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Neurociência afetiva
Prof. Dr. Caio Maximino
2
Emoções básicas vs. dimensões
● Emoções básicas: conjunto finito e universal de emoções, com expressão fisiológica
definida, significado adaptativo, e história evolutiva
– Raiva, felicidade, repugnância, surpresa, tristeza, medo
– Darwin, Ekman: expressões faciais e psicologia transcultural
– Priorizadas pela neurociência e pela biologia evolutiva porque sugerem métodos de estudo
● Modelo dimensional: as emoções são “reações a eventos no mundo que variam, em um
continuum” (Gazzaniga et al., 2006, p. 557)
– Wundt (1899): dimensões de excitação-calma, prazer-desprazer, e tensão-relaxamento
– Modelos contemporâneos: valência (positiva-negativa) e excitação (alta-baixa)
3
Emoção e cognição
●
Robert Zajonc: Primazia do
afeto sobre a cognição
● Richard Lazarus: Julgamentos afetivos inconscientes
com caráter cognitivo
4
Métodos para o estudo das emoções –
Animais humanos
● Técnicas para despertar a emoção
– Indução de humor (normalmente espontânea e invocada
pelo participante)
– Recompensa e punição
– Apresentação de estímulos que evocam emoções (SIFA,
filmes, palavras que representam conceitos emocionais,
sons altos, choques elétricos suaves)
5
Métodos para o estudo das emoções –
Animais humanos
● Técnicas para medir a emoção
– Avaliação direta (relato do participante, ou escala)
– Avaliação indireta
● Escolha
– De objetos, de estímulos, associação implícita...
● Facilitação ou inibição de respostas
● Variáveis psicofisiológicas
– Resposta galvânica da pele, registro poligráfico de respostas cardiovasculares e respiratórias…
– Interferência sobre funções cognitivas
6
Um exemplo
Kirschbaum et al. (1993): O teste de estresse
social de Triers●
Diversos estressores psicossociais induzem respostas neuroendócrinas de estresse, incluindo o teste de Stroop, o
teste pressor ao frio, ou a fala pública simulada
●
Efeitos normalmente pequenos, muita variabilidade interindividual
●
Baseada na vulnerabilidade da resposta de estresse a situações de avaliação social
●
O participante é levado a uma sala, onde uma banca de 3 juízes o espera, junto com uma câmera de vídeo e um
gravador de áudio
●
Indução de estresse a partir de 3 componentes de 5 min:
●
Fase antecipatória: O participante é instruído a preparar uma apresentação de 5 min., normalmente pensada como
uma entrevista de emprego
● A banca deve ser treinada para manter expressões faciais neutras durante o teste
● O participante pode usar papel e caneta para organizar as ideias, mas esse papel é retirado no começo da fase seguinte
–Fase de apresentação: A banca observa a apresentação sem esboçar reação; ao terminar o tempo, o participante deve
resolver uma tarefa de aritmética mental
–Fase de seguimento: Entrevista de seguimento
7
8
Métodos para o estudo das emoções –
Animais não-humanos
9
Métodos para o estudo das emoções –
Animais não-humanos
10
Métodos para o estudo das emoções –
Animais não-humanos
11
Maren 2011
12
O Circuito de Papez
Giro cingulado
Giro
parahipocampal
Córtex
entorrinal
Subículo
Tálamo
anterior
N. mamilar
13
O Circuito de Papez
Giro cingulado
Giro
parahipocampal
Córtex
entorrinal
Subículo
Tálamo
anterior
N. mamilar
Cíngulo
Via
perforante
Via
alvear
Trato
m
am
ilo-talâm
ico
Fórnix Cápsula
interna
14
O “sistema límbico”
Giro cingulado
Giro
parahipocampal
Córtex
entorrinal
Subículo
Tálamo
anterior
N. mamilar
PFC
Amy
Hyp
15http://webspace.ship.edu/cgboer/limbicsystem.html
16
F
CM
S
PH
Cingulado
Amy
OFC
Rohen et al 2005
17
Rohen et al 2005
Emoção /
comportamento
Aprendizagem /
memória
18
O “lobo límbico” e o sistema límbico
●
No “lobo límbico”, dois círculos concêntricos são observáveis:
– O primeiro círculo é composto pelo córtex límbico (subículo, córtex pré-piriforme, córtex peri-
amigdalóide) e pelo córtex paralímbico associativo (giro cingulado, giro subcaloso, giro para-
hipocampal, istmo)
– O segundo círculo é o giro intralímbico (hipocampo, porção anterior do uncus, banda de
Giacomini, ápice do uncus, cornos de Ammon, giro denteado, giro fasciolar, fasciola cinerea, e
hipocampo pré-comissural)
Di Marino et al 2016
19
O “lobo límbico” e o sistema límbico
● Identifique nas peças anatômicas que estão circulando:
– Giro do cíngulo
– Giro subcalosal
– Giro paraterminal
– Giro semilunar
– Giro uncinado e uncus
– Giro parahipocampal e lobo piriforme
– Istmo
20
21
O sistema límbico inclui diversas
estruturas● Lobo límbico
●
Sistema septo-hipocampal
●
Complexo amigdalóide e estria terminal
● Córtices entorrinal, frontal anterior, e orbitofrontal
●
Estruturas do antigo rinencéfalo (bulbo e trato
olfatório, estrias olfativas, tubérculo olfativo,
substância perfurada anterior)
● Núcleo habenular e estria medular
● Tálamo (em especial núcleos anteriores e médio-dorsais)
● Hipotálamo (em especial SON, MH, e corpos mamilares)
● Algumas estruturas mesencefálicas (n. interpeduncular, região
ventral do tegmento, grísea periaquedutal)
● Algumas estruturas do tronco encefálico (loco cerúleo, n.
parabraquial, ns. rafe)
22
23
24
Córtex orbitofrontal e tomada de
decisão emocional●
Área lesionada em Phineas Gage
●
Tomada de decisão envolve integração de
– Ações habituais
– Novas informações que requerem flexibilidade no
planejamento
– Metas internas
– Informações emocionais do ambiente
– Pistas emocionais internas
– Pistas sociais
● O OFC apresenta importantes relações com estruturas
subcorticais, com o complexo amigdalóide
25
Córtex orbitofrontal e tomada de
decisão emocional
● Modelo de Rolls: O OFC “é necessário para uma rápida avaliação das
associações estímulos-reforço” (Gazzaniga et al., 2006, p. 568)
● “Ao interagirmos com o ambiente, as propriedades de reforço de certos
estímulos ou ações potenciais podem mudar. (…) Em alguns momentos, decidir
uma ação requer que corrijamos as associações estímulo-reforço, ao se
tornarem inapropriadas, baseadas em novas informações” (Idem)
26
Córtex orbitofrontal e tomada de
decisão emocional● Antonio Damasio: pacientes com dano cortical ventromedial (incl. Orbitofrontal) não mostram respostas emocionais
autonômicas a estímulos alertantes
●
Os marcadores somáticos seriam armazenados no OFC
●
Associações entre reforço e estímulo que induzem um estado afetivo associado
– Todo estado afetivo tem uma espécie de “assinatura” fisiológica
●
Estas associações de marcadores podem ocorrer novamente durante a tomada de decisão; quando temos de fazer decisões
complexas e incertas, os marcadores somáticos criados por um estímulo relevante são agregados para produzir uma “rede de
estado somático”, que influencia fortemente nossa decisão sobre como agir
● Pacientes com dano cortical ventromedial apresenta déficits importantes em experimentos usando o jogo de azar de Iowa
https://www.psytoolkit.org/experiment-library/igt.html
27
Córtex orbitofrontal e tomada de
decisão social
●
Pacientes com dano no OFC apresentam uma quantidade de déficits em
tomadas de decisões sociais
– Respostas excessivamente dependentes de informações perceptuais, ignorando
pistas sociais (comportamento de utilização, comportamentos imitativos)
– Insensibilidade a normas ou metas sociais
– Progressão para inabilidade em inibir respostas sociais inapropriadas
28
Qual a função fundamental do
OFC?● Modelo clássico: inibição comportamental
●
“Um aspecto que está claro (…) é que o córtex orbitofontal deve basear-se em informações
aprendidas sobre as qualidades emocionais dos estímulos para poder acessar a utilidade de nossas
ações. Pensa-se que o aprendizado e a memória emocional devem basear-se em outras estruturas
cerebrais interconectadas”
●
Rudebeck e Murray (2014): A função do OFC é criar previsões específicas associadas com
estímulos, escolhas
●
Essas previsões representam valores momentâneos baseados em estados internos atuais
29
O complexo amigdalóide
● Conjunto em formato de amêndoa de estruturas,
localizado bilateralmente profunda e
medialmente no lobo temporal do cérebro
● Subdivisões (1) lateral, (2) basolateral, (3) baso-
medial, (4) cortical, (5) central, e (6) medial
Di Marino et al 2016
30
Di Marino et al 2016
31
Síndrome de Klüver-Bucy e outras
consequências da lesão amigdalóide
●
Dano na amígdala elimina o medo de objetos que normalmente provocavam
uma resposta de medo em macacos (Klüver & Bucy ,1939 Weiskrantz, 1956)
● Pacientes humanos com lesão na amígdala não apresentam esses sinais
clássicos; nem sempre há comprometimento de respostas emocionais a
estímulos inatamente aversivos ou recompensadores
● Em roedores, a lesão de diferentes sub-núcleos (CeA, LA, BLA) não altera a
resposta inata, mas altera bloqueia a aprendizagem de medo
32
Estudos de neuroimagem
● Implicação da amígdala na resposta a
estímulos assustadores
● Respostas elevadas em pacientes
fóbicos ou com outros transtornos de
ansiedade
http://neurosynth.org/analyses/terms/fear/
33
Maren 2011
34
Complexo amigdalóide e aprendizagem
emocional explícita
● Medo instruído – aprendizagem sem experiência com
evento aversivo
● Pacientes com dano amigdalar são capazes de aprender
e reportar explicitamente que algumas apresentações de
um CS poderiam ser associadas a um choque, mas não
apresentam CRs
35
Papel modulatório da amígdala na
memória
● McGaugh et al. (1999): amígdala participa no aumento da memória declarativa sob alerta
●
Ratos com lesão da BLA não apresentam déficit de memória no labirinto aquático de Morris
(dependente do hipocampo); entretanto, essa lesão bloqueia a melhora de memória por um
estressor físico ou por drogas que mimetizam a resposta de alerta
●
A administração dessas drogas imediatamente após o aprendizado leva a um aumento da
capacidade da memória, mas não antes
– O efeito modulador ocorre na consolidação, e não na codificação inicial do estímulo
36
Relações entre amígdala e hipocampo
●
Projeções importantes partem da BLA para regiões específicas do hipocampo, incluindo CA3 e CA1
●
“A amígdala age para modular o armazenamento de eventos alertantes, a fim de garantir que eles não serão
esquecidos com o tempo. Além disso, podemos aprender explicitamente que os estímulos do ambiente estão
ligados a consequências potenciais aversivas sem ter experimentado essas consequências. Essa representação
explícita, dependente do hipocampo, das propriedades emocionais de eventos pode afetar a atividade da
amígdala e algumas respostas aversivas indiretas” (Gazzaniga et al., 2006, p. 582)
Mandyan 2013
37
Respostas sociais
●
“Pacientes com lesão na amígdala não mostram graves prejuízos em suas
habilidades de responder a estímulos sociais. Eles podem interpretar
descrições de situações emocionais corretamente e podem dar
cassificações normais à prosódia emocional, ou sejaos sons falados que
indicam emoção, por exemplo, quando uma pessoa está falando em um tom
de voz bravo ou amedrontado” (Gazaniga et al., 2006, pp. 583-588).
●
Achado clássico (Ralph Adolphs): pacientes com dano amigdalar são
particularmente prejudicados em avaliar expressões faciais de medo
38
Respostas sociais
● Meta-análise automatizada de 91
estudos
● Resposta seletiva da amígdala!
● MAS...
http://neurosynth.org/analyses/terms/fearful%20faces/
39
Respostas sociais
● … também há
ativação por faces
alegres!
http://neurosynth.org/analyses/terms/happy%20faces/
40
Amígdala e vigilância
●
Zajonc (1980): temos grande sensibilidade em perceber ou processar informação emocional,
em comparação à informação não-emocional.
– Função evolutiva: “estímulos carregados emocionalmente são importantes para a sobrevivência,
especialmente se esses estímulos são medo e ameaça” (Gazzaniga et al., 2006, p. 588)
●
Modulação do prosencéfalo basal → influencia o processamento de sistemas sensoriais
corticais
●
Estímulos emocionais aumentam a atividade em regiões corticais associadas ao
processamento sensorial desses estímulos (Kosslyn et al., 1996), e essa atividade está
correlacionada com o aumento da atividade na amígdala
41
Amígdala e vigilância: “Piscar
emocional”
42
Afinal, qual a função da amígdala?
● A amígdala não é necessária para a experiência emocional subjetiva, e é ativada em tarefas que não
produzem respostas emocionais intensas (p. ex., reconhecer expressões faciais de medo)
● “Está claro, com esses e outros estudos, que a atividade da amígdala por si só não causa uma grande
variedade de respostas emocionais, mas de alguma forma deve estar envolvida na resposta emocional”
(Gazzaniga et al., 2006, p. 588) – COMO?
● A amígdala está envolvida em tarefas emocionais, principalmente a estímulos aversivos e
ameaçadores, aumentando a saliência desses estímulos (i.e., facilitando o processamento da
informação emocional e o envio de sinais a outros sistemas de respostas que devem ser sensíveis a
essa informação) Sentido
43
Estímulo
emocionalmente
competente
Áreas sensoriais
secundárias
Memória
de longo prazo
Memória
de longo prazo
Circuito
sub-cortical
Circuito
sub-cortical
Comportamento
Respostas
fisiológicas
Lobo temporal
medial
Memória operacional
(consciente)
____________________
Auto-consciência emocional
de alta ordem
Memória operacional
(não-consciente)
-Memória (factual e autobiográfica)
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____________________
Representação emocional
de alta ordem

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Neurociência afetiva

  • 2. 2 Emoções básicas vs. dimensões ● Emoções básicas: conjunto finito e universal de emoções, com expressão fisiológica definida, significado adaptativo, e história evolutiva – Raiva, felicidade, repugnância, surpresa, tristeza, medo – Darwin, Ekman: expressões faciais e psicologia transcultural – Priorizadas pela neurociência e pela biologia evolutiva porque sugerem métodos de estudo ● Modelo dimensional: as emoções são “reações a eventos no mundo que variam, em um continuum” (Gazzaniga et al., 2006, p. 557) – Wundt (1899): dimensões de excitação-calma, prazer-desprazer, e tensão-relaxamento – Modelos contemporâneos: valência (positiva-negativa) e excitação (alta-baixa)
  • 3. 3 Emoção e cognição ● Robert Zajonc: Primazia do afeto sobre a cognição ● Richard Lazarus: Julgamentos afetivos inconscientes com caráter cognitivo
  • 4. 4 Métodos para o estudo das emoções – Animais humanos ● Técnicas para despertar a emoção – Indução de humor (normalmente espontânea e invocada pelo participante) – Recompensa e punição – Apresentação de estímulos que evocam emoções (SIFA, filmes, palavras que representam conceitos emocionais, sons altos, choques elétricos suaves)
  • 5. 5 Métodos para o estudo das emoções – Animais humanos ● Técnicas para medir a emoção – Avaliação direta (relato do participante, ou escala) – Avaliação indireta ● Escolha – De objetos, de estímulos, associação implícita... ● Facilitação ou inibição de respostas ● Variáveis psicofisiológicas – Resposta galvânica da pele, registro poligráfico de respostas cardiovasculares e respiratórias… – Interferência sobre funções cognitivas
  • 6. 6 Um exemplo Kirschbaum et al. (1993): O teste de estresse social de Triers● Diversos estressores psicossociais induzem respostas neuroendócrinas de estresse, incluindo o teste de Stroop, o teste pressor ao frio, ou a fala pública simulada ● Efeitos normalmente pequenos, muita variabilidade interindividual ● Baseada na vulnerabilidade da resposta de estresse a situações de avaliação social ● O participante é levado a uma sala, onde uma banca de 3 juízes o espera, junto com uma câmera de vídeo e um gravador de áudio ● Indução de estresse a partir de 3 componentes de 5 min: ● Fase antecipatória: O participante é instruído a preparar uma apresentação de 5 min., normalmente pensada como uma entrevista de emprego ● A banca deve ser treinada para manter expressões faciais neutras durante o teste ● O participante pode usar papel e caneta para organizar as ideias, mas esse papel é retirado no começo da fase seguinte –Fase de apresentação: A banca observa a apresentação sem esboçar reação; ao terminar o tempo, o participante deve resolver uma tarefa de aritmética mental –Fase de seguimento: Entrevista de seguimento
  • 7. 7
  • 8. 8 Métodos para o estudo das emoções – Animais não-humanos
  • 9. 9 Métodos para o estudo das emoções – Animais não-humanos
  • 10. 10 Métodos para o estudo das emoções – Animais não-humanos
  • 12. 12 O Circuito de Papez Giro cingulado Giro parahipocampal Córtex entorrinal Subículo Tálamo anterior N. mamilar
  • 13. 13 O Circuito de Papez Giro cingulado Giro parahipocampal Córtex entorrinal Subículo Tálamo anterior N. mamilar Cíngulo Via perforante Via alvear Trato m am ilo-talâm ico Fórnix Cápsula interna
  • 14. 14 O “sistema límbico” Giro cingulado Giro parahipocampal Córtex entorrinal Subículo Tálamo anterior N. mamilar PFC Amy Hyp
  • 17. 17 Rohen et al 2005 Emoção / comportamento Aprendizagem / memória
  • 18. 18 O “lobo límbico” e o sistema límbico ● No “lobo límbico”, dois círculos concêntricos são observáveis: – O primeiro círculo é composto pelo córtex límbico (subículo, córtex pré-piriforme, córtex peri- amigdalóide) e pelo córtex paralímbico associativo (giro cingulado, giro subcaloso, giro para- hipocampal, istmo) – O segundo círculo é o giro intralímbico (hipocampo, porção anterior do uncus, banda de Giacomini, ápice do uncus, cornos de Ammon, giro denteado, giro fasciolar, fasciola cinerea, e hipocampo pré-comissural) Di Marino et al 2016
  • 19. 19 O “lobo límbico” e o sistema límbico ● Identifique nas peças anatômicas que estão circulando: – Giro do cíngulo – Giro subcalosal – Giro paraterminal – Giro semilunar – Giro uncinado e uncus – Giro parahipocampal e lobo piriforme – Istmo
  • 20. 20
  • 21. 21 O sistema límbico inclui diversas estruturas● Lobo límbico ● Sistema septo-hipocampal ● Complexo amigdalóide e estria terminal ● Córtices entorrinal, frontal anterior, e orbitofrontal ● Estruturas do antigo rinencéfalo (bulbo e trato olfatório, estrias olfativas, tubérculo olfativo, substância perfurada anterior) ● Núcleo habenular e estria medular ● Tálamo (em especial núcleos anteriores e médio-dorsais) ● Hipotálamo (em especial SON, MH, e corpos mamilares) ● Algumas estruturas mesencefálicas (n. interpeduncular, região ventral do tegmento, grísea periaquedutal) ● Algumas estruturas do tronco encefálico (loco cerúleo, n. parabraquial, ns. rafe)
  • 22. 22
  • 23. 23
  • 24. 24 Córtex orbitofrontal e tomada de decisão emocional● Área lesionada em Phineas Gage ● Tomada de decisão envolve integração de – Ações habituais – Novas informações que requerem flexibilidade no planejamento – Metas internas – Informações emocionais do ambiente – Pistas emocionais internas – Pistas sociais ● O OFC apresenta importantes relações com estruturas subcorticais, com o complexo amigdalóide
  • 25. 25 Córtex orbitofrontal e tomada de decisão emocional ● Modelo de Rolls: O OFC “é necessário para uma rápida avaliação das associações estímulos-reforço” (Gazzaniga et al., 2006, p. 568) ● “Ao interagirmos com o ambiente, as propriedades de reforço de certos estímulos ou ações potenciais podem mudar. (…) Em alguns momentos, decidir uma ação requer que corrijamos as associações estímulo-reforço, ao se tornarem inapropriadas, baseadas em novas informações” (Idem)
  • 26. 26 Córtex orbitofrontal e tomada de decisão emocional● Antonio Damasio: pacientes com dano cortical ventromedial (incl. Orbitofrontal) não mostram respostas emocionais autonômicas a estímulos alertantes ● Os marcadores somáticos seriam armazenados no OFC ● Associações entre reforço e estímulo que induzem um estado afetivo associado – Todo estado afetivo tem uma espécie de “assinatura” fisiológica ● Estas associações de marcadores podem ocorrer novamente durante a tomada de decisão; quando temos de fazer decisões complexas e incertas, os marcadores somáticos criados por um estímulo relevante são agregados para produzir uma “rede de estado somático”, que influencia fortemente nossa decisão sobre como agir ● Pacientes com dano cortical ventromedial apresenta déficits importantes em experimentos usando o jogo de azar de Iowa https://www.psytoolkit.org/experiment-library/igt.html
  • 27. 27 Córtex orbitofrontal e tomada de decisão social ● Pacientes com dano no OFC apresentam uma quantidade de déficits em tomadas de decisões sociais – Respostas excessivamente dependentes de informações perceptuais, ignorando pistas sociais (comportamento de utilização, comportamentos imitativos) – Insensibilidade a normas ou metas sociais – Progressão para inabilidade em inibir respostas sociais inapropriadas
  • 28. 28 Qual a função fundamental do OFC?● Modelo clássico: inibição comportamental ● “Um aspecto que está claro (…) é que o córtex orbitofontal deve basear-se em informações aprendidas sobre as qualidades emocionais dos estímulos para poder acessar a utilidade de nossas ações. Pensa-se que o aprendizado e a memória emocional devem basear-se em outras estruturas cerebrais interconectadas” ● Rudebeck e Murray (2014): A função do OFC é criar previsões específicas associadas com estímulos, escolhas ● Essas previsões representam valores momentâneos baseados em estados internos atuais
  • 29. 29 O complexo amigdalóide ● Conjunto em formato de amêndoa de estruturas, localizado bilateralmente profunda e medialmente no lobo temporal do cérebro ● Subdivisões (1) lateral, (2) basolateral, (3) baso- medial, (4) cortical, (5) central, e (6) medial Di Marino et al 2016
  • 30. 30 Di Marino et al 2016
  • 31. 31 Síndrome de Klüver-Bucy e outras consequências da lesão amigdalóide ● Dano na amígdala elimina o medo de objetos que normalmente provocavam uma resposta de medo em macacos (Klüver & Bucy ,1939 Weiskrantz, 1956) ● Pacientes humanos com lesão na amígdala não apresentam esses sinais clássicos; nem sempre há comprometimento de respostas emocionais a estímulos inatamente aversivos ou recompensadores ● Em roedores, a lesão de diferentes sub-núcleos (CeA, LA, BLA) não altera a resposta inata, mas altera bloqueia a aprendizagem de medo
  • 32. 32 Estudos de neuroimagem ● Implicação da amígdala na resposta a estímulos assustadores ● Respostas elevadas em pacientes fóbicos ou com outros transtornos de ansiedade http://neurosynth.org/analyses/terms/fear/
  • 34. 34 Complexo amigdalóide e aprendizagem emocional explícita ● Medo instruído – aprendizagem sem experiência com evento aversivo ● Pacientes com dano amigdalar são capazes de aprender e reportar explicitamente que algumas apresentações de um CS poderiam ser associadas a um choque, mas não apresentam CRs
  • 35. 35 Papel modulatório da amígdala na memória ● McGaugh et al. (1999): amígdala participa no aumento da memória declarativa sob alerta ● Ratos com lesão da BLA não apresentam déficit de memória no labirinto aquático de Morris (dependente do hipocampo); entretanto, essa lesão bloqueia a melhora de memória por um estressor físico ou por drogas que mimetizam a resposta de alerta ● A administração dessas drogas imediatamente após o aprendizado leva a um aumento da capacidade da memória, mas não antes – O efeito modulador ocorre na consolidação, e não na codificação inicial do estímulo
  • 36. 36 Relações entre amígdala e hipocampo ● Projeções importantes partem da BLA para regiões específicas do hipocampo, incluindo CA3 e CA1 ● “A amígdala age para modular o armazenamento de eventos alertantes, a fim de garantir que eles não serão esquecidos com o tempo. Além disso, podemos aprender explicitamente que os estímulos do ambiente estão ligados a consequências potenciais aversivas sem ter experimentado essas consequências. Essa representação explícita, dependente do hipocampo, das propriedades emocionais de eventos pode afetar a atividade da amígdala e algumas respostas aversivas indiretas” (Gazzaniga et al., 2006, p. 582) Mandyan 2013
  • 37. 37 Respostas sociais ● “Pacientes com lesão na amígdala não mostram graves prejuízos em suas habilidades de responder a estímulos sociais. Eles podem interpretar descrições de situações emocionais corretamente e podem dar cassificações normais à prosódia emocional, ou sejaos sons falados que indicam emoção, por exemplo, quando uma pessoa está falando em um tom de voz bravo ou amedrontado” (Gazaniga et al., 2006, pp. 583-588). ● Achado clássico (Ralph Adolphs): pacientes com dano amigdalar são particularmente prejudicados em avaliar expressões faciais de medo
  • 38. 38 Respostas sociais ● Meta-análise automatizada de 91 estudos ● Resposta seletiva da amígdala! ● MAS... http://neurosynth.org/analyses/terms/fearful%20faces/
  • 39. 39 Respostas sociais ● … também há ativação por faces alegres! http://neurosynth.org/analyses/terms/happy%20faces/
  • 40. 40 Amígdala e vigilância ● Zajonc (1980): temos grande sensibilidade em perceber ou processar informação emocional, em comparação à informação não-emocional. – Função evolutiva: “estímulos carregados emocionalmente são importantes para a sobrevivência, especialmente se esses estímulos são medo e ameaça” (Gazzaniga et al., 2006, p. 588) ● Modulação do prosencéfalo basal → influencia o processamento de sistemas sensoriais corticais ● Estímulos emocionais aumentam a atividade em regiões corticais associadas ao processamento sensorial desses estímulos (Kosslyn et al., 1996), e essa atividade está correlacionada com o aumento da atividade na amígdala
  • 41. 41 Amígdala e vigilância: “Piscar emocional”
  • 42. 42 Afinal, qual a função da amígdala? ● A amígdala não é necessária para a experiência emocional subjetiva, e é ativada em tarefas que não produzem respostas emocionais intensas (p. ex., reconhecer expressões faciais de medo) ● “Está claro, com esses e outros estudos, que a atividade da amígdala por si só não causa uma grande variedade de respostas emocionais, mas de alguma forma deve estar envolvida na resposta emocional” (Gazzaniga et al., 2006, p. 588) – COMO? ● A amígdala está envolvida em tarefas emocionais, principalmente a estímulos aversivos e ameaçadores, aumentando a saliência desses estímulos (i.e., facilitando o processamento da informação emocional e o envio de sinais a outros sistemas de respostas que devem ser sensíveis a essa informação) Sentido
  • 43. 43 Estímulo emocionalmente competente Áreas sensoriais secundárias Memória de longo prazo Memória de longo prazo Circuito sub-cortical Circuito sub-cortical Comportamento Respostas fisiológicas Lobo temporal medial Memória operacional (consciente) ____________________ Auto-consciência emocional de alta ordem Memória operacional (não-consciente) -Memória (factual e autobiográfica) -Esquemas (self, emoção) -Alerta ____________________ Representação emocional de alta ordem