O documento discute como a arquitetura é uma extensão do corpo humano. Foi realizada uma intervenção em diferentes espaços com objetos para analisar como eles influenciam a percepção e comportamento das pessoas. Entrevistas sobre memórias de lugares revelaram como espaços vivenciados afetam a memória. Uma exposição e site compilaram os achados sobre a relação entre corpo, objeto, espaço e memória.
2. Justificativa
Durante o curso de Arquitetura, os
alunos do Unileste são instigados e
sensibilizados a fim de perceberem
a relação entre corpo e espaço,
utilizando este entendimento para
os futuros projetos.
7. Objeto
O mesmo objeto foi utilizado em 4
lugares distintos, modificando o
comportamento das pessoas e a forma
de perceber o espaço.
Nesses espaços, por onde passavam
pessoas diversas, foi inserido um
novo objeto. Despertando a relação
para com esse novo objeto, entrando
em questões como a semiótica e
memória.
8. Objeto
[...] As pessoas são seres complexos. Os dotes
humanos incluem órgãos sensoriais semelhantes aos
de outros primatas, mas são coroados por uma
capacidade excepcionalmente refinada para a
criação de símbolos.
(Tuan; 1930, p.5)
13. Espaço
Foram feitos registros de 3 locais
distintos e que são frequentemente
usados de formas diversas.
O registro revela uma flexibilidade
dos espaços, que se transformam
através do corpo e do objeto, por
meio de fluxo, volumes, sons e
postura.
14. Tschumi (1995) sugere uma contradição na relação
corpo e espaço, denominando de violência da
arquitetura.
De alguma forma os corpos violam o espaço e o
espaço também viola os corpos
18. Corpo
O local escolhido foi o corredor em
frente ao NEXCAU, no curso de
Arquitetura da Unileste, por onde
passam sempre os mesmos
funcionários e alunos.
As intervenções ocorreram durante
toda a manhã por 4 dias seguidos,
trabalhando a percepção desse corpo
nesse espaço, por meio dos
sentidos.
29. Memória
Foram realizadas 4 entrevistas,
sobre lugares distintos, público e
privado, com o objetivo de
relacionar o espaço vivenciado com
o espaço imaginário.
31. Memória
Vinicius Rodriguez
Local: rua no bairro Canaã
Morava em uma casa grande, com quintal e um pé de goiaba,
que dividia o espaço com o caminhão do meu pai. A grade da
casa não tinha reboco e as grades eram grandes, iam até o
teto e atingiam o segundo andar, com uma varanda que dava
para a rua.
Gostava da rua, era a porta para o mundo, tinha muitos
meninos da minha idade. A gente marcava a rua, feita de
paralelepípedos. Não passava muitos carros por lá, então a
gente brincava muito, jogando futebol ou inventando nossas
próprias brincadeiras. Mas também acontecia as brigas de
garotos, marcávamos o território, protegendo nossa rua dos
garotos das outras ruas.
Tinha uma casa mal assombrada, com poucas casas ao lado.
Na verdade nem era tão assombrada, mas era mal cuidada.
Nós, os meninos mais velhos, colocávamos cabeças de
bonecas e sangue de lagartixa para fazer mensagens
assombradas. Em frente à essa casa, havia uma árvore no
formato em Y, porém mais ovalado, sendo perfeita para mais
brincadeiras.
Logo abaixo na rua, tinha uma casa de pedra. Parecia um
castelo, onde morava um vizinho muito chato e arrogante.
Sempre que a bola caia lá a gente pulava o muro e pegava,
caso contrário ele furava nossa bola, se tornava alvo de
nossas travessuras.
Alguns vizinhos eram marcantes, como o vizinho do final da
rua, com nome de final de semana, domingos, e o muro de
plantas; outro vizinho que me recordo era um que andava
com um pingente de crucifixo gigante no pescoço. Também
havia certos vizinhos que ficavam vigiando tudo o que
acontecia na rua.
32.
33. Exposição
Foi realizada uma exposição no
bloco B do Unileste, durante a
primeira semana de Maio.
Com o objetivo de continuar
trabalhando a relação entre corpo e
espaço, ao mesmo tempo que reuniu
todo o material desenvolvido ao
longo do semestre.
34.
35.
36.
37. Site
Foi criado um site, com o objetivo
de compilar todas as informações,
desde o ponto de partida, passando
pelo processo e a conclusão.
arquiteturaecorpo.wix.com/arquitetu
raecorpo
38. Conclusão
Por meio das intervenções
realizadas, foi possível perceber
que objeto, corpo, espaço e memória
funcionam como um sistema, um
influência o outro.
Sendo a arquitetura um espaço
tridimensional possível de ser
vivenciado, pode-se dizer que ela
está inserida nesse sistema,
alterando o comportamento humano, a
memória, a forma de interpretar
símbolos e a relação com os
objetos. Ela torna-se uma extensão
do corpo.