O documento descreve o processo de produção de mudas de café, incluindo a coleta de sementes, preparo do viveiro, substrato, semeadura, manejo das mudas, controle de pragas e doenças, aclimatação e comercialização. O documento fornece detalhes técnicos sobre cada etapa do processo para garantir a produção de mudas de alta qualidade.
2. Introdução, Campo de variedades e
coleta de sementes;
Locação e características do viveiro,
preparo do substrato, enchimento dos
saquinhos e Semeadura;
Manejo das mudas no viveiro;
Mudas enxertadas, tubetes e TNT.
Tópicos a serem abordados
3. Introdução: Importância
Cultura perene (+ de 20 anos): muda é
responsável pelas futuras produções da lavoura
A qualidade da muda garante que a planta
expressará seu potencial genético
Melhoramento genético: a modernização da
cafeicultura requer a produção de mudas de
diferentes variedades
Uso de lavouras mais adensadas: maior
necessidade de mudas
Legislação: comercialização de mudas de
qualidade e com boa sanidade
4. Muda de café é igual
casamento: não pode
errar!
Importância da muda
5. Histórico
A) Semeadura direta de café e coco, em covas
abertas após a derrubada das matas
B) Catação de mudas originadas de sementes
naturalmente nas lavouras
C) Mudas de toco
D) Mudas de balainho ou jacazinho
E) Mudas em “torrão paulista” e laminados de pinho
F) Mudas em sacolas plásticas
G) Mudas em tubetes e TNT
H) Clonagem: estaquia e propagação in vitro
6. Campo de produção de sementes
Obtenção de sementes certificadas S1
Fornecedores: Instituições governamentais
IAC, Procafé, Epamig, IAPAR, Embrapa
Registro no Ministério da Agricultura
Registro nos órgãos estaduais
Variedades registradas
Comercialização de sementes S2
7. ❷Catuaí Vermelho IAC144 19°04’56.89”S 46°15’34.60”O 976 m
❸Catuai Vermelho IAC 99 19º04’56.89’’S 46º15’36.86’’ O 971 m
❹Mundo Novo 19º04’59.78’’S 46º15’40.43’’O 963 m
❺Catuai Amarelo IAC 62 19º05’01.91’’S 46º15’39.02’’O 967 m
❻Topazio MG 1190 19º05’02.25’’S 46º15’37.31’’O 971 m
❼Catucai Amarelo 2 SL 19º05’02.65’’S 46º15’35.60’’O 976 m
❽Acawa 19º05’00.82’’S 46º15’32.15’’O 986 m
8. Coleta de sementes
Colheita manual
No terço médio da planta
Na porção mediana dos ramos
plagiotrópicos
Sementes de café cereja originadas de
plantas sadias
10. Atacadas por: broca, ácaro da leprose,
cercóspora, bactérias, phoma
Nunca Coletar Sementes:
Verdes, chochas, passa ou secas, café do
chão
De plantas com características diferentes
da variedade
11.
12. • Nunca em áreas onde foi plantio de café
• Acesso facilitado
• Topografia favorável
• Ensolarado
• Bom abastecimento de água
• Sem risco de geadas
• Isento de plantas daninhas de difícil controle:
tiririca, grama-seda
• Pequeno declive
Localização do viveiro
13.
14. Construção do viveiro
Sustentação:
- Esteios de 2,5 m de comprimento e 16 cm
de diâmetro; 10 x 5 m
- Pode ser usado: eucalipto, bambu-gigante,
cano com cimento
Apoio e cobertura:
- Arame liso G-500
- Sombrite 30% (de sombra)
Proteção lateral:
- Sombrite, pano de colheita de café, lona,
saco de juta
16. Dimensionamento do viveiro
Dimensionamento: área útil
Área ocupada pela sacola
Muda de ano: 15 x 28 x 0,008 = 140 mudas/m2
Muda de 6 meses: 10 x 20 x 0,006 = 263/m2
Dimensionamento: área do viveiro
2 x a área útil
Exemplo: 95.000 mudas de 6 meses
Área útil: 12 x 30 m = 360 m2
Área total: 32 x 18 m = 576 m2
Obs.: 1,2 m x 30 m = 9.500 mudas
17. • No máximo 1,2 m de largura, para facilitar os
tratos culturais
• Comprimento máximo de 30 m
• 60 cm entre canteiros para circulação
• Canteiros no sentido da declividade para
favorecer o escoamento e drenagem de água
Distribuição dos canteiros
18. Cobertura do viveiro
Folha de babaçu; bambu
Mais usada: sombrite 30% sombra
Cobertura alta: 2,0 m
Cobertura baixa: 1,0 m
19. Preparo de substrato
• Substrato padrão (para produção de 1 m³)
–700 L terra virgem
–300 L de esterco de curral
–5,0 kg superfosfato simples (pó)
–1,0 kg de KCl (pó)
–1,0 kg Yoorin Master
–0,5 kg calcário dolomítico
• 1 m3 1650 sacolas 10 x 20 cm
23. RECIPIENTES
• Saquinhos plásticos de polietileno
– 9 a 12 cm de largura e 18 a 22 cm de
comprimento para mudas de 6 meses
– 12 a 14 cm de largura e 25 a 28 cm de
comprimento para mudas de ano
– Deve ter de 30 a 36 furos
24.
25.
26. Semeadura
• Tratamento de sementes com fungicida
Monceren para o controle de rhizoctoniose
– Usa-se de 2 g/kg de sementes úmidas
• Semeadura direta (mais utilizada)
– Coloca-se 2 sementes por recipiente
– No máximo a 1,0 cm de profundidade
– 1,0 kg de sementes para 2.000 sacolinhas
• Irrigação antes da semeadura
• Época: de abril a agosto
29. Pós-plantio
Fazer cobertura com a própria terra do substrato
(pode usar areia lavada)
Passar o rodo para retirar o excesso de
substrato sobre as sacolinhas
Irrigar
Usar herbicida em pré-emergência no máximo 3
dias após semeadura, na dose de 100 mL/20 L
(Goal ou Galigan)
Aplicar herbicida nos vãos de circulação (300
mL/20 L)
Nunca usar herbicida em sementes pré-
germinadas
31. Cobertura das sementes pós-plantio
A mais recomendada é capim, sendo o
meloso e a braquiária os melhores. Pode-se
colocar também sacaria de juta
Para acelerar a germinação usa-se lona
preta, com dois manejos:
1) Colocar a lona todo dia e tirar para irrigar
2) Irrigar muito, colocar e cobrir a lona com
terra lateralmente, e deixar por 25 dias
36. Manejo do viveiro
1. Irrigação
2. Controle de pragas
3. Controle de doenças
4. Nutrição mineral
5. Controle de plantas daninhas
6. Desbastes
7. Aclimatação
8. Comercialização
37. 1. Irrigação
O sucesso do viveiro está na irrigação: não
pode ter estresse por deficiência nem por
excesso
A deficiência de água provoca a morte das
sementes e das mudas
O excesso de água provoca doenças e
musgos e crescimento lento
O manejo da irrigação deve ser
diariamente, de acordo com a necessidade
40. 2. Controle de pragas
Nematóides: no caso específico de
nematóides, que são vermes pequenos, a
ocorrência em viveiros provoca a perda total
das mudas, não podendo ser comercializadas
ou plantadas
Controle: usar terras virgens e controlar o
acesso tanto de máquinas durante o preparo do
substrato, como de pessoas
Principais pragas: Nematóides, bicho-mineiro,
largarta-rosca, grilos, formigas, lesmas, ácaros,
cupins, cochonilhas e minhocas
41. 2. Controle de pragas
Bicho-mineiro, lagarta-rosca, ácaros e
cochonilhas, grilos:
Controle:
Actara 1,5 g/100 mudas ou Durivo 0,75
mL/100 mudas, via rega, na fase palito
Controle foliar com Altacor, na dose de 90
g/500 L d´água
Controle de grilos, lagarta-rosca e minhoca
com clorpyrifos na dose de 1 L/400 L, via
rega, de preferência ao entardecer
43. 3. Controle de doenças
Principais doenças: tombamento, manha-
aureolada, cercosporiose, Ascochyta, Phoma,
ferrugem
Controle: Pulverização preventiva:
1. Monceren 0,1%: fase palito até orelha
(tombamento – Rhizoctonia solani)
2. Dithane 0,3% + 0,3% de cobre. Aplicações
mensais (cercosporiose e mancha
aureolada)
3. Amistar 25 g/100 L, aplicações mensais
(cercosporiose e Ascochyta)
44. 3. Controle de doenças
4. Cantus 35 g/100 L ou Comet 75 mL/100 L,
aplicações mensais (Phoma)
5. Futriafol 1,5 g/100 mudas, via rega no 2° par
de folhas (ferrugem) ou Premier Plus 0,6
mL/100 mudas
6. DioxiPlus e Kasumin (controle de bactéria)
Obs.: Actara, Durivo, Futriafol, Premier Plus:
usar 2,0 L de calda/m2
Exemplo: 36 m2 = 72 L água = 10.000 mudas
48. 4. Nutrição foliar
•A partir do 1° par de folhas definitivo junta-se
às pulverizações para controle de pragas e
doenças Grex-Café, Dacafé, Platin, Viça-Café,
BasCafé, Satis na dose de 50% da
recomendação para café adulto.
•Pode-se adicionar mensalmente aminoácidos
e estimulantes
•Obs.: em todas as aplicações foliares
adicionar espalhantes siliconados
51. 5. Controle de plantas daninhas
Capinas manuais, sempre
que necessário
Plantas de difícil controle:
tiririca, grama-seda, capim-
pé-de-galinha, buva
Obs.: herbicidas em
viveiros:
Verdict ou Select na dose
de 1 mL/ L de água, para
controle exclusivo de
gramíneas
53. 6. Desbastes
No 1° par de folha definitivo, desbasta-se uma
delas: a mais fraca, doente, defeituosas, as da
lateral do recipiente e plantas com anormalidade
54. 7. Aclimatação
Inicia-se a partir do 3° par de folha definitivo
Consiste na eliminação gradual da cobertura,
acostumando as mudas ao sol
1° dia: das 07:00 às 09:00 h
2° dia: das 07:00 às 10:00 h
3° dia: das 07:00 às 11:00 h
4° dia: das 07:00 às 12:00 h
5° dia: das 07:00 às 13:00 h
6° dia: das 07:00 às 14:00 h
7° dia: das 07:00 às 15:00 h
8° dia: das 07:00 às 16:00 h
9° dia: das 07:00 às 17:00 h
60. Enxertia
Objetivo: formação de lavouras em áreas
infestadas com M. incognita e M. paranaensis
Principal método: garfagem na fase de
palito de fósforo até o 1° par de folha
Usa-se como “cavalo” o Apoatã IAC 2258 e
como cavaleiro a variedade comercial de
interesse
Após a enxertia as mudas devem ser
mantidas em estufas, com ambiente quente e
úmido, por 30 dias
68. Vantagens
–Maior rendimento no plantio
–Menor problemas com pião-torto
–Melhor condições de trabalho
–Preserva sistema radicular
–Preserva o meio ambiente
–Redução do risco de nematóides
–Redução infestação de plantas daninhas
–Reutilização do recipiente (tubete)
–Menor custo no transporte
Mudas em Tubetes e TNT:
69. –Alto investimento inicial
–Maior área útil de viveiro
–Maior demanda de irrigação
–Maior risco de pegamento no campo
(requer irrigação ou plantio em época
chuvosa)
–Menor uso de mão-de-obra
–Mão-de-obra especializada
Mudas em Tubetes e TNT:
desvantagens
71. Mudas em Tubetes e TNT
Melhor substrato: misturar em betoneira
1 fardo fibra de coco (35 kg)
20 L de água
1 kg basacote mini 6M (16+6+16)
1 L ribumim (adubo orgânico líquido)
200 g silicato de Ca e Mg
obs.: Enche 1200 tubetes 180 mL
77. Ensaio
realizado
no viveiro
Bontempo,
em Rio
Paranaíba,
em 2010
0
5
10
15
20
25
30
Test. 1 mL 2 mL 3 mL 4 mL 5 mL 6 mL
Alturadeplanta(cm)
30 dias
60 dias
0
1
2
3
4
5
6
7
Test. 1 mL 2 mL 3 mL 4 mL 5 mL 6 mL
Pesoderaízes(g)
Dose de Impact (mL/100 mudas)
30 dias
60 dias
78. Ensaio
realizado
no viveiro
Bontempo,
em Rio
Paranaíba,
em 2011
0
5
10
15
20
25
Test. 1,5 mL
Impact
0,6 mL
Premier
Plus
1,2 mL
Premier
Plus
1,8 mL
Premier
plus
Alturadeplanta(cm)
30 dias
90 dias
0
1
2
3
4
5
6
7
Test. 1,5 mL
Impact
0,6 mL
Premier
Plus
1,2 mL
Premier
Plus
1,8 mL
Premier
plus
Pesoderaízes(g)
Dose (mL/100 mudas)
30 dias
90 dias
79. A importância do treinamento:
Visita técnica: UFV-Campus Rio Paranaíba