elétrica, em cerca
de 3 anos.
Paralelamente, pretende-se alimentar a rede elétrica do
Porto de Sines, com uma componente de energia renovável
que se estima vir a substituir em cerca de 20% a energia
elétrica presentemente transacionada na rede do porto,
produzida e gerida diretamente pela APS, estando o “Pedido
de Enquadramento de Impacte Ambiental (PERJAIA)” do
projeto em fase de conclusão.
Este projeto de investimento em energia fotovoltaica,
com 4 MW de potência, em regime de auto Econsumo,
corresponde a um investimento da ordem dos 3 Milhões
de Euros, sendo um dos vetores do Plano Estratégico
da APS para a área da energia, que em conjunto com o
fornecimento “Onshore Power Supply”, visa contribuir para
acelerar o processo de descarbonização da economia e a
transição energética, que em termos ambientais integram o
conceito de Green Port.
Com data prevista de conclusão para o terceiro trimestre
de 2022, ambos os projetos prestarão um contributo
determiante no incremento da eficiência e sustentabilidade
ambiental do Porto de Sines.
EDIÇÃO Nº80
CPLS
14
A crise provocada pela pandemia Covid-19 veio demonstrar,
de forma dramática, a importância e também as fragilidades
das cadeias de abastecimento globais, acelerando a tendência
para centralidade logística dos portos (“port-centric logistics”
ou PCL), com o objetivo de reduzir tempo, custo e impacto
ambiental1
. É por isso boa altura para refletirmos sobre o
sistema portuário e logístico em Portugal.
A notável modernização do sistema portuário nacional registada
neste século, que permitiu o crescimento exponencial do Porto
de Sines, não foi acompanhada por uma evolução semelhante
no sistema logístico. Em maio de 2005 o Governo lançou o
projeto “Portugal Logístico”, que concebeu uma “Rede Nacional
de Plataformas Logísticas” (RNPL) constituída por 11 plataformas
complementadas por dois centros de carga aérea, no Porto e em
Lisboa, respetivamente. As onze plataformas foram agrupadas
em quatro categorias: Plataformas urbanas nacionais (Maia/
Trofa e Poceirão), plataformas portuárias (Leixões, Aveiro, Lisboa
e Sines), plataformas transfronteiriças (Valença, Chaves, Guarda
e Elvas/Caia) e plataformas regionais (Tunes). No seu conjunto,
a RNPL ocuparia uma área inicial de 844 ha e canalizaria um
investimento estimado de € 1bilião (milhares de milhões), sendo
€ 130 milhões dedicados às acessibilidades. Como se sabe,
à parte alguns investimentos do Estado em acessibilidades e
plataformas portuárias, o Portugal Logístico não passou de
uma boa intenção. Ironicamente, nos anos seguintes à sua
apresentação, foram criadas duas importantes plataformas
logísticas, por iniciativa privada, em localizações não previstas
na RNPL: A primeira foi a Plataforma Logística de Lisboa Norte,
constituída em 2008, mas não inaugurada como se verá a
seguir, e a segunda foi a Plataforma da MSC no Entroncamento
inaugurada em 2009.
A Plataforma Logística de Lisboa Norte tem tido uma história
atribulada, reveladora da dificuldade em se alterar cadeias de
abastecimento já estabelecidas. É uma plataforma multimodal
localizada em Castanheira do Ribatejo, com uma área de 100
ha, construída pela empresa espanhola Abertis Logística (agora
Saba Parques Logísticos). Representa um investimento de €
370 milhões e, segundo o construtor, irá criar 17.500 postos
de trabalho, sendo 5.000 empregos diretos. Infelizmente,
não conseguiu atrair clientes durante largos anos, até que foi
vendida à Merlin Properties em 2016. Esta empresa imobiliária
anunciou a construção de 225.000 m2 de armazéns a inaugurar
A CENTRALIDADE
LOGÍSTICA DE SINES
JORGE D’ALMEIDA, PRESIDENTE DA CPLS
em 2021, a que não será alheio o interesse declarado do grupo
Jerónimo Martins em aí instalar um centro logístico.
Em contraste, a Plataforma MSC Entroncamento tem uma
história de sucesso desde o seu início. Está localizada a uma
curta distância do terminal ferroviário do Entroncamento,
no lado poente da linha Norte–Sul, cobrindo uma área
infraestruturada de 6 ha adjacente a uma área de expansão de
14 ha reservada para atividades logísticas. É um investimento
de raiz da MSC/Medway, que assim oferece uma solução
eficiente para os carregadores na zona centro utilizarem o
porto de Sines. Curiosamente, há uma excelente infraestrutura
logística, o Terminal do Vale do Tejo (TVT), localizado a um
escasso quilómetro da plataforma da MSC/Medway, mas do
lado oposto da Linha Norte-Sul, que tem uma história algo
tortuosa. Foi inaugurado em 2001 com grande pompa e
circunstância com um objetivo louvável: oferecer um serviço
ferroviário pendular entre Entroncamento e o Porto Seco de
Coslada em Madrid, assim retirando diariamente milhares de
camiões da estrada. Infelizmente, durante muitos anos a ligação
ferroviária ao TVT era assegurada por uma linha de serviço
que atravessava as oficinas da CP/EMEF, incompatível com a
exploração do terminal para o serviço pretendido. Apesar desta
limitação, o TVT foi utilizado pela MSC durante vários anos para
ligação a Sines, até à transferência da sua atividade para o novo
terminal do Entroncamento em 2009. Finalmente, o problema
EDIÇÃO Nº80
CPLS
15
da ligação ao TVT foi solucionado e a MSC/Medway acabou
por comprar o terminal em 2019, com a intenção de transferir
para aí as operações da MSC Entroncamento, libertando as
atuais instalações para oficinas de manutenção e reparação de
material circulante da Medway.
Afinal, porque falhou o projeto Portugal Logístico? Usando
uma expressão popular, falhou porque se colocou o carro à
frente dos bois. Talvez a melhor forma de entender esta crítica
é contrastar dois modelos de desenvolvimento: o modelo do
Poceirão, a maior plataforma da RNPL com um investimento
estimado de €300 milhões, correspondente a um terço do total,
e o modelo da plataforma logística de Saragoça (PLAZA), hoje a
maior da europa.
O projeto do Poceirão, concebido pela LOGZ – Atlantic Hub,
tinha argumentos de peso a seu favor: localização favorável,
a menos de 40 km do maior centro de consumo de Portugal,
com boas acessibilidades rodo-ferroviárias, promovido e
desenvolvido por empresas com boa capacidade financeira e
larga experiência na concretização de infraestruturas industriais
e logísticas: Mota-Engil, Espírito Santo Resources, Odebrecht e
Opway. Melhor era difícil. O seu modelo de desenvolvimento
assentava em três vetores: i) ligação às plataformas ibéricas,
portuárias e logísticas, ii) consolidação do tráfego portuário
de Sines, Setúbal e Lisboa destinado ao hinterland ibérico e iii)
instalação de centros de distribuição para servir a região de
Lisboa e o restante território nacional. O problema deste modelo
é que não gerava vantagens competitivas suficientemente
aliciantes em nenhum dos três vetores. Os portos de Sines,
Setúbal e Lisboa estão ligados à rede ibérica, sem necessidade
de qualquer paragem a meio caminho, sendo o terminal
ferroviário da Bobadela o ponto natural de consolidação dos
fluxos ibéricos, já que funciona como a portaria do terminal de
contentores de Sines para os carregadores da região de Lisboa.
Por outro lado, a deslocalização dos centros de distribuição
localizados, na sua maioria, na margem norte do Tejo, não fazia
muito sentido sem os volumes de carga dum hub ferroviário.
Esta razões, agravadas pela crise financeira de 2008 – 2014,
determinaram a suspensão do investimento.
Em contraste, a história da PLAZA é uma história de sucesso,
tornando-se um caso de estudo da prestigiosa universidade
de Harvard2
. Tudo começou em 2000 quando o Governo da
Comunidade Autónoma de Aragão (CAA), tomando consciência
da extrema dependência da economia regional em relação
ao setor automóvel, decidiu apostar no desenvolvimento
de um parque logístico em Saragoça, tirando partido da sua
centralidade, equidistante dos portos de Barcelona, Valência
e Bilbau, e convenientemente próxima de Madrid, o principal
centro de carga da Península Ibérica. Para isso, constituiu
uma parceria público-privada entre Governo da CAA, Câmara
Municipal de Saragoça e dois bancos regionais. A primeira
prioridade, antes mesmo da compra dos terrenos, foi encontrar
um cliente-âncora. Por feliz coincidência, a Inditex, companhia-
mãe da Zara, estava a negociar um centro de distribuição em
Barcelona. Instada pela PLAZA, acabou por trocar Barcelona
por Saragoça, trazendo consigo toda a cadeia de valor. A
PLAZA cobre uma área de 1.283 ha, incluindo um terminal
ferroviário com 89 ha. Após um investimento de €500 milhões,
foi inaugurada em outubro de 2005, contando então com 130
empresas. Em 2010, cinco anos após a inauguração, a PLAZA
já contava com 250 empresas, geradoras de 10.000 postos de
trabalho diretos, atingindo uma taxa de ocupação de 80%.
Sines tem, à partida, excelentes condições para o
desenvolvimento de um parque logístico contíguo ao Terminal
XXI e ao futuro Terminal Vasco da Gama, na zona reservada para
esse efeito, a Zalsines, com uma área de 270 ha, com margem
para expansão. Até agora, o modelo de desenvolvimento do
Terminal XXI tem-se baseado sobretudo no transbordo, que não
gera atividade logística. Contudo, para a expansão do Terminal
XXI e o desenvolvimento do Terminal Vasco da Gama, um parque
logístico em Sines é um fator crítico de sucesso. Em alternativa
aos depots e centros de distribuição espalhados pelo país, a
centralização da logística em Sines oferece grandes vantagens
em termos de tempo, custo e impacto ambiental. Para além
da fiabilidade e qualidade de serviço para o cliente final. Um
estudo da Domínio Capital estima que a Zalsines ocupada a 50%
pode gerar 10.000 postos de trabalho, entre diretos, indiretos
e induzidos, e contribuir com um valor acrescentado bruto de €
500 milhões por ano.
Em boa hora, a Administração do Porto de Sines decidiu
atualizar o seu Plano Estratégico, já em fase de conclusão, com
a participação da CPLS e de um largo grupo de stakeholders
multinacionais, que irá potenciar a centralidade logística do
Porto de Sines, assegurando o seu crescimento sustentável.
Para isso conta com tecnologias emergentes, como a Janela
Única Logística (JUL) recentemente instalada, e com a planeada
melhoria das ligações ferroviárias e rodoviárias, cuja atempada
conclusão é imperativa para o sucesso de Sines.
1
https://www.youtube.com/watch?v=DmZ06wl2XcI
2
Watson, N. e Kraiselburd, S., “Plaza, the Logistics Park of Zaragoza”, Harvard Business School, June 2009
EDIÇÃO Nº80
RESULTADOS ESTATÍSTICOS
3º TRIMESTRE 2020
PORTO DE SINES A CRESCER
NA CARGA CONTENTORIZADA
Os resultados alcançados no terceiro trimestre de 2020 voltaram a
colocar o Porto de Sines na trajetória de crescimento no que respeita à
carga contentorizada. Com um total acumulado de janeiro a setembro
de 1,17 milhões de TEU (contentores de 20 pés), Sines alcançou um
aumento de 8,3% em relação ao mesmo período homólogo.
No que respeita à movimentação total do porto, apesar do 3º trimestre
assinalar um crescimento de 32,7% comparativamente ao trimestre
anterior, o Porto de Sines registou uma diminuição de 2,5% na
movimentação acumulada, permitindo, ainda assim, ultrapassar os 30
milhões de toneladas movimentadas até setembro.
Os granéis sólidos contribuíram decisivamente para esta quebra, com
uma redução de mais de dois milhões de toneladas de carvão, motivado
pelo encerramento das centrais termelétricas a carvão no âmbito da
descarbonização energética em curso no nosso país. Relativamente
aos granéis líquidos, registou-se a manutenção dos volumes de
movimentação do mesmo período do ano anterior (-0,9%), com o
gás natural liquefeito a manter-se também nos mais de 3,1 milhões
de toneladas movimentadas no período em análise. Por outro lado, o
segmento da carga geral demonstrou um comportamento bem positivo,
onde se inclui a carga contentorizada que registou mais 12,1% em
termos de tonelagem, em referência ao mesmo período do ano anterior.
A trajetória apresentada até ao final do mês de setembro permite
perspetivar um fecho de ano com sinal positivo, apesar do contexto
pandémico em que vivemos. Todos os agentes económicos e
autoridades com atividade em Sines têm contribuído decisivamente
para colocar o Porto de Sines num patamar de excelência, garantindo o
normal funcionamento da economia e o completo funcionamento das
cadeias logísticas.
16
EDIÇÃO Nº80
COORDENADAS
EDIÇÃO Nº80
O PORTO E A CIDADE
18
Empresas diretamente ligadas ao complexo industrial,
logístico e portuário de Sines uniram-se para oferecer
uma Unidade Móvel 4x4 ao Hospital do Litoral Alentejano,
equipamento que aumentará a capacidade de resposta da
Unidade Local de Saúde (ULSLA) face às necessidades da
comunidade, incluindo no combate ao COVID-19.
Com efeito, as caraterísticas morfológicas do terreno
sob responsabilidade da ULSLA são muito diversas e
as viaturas de que a unidade dispõe não conseguem
chegar a muitos locais de domicílio, sobretudo em
montes dispersos em locais de serras. Também, quer as
equipas de Saúde Publica quer as outras equipas que
acompanham e prestam cuidados de saúde ao domicílio
de doentes impossibilitados de ir aos Centros de Saúde,
têm neste contexto o seu trabalho intensificado pelas
razões do confinamento imposto pela pandemia COVID-19,
nomeadamente pela assistência a doentes em quarentena
ou em vigilância ativa por infeção ou suspeição, o que
inclui, em caso de necessidade, a colheita de material para
análise.
O momento da entrega foi testemunhado pelo Presidente
da Câmara Municipal de Sines, pela Autoridade de Saúde
de Sines, pela Presidente do Conselho de Administração
da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano e por
representantes das empresas doadoras e das forças de
segurança e da proteção civil de Sines, respeitando todos
os procedimentos determinados pela autoridade de saúde
para o efeito.
COVID-19
EMPRESAS DE SINES OFERECEM UNIDADE MÓVEL 4X4
E RAIO X MÓVEL AO HOSPITAL DO LITORAL ALENTEJANO
Um conjunto de empresas diretamente ligadas ao
complexo industrial, logístico e portuário de Sines uniram-
se e adquiriram um equipamento de Raio X móvel para o
Hospital do Litoral Alentejano (HLA).
Este equipamento, no valor de 72 mil euros, é fundamental
para dotar a Unidade de Cuidados Intensivos do HLA de
uma ferramenta essencial no diagnóstico e tratamento
da população da região, incluindo nos procedimentos
vigentes relativos ao combate ao COVID-19.
Com este gesto, as empresas pretenderam, igualmente,
demonstrar o seu agradecimento pelo empenho, trabalho
e generosidade incansáveis de todos os profissionais de
saúde neste momento difícil, nomeadamente de quantos
trabalham no HLA e na região de Sines.
A entrega do equipamento formalizou-se com a presença
do Presidente da Câmara Municipal de Sines, da
Autoridade de Saúde de Sines do Presidente do Conselho
de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral
Alentejano e de representantes das empresas doadoras
e das forças de segurança e da proteção civil de Sines,
respeitando todos os procedimentos determinados pela
autoridade de saúde para o efeito.
EDIÇÃO Nº80
ZONA VERDE
19
COMUNIDADE PORTUÁRIA E LOGÍSTICA
DE SINES INTEGRA PROJETO EUROPEU
DE INOVAÇÃO NOS TRANSPORTES
A CPLS – Comunidade Portuária e Logística de Sines integrou
o projeto europeu PLANET, de investigação e inovação em
parceria com diversos «stakeholders» internacionais de
transporte e logística.
O PLANET - Progress towards Federated Logistics through the
Integration of TEN-T into a Global Trade Network tem a duração
de 36 meses.
O projeto tem como objetivo ir além dos estudos conhecidos
sobre a Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T),
demonstrando a utilização de tecnologias emergentes nos
corredores de ligação China/União Europeia/Estados Unidos
e com base em dois pilares: a modelação dinâmica das rotas
comerciais e do seu impacto nas infraestruturas logísticas e nas
operações da RTE-T, tendo em conta fatores geoeconómicos;
para além disso, foca-se na transformação digital da RTE-T,
com ganhos económicos e ambientais, utilizando tecnologias
disruptivas, designadamente IoT, Blockchain, PI, 5G, Impressão
3D, hyperloop e veículos autónomos.
O consórcio multinacional responsável pelo projeto compreende
33 parceiros de 14 países, sendo a CPLS o único representante
português.
De acordo com Jorge d’Almeida, presidente da CPLS, “a
participação do complexo portuário e logístico de Sines neste
ambicioso projeto, a par de Roterdão e Valência, demonstra
bem a crescente importância de Sines e de Portugal no xadrez
logístico global”.
EDIÇÃO Nº80
RADAR
20
O Porto de Sines recebeu o navio “Eagle Brasília”, um dual-
fuel Aframax, que tem a particularidade de ser movido a GNL
– Gás Natural Liquefeito. Com efeito, é muito rara a utilização
deste combustível em navios tanque, nomeadamente no que
respeita aos navios que transportam produtos petrolíferos.
Nesta viagem, o navio “Eagle Brasília”, proveniente do
porto de Sullom Voe, no Reino Unido, atracou no Terminal
de Granéis Líquidos para proceder à descarga 100 mil
toneladas de crude para a refinaria de Sines. O navio tem um
comprimento total de 250 metros e cerca de 44 metros de
largura, apresentando um calado máximo de 15,1 metros.
A utilização do gás natural como energia de transição
PORTO DE SINES RECEBE NAVIO TANQUE MOVIDO A GNL
para energias renováveis, por ter menor impacto no meio
ambiente, tem sido apontada como uma alternativa e já hoje
é o combustível utilizado por alguns dos novos navios, desde
os RoRo-Pax (ferries), a navios de contentores passando pelos
navios tanque.
Recorde-se que Sines foi recentemente palco do primeiro
abastecimento de combustível de bancas a navios, utilizando
GNL (na modalidade TTS – Truck to ship), efetuado em
Portugal Continental, o que atesta a capacidade desta
infraestrutura portuária para garantir este tipo de operações.
Também em Sines está localizado o único terminal do país
preparado para movimentar Gás Natural Liquefeito.
EDIÇÃO Nº80
RADAR
21
A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
do Brasil, Tereza Cristina e a Ministra da Agricultura de
Portugal, Maria do Céu Antunes, visitaram o Porto de Sines.
Da comitiva fizeram também parte o Secretário de Estado
Adjunto e das Comunicações, Hugo Mendes, e o Secretário
de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.
MINISTRAS DA AGRICULTURA DE PORTUGAL E DO BRASIL
VISITAM PORTO DE SINES COM FOCO NO AGRONEGÓCIO
Esta visita inseriu-se no programa oficial da governante
brasileira a Portugal e enquadrou-se na estratégia de
promoção e desenvolvimento do Porto de Sines e das áreas
logísticas e industriais adjacentes para o agronegócio. Com
efeito, as novas dinâmicas do mercado internacional, em
que o Brasil assume uma importância cada vez maior, fazem
que seja cada vez mais importante rever o circuito logístico
da agroindústria na Europa.
A utilização de um porto de águas profundas no sul
do continente, possibilita, por um lado, operações de
transbordo para o norte de África, o Mediterrâneo e a
própria Europa atlântica e, por outro lado, a instalação em
Sines, em condições muito competitivas, de projetos de
cariz industrial e/ou logístico que acrescentem valor na
cadeia logística agroalimentar.
VISITA INSERIU-SE NO PROGRAMA OFICIAL
DA GOVERNANTE BRASILEIRA A PORTUGAL
E ENQUADROU-SE NA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO
E DESENVOLVIMENTO DO PORTO DE SINES E DAS
ÁREAS LOGÍSTICAS E INDUSTRIAIS ADJACENTES
PARA O AGRONEGÓCIO.
EDIÇÃO Nº80
RADAR
22
O Porto de Sines reforçou a capacidade das várias
autoridades para a realização das inspeções às mercadorias
movimentadas em contentor, nomeadamente a verificação
do cumprimento das condições fitossanitárias de produtos
alimentares para consumo humano.
O investimento da Administração dos Portos de Sines e do
Algarve (APS), no valor de cerca de um milhão de euros,
compreendeu a duplicação da área útil do edifício de
inspeções existente, para um total de 500 m2, e a duplicação
do número de portas, de 3 para 6 portas/cais de inspeção,
principalmente para utilização pela Autoridade Aduaneira
e pela Autoridade de Sanidade Vegetal. Por outro lado, foi
ainda construído um segundo armazém, com uma área de
1.000 m2, que permite reforçar a capacidade de inspeção
simultânea de contentores refrigerados, no âmbito do
controlo fitossanitário.
PORTO DE SINES REFORÇA CAPACIDADE
PARA INSPEÇÃO DE CONTENTORES
Associado a este investimento em infraestruturas físicas
e no prosseguimento de uma política de digitalização, foi
também reforçada a aposta na agilização e simplificação dos
procedimentos de inspeção, através de soluções tecnológicas
dedicadas, que se traduz no aumento significativo das
condições de desembaraço administrativo para a inspeção
dos contentores.
Enquanto fronteira externa da União Europeia, as diversas
autoridades presentes no Porto de Sines, com interferência
no processo de importação/exportação, têm de garantir o
controlo e a fiscalização das cargas movimentadas, pelo que
este reforço de capacidade constitui uma melhoria do serviço
prestado aos clientes do porto e contribui para um despacho
mais ágil das mercadorias.
EDIÇÃO Nº80
CARGO REVISTA, 2 dezembro
REVISTA DE IMPRENSA
23
O Digital, 23 novembro
CARGO REVISTA, 18 setembro
Vida Económica, 27 novembro
Setúbal Mais, 8 outubro
CARGO, 9 junho
Jornal Sudoeste, 5 junho
Jornal Sudoeste, 19 junho
Notícias ao Minuto, 20 outubro Revista da Marinha, 31 outubro
O Leme, 22 outubro
EDIÇÃO Nº80

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Revista APS N.º 80 – Dezembro 2020

  • 1. EDIÇÃO Nº80 DEZEMBRO 2020 PORTO DE SINES APRESENTA PLANO ESTRATÉGICO 2020-2030 COORDENADAS Resultados Estatísticos 3º Trimestre 2020 Porto de Sines a crescer na carga contentorizada CPLS A Centralidade Logística de Sines Jorge d’Almeida, Presidente da CPLS
  • 2. EDIÇÃO Nº80 DIRETOR José Luís Cacho PROPRIEDADE Administração dos Portos de Sines e do Algarve, SA Número de Registo: DSC.RV.20.001 Contribuinte n.º 501 208 950 Depósito Legal: 276191/08 ISSN 1646-2882 SEDE Apartado 16, EC SINES 7521-953 Sines T 269 860 600 F 269 860 690 E geral@apsinesalgarve.pt www.apsinesalgarve.pt DESTAQUE • Porto de Sines apresenta Plano Estratégico 2020-2030 • Porto de Sines associa-se aos principais portos do mundo na resiliência face à Covid-19 PROJETOS • Terminal XXI - PSA Sines adjudica expansão • Janela Única Logística arranca no Porto de Sines • Requalificação do ramal ferroviário do Porto de Sines • A transição energética como oportunidade para Sines • Avançam obras de prolongamento do molhe leste • Requalificação da Rede Elétrica responde ao crescimento do porto CPLS • A Centralidade Logística de Sines Jorge d’Almeida, Presidente da CPLS COORDENADAS • Resultados Estatísticos 3º Trimestre 2020 Porto de Sines a crescer na carga contentorizada O PORTO E A CIDADE • Empresas de Sines oferecem equipamentos ao Hospital do Litoral Alentejano ZONA VERDE • Comunidade Portuária e Logística de Sines integra projeto europeu de inovação nos transportes RADAR • Porto de Sines recebe navio tanque movido a GNL REVISTA DE IMPRENSA 4 7 14 16 18 19 20 23 No porto de Sines e para os âmbitos declarados - ver certificados em www.portodesines.pt
  • 3. EDIÇÃO Nº80 2020 tem sido um ano muito duro para todos os portugueses. Na adversidade que inopinadamente nos bateu à porta, soubemos, na APS, fazer das dificuldades desafios. O lema, seguido pela valorosa equipa da empresa, consistiu em NUNCA BAIXAR OS BRAÇOS. Por termos sabido resistir, vamos crescer perto de 10% na carga contentorizada, a que somaremos outros resultados positivos também. Presencialmente, uns, em tele-trabalho outros, aproveitámos para trabalhar com afinco no Plano Estratégico 2020-2030, documento que sinaliza uma mudança de peso no rumo a tomar na próxima década. As alterações climáticas bateram-nos à porta com fragor, a descarbonização da economia avança inexoravelmente; tendo, a energia, um peso significativo no Porto de Sines, é evidente a imperiosa necessidade de nos adaptarmos, procurando novos caminhos. O Plano Estratégico responde a esses desafios exigentes, porque não vislumbramos outra alternativa que não seja a de AVANÇAR. Resistimos, associando-nos aos principais portos do mundo na resiliência face à pandemia; a expansão do Terminal XXI foi adjudicada; arrancou a Janela Única Logística (JUL); no ramal ferroviário do Porto de Sines prosseguem as obras de requalificação, a par da boa notícia referente ao lançamento de dois concursos públicos para a modernização da ligação ferroviária entre Sines e a Linha do Sul. Na revista que agora chega às vossas mãos encontram o detalhe de outros assuntos que marcaram a actualidade da empresa, entre eles os gestos de solidariedade activa em que fomos parceiros, ou a integração da CPLS no projecto europeu PLANET. Ao lermos o excelente artigo do Presidente da CPLS, palavras sábias que vão muito para além da “Centralidade Logística do Porto de Sines”, pois fazem uma notável radiografia do todo nacional neste domínio, lembrámo-nos de notícia de há dias, cujo título se sintoniza, na perfeição, com o lema do nosso Plano Estratégico. “Porto de Sines ‘ajuda’ Amazon a ter interesse em Plataforma Logística” do Sudoeste Europeu (Badajoz). Não só queremos, como já estamos a afirmar Sines como um porto para o Mundo, trazendo o Mundo para o Porto. Em 2021 continuaremos a AVANÇAR, porque sabemos RESISTIR. Votos de Bom Natal, e um Ano Novo que nos liberte a todos do colete de forças imposto pela pandemia. EDITORIAL RESISTIR E AVANÇAR 3 EDITORIAL
  • 4. EDIÇÃO Nº804 DESTAQUE O Conselho de Administração da APS apresentou as Opções Estratégicas para os próximos dez anos, uma sessão que contou com a presença de Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e da Habitação e Hugo Santos Mendes, Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações. Sustentado em três Eixos Estratégicos, cujo objetivo fulcral se foca no reforço da centralidade e da conectividade assente num modelo de gestão de rede ou de coordenação do sistema, e um compromisso firme com a sustentabilidade ambiental e social, este plano estratégico pretende afirmar Sines um Porto para o Mundo, trazendo o Mundo para o Porto enquanto o prepara para um Futuro cada vez mais moderno, inovador, digital e eficiente. Tendo como Metas Estratégicas a captura de carga ibérica para alcançar uma quota de 3% no total associado ao comércio externo, expandir a atividade da ZILS/ZAL PORTO DE SINES APRESENTA PLANO ESTRATÉGICO 2020-2030 e assegurar que as novas atividades económicas contribuem com mais de 40% para os movimentos do porto, bem como atingir a liderança na satisfação dos stakeholders no que diz respeito aos atributos de “conectividade interna”, “custo/ preço” e “hinterland”, o Porto de Sines coloca a fasquia na excelência, assente numa proposta de valor com visão de futuro. O Presidente do Conselho de Administração da APS, José Luís Cacho, abriu a sessão, dando o mote para os desafios que perfilam no horizonte do Porto de Sines numa década que será marcada pela descarbonização da economia e por uma crescente digitalização do mundo global, e do setor marítimo-portuário em particular. Pedro Nuno Santos encerrou a sessão realçando o importante papel de Sines enquanto motor da industrialização, nomeadamente através de investimentos na ZILS, contribuindo para o enriquecimento do país, não deixando de realçar que infraestruturas como o Porto de Sines devem sempre colocar-se ao serviço de Portugal e dos portugueses, alavancando o crescimento da economia, gerando emprego e riqueza para todos. PLANO ESTRATÉGICO PRETENDE AFIRMAR SINES COMO UM PORTO PARA O MUNDO, TRAZENDO O MUNDO PARA O PORTO ENQUANTO O PREPARA PARA UM FUTURO CADA VEZ MAIS MODERNO, INOVADOR, DIGITAL E EFICIENTE.
  • 5. EDIÇÃO Nº80 5 DESTAQUE 8 PROGRAMAS OPERACIONAIS MAPEAMENTO DE CORREDORES E PLATAFORMAS LOGÍSTICAS ATRAÇÃO DE CARREGADORES IBÉRICOS ATRAÇÃO DE INVESTIDORES PARA ZILS E ZAL SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL REFORÇO DE COMPETÊNCIA GOVERNATIVAS DA APS REORGANIZAÇÃO INTERNA E INCENTIVOS DIGITALIZAÇÃO DA LOGÍSTICA PORTUÁRIA GARANTIA DE RECEITA E RENTABILIDADE 3 EIXOS ESTRATÉGICOS O REFORÇO DA CENTRALIDADE E DA CONETIVIDADE UM MODELO DE GESTÃO DE REDE, OU DE COORDENAÇÃO DO SISTEMA UM COMPROMISSO FIRME COM A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL 3 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS SINES: UM PORTO PARA O MUNDO SINES: O MUNDO NO PORTO SINES: UM PORTO DO FUTURO 3 METAS ESTRATÉGICAS CAPTURA DE QUOTA DE CARGA IBÉRICA EXPANDIR A ATIVIDADE DA ZILS/ZAL LIDERANÇA NA SATISFAÇÃO DOS STAKEHOLDERS
  • 6. EDIÇÃO Nº80 DESTAQUE 6 PORTO DE SINES ASSOCIA-SE AOS PRINCIPAIS PORTOS DO MUNDO NA RESILIÊNCIA FACE À COVID-19 O Porto de Sines subscreveu a declaração da PAR – Port Authorities Roundtable sobre a necessidade e empenho das autoridades portuárias em manter a continuidade e o funcionamento dos portos em contexto de pandemia. Este processo foi iniciado pela Maritime and Port Authority of Singapore ao qual se associaram mais de 50 autoridades portuárias em todo o mundo, em especial aquelas com maior relevo no comércio marítimo mundial como por exemplo Roterdão, Hamburgo, Barcelona, Abu Dhabi, Singapura, Los Angeles, Ningbo ou Xangai. Com o atual clima de incerteza económica e de crise sanitária é crucial que as autoridades portuárias continuem comprometidas em manter os seus portos abertos ao comércio internacional e assim garantir o fluxo contínuo de mercadorias entre países. Os três princípios que compõe a declaração são: 1. Manter a cadeia de abastecimentos global e o comércio mundial em funcionamento, garantindo que os navios mercantes podem continuar a atracar e operar nos terminais portuários; 2. Facilitar uma coordenação mais estreita, estabelecendo um canal de comunicação aberto para que as autoridades portuárias e marítimas possam compartilhar experiências e trocar informações sobre o combate ao COVID-19; 3. Adotar as melhores práticas de acordo com o contexto nacional de cada porto, incluindo medidas de precaução para a comunidade portuária, conselhos e assistência para as tripulações e pessoal com necessidade de ir a bordo, e medidas a tomar para lidar com casos confirmados. Os portos subscritores da declaração pretendem também expressar o maior agradecimento ao pessoal marítimo, pilotos de barra, trabalhadores em terra e a toda a comunidade marítima e portuária internacional que, juntos, trabalham incansavelmente em contexto de pandemia, permitindo que o comércio internacional continue durante estes tempos difíceis. Além das cerca de 50 principais autoridades portuárias dos cinco continentes, esta declaração também é apoiada por organizações internacionais como a Organização Marítima Internacional (IMO), International Chamber of Shipping (ICS) e a Internacional Association of Ports and Harbors (IAPH), entre outras. Para conhecer a declaração e os portos aderentes consulte o site da Maritime and Port Authority of Singapore: https://www.mpa.gov.sg/web/portal/home/media-centre/news- releases/mpa-news-releases/detail/93461147-d7e1-4eff-8f7f- 2868aec2164e
  • 7. EDIÇÃO Nº80 PROJETOS 7 TERMINAL XXI PSA SINES ADJUDICA EXPANSÃO A PSA SINES, concessionária do Terminal de Contentores do Porto de Sines (Terminal XXI), adjudicou a primeira fase de expansão desta infraestrutura portuária ao agrupamento concorrente MOTA-ENGIL, ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A. / ETERMAR – ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A. na sequência do concurso lançado em agosto passado. Esta fase da ampliação compreende a construção de mais 204 metros de cais de forma a dotar o terminal de um cais corrido com 1.150 metros até ao final de 2021, representando um investimento privado de 16,5 milhões de euros. Esta é a primeira fase de expansão após processo de renegociação da concessão do Terminal XXI que, na sua configuração final, apresentará um cais com 1.750 metros a serem construídos de forma faseada. O projeto de expansão do Terminal XXI é o resultado do aditamento ao contrato de concessão celebrado entre a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) e a PSA Sines, permitindo agora a realização de novos investimentos referentes à ampliação do cais e modernização do terminal, projetando o aumento da capacidade de movimentação anual de 2,3 para 4,1 milhões de TEU (contentores de 20 pés). O Terminal XXI é atualmente um importante HUB de transhipment e representa já uma importante porta de entrada e saída no hinterland ibérico, sendo parte integrante das principais rotas marítimas internacionais nas quais estão alocados os maiores navios de contentores do mundo em operação. Este investimento vem reforçar a capacidade do terminal em receber vários navios megacarriers em simultâneo, aumentando assim a sua oferta operacional ao mesmo tempo que reforça a sua importância para o desenvolvimento económico da região e do país.
  • 8. EDIÇÃO Nº80 A JUL – Janela Única Logística entrou em produção no Porto de Sines. Este é mais um importante marco na história do Porto de Sines e é o culminar de mais de dois anos de trabalho conjunto dos vários stakeholders do setor marítimo-portuário nacional. Este projeto, lançado pela APP – Associação dos Portos de Portugal, tem como principal objetivo o incremento da eficiência dos portos nacionais no âmbito da “Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária” aprovada pelo governo. A entrada em produção da plataforma nos vários portos nacionais tem ocorrido gradualmente, cumprindo-se o objetivo de uniformizar procedimentos dentro dos portos portugueses na liderança dos processos de digitalização portuária, possibilitando que na mesma plataforma todas as entidades envolvidas numa escala possam intervir. De lembrar que a Janela Única Logística alarga o conceito da JUP (Janela Única Portuária) a toda a cadeia logística, integrando os meios de transporte terrestres, rodovia e ferrovia, incluindo as ligações aos portos secos e plataformas logísticas, numa lógica de total intermodalidade com importantes ganhos de eficiência ao longo de toda a cadeia logística. A APS agradece o empenho, disponibilidade e dedicação de todos os agentes económicos e autoridades com atividade no Porto de Sines que contribuíram, ativamente, para que a entrada em produção da nova plataforma fosse possível. PROJETOS JANELA ÚNICA LOGÍSTICA ARRANCA NO PORTO DE SINES 8
  • 9. EDIÇÃO Nº80 PROJETOS 9 REQUALIFICAÇÃO DO RAMAL FERROVIÁRIO DO PORTO DE SINES O Ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, visitou a requalificação do ramal ferroviário do Porto de Sines, na área intervencionada, no Terminal XXI. O valor global de investimento previsto no âmbito deste projeto é de 16,8M€, sendo cerca de 8.4M€ desenvolvido pela APS e os restantes 8,4M€ da responsabilidade da PSA Sines. O projeto de requalificação do ramal ferroviário do porto de Sines, integra um conjunto de projetos estruturantes, em curso, na sua área de expansão leste, que visa dotar o Terminal de Contentores de Sines, incluindo já a sua 3ª fase de ampliação em curso, e o futuro Terminal Vasco da Gama, de melhores condições de operação e manobra e de aumento da capacidade instalada devido ao previsível crescimento de carga contentorizada neste modo de transporte. Com as obras realizadas, a capacidade atual de movimentação de 24 comboios/dia, de 600 metros de comprimento cada, será aumentada para 36 comboios/dia, de 750 metros cada, que corresponde a um incremento de duplicação da capacidade atual do ramal. Este projeto inclui a ampliação da plataforma ferroviária de carga/descarga do Terminal XXI, com duas novas linhas com capacidade de receção de composições de 750 metros de comprimento e melhorias nos sistemas de via, catenária e de sinalização, de forma a permitir uma gestão logística mais eficiente e segura. O redimensionamento do layout do atual ramal, nomeadamente com a construção de uma 4ª linha e de uma nova linha de reversão adequada à dimensão destas composições, permitirá ainda no futuro, a ligação dos dois terminais (TXXI/TGV). Futuramente, está prevista a instalação de uma 5ª linha de resguardo para aumento da capacidade da manobra, bem como a ligação ao Terminal Vasco da Gama, em redundância de acessos, com a construção de um 2º acesso. O projeto prevê ainda a automação da manobra, pela instalação de sinalização, criando-se a entidade “Gestor de Parque” (de manobras), sendo a APS a primeira entidade portuária nacional a implementar tal forma de gestão da operação. MODERNIZAÇÃO DA LIGAÇÃO FERROVIÁRIA ENTRE SINES E A LINHA DO SUL Num investimento de quase 40 milhões de euros, foram lançados dois concursos públicos para a modernização da ligação ferroviária entre Sines e a Linha do Sul. Um dos concursos públicos diz respeito a um investimento estimado em 33,6 milhões de euros que, de acordo com a empresa Infraestruturas de Portugal, pretende “eliminar os atuais constrangimentos de capacidade e potenciar as condições de exploração e de segurança na Linha de Sines”. A obra inclui a modernização do atual canal ferroviário da Linha de Sines, no troço entre Ermidas Sado e Sines, dotando-o de condições técnicas e operacionais para a realização de comboios de 750 metros de comprimento com origem/destino no Porto de Sines, fazendo parte “trabalhos de via férrea, terraplenagem, drenagem, obras de arte correntes -passagens superiores e passagens inferiores, restabelecimentos, construção de uma nova estação técnica e modernização de estações existentes, instalações fixas de tração elétrica, infraestruturas de base para sinalização e telecomunicações”. Também o projeto global da “Ligação ferroviária Sines-Elvas”, inserido no “Corredor Atlântico das Redes Transeuropeias de Transportes”, tem como objetivo modernizar a infraestrutura ferroviária existente, uma vez que, após a construção do troço Évora-Elvas, se pretende estabelecer uma ligação direta mais eficiente e competitiva face ao traçado atual, entre o Porto de Sines e Badajoz.
  • 10. EDIÇÃO Nº80 PROJETOS O Pacto Ecológico Europeu para a União Europeia e para os seus cidadãos (“European Green Deal”), apresentado há cerca de um ano, constitui um novo quadro de emissões para a neutralidade dos gases com efeito de estufa em 2050, associando o crescimento económico e a qualidade de vida à utilização de recursos. O Pacto Ecológico é parte integrante da estratégia para executar a Agenda 2030 e concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas que foram apresentados em 2015. Trata-se, agora, de definir um roteiro para se atingir a neutralidade climática até 2050 com a liderança ambiciosa da União Europeia, reduzindo a emissão em, pelos menos, 50% a 55% até 2030 (em comparação com os níveis de 1990). Uma das ações essenciais para se atingir aquele objetivo passa pela “descarbonização do sistema energético” o que vai exigir a redução de 90% das emissões dos transportes. A questão que hoje se suscita é a de decidir o roteiro, com alguma margem, para que possam ser dados os passos certos na transição energética, designadamente, na progressiva aproximação em 2050 à exclusividade das energias renováveis. Já hoje se debate a opção por diversos gases que poderão ser o combustível do futuro, mas, então, a serem produzidos sem o recurso aos combustíveis fósseis. São os casos do hidrogénio e do amoníaco a que se juntam os chamados biocombustíveis. No entanto, nem atualmente existe mercado para aqueles gases – ainda que produzidos pelas refinarias e petroquímicas – nem poderão entrar no mercado sem uma progressiva transição feita com os combustíveis fósseis. Assim, o único combustível fóssil que, ainda assim, pode A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA COMO OPORTUNIDADE PARA SINES contribuir para a transição energética e para a descarbonização é o GNL (“Gás Natural Liquefeito”), que melhora, substancialmente, a emissão da maioria dos gases com efeito de estufa. Na verdade, o GNL reduz, quanto às emissões, 99% de óxido de enxofre, 85% de óxido nitroso e 20% de dióxido de carbono, permitindo a integração do biometano orgânico (produzido a partir de produtos agrícolas e de resíduos) numa taxa de incorporação de 13%. No porto de Sines, desde há muito que a REN Atlântico adquiriu um profundo conhecimento sobre o GNL, o seu transporte, tancagem, gaseificação e liquefação (incluindo, o “transhipment”) que será, em tudo, idêntico à utilização de gases como o hidrogénio e o amoníaco que, na sua versão “verde”, poderão ser produzidos em Sines através de instalação própria dedicada, por meio da eletrólise da água e com a utilização de renováveis como a energia solar. A European Sea Ports Organization (ESPO), organização que agrupa diversos portos europeus, reafirmou, recentemente, a necessidade de se considerar o GNL como o combustível de liderança da transição energética, pelo menos, no médio prazo. Se dúvidas houvesse, os novos navios porta-contentores da CMA/CGM, capazes de transportar mais de 23.000 TEU, aí estão com o duplo sistema “combustível tradicional/GNL”, mais de 30% dos portos europeus já têm a possibilidade de prestar o serviço de bancas de GNL e 1 em cada 4 têm em marcha novos projetos de investimento nas bancas no período 2021-2027. Em períodos de crise há também que saber aproveitar as novas oportunidades. E o porto de Sines pode estar na linha da frente como sempre tem estado desde há mais de 40 anos! Nada de mais atual do que no dia da APS! 10
  • 11. EDIÇÃO Nº80 PROJETOS 11 AVANÇAM OBRAS DE PROLONGAMENTO DO MOLHE LESTE Decorre a 3ª fase de ampliação do molhe leste em mais 750 metros, consistindo no desenvolvimento da infraestrutura de forma a dar resposta à expansão do Terminal de Contentores, proporcionando condições de abrigo às novas zonas de acostagem e operação, às manobras de acesso e rotação dos navios de maiores dimensões e sem condicionar futuros desenvolvimentos de expansão do porto para sul. A solução estrutural utilizada foi, em grande parte, adaptada da solução anterior do mesmo molhe e agora validada e afinada com base nos resultados dos ensaios em modelo físico 3D. É do tipo quebra-mar de talude, constituídos por blocos de betão de alta densidade do tipo Antifer. A empreitada foi adjudicada à CONDURIL, no valor total de 72 Milhões de Euros e prazo de execução de 36 meses, estando a data de conclusão prevista para fevereiro de 2023. Não obstante as atuais dificuldades provocadas pela situação pandémica, a obra decorre dentro do planeamento aprovado com atrasos suscetíveis de recuperação. Quando concluída, a 3ª fase de expansão do Molhe Leste compreenderá uma extensão total de 1.750m, dando abrigo à duplicação de capacidade do Terminal de Contentores – Terminal XXI, cujas obras estão também em curso, e que dotará Sines de uma capacidade instalada de 4.1 milhões de TEUS. A 3ª FASE DE EXPANSÃO DO MOLHE LESTE COMPREENDERÁ UMA EXTENSÃO TOTAL DE 1.750M, DANDO ABRIGO À DUPLICAÇÃO DE CAPACIDADE DO TERMINAL DE CONTENTORES – TERMINAL XXI.
  • 12. EDIÇÃO Nº80 PROJETOS 12 REQUALIFICAÇÃO DA REDE ELÉTRICA RESPONDE AO CRESCIMENTO DO PORTO O projeto de ampliação e reforço da rede elétrica do porto de Sines visa responder às novas necessidades de consumo de energia na área portuária, nomeadamente das que resultam da ampliação do Terminal XXI e do projeto do novo Terminal de Contentores – o Terminal Vasco da Gama. Este reforço de potência disponível da rede elétrica do porto de Sines, com os atuais 10 MVA (que se mantém desde o inicio da sua atividade), far-se-á a partir de uma Subestação de Alta Tensão (AT 60 KV), com potência de 64 MVA, com ligação à rede elétrica nacional por duas
  • 13. EDIÇÃO Nº80 PROJETOS 13 linhas AT (60 KV/64 MVA), mais que sextuplicando a atual capacidade do porto. Correspondendo a um investimento da ordem dos 11 Milhões de Euros, este projeto permitirá, em simultâneo, ESTE PROJETO DE INVESTIMENTO EM ENERGIA FOTOVOLTAICA, COM 4 MW DE POTÊNCIA, EM REGIME DE AUTO ECONSUMO, CORRESPONDE A UM INVESTIMENTO DA ORDEM DOS 3 MILHÕES DE EUROS, SENDO UM DOS VETORES DO PLANO ESTRATÉGICO DA APS PARA A ÁREA DA ENERGIA. dar cumprimento ao Decreto-Lei Nº 60/2017 de 9 de junho, que transpôs a Diretiva 2014/94/EU, de 22 de outubro, da União Europeia, no que respeita ao fornecimento de energia elétrica aos navios atracados ao cais (Onshore Power Supply) e cuja data limite estabelecida nesta Diretiva é 31.12.2025, conseguindo a APS garantir uma antecipação deste aumento de capacidade de energia elétrica, em cerca de 3 anos. Paralelamente, pretende-se alimentar a rede elétrica do Porto de Sines, com uma componente de energia renovável que se estima vir a substituir em cerca de 20% a energia elétrica presentemente transacionada na rede do porto, produzida e gerida diretamente pela APS, estando o “Pedido de Enquadramento de Impacte Ambiental (PERJAIA)” do projeto em fase de conclusão. Este projeto de investimento em energia fotovoltaica, com 4 MW de potência, em regime de auto Econsumo, corresponde a um investimento da ordem dos 3 Milhões de Euros, sendo um dos vetores do Plano Estratégico da APS para a área da energia, que em conjunto com o fornecimento “Onshore Power Supply”, visa contribuir para acelerar o processo de descarbonização da economia e a transição energética, que em termos ambientais integram o conceito de Green Port. Com data prevista de conclusão para o terceiro trimestre de 2022, ambos os projetos prestarão um contributo determiante no incremento da eficiência e sustentabilidade ambiental do Porto de Sines.
  • 14. EDIÇÃO Nº80 CPLS 14 A crise provocada pela pandemia Covid-19 veio demonstrar, de forma dramática, a importância e também as fragilidades das cadeias de abastecimento globais, acelerando a tendência para centralidade logística dos portos (“port-centric logistics” ou PCL), com o objetivo de reduzir tempo, custo e impacto ambiental1 . É por isso boa altura para refletirmos sobre o sistema portuário e logístico em Portugal. A notável modernização do sistema portuário nacional registada neste século, que permitiu o crescimento exponencial do Porto de Sines, não foi acompanhada por uma evolução semelhante no sistema logístico. Em maio de 2005 o Governo lançou o projeto “Portugal Logístico”, que concebeu uma “Rede Nacional de Plataformas Logísticas” (RNPL) constituída por 11 plataformas complementadas por dois centros de carga aérea, no Porto e em Lisboa, respetivamente. As onze plataformas foram agrupadas em quatro categorias: Plataformas urbanas nacionais (Maia/ Trofa e Poceirão), plataformas portuárias (Leixões, Aveiro, Lisboa e Sines), plataformas transfronteiriças (Valença, Chaves, Guarda e Elvas/Caia) e plataformas regionais (Tunes). No seu conjunto, a RNPL ocuparia uma área inicial de 844 ha e canalizaria um investimento estimado de € 1bilião (milhares de milhões), sendo € 130 milhões dedicados às acessibilidades. Como se sabe, à parte alguns investimentos do Estado em acessibilidades e plataformas portuárias, o Portugal Logístico não passou de uma boa intenção. Ironicamente, nos anos seguintes à sua apresentação, foram criadas duas importantes plataformas logísticas, por iniciativa privada, em localizações não previstas na RNPL: A primeira foi a Plataforma Logística de Lisboa Norte, constituída em 2008, mas não inaugurada como se verá a seguir, e a segunda foi a Plataforma da MSC no Entroncamento inaugurada em 2009. A Plataforma Logística de Lisboa Norte tem tido uma história atribulada, reveladora da dificuldade em se alterar cadeias de abastecimento já estabelecidas. É uma plataforma multimodal localizada em Castanheira do Ribatejo, com uma área de 100 ha, construída pela empresa espanhola Abertis Logística (agora Saba Parques Logísticos). Representa um investimento de € 370 milhões e, segundo o construtor, irá criar 17.500 postos de trabalho, sendo 5.000 empregos diretos. Infelizmente, não conseguiu atrair clientes durante largos anos, até que foi vendida à Merlin Properties em 2016. Esta empresa imobiliária anunciou a construção de 225.000 m2 de armazéns a inaugurar A CENTRALIDADE LOGÍSTICA DE SINES JORGE D’ALMEIDA, PRESIDENTE DA CPLS em 2021, a que não será alheio o interesse declarado do grupo Jerónimo Martins em aí instalar um centro logístico. Em contraste, a Plataforma MSC Entroncamento tem uma história de sucesso desde o seu início. Está localizada a uma curta distância do terminal ferroviário do Entroncamento, no lado poente da linha Norte–Sul, cobrindo uma área infraestruturada de 6 ha adjacente a uma área de expansão de 14 ha reservada para atividades logísticas. É um investimento de raiz da MSC/Medway, que assim oferece uma solução eficiente para os carregadores na zona centro utilizarem o porto de Sines. Curiosamente, há uma excelente infraestrutura logística, o Terminal do Vale do Tejo (TVT), localizado a um escasso quilómetro da plataforma da MSC/Medway, mas do lado oposto da Linha Norte-Sul, que tem uma história algo tortuosa. Foi inaugurado em 2001 com grande pompa e circunstância com um objetivo louvável: oferecer um serviço ferroviário pendular entre Entroncamento e o Porto Seco de Coslada em Madrid, assim retirando diariamente milhares de camiões da estrada. Infelizmente, durante muitos anos a ligação ferroviária ao TVT era assegurada por uma linha de serviço que atravessava as oficinas da CP/EMEF, incompatível com a exploração do terminal para o serviço pretendido. Apesar desta limitação, o TVT foi utilizado pela MSC durante vários anos para ligação a Sines, até à transferência da sua atividade para o novo terminal do Entroncamento em 2009. Finalmente, o problema
  • 15. EDIÇÃO Nº80 CPLS 15 da ligação ao TVT foi solucionado e a MSC/Medway acabou por comprar o terminal em 2019, com a intenção de transferir para aí as operações da MSC Entroncamento, libertando as atuais instalações para oficinas de manutenção e reparação de material circulante da Medway. Afinal, porque falhou o projeto Portugal Logístico? Usando uma expressão popular, falhou porque se colocou o carro à frente dos bois. Talvez a melhor forma de entender esta crítica é contrastar dois modelos de desenvolvimento: o modelo do Poceirão, a maior plataforma da RNPL com um investimento estimado de €300 milhões, correspondente a um terço do total, e o modelo da plataforma logística de Saragoça (PLAZA), hoje a maior da europa. O projeto do Poceirão, concebido pela LOGZ – Atlantic Hub, tinha argumentos de peso a seu favor: localização favorável, a menos de 40 km do maior centro de consumo de Portugal, com boas acessibilidades rodo-ferroviárias, promovido e desenvolvido por empresas com boa capacidade financeira e larga experiência na concretização de infraestruturas industriais e logísticas: Mota-Engil, Espírito Santo Resources, Odebrecht e Opway. Melhor era difícil. O seu modelo de desenvolvimento assentava em três vetores: i) ligação às plataformas ibéricas, portuárias e logísticas, ii) consolidação do tráfego portuário de Sines, Setúbal e Lisboa destinado ao hinterland ibérico e iii) instalação de centros de distribuição para servir a região de Lisboa e o restante território nacional. O problema deste modelo é que não gerava vantagens competitivas suficientemente aliciantes em nenhum dos três vetores. Os portos de Sines, Setúbal e Lisboa estão ligados à rede ibérica, sem necessidade de qualquer paragem a meio caminho, sendo o terminal ferroviário da Bobadela o ponto natural de consolidação dos fluxos ibéricos, já que funciona como a portaria do terminal de contentores de Sines para os carregadores da região de Lisboa. Por outro lado, a deslocalização dos centros de distribuição localizados, na sua maioria, na margem norte do Tejo, não fazia muito sentido sem os volumes de carga dum hub ferroviário. Esta razões, agravadas pela crise financeira de 2008 – 2014, determinaram a suspensão do investimento. Em contraste, a história da PLAZA é uma história de sucesso, tornando-se um caso de estudo da prestigiosa universidade de Harvard2 . Tudo começou em 2000 quando o Governo da Comunidade Autónoma de Aragão (CAA), tomando consciência da extrema dependência da economia regional em relação ao setor automóvel, decidiu apostar no desenvolvimento de um parque logístico em Saragoça, tirando partido da sua centralidade, equidistante dos portos de Barcelona, Valência e Bilbau, e convenientemente próxima de Madrid, o principal centro de carga da Península Ibérica. Para isso, constituiu uma parceria público-privada entre Governo da CAA, Câmara Municipal de Saragoça e dois bancos regionais. A primeira prioridade, antes mesmo da compra dos terrenos, foi encontrar um cliente-âncora. Por feliz coincidência, a Inditex, companhia- mãe da Zara, estava a negociar um centro de distribuição em Barcelona. Instada pela PLAZA, acabou por trocar Barcelona por Saragoça, trazendo consigo toda a cadeia de valor. A PLAZA cobre uma área de 1.283 ha, incluindo um terminal ferroviário com 89 ha. Após um investimento de €500 milhões, foi inaugurada em outubro de 2005, contando então com 130 empresas. Em 2010, cinco anos após a inauguração, a PLAZA já contava com 250 empresas, geradoras de 10.000 postos de trabalho diretos, atingindo uma taxa de ocupação de 80%. Sines tem, à partida, excelentes condições para o desenvolvimento de um parque logístico contíguo ao Terminal XXI e ao futuro Terminal Vasco da Gama, na zona reservada para esse efeito, a Zalsines, com uma área de 270 ha, com margem para expansão. Até agora, o modelo de desenvolvimento do Terminal XXI tem-se baseado sobretudo no transbordo, que não gera atividade logística. Contudo, para a expansão do Terminal XXI e o desenvolvimento do Terminal Vasco da Gama, um parque logístico em Sines é um fator crítico de sucesso. Em alternativa aos depots e centros de distribuição espalhados pelo país, a centralização da logística em Sines oferece grandes vantagens em termos de tempo, custo e impacto ambiental. Para além da fiabilidade e qualidade de serviço para o cliente final. Um estudo da Domínio Capital estima que a Zalsines ocupada a 50% pode gerar 10.000 postos de trabalho, entre diretos, indiretos e induzidos, e contribuir com um valor acrescentado bruto de € 500 milhões por ano. Em boa hora, a Administração do Porto de Sines decidiu atualizar o seu Plano Estratégico, já em fase de conclusão, com a participação da CPLS e de um largo grupo de stakeholders multinacionais, que irá potenciar a centralidade logística do Porto de Sines, assegurando o seu crescimento sustentável. Para isso conta com tecnologias emergentes, como a Janela Única Logística (JUL) recentemente instalada, e com a planeada melhoria das ligações ferroviárias e rodoviárias, cuja atempada conclusão é imperativa para o sucesso de Sines. 1 https://www.youtube.com/watch?v=DmZ06wl2XcI 2 Watson, N. e Kraiselburd, S., “Plaza, the Logistics Park of Zaragoza”, Harvard Business School, June 2009
  • 16. EDIÇÃO Nº80 RESULTADOS ESTATÍSTICOS 3º TRIMESTRE 2020 PORTO DE SINES A CRESCER NA CARGA CONTENTORIZADA Os resultados alcançados no terceiro trimestre de 2020 voltaram a colocar o Porto de Sines na trajetória de crescimento no que respeita à carga contentorizada. Com um total acumulado de janeiro a setembro de 1,17 milhões de TEU (contentores de 20 pés), Sines alcançou um aumento de 8,3% em relação ao mesmo período homólogo. No que respeita à movimentação total do porto, apesar do 3º trimestre assinalar um crescimento de 32,7% comparativamente ao trimestre anterior, o Porto de Sines registou uma diminuição de 2,5% na movimentação acumulada, permitindo, ainda assim, ultrapassar os 30 milhões de toneladas movimentadas até setembro. Os granéis sólidos contribuíram decisivamente para esta quebra, com uma redução de mais de dois milhões de toneladas de carvão, motivado pelo encerramento das centrais termelétricas a carvão no âmbito da descarbonização energética em curso no nosso país. Relativamente aos granéis líquidos, registou-se a manutenção dos volumes de movimentação do mesmo período do ano anterior (-0,9%), com o gás natural liquefeito a manter-se também nos mais de 3,1 milhões de toneladas movimentadas no período em análise. Por outro lado, o segmento da carga geral demonstrou um comportamento bem positivo, onde se inclui a carga contentorizada que registou mais 12,1% em termos de tonelagem, em referência ao mesmo período do ano anterior. A trajetória apresentada até ao final do mês de setembro permite perspetivar um fecho de ano com sinal positivo, apesar do contexto pandémico em que vivemos. Todos os agentes económicos e autoridades com atividade em Sines têm contribuído decisivamente para colocar o Porto de Sines num patamar de excelência, garantindo o normal funcionamento da economia e o completo funcionamento das cadeias logísticas. 16
  • 18. EDIÇÃO Nº80 O PORTO E A CIDADE 18 Empresas diretamente ligadas ao complexo industrial, logístico e portuário de Sines uniram-se para oferecer uma Unidade Móvel 4x4 ao Hospital do Litoral Alentejano, equipamento que aumentará a capacidade de resposta da Unidade Local de Saúde (ULSLA) face às necessidades da comunidade, incluindo no combate ao COVID-19. Com efeito, as caraterísticas morfológicas do terreno sob responsabilidade da ULSLA são muito diversas e as viaturas de que a unidade dispõe não conseguem chegar a muitos locais de domicílio, sobretudo em montes dispersos em locais de serras. Também, quer as equipas de Saúde Publica quer as outras equipas que acompanham e prestam cuidados de saúde ao domicílio de doentes impossibilitados de ir aos Centros de Saúde, têm neste contexto o seu trabalho intensificado pelas razões do confinamento imposto pela pandemia COVID-19, nomeadamente pela assistência a doentes em quarentena ou em vigilância ativa por infeção ou suspeição, o que inclui, em caso de necessidade, a colheita de material para análise. O momento da entrega foi testemunhado pelo Presidente da Câmara Municipal de Sines, pela Autoridade de Saúde de Sines, pela Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano e por representantes das empresas doadoras e das forças de segurança e da proteção civil de Sines, respeitando todos os procedimentos determinados pela autoridade de saúde para o efeito. COVID-19 EMPRESAS DE SINES OFERECEM UNIDADE MÓVEL 4X4 E RAIO X MÓVEL AO HOSPITAL DO LITORAL ALENTEJANO Um conjunto de empresas diretamente ligadas ao complexo industrial, logístico e portuário de Sines uniram- se e adquiriram um equipamento de Raio X móvel para o Hospital do Litoral Alentejano (HLA). Este equipamento, no valor de 72 mil euros, é fundamental para dotar a Unidade de Cuidados Intensivos do HLA de uma ferramenta essencial no diagnóstico e tratamento da população da região, incluindo nos procedimentos vigentes relativos ao combate ao COVID-19. Com este gesto, as empresas pretenderam, igualmente, demonstrar o seu agradecimento pelo empenho, trabalho e generosidade incansáveis de todos os profissionais de saúde neste momento difícil, nomeadamente de quantos trabalham no HLA e na região de Sines. A entrega do equipamento formalizou-se com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sines, da Autoridade de Saúde de Sines do Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano e de representantes das empresas doadoras e das forças de segurança e da proteção civil de Sines, respeitando todos os procedimentos determinados pela autoridade de saúde para o efeito.
  • 19. EDIÇÃO Nº80 ZONA VERDE 19 COMUNIDADE PORTUÁRIA E LOGÍSTICA DE SINES INTEGRA PROJETO EUROPEU DE INOVAÇÃO NOS TRANSPORTES A CPLS – Comunidade Portuária e Logística de Sines integrou o projeto europeu PLANET, de investigação e inovação em parceria com diversos «stakeholders» internacionais de transporte e logística. O PLANET - Progress towards Federated Logistics through the Integration of TEN-T into a Global Trade Network tem a duração de 36 meses. O projeto tem como objetivo ir além dos estudos conhecidos sobre a Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), demonstrando a utilização de tecnologias emergentes nos corredores de ligação China/União Europeia/Estados Unidos e com base em dois pilares: a modelação dinâmica das rotas comerciais e do seu impacto nas infraestruturas logísticas e nas operações da RTE-T, tendo em conta fatores geoeconómicos; para além disso, foca-se na transformação digital da RTE-T, com ganhos económicos e ambientais, utilizando tecnologias disruptivas, designadamente IoT, Blockchain, PI, 5G, Impressão 3D, hyperloop e veículos autónomos. O consórcio multinacional responsável pelo projeto compreende 33 parceiros de 14 países, sendo a CPLS o único representante português. De acordo com Jorge d’Almeida, presidente da CPLS, “a participação do complexo portuário e logístico de Sines neste ambicioso projeto, a par de Roterdão e Valência, demonstra bem a crescente importância de Sines e de Portugal no xadrez logístico global”.
  • 20. EDIÇÃO Nº80 RADAR 20 O Porto de Sines recebeu o navio “Eagle Brasília”, um dual- fuel Aframax, que tem a particularidade de ser movido a GNL – Gás Natural Liquefeito. Com efeito, é muito rara a utilização deste combustível em navios tanque, nomeadamente no que respeita aos navios que transportam produtos petrolíferos. Nesta viagem, o navio “Eagle Brasília”, proveniente do porto de Sullom Voe, no Reino Unido, atracou no Terminal de Granéis Líquidos para proceder à descarga 100 mil toneladas de crude para a refinaria de Sines. O navio tem um comprimento total de 250 metros e cerca de 44 metros de largura, apresentando um calado máximo de 15,1 metros. A utilização do gás natural como energia de transição PORTO DE SINES RECEBE NAVIO TANQUE MOVIDO A GNL para energias renováveis, por ter menor impacto no meio ambiente, tem sido apontada como uma alternativa e já hoje é o combustível utilizado por alguns dos novos navios, desde os RoRo-Pax (ferries), a navios de contentores passando pelos navios tanque. Recorde-se que Sines foi recentemente palco do primeiro abastecimento de combustível de bancas a navios, utilizando GNL (na modalidade TTS – Truck to ship), efetuado em Portugal Continental, o que atesta a capacidade desta infraestrutura portuária para garantir este tipo de operações. Também em Sines está localizado o único terminal do país preparado para movimentar Gás Natural Liquefeito.
  • 21. EDIÇÃO Nº80 RADAR 21 A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina e a Ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes, visitaram o Porto de Sines. Da comitiva fizeram também parte o Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Mendes, e o Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias. MINISTRAS DA AGRICULTURA DE PORTUGAL E DO BRASIL VISITAM PORTO DE SINES COM FOCO NO AGRONEGÓCIO Esta visita inseriu-se no programa oficial da governante brasileira a Portugal e enquadrou-se na estratégia de promoção e desenvolvimento do Porto de Sines e das áreas logísticas e industriais adjacentes para o agronegócio. Com efeito, as novas dinâmicas do mercado internacional, em que o Brasil assume uma importância cada vez maior, fazem que seja cada vez mais importante rever o circuito logístico da agroindústria na Europa. A utilização de um porto de águas profundas no sul do continente, possibilita, por um lado, operações de transbordo para o norte de África, o Mediterrâneo e a própria Europa atlântica e, por outro lado, a instalação em Sines, em condições muito competitivas, de projetos de cariz industrial e/ou logístico que acrescentem valor na cadeia logística agroalimentar. VISITA INSERIU-SE NO PROGRAMA OFICIAL DA GOVERNANTE BRASILEIRA A PORTUGAL E ENQUADROU-SE NA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PORTO DE SINES E DAS ÁREAS LOGÍSTICAS E INDUSTRIAIS ADJACENTES PARA O AGRONEGÓCIO.
  • 22. EDIÇÃO Nº80 RADAR 22 O Porto de Sines reforçou a capacidade das várias autoridades para a realização das inspeções às mercadorias movimentadas em contentor, nomeadamente a verificação do cumprimento das condições fitossanitárias de produtos alimentares para consumo humano. O investimento da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), no valor de cerca de um milhão de euros, compreendeu a duplicação da área útil do edifício de inspeções existente, para um total de 500 m2, e a duplicação do número de portas, de 3 para 6 portas/cais de inspeção, principalmente para utilização pela Autoridade Aduaneira e pela Autoridade de Sanidade Vegetal. Por outro lado, foi ainda construído um segundo armazém, com uma área de 1.000 m2, que permite reforçar a capacidade de inspeção simultânea de contentores refrigerados, no âmbito do controlo fitossanitário. PORTO DE SINES REFORÇA CAPACIDADE PARA INSPEÇÃO DE CONTENTORES Associado a este investimento em infraestruturas físicas e no prosseguimento de uma política de digitalização, foi também reforçada a aposta na agilização e simplificação dos procedimentos de inspeção, através de soluções tecnológicas dedicadas, que se traduz no aumento significativo das condições de desembaraço administrativo para a inspeção dos contentores. Enquanto fronteira externa da União Europeia, as diversas autoridades presentes no Porto de Sines, com interferência no processo de importação/exportação, têm de garantir o controlo e a fiscalização das cargas movimentadas, pelo que este reforço de capacidade constitui uma melhoria do serviço prestado aos clientes do porto e contribui para um despacho mais ágil das mercadorias.
  • 23. EDIÇÃO Nº80 CARGO REVISTA, 2 dezembro REVISTA DE IMPRENSA 23 O Digital, 23 novembro CARGO REVISTA, 18 setembro Vida Económica, 27 novembro Setúbal Mais, 8 outubro CARGO, 9 junho Jornal Sudoeste, 5 junho Jornal Sudoeste, 19 junho Notícias ao Minuto, 20 outubro Revista da Marinha, 31 outubro O Leme, 22 outubro