2. Cartografia antes dos Descobrimentos
• Desconhecia-se a existência do da
América e da Oceânia;
• Pensava-se não haver passagem entre o
Atlântico e o Índico;
• África e Ásia eram representadas com
grandes imperfeições;
• A zona melhor representada era o
Mediterrâneo.
Mapa ptolemaico (séc. XV), elaborado com base nos conhecimentos de
Ptolomeu, grego do séc. II
3. – Seres com aparência de cão
mas com cabeça humana (os
cinântropos) ou o seu inverso
(os cinocéfalos)
– Seres de quatro olhos (os
parvines)…
– Seres de um só pé gigantesco,
para se protegerem do sol e
que atingiam velocidades
fantásticas (os monópodos)…
- Humanos sem cabeça, com olhos e
boca na altura do peito (os blemeyes).
4. Outros mitos
• A região equatorial era tão quente que a água do mar fervia;
• Quem navegasse para o interior do Atlântico cairia no abismo;
• Nos desertos acreditava-se existirem demónios em forma de mulher, com
cabeça de dragão nas pontas dos pés e que, belas como as sereias,
atraiam os viajantes para o deserto, onde os devoravam…
5. O século XV: uma nova época
• Recuperação demográfica,
• Surto urbano,
• Reorganização dos campos,
• Reanimação das rotas terrestres e incremento das rotas marítimas,
• Desenvolvimento das práticas financeiras,
• Ascensão da Burguesia,
• Renovação cultural,
• Tendência de centralização do poder,
• Inovações técnicas e científicas…
6. Motivos da expansão marítima
• Ultrapassar a crise do século XIV;
• Fazer face à falta de mão de obra;
• Fazer face à falta de cereais;
• Fazer face à falta de metais preciosos.
• Acercar diretamente as riquezas orientais (que chegavam à Europa por
intermédio dos muçulmanos pelas rotas caravaneiras).
• Os reis procuravam também novas terras para expandir a fé cristã e novas
tecnologias que pudessem utilizar para seu proveito.
7. Motivações da sociedade portuguesa
• Clero
• Alargamento da fé cristã / enfraquecimento dos muçulmanos.
• Nobreza
• Novos domínios territoriais.
• Novos cargos militares e administrativos.
• Burguesia
• Procura de novos produtos para comércio
e de novos mercados.
• Populares
• Melhoria das condições de vida.
8. Condições da prioridade portuguesa
• Condições geográficas:
• Perto da costa de África e dos territórios a descobrir;
• Longa costa marítima (845 Km);
• Bons portos marítimos e fluviais.
9. Condições da prioridade portuguesa
• Históricas
• Tradição piscatória;
• Forte atividade comercial;
• Contatos com muçulmanos e judeus (conhecedores de técnicas de
navegação e conhecimentos náuticos).
• Políticas
• Clima de paz;
• Nova dinastia (que governa com uma nobreza renovada).
10. Contributo português
• Nos séculos XV e XVI, os descobrimentos
marítimos proporcionaram a Portugal um
desenvolvimento dos saberes técnicos e
científicos.
• A inovação nas técnicas náuticas e na
representação cartográfica da Terra, bem
como pela observação e descrição da
Natureza, permitiram que Portugal
contribuísse para o alargamento do
conhecimento do Mundo.
11. Descobertas marítimas
1415: Conquista de Ceuta. Uma esquadra portuguesa de 250 navios com 12.000 homens
toma de assalto a cidade de Ceuta; esta data marca o início da expansão portuguesa do
Século XV.
1418 – João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira desembarcam na ilha do Porto Santo
1419- João Gonçalves Zarco e Bartolomeu Perestrelo descobrem a ilha da Madeira.
1427 – Diogo de Silves descobre o grupo oriental dos Açores
1434 - Cabo Bojador.
1488 - Cabo da Boa Esperança.
Í1498 – Índia.
1500 – Brasil.
1512 - António de Abreu descobre a ilha de Timor
15. Navegação
• Navegação por cabotagem: navegação entre portos marítimos, sem
perder a costa de vista.
• Instrumentos náuticos necessários à navegação astronómica:
• Astrolábio;
• Quadrante;
• Balestilha;
• Kamal
Bússola ou “agulha de marear”
Instrumentos para saber a posição
do navio (latitude)
Instrumento para determinar o
rumo a tomar
16. Navegação
As caravelas permitiam navegar com ventos adversos e foram usadas sobretudo em viagens de
exploração na costa africana. As naus tinham muita capacidade de transporte e faziam as viagens
de comércio ao Oriente.
Caravela Nau
17. A Expansão – período henriquino
• Conquista de Ceuta (1415), cidade escolhida pela sua: localização
geográfica e pela sua localização estratégica:
• localiza-se estrategicamente à entrada
do mar mediterrâneo;
• era um importante entreposto comercial,
que escoava para a Europa produtos como:
ouro, especiarias, escravos e trigo.
• As especiarias vinham do Oriente através
das caravanas de mercadores muçulmanos.
18. A Expansão – período henriquino
• Viagens marítimas de descoberta da Costa Africana (1434 – Gil Eanes dobra
o Cabo Bojador; 1441, Nuno Tristão chega ao Cabo Branco e em 1460 Diogo
Gomes atinge a Serra Leoa).
• Reconhecimento e exploração dos recursos naturais dos arquipélagos
atlânticos.
• Colonização dos arquipélagos atlânticos, sob o regime de capitanias-
donatárias.
• Sistema de monopólio atribuído ao Infante D. Henrique (é ele quem controla o
comércio).
19. Capitanias-donatarias
• O rei recorre a elementos da pequena nobreza para
administrar e explorar economicamente os novos territórios
ultramarinos.
• São concedidos aos capitães-donatários amplos poderes
administrativos, judiciais e fiscais:
aplicam a justiça;
cobram rendas e impostos aos colonos;
administram e defendem o território.
Sistema adotado na colonização da Madeira, dos
Açores, de Cabo Verde, de S. Tomé e Príncipe e do Brasil
20. A exploração dos arquipélagos
Açores: cidade de Angra na ilha Terceira,
gravura de Jan Huygen van Linschoten, 1595.Madeira: divisão em capitanias.
21. A Expansão – período de D. Afonso V
• Retorno à política de conquista das cidades marroquinas (Arzila, Alcácer-
Ceguer e Tânger).
• No litoral africano criam-se feitorias: de Arguim e S. Jorge da Mina,
importantes postos de ligação entre Portugal e África.
• Relações amistosas com os reis africanos.
• Comércio de escravos, ouro, marfim, malagueta, peixe... (trocadas por sal,
tecidos e objectos variados).
• Entrega da expansão a particulares (arrendamento da costa africana a
Fernão Gomes), com a condição de continuarem as descobertas na costa
africana. Fim do monopólio régio.
22. A Expansão – período de D. João II
• O comércio colonial torna-se definitivamente monopólio da coroa.
• Continuam as descobertas africanas (em 1488 Bartolomeu Dias dobra o Cabo
das Tormentas, que passa a designar-se por Cabo da Boa Esperança).
• Assinatura do Tratado de Alcáçovas, que divide o mundo pelo paralelo das
Canárias (a sul ficariam as terras portuguesas).
• Cristovão Colombo descobre as Antilhas, ao serviço de Castela.
• Assinatura do Tratado de Tordesilhas (o mundo é dividido por um meridiano
em duas partes, a Oriente para Portugal, a Ocidente para Castela).
• Verifica-se uma verdadeira diáspora portuguesa.
23. Tratado de Alcáçovas (1497)
Disputa pela
posse das
Canárias.
Portugal e Castela
dividem o mundo
pelo paralelo do
Tratado das
Alcáçovas
Tentativas dos
castelhanos
fazerem
comércio na
costa africana.
1.ª viagem de Cristóvão Colombo,
ao serviço dos reis de Castela,
1492.
25. Tratado de Tordesilhas
LinhadeTordesilhas–1494
Linha de Alcáçovas-Toledo
1479
PropostadopapaAlexandreVI–
1493
Zona de expansão portuguesaZona de expansão espanhola
A alteração da proposta do Papa pedida por D. João II leva os historiadores a supor que o rei já
sabia, secretamente, da existência do Brasil e queria incluí-lo na sua área de influência.
Zona de expan-
são espanhola
26. O Mare Clausum
• Dá-se este nome ao princípio
pelo qual a navegação nos mares
desconhecidos e a descoberta
de novos territórios ficava
proibida à maioria dos povos.
Mare clausum
• O Papa, autoridade internacional
máxima da Europa, concedeu a
Portugal e Castela a exclusividade de
navegação em mares desconhecidos
e o direito às terras por descobrir.
• Os tratados de Alcáçovas-Toledo e de
Tordesilhas estabeleceram esse
direito aos dois países.
Quem decidiu?
De que modo o fez?
• Portugal e Castela.
Quais os
beneficiários dessa
política?
D. João II
Isabel de Castela e
Fernando de Aragão
27. A Expansão – período de D. Manuel I
• Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia.
• Pedro Alvares Cabral (re)descobre o Brasil.
• O Oriente é controlado politicamente graças à criação do cargo de vice-rei (D.
Francisco de Almeida e D. Afonso de Albuquerque).
• O rei D. Manuel funda o mais importante entreposto português de controle
comercial régio: a Casa da Índia.
• Goa torna-se a sede da administração no Oriente.
• Funda-se uma feitoria em Antuérpia, de onde os
produtos são distribuídos para toda a Europa.
30. A Expansão – período de D. Manuel I
Domínio do Oriente
-1505-1509 - Francisco de Almeida: entendia que a
força de Portugal devia assentar numa forte esquadra
e no domínio de importantes rotas do Índico (domínio
dos mares). Manteve permanentemente uma frota no
Oceano Índico e estabeleceu o sistema de licenças
pagas (cartazes) para todos os navios mercantes que
não fossem portugueses. Era a política do Mare
Clausum.
31. A Expansão – período de D. Manuel I
Domínio do Oriente
-1509-1515 - Afonso de Albuquerque: defendia a
existência de uma armada poderosa, mas também a
conquista de praças importantes. Assim, procura
dominar pontos estratégicos em terra: Goa; Ormuz e
Malaca. A política deste vice-rei é de concretização da
conquista. Para isso leva a cabo uma acção de
miscigenação (casamento entre portugueses e
indianas).
32. A Expansão – período de D. João III
A exploração do Brasil
1ª FASE: entre 1503 e 1530. Regime de arrendamentos a cristãos-novos que exploram
essencialmente o pau-brasil. A exploração foi entregue a um grupo de burgueses, onde se
destacava Fernão de Noronha, que - em troca do comércio do pau-brasil, madeira que
abundava nas terras brasileiras - se comprometeu a desbravar 300 léguas da costa por
ano.
2ª FASE: entre 1530 e 1548. A decadência do comércio oriental, a lucrativa exploração de
pau-brasil e os ataques da pirataria francesa ao território levaram D. João III, em 1534, a
implantar o sistema de capitanias. Assim, este monarca dividiu o território brasileiro em
várias faixas paralelas, entregando-as a 12 capitães-donatários, com amplos poderes
sobre os territórios (excepção feita à cunhagem de moeda).
33. A Expansão – período de D. João III
A exploração do Brasil
3ª FASE: a partir de 1548. Descoberta do tabaco. Governo Geral entregue a um
Representante Real. Tomé de Sousa tornou-se, então, o primeiro governador-geral do
Brasil.
O Brasil conheceu um rápido desenvolvimento: milhares de colonos e muitos
missionários, servindo-se de índios, mestiços e escravos africanos, arrotearam terras,
expandiram culturas agrícolas (em particular a cana-de-açúcar), fundaram povoações e
divulgaram a fé cristã. Entre os missionários, merecem destaque os jesuítas.
O tabaco torna-se moeda de troca para a compra dos escravos. A partir de 1642 a
exploração desta cultura passa a ser livre. Em 1674 D. Pedro, por necessidades do erário
régio, lança um imposto sobre o consumo do tabaco, em princípio por seis anos, mas que
se torna definitivo.
34. A organização dos espaços coloniais
• A partir da conquista
de Ceuta, Portugal
torna-se cabeça de
um vasto império
diferente de todos os
que tinham existido
até então.
• Na costa ocidental de
África são fundadas
feitorias apoiadas
por fortalezas.
35. Produtos transacionados em África
Objetivo principal
dos Portugueses em
África: fazer
comércio.
Produtos:
Levados para África
Trazidos de África
Ouro
Objetos
de
adorno
Tecidos
Marfim
Malagueta
Sal
TrigoEscravos
36. A organização dos espaços coloniais
• Nos arquipélagos atlânticos, a colonização foi realizada segundo um
sistema de Capitanias- Donatárias, o mesmo acontecendo com o
Brasil.
Fundação de S. Vicente, S. Paulo, em 1532.
37. A organização dos espaços coloniais
• Na Índia e Extremo-Oriente, geram-se formas de domínio estabelecidas
através de uma intrincada rede de feitorias, vigilância dos mares e
criação do posto de Vice-Rei.
38. Produtos transacionados no Oriente
Objetivo principal
dos Portugueses no
Oriente: obter o
monopólio do
comércio no Índico
Sedas Porcelana
s
Noz
moscada
CanelaCravinho
Moeda
Produtos:
Levados para o Oriente
Trazidos do Oriente
PimentaPedras
preciosas
39. O império espanhol
Machu Picchu
Incas
Templo de Jaguar,
ruínas maias de Tikal,
Guatemala
Maias
Hérnan Cortez chega às terras de Vera Cruz, mural
de Diego Rivera
Astecas
• Conquista rápida,
• Conquista violenta dos povos e destruição das civilizações,
• Exploração mineira (prata).
41. Consequências da expansão:
abertura das rotas comerciais
•O Atlântico substitui o Mediterrâneo.
•Lisboa e Sevilha são os grandes portos do comércio além-mar.
•As artérias de circulação ou rotas do comércio marítimo português até 1490 são:
•A Rota da Costa Africana - Guiné e Mina, englobando os arquipélagos atlânticos.
•A Rota do Atlântico Norte - de Lisboa à Flandres e Norte da Europa - centrada na
feitoria de Bruges.
•O séc. XVI abrange novos espaços e novas rotas:
•A Rota do Atlântico Nordeste - a Terra Nova - representa o espaço da pesca do
Bacalhau que será daqui por diante o complemento indispensável da alimentação.
42. Consequências:
abertura das rotas comerciais
•A Rota do Atlântico Central e Sul - Brasil - a rota do pau-brasil, do açúcar e do
tabaco.
•A Rota do Cabo ou das Especiarias - que liga o Ocidente ao Oriente. Com este
traçado, Portugal substitui os Italianos no tráfico das especiarias, no mercado
europeu.
•A rota de Manila – que liga Acapulco a Manila (rota espanhola).
43.
44. Consequências: económicas
• Desenvolve-se o comércio, que passa a ser à escala mundial (e designado
como comércio triangular).
• O desenvolvimento do comércio diminui a produção interna do reino.
• A agricultura é abandonada e o artesanato é quase inexistente.
• O rei é o principal empresário colonial.
• Desenvolve-se a Economia de Transporte ou Política de Transporte.
45. Consequências
• No quotidiano:
• Introduzem-se novos hábitos na
culinária – uso das especiarias.
• Introduzem-se novas culturas
como o ananás, o milho grosso,
o cacau, a batata...
• Generaliza-se o uso do tabaco.
• Transformações ao nível do
vestuário.
• A nível social e demográfico:
•Reforço do poder do rei.
•A Burguesia ascende na escala social.
•Expansão do Cristianismo.
•O tráfico negreiro (de escravos) aumenta.
•Aumenta a emigração para as novas áreas
•Desenvolve-se a política de miscigenação
(casamento entre colonizadores e entre
colonizados).
46. Consequências: culturais
• As línguas europeias espalham-se por todo o mundo.
• Desenvolvem-se as ciências e a técnica: Medicina, Ciências Naturais, Náutica...
• Conhece-se a verdadeira forma do globo terrestre e terminam as fábulas e
lendas.
• O saber livresco (característico da Idade Média) é substituído pelo valor da
observação e da experiência – surge o Renascimento.
• A arte passa a ser uma mistura da arte europeia com elementos indígenas (em
Portugal surge o Manuelino, arte típica dos descobrimentos).
47. Multiculturalismo
Aculturação e
assimilação
Nova organização
social e
económica
Mestiçagem
Difusão das
línguas portuguesa
e castelhana
Missionação –
difusão do
catolicismo
Divulgação de
técnicas e
artes
Ouro Preto (Brasil) –
arquitetura colonial.
Contador indo- -
português, séc. XVII.
Pregação do Padre António Vieira
aos índios do Brasil.
48. Expansão da religião
• Intolerância: perseguição
aos não cristãos, com
destaque para os judeus
Imposição do
catolicismo
• Averiguação e tortura de
suspeitos de desrespeitar
as normas católicas
Tribunal do
Santo Ofício
(Inquisição)
• Nos autos de fé eram
exibidos publicamente os
condenados. Os que não
mostravam arrependimento
podiam ser queimados em
fogueiras.
Realização
de
cerimónias
públicas de
condenação
Muitos abandonaram Portugal
e Espanha, contribuindo para
o desenvolvimento de outros
países.