O tempo do Advento: preparação para a vinda do Senhor
1.
2. O tempo é ...
• LENTO
para os que esperam
• RÁPIDO
para os que têm medo
• LONGO
para os que lamentam
• CURTO
para os que festejam
• ETERNO
para os que amam...
4. É perigoso representar o Ano Litúrgico dentro de
um círculo. Nós não estamos presos no tempo
nem vivemos um eterno retorno. Se assim fosse,
não haveria novidade, nada tinha valor.
A História da Salvação nos dizque o tempo é
progresso e que o futuro pode ser radicalmente
novo.
O Ano Litúrgico é a celebração, no decurso de
um ano de todo o mistério de Cristo.
Mas atenção: celebramos não uma ideia e sim
uma pessoa, que nos é próxima: Jesus Cristo.
5. ESQUEMA DO ANO LITÚRGICO
Ciclo do
Natal
Tempo
Comum
Ciclo da
Páscoa
Tempo
Comum
Advento 1ª Parte Quaresma 2ª Parte
Natal Páscoa
6. No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a
raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da
tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.
Quanto mais a hora for chegando, mais eu me
sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei
inquieta e agitada: descobrirei o preço da
felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento,
nunca saberei a hora de preparar o coração...
É preciso ritos.
7. - Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
o que faz com que um dia seja diferente dos outros
dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores,
por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira
com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia
maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores
dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e
eu não teria férias!
Antoine de Saint-Exupéry, O pequeno príncipe
8. Ano Litúrgico
O ano litúrgico tem 2 dimensões:
Celebrativa – memorial
Pedagógica: quem tem finalidade de
formar cristãos, que se comprometam
com o projeto de Jesus (encaminhar).
9. O Ano Litúrgico “revela todo o mistério
de Cristo no decorrer do ano, desde a
encarnação e nascimento até à ascensão,
ao pentecostes e à expectativa da feliz
esperança da vinda do Senhor” (SC 102).
ENCARNAÇÃO
PAIXÃO
ASCENSÃO
ENVIO DO ESPÍRITO
VINDA GLORIOSA
10. Advento
O Advento (do latim Adventus:
"chegada", do verbo Advenire: "chegar
a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o
qual antecede o Natal.
Para os cristãos, é um tempo de
preparação e alegria, de expectativa, onde
os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus
Cristo, vivem o arrependimento e
promovem a fraternidade e a Paz.
11. No ciclo do Natal, celebramos o
mistério pascal de Cristo em suas
primeiras manifestações.
Nele fazemos memória da vinda
salvífica do Senhor, da sua
manifestação na fragilidade de
nossa carne, na contingência e
contradições de nossa história,
enquanto aguarda mos seu novo
Natal, seu Reino, sua vinda
definitiva e gloriosa no fim dos
tempos.
12. Como lemos no Guia Litúrgico
Pastoral, tempo do Natal “é a
comemoração do nascimento do
Senhor, em que celebramos a ‘troca
de dons entre o céu e a terra’,
pedindo que possamos ‘participar da
divindade daquele que uniu ao Pai a
nossa humanidade’.
Na Epifania, celebramos a
manifestação de Jesus Cristo, Filho
de Deus, ‘luz para iluminar todos os
povos no caminho da salvação”.
14. Advento
O tempo do Advento começa com as
primeiras vésperas do domingo que
cai no dia 30 de novembro ou no
domingo que lhe fica mais próximo,
terminando antes das primeiras
vésperas do Natal do Senhor.
15. Com quatro semanas antecedendo o Natal,
o Advento, próprio do Ocidente, tem sua
origem desde o século IV.
É um tempo que nos coloca em
permanente expectativa da vinda, da
manifestação de Deus e de seu Reino em
nossa realidade.
16. Advento
Este duplo sentido determina a organização do
Advento: o Advento escatológico, que vai do
primeiro domingo do Advento ao dia 16 de
dezembro e cuja liturgia nos inflama o coração
para a vinda final de Cristo; o Advento natalício,
como preparação mais imediata para a festa do
Natal, do dia 17 ao dia 24 de dezembro,
recordando a primeira vinda do Filho Deus para o
meio dos homens.
O tempo do Advento é o tempo litúrgico mais próprio
para veneração de Maria (Paulo VI, encíclica
“Marialis cultus”).
Advento é um tempo de conversão e alegre
expectativa.
17. Ciclo do Natal
Podemos dividi-lo em três etapas:
A 1ª, de preparação, de gestação - é o
tempo do Advento.
A 2ª, de chegada, de realização, é a
festa do Natal.
A 3ª, finalmente, de manifestação é a
festa da Epifania.
18. Os textos bíblicos propostos para os
domingos deste tempo fazem emergir
este duplo caráter do Advento.
Assim, o primeiro domingo orienta para
a vinda final, o segundo e o terceiro
chamam atenção para a vinda
cotidiana do Senhor; o quarto
domingo prepara-nos para o
nascimento de Cristo, ao mesmo
tempo apresentando seu sentido e sua
história.
19. Também os textos eucológicos
(coletas, prefácios..) acentuam as
vindas do Senhor, seja na
encarnação, seja na parusia, como
juiz e senhor, em íntima relação
entre si, como expressão de um
único mistério: a Vinda do Senhor e
seu Reino, já iniciada mas,
aguardando sua plena realização,
no final dos tempos (cf. At 1,11).
20. Recordamos no Advento a grande
verdade de que nossa história, com
todos os seus dramas, contradições,
conquistas e retrocessos é o lugar da
atuação salvífica de Deus, para quem
nada é impossível: aterrar vales,
aplainar montanhas, fazer florir
desertos, fazer conviver leões e
cordeiros; transformar armas de
guerra em instrumentos de trabalho e
cultivo de vida.
22. Nesse período, conduzidos por grandes
figuras bíblicas, como Isaías, João
Batista, Maria, José, Isabel,
Zacarias... modelos dos pobres que
esperam e confiam nas promessas de
Deus, entramos em ritmo mais intenso de
espera e esperança...
...de alegre e cuidadosa vigilância, como
uma noiva que se enfeita, ansiosa e
feliz, para a chegada de seu amado,
como um incansável vigia anseia pelo
amanhecer, como a terra seca deseja
ardentemente a chuva benfazeja para o
germinar das sementes.
23. De modo semelhante ao que ocorreu
com Maria, o Espírito nos
engravida da Palavra, fazendo
crescer em nós uma atitude de
humilde expectativa, de fé
comprometida com a força escondida
da vida, na certeza de um novo parto
da salvação em nosso tempo, ainda
tão marcado por decepções,
desesperanças e incertezas.
24. A mística do Advento nos move a cultivar
uma atitude nova diante da realidade
humana e cósmica, de desejo de
felicidade plena, de relações fraternas
verdadeiras e fortalece nossa vocação
de testemunhas da esperança,
superando o pessimismo e desencanto
que nos possam abater.
Neste tempo, em que a religião do
mercado faz das festas natalinas, o
grande sacramento do lucro, somos
convidados a proclamar profeticamente
que o Senhor está chegando como
libertador.
25. Seus sinais se manifestam diariamente, nas
lutas dos pobres e de todos os que com
eles se fazem solidários na busca de
melhores condições de vida, de dignidade
humana, de paz universal e de
preservação da natureza.
Não só nós, cristãos, mas toda a
humanidade e a criação inteira estão em
clima de Advento, de ansiosa espera.
Aguardam a manifestação cada vez mais
visível do Reino de Deus em que “justiça e
paz se abracem”, todos os povos culturas
desabrochem felizes e reconciliados e
toda “a terra se abra ao amor”.
26. Toda a celebração cristã é uma
contínua vinda do Senhor a nossa
vida pessoal, a nossa comunidade e
a nossa história.
Ele vem ao nosso encontro no
presente e no futuro, como veio no
passado.
Ele é caminheiro fiel na grande
peregrinação que fazemos rumo à
casa do Pai.
Ele é o Emanuel, o Deus-conosco
com quem descobrimos sempre de
novo quem somos, o que queremos
e para onde vamos.
27. Elementos
Simbólicos
e rituais
Alguns símbolos, gestos e ações simbólico-rituais
expressam intensamente a verdade
dessa espera em nossas celebrações.
28. O símbolo principal é a Eucaristia, o
sacramento da espera: “até que ele
venha”.
A Palavra (o VERBO!). Advento é tempo
especial de escuta, de atenção, de
“gravidez” da Palavra: que o Verbo se
faça carne em nós! Todo o rito da
Palavra merece destaque: o uso do
livro, Bíblia ou o Lecionário com fitas
coloridas, levado em procissão, beijado,
incensado...;
29. o cuidado de preparar bem a proclamação
dos vários textos bíblicos, o canto do
salmo, ornando-os vivos, bem
compreendidos para serem bem
acolhidos pela comunidade. E mais:
fazer da proclamação um ato
sacramental, pelo qual o próprio Deus
fale, convocando seu povo à vivência de
seu projeto; o silêncio após cada leitura,
após a homilia, para “guardar no
coração” a boa notícia e o apelo
amoroso de Deus.
30. A comunidade reunida para a oração, para a
escuta da Palavra e para a ação de graças é
sinal sacramental da espera e da chegada do
Senhor. Onde dois ou três estiverem reunidos,
o Senhor está presente (cf. Mt 18,20)! Os ritos
iniciais, constituindo a assembléia, o corpo vivo
do Senhor, com acolhida bem afetuosa às
pessoas, permitem reconhecer em cada uma
delas a presença do Senhor que chega entre
nós.
31. O Advento é tempo oportuno de aprofundar e
melhorar nossas relações e nossa
convivência na família, na comunidade, na
vizinhança, como sinal visível da chegada
do Reino entre nós. A esperança se
reacende quando relações novas e
fraternas se estabelecem entre as pessoas.
“Cantar o Advento”! Os cantos e as
músicas têm papel importante, evocando
os temas bíblicos aprofundados, as
experiências vividas, os sentimentos de
espera, de expectativa pela vinda do
Reino. O Hinário Litúrgico, 1° fascículo,
apresenta um bom repertório dos cantos
para este tempo.
32. Cantando os salmos e poemas dos profetas e
evangelistas de ontem e de hoje, resgatando
até, com novo sabor e vibração, as antigas
antífonas do “Ó’ com certeza aprofundaremos
a nossa fé, reacenderemos a nossa
esperança e prepararemos momentos
autênticos e gostosos de confraternização.”
(CNBB, Hinário Litúrgico, 10 fascículo, introdução).
O canto do Glória, antigo hino natalino é
omitido, ficando reservado para o tempo do
Natal.
33. O diretório litúrgico indica o roxo
como cor litúrgica deste tempo.
Porém, a cor rósea ou violácea,
indicada para o terceiro domingo,
tem sido usada por muitas
comunidades, em todo o tempo do
Advento: traz aos olhos e ao
coração, o sentido de uma alegre
espera, diferenciando do sentido
mais quaresmal do roxo.
34. A coroa do Advento, feita com
ramos verdes, com as quatro
velas que progressivamente se
acendem, com um rito
apropriado, no início da
celebração, retoma o costume
judaico de celebrar a vinda da
luz à humanidade dispersa pelos
quatro pontos cardeais,
expressa nossa prontidão e
abertura ao Senhor que vem e
quer nos encontrar acordados e
com nossas lâmpadas acesas.
35.
36. Entre os textos eucológicos (orações, prefácios...)
deste tempo, a aclamação litúrgica “Vem, Senhor
Jesus!” torna-se a grande súplica, o forte clamor
das comunidades, em preces, refrãos e antífonas.
O Missal Romano, p. 519, propõe uma bênção
própria para O Advento.
A novena de Natal, feita em grupos, há anos
realizada em todo o Brasil, é uma maneira de
intensificar a espera e alimentar a esperança da
libertação com cantos, orações, meditação da
Palavra, gestos de solidariedade e compromisso
com os mais pobres, montagem do presépio e
momentos de confraternização.
37. Neste sentido, a Novena preparada pela Comissão
Episcopal Pastoral para a Liturgia e o Oficio
Divino das Comunidades tem sido uma feliz
referência para este momento tão valorizado
pelas comunidades.
As celebrações de reconciliação e penitência
durante tempo do Advento possibilitam às
comunidades um caminho de conversão e
retomada do projeto de Jesus.
38.
39.
40. Ritmo diário: alternando manhã e tarde,
dia e noite, luz e trevas de manhã Laudes
celebra a ressurreição e véspera noite
celebra a morte
Ritmo semanal domingo: alternando
trabalho e descanso, ação e celebração.
Ritmo anual: alternando o ciclo das
estações e a sucessão dos anos
comemora-se 2 grandes festas tempo
Pascal e Tempo do Natal.
41. OBSERVAÇÕES
No advento (como na quaresma) não se canta o
Glória.
A cor litúrgica do tempo do Advento é o roxo;
para o terceiro domingo (Gaudete) é permitido o
uso da cor rosa.
Nunca coloca-se flores diante do altar, e as flores
não devem ofuscar o ambão.
Natal não é o aniversário de Jesus e sim o
nascimento de Cristo.
O altar é mais importante que o presépio
Nas leituras lembre-se que é Cristo que fala.
42. Tomar cuidado com os cânticos, p. ex: Em
nome do Pai, em nome do Filho, em nome
do Espírito Santo...
Ou (façamos uma comparação teológica)
Em nome do Pai, e do Filho
E do Espírito Santo! (2x)
Ao Deus amoroso, santo e
consolador/ a honra, a glória e o poder
poder ao Deus-trino de amor! (2x)
A missa não é uma diversão religiosa!