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SEMINÁRIO DE TEXTOS: SOCIODIVERSIDADE:
Texto 1- SOCIODIVERSIDADE - Ao longo dos seus 500 anos de história, o Brasil vem se constituindo como um complexo
mosaico étnico. No período colonial, a pirâmide social tinha em seu topo os grandes proprietários de t erras e os ricos
comerciantes de origem portuguesa; no outro extremo, o escravo indígena e, posteriormente, o africano. Entre os dois,
situavam-se o pequeno agricultor, o ex-escravo alforriado, os mestiços, os artesãos que viviam de ocupações diversas. No final
do século XIX e no século XX chegaram os imigrantes europeus não-portugueses e os asiáticos. Embora todos sejam
brasileiros, as raízes históricas do preconceito e da discriminação em relação ao índio e aos afrodescendentes permanecem na
atualidade. Conhecemos muito pouco sobre os povos indígenas e quilombolas, sobre seus direitos constitucionais e a
valorização e proteção à nossa sociodiversidade. É preciso que se dê voz ao passado que se faz o presente em sua herança
cultural, reconhecer como justas e participar de suas lutas pela defesa da dignidade e da liberdade e aprender a valorizar a
sociodiversidade como riqueza do patrimônio histórico-cultural brasileiro, não como mais um dos nossos problemas sociais.
Segundo estimativas existiam mais de 1000 etnias quando da chegada dos portugueses, restando hoje em torno de 206. Além
de mais de 170 línguas nativas. Hoje, somente a metade dos idiomas são objeto de pesquisa por parte de linguistas e
antropólogos. Os museus indígenas e a literatura publicada são raros. Com pouca expressão no cenário cultural e político
nacional, somando-se à condição de monolíngues e com tradições orais de comunicação, são muitas as dificuldades que esses
povos enfrentam na sua relação com o mundo dos não-índios.
Texto 2- A vida do povo pataxó contada por Kanatyo Pataxó
“Para nós, pataxós, em primeiro lugar é a terra. Os nossos filhos vão sempre para a cidade estudar, trabalhar. Eles devem
permanecer na terra. Como a terra, temos vários saberes a desenvolver e algumas coisas para o desenvolvimento das cidades.
Através do meio ambiente podemos fazer um trabalho importante dentro da terra. Acho importante estudar medicina indígena,
os saberes da ciência do nosso povo e saber tirar o recurso dali para garantir a sobrevivência do povo. Ter ele também, ali, o
seu meio de vida. O espírito do povo está ligado à terra, à poesia, à música e isto é muito importante como complemento da
educação. As crianças podem vir e mostrar o valor destas coisas futuramente. O jeito de ensinar também é importante, isto faz
a gente pensar na continuação do curso. Hoje é difícil você ver um índio antropólogo, nós precisamos disso aí. Estes cursos
devem ter um jeito de ensino com a alma do índio. Outra coisa importante é o jeito da alma do povo, esta energia que vem de
longe. O que está no universo? Saber lidar com o mundo lá de cima. Lá, o céu também pertence a nós. Um estudo para a
integração da cultura, religião, filosofia... Saber lidar com estes caminhos, projetos de preservação da terra, identificar os
principais problemas.” Parque Estadual do Rio Doce,1999.
Texto 3- História de vida dos xacriabás: o resgate das línguas nativas
“Alguns indígenas, como os pataxós, os krenaks, os xacriabás, por exemplo, têm trabalhado para recuperar suas línguas
nativas. Gostaria de começar falando sobre esta questão da gente ter perdido o idioma. Aqui no parque perguntei para Ana
Flávia porque o xacriabá deixou de falar no idioma. Eu pensava de achar um livro... e me mandou fazer uma pesquisa em vários
livros que falavam da vida dos Xacriabás há muitos anos atrás. Vinha da Bahia de Goiás e na época da invasão a igreja católica
introduziu em 1728 o documento de doação da terra. Reuniu os índios ali, para ficar só naquele lugar, e eles eram proibidos de
falar a língua, eram forçados a falar em português, iam ter de acompanhar religião católica e iam fazer tudo que era o costume.
As crianças aprendiam desta maneira e foi perdendo.... Se nossos antepassados foram forçados a não fazer as danças, as
pinturas, a falar na língua, nada que era da cultura deles. Fui conversar com minha mãe se ela saberia explicar, ela disse que
não sabia, e também não podia teimar que eles até matavam. Aí eu fui entender toda a verdade que está registrada na memória
dos mais velhos. Professor xacriabá. Parque Estadual do Rio Doce, 1999.
1. Preencha a pirâmide abaixo conforme descrito no texto 1.
2. De acordo com o texto 1, por que se deve valorizar a
sociodiversidade.
3. Preencha os espaços abaixo com o número de etnias e
línguas nativas que existiam quando os portugueses
chegaram aqui e hoje.
4. De acordo com o texto que etnias sofreram mais
preconceito ao longo da historia?
5. Retire do texto três etnias indígenas.
6. De acordo com o texto 3, por que os Xacriabás perderam
seu idioma?
7. O que os três textos têm em comum?
8. De acordo com o texto 2, por que os estudos são
importantes para os índios e como esse ensinamento deve ser.
9. De acordo com os textos, coloque V ou F
( ) A literatura publicada pelos índios é rara porque têm um
domínio precário do idioma português.
( ) Os índios têm pouca participação no cenário cultural e
político nacional.
( ) As tradições indígenas ainda são passadas oralmente para
seus descendentes.
( ) O que os indígenas mais valorizam é a terra.
( ) Os pataxós, os krenaks, os xacriabás são etnias indígenas
diferentes
( ) Os índios não acham importante estudar
( ) Os filhos dos índios nunca se misturam com os estudantes
da cidade.
( ) Os indígenas foram forçados a aceitar a religião, o idioma
e os costumes dos portugueses e proibidos de agir conforme
sua própria cultura.

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É preciso que se dê voz ao passado que se faz o presente em sua herança cultural, reconhecer como justas e participar de suas lutas pela defesa da dignidade e da liberdade e aprender a valorizar a sociodiversidade como riqueza do patrimônio histórico-cultural brasileiro, não como mais um dos nossos problemas sociais. Segundo estimativas existiam mais de 1000 etnias quando da chegada dos portugueses, restando hoje em torno de 206. Além de mais de 170 línguas nativas. Hoje, somente a metade dos idiomas são objeto de pesquisa por parte de linguistas e antropólogos. Os museus indígenas e a literatura publicada são raros. Com pouca expressão no cenário cultural e político nacional, somando-se à condição de monolíngues e com tradições orais de comunicação, são muitas as dificuldades que esses povos enfrentam na sua relação com o mundo dos não-índios. Texto 2- A vida do povo pataxó contada por Kanatyo Pataxó “Para nós, pataxós, em primeiro lugar é a terra. Os nossos filhos vão sempre para a cidade estudar, trabalhar. Eles devem permanecer na terra. Como a terra, temos vários saberes a desenvolver e algumas coisas para o desenvolvimento das cidades. Através do meio ambiente podemos fazer um trabalho importante dentro da terra. Acho importante estudar medicina indígena, os saberes da ciência do nosso povo e saber tirar o recurso dali para garantir a sobrevivência do povo. Ter ele também, ali, o seu meio de vida. O espírito do povo está ligado à terra, à poesia, à música e isto é muito importante como complemento da educação. As crianças podem vir e mostrar o valor destas coisas futuramente. O jeito de ensinar também é importante, isto faz a gente pensar na continuação do curso. Hoje é difícil você ver um índio antropólogo, nós precisamos disso aí. Estes cursos devem ter um jeito de ensino com a alma do índio. Outra coisa importante é o jeito da alma do povo, esta energia que vem de longe. O que está no universo? Saber lidar com o mundo lá de cima. Lá, o céu também pertence a nós. Um estudo para a integração da cultura, religião, filosofia... Saber lidar com estes caminhos, projetos de preservação da terra, identificar os principais problemas.” Parque Estadual do Rio Doce,1999. Texto 3- História de vida dos xacriabás: o resgate das línguas nativas “Alguns indígenas, como os pataxós, os krenaks, os xacriabás, por exemplo, têm trabalhado para recuperar suas línguas nativas. Gostaria de começar falando sobre esta questão da gente ter perdido o idioma. Aqui no parque perguntei para Ana Flávia porque o xacriabá deixou de falar no idioma. Eu pensava de achar um livro... e me mandou fazer uma pesquisa em vários livros que falavam da vida dos Xacriabás há muitos anos atrás. Vinha da Bahia de Goiás e na época da invasão a igreja católica introduziu em 1728 o documento de doação da terra. Reuniu os índios ali, para ficar só naquele lugar, e eles eram proibidos de falar a língua, eram forçados a falar em português, iam ter de acompanhar religião católica e iam fazer tudo que era o costume. As crianças aprendiam desta maneira e foi perdendo.... Se nossos antepassados foram forçados a não fazer as danças, as pinturas, a falar na língua, nada que era da cultura deles. Fui conversar com minha mãe se ela saberia explicar, ela disse que não sabia, e também não podia teimar que eles até matavam. Aí eu fui entender toda a verdade que está registrada na memória dos mais velhos. Professor xacriabá. Parque Estadual do Rio Doce, 1999. 1. Preencha a pirâmide abaixo conforme descrito no texto 1. 2. De acordo com o texto 1, por que se deve valorizar a sociodiversidade. 3. Preencha os espaços abaixo com o número de etnias e línguas nativas que existiam quando os portugueses chegaram aqui e hoje. 4. De acordo com o texto que etnias sofreram mais preconceito ao longo da historia? 5. 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