1. Angústia
Graciliano Ramos
“Não sei para que diabo quero olhos. Sou uma besta.
Quando a realidade me entra pelos olhos, o meu pequeno mundo desaba.
“
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7. Graciliano e a Era Vargas
Em 1933, é nomeado
diretor da Instrução
Pública de Alagoas e
volta a Maceió. Sua
carreira e interrompida
em 1936, quando é
demitido por motivos
políticos. Nesse mesmo
ano, publica o romance
Angústia e acaba sendo
preso e enviado ao Rio
de Janeiro.
11/11/1937
Foto tirada durante a prisão de
Graciliano, encontrada nos arquivos
do DOPS. Rio de Janeiro, 1936
10. romance psicológico romance sociopolítico
romance autobiográfico
Caetés
São Bernardo
Angústia
Insônia (contos)
Vidas secas
Infância
Memórias do Cárcere
“Angústia, provavelmente, inscreve-se como o mais
complexo livro do autor, ao menos tecnicamente,
mas é, indiscutivelmente, o que ausculta mais detida
e profundamente o pensamento, a introversão
humana. O texto de Angústia funciona como se fosse
o diário mental do personagem narrador Luís da
Silva, no qual ele vai registrando suas reflexões dia a
dia e, claro, vai se desnudando diante do leitor,
gradativamente.”
Romance psicológico
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14. “Antonio Candido (...) destaca o tempo tríplice do romance, "pois cada fato apresenta pelo menos três
faces: a sua realidade objetiva, sua referência à experiência passada, a sua deformação por uma crispada
visão subjetiva".
(CARDOSO e ROCHA,2016)
O tempo tríplice
Realidade
Objetiva
Referência à
experiência
passada
Visão subjetiva
(deformada) e
pessimista da
realidade
15. O narrador
toma um bonde
e observa a
cidade
Recorda-se
da infância
no interior
de Alagoas
Recorda-se de
quando chegou
à capital
Maceió
O pensamento da personagem “viaja” enquanto ele de fato viaja de bonde, e revisita o tempo passado ( distante e recente)
a partir desse fato do presente.
“À medida que o carro se
afasta do centro sinto que
me vou desanuviando.
Tenho a sensação de que
viajo para muito longe”
“Há quinze anos era diferente”
“O bonde chega ao fim da linha,
volta”
“Retorno à cidade”
“Bairro miserável, casas de
palha, crianças doentes”
“A pensão, o meu quarto
abafado, o focinho de d. Aurora
e a cesta de ossos de Dagoberto
somem-se”
16.
17. Luís da Silva
Marina Ramalho Julião Tavares
co-protagonista
protagonista
antagonista
São as personagens que sustentam a narrativa; estão no eixo de todos os fatos narrados, ou no centro dos conflitos.
Personagens principais
O conflito da história acontece quando
Julião Tavares rouba de Luís da Silva o
amor de Marina. A partir deste triângulo
amoroso, várias discussões são levantadas,
como a representação da metamorfose,
ou seja, da mudança de sistema,
representada pela mudança de Marina; a
opressão realizada por Julião Tavares, rico
e poderoso, sobre a moça pobre,
conquistando-a por causa de seu dinheiro,
dentre outras temáticas típicas da
literatura de Graciliano Ramos.
(Infoescola)
18. Quem é Luís da Silva ? narrador-personagem e protagonista
•“Penso em indivíduos e em objetos que não têm relação (...): processos, orçamentos, o diretor, o secretário, políticos, sujeitos
remediados que me desprezam porque sou um pobre-diabo. ”
Sente-se inferiorizado, baixa
autoestima
•“[...] antes desse uivo prolongado o homem soltava palavrões obscenos. Parecia-me que o meu quarto se enchia de órgãos sexuais
soltos, voando. A brasa do cigarro iluminava corpos atracados, gemendo: - “Bichinha, gordinha...” – “ui”!
Tem dificuldade em lidar com o
prazer e com a sexualidade
•“Eu ia jogar pião, sozinho, ou empinar papagaio. Sempre brinquei só”; “Na escola de mestre Antônio Justino sentava-me afastado dos
outros, naturalmente para não me corromper”
Age com timidez,
tende à solidão
•“Ia escreve-lhe uma carta com laços sagrados, felicidade conjugal, himeneu. Infâmia. Só a ideia de escrever isto me dava náuseas.”
desajeitado com
as mulheres
•“via-os por detrás do balcão, dois sujeitos papudos, carrancudos, vestidos de linho pardo e absolutamente iguais. Esse Julião literato
bacharel, filho de um deles, tinha os dentes miúdos, afiados e devia ser um rato, como o pai. Reacionário e católico”.
Culto e instruído; despreza ricos e
pseudointelectuais.
•“[...] o bonde chega ao fim da linha, volta. Bairro miserável, casas de palha, crianças doentes. Tenho a impressão de que ele me vai
levar ao meu município sertanejo.”
pessimista, mesquinho,
cínico, frustrado.
19. Trajano Pereira de Aquino Cavalcante e Silva
Camilo Pereira da Silva
Luís da Silva
a degeneração socio-histórica e emocional do indivíduo
avô de Luís. Fazendeiro rico, mas já decadente. Homem de personalidade forte. Luís inveja a
coragem e o caráter do avô. Mas Trajano acaba seus dias pobre, bêbado e esclerosado.
pai de Luís. Preguiçoso, rude e inútil. Passa dias na rede, lendo muito. Desperdiça o dinheiro da
família deixado por seu pai, Trajano ( que já era decadente) . Como pai, é ausente e displicente
e isola o menino dos outros. Morre quando Luís tem 14 anos..
É o protagonista. “é assombrado por esses e outros fantasmas de seu passado. Afunda-se num universo
de faltas ao emprego, bebida, fumo e dívidas” (UOL Educação).
“Um sujeito feio, os olhos baços, a boca muito grande, o nariz grosso, um sorriso besta e a
atrapalhação, o encolhimento que é mesmo uma desgraça.” (ANGÚSTIA)
20. Personagens secundários
Vitória D. Adélia Sr. Ramalho Moisés Pimentel Sr. Ivo
Empregada
e “agregada” de Luís
Mãe de Marina Pai de Marina
Socialista radical
Panfletário contra a
opressão social.
Inteligente, revoltado e
poliglota.
Jornalista,
Socialista; escreve
críticas sobre a
sociedade e política;
quieto e de poucas
palavras.
Pedinte, ladrão e
bêbado; conversa
muito com Luís.
Por vezes Luís o
acolhe; outras, o
enxota.
humilde, infeliz,
silenciosa, e sem
autoridade sobre a
filha
Amigo de Luís Amigo de LuísAmigo de Luís
quieto, bom, sério;
desaprova o
comportamento da
filha.
Finge-se de distraída
e desorientada, mas
na verdade entende
tudo o que se passa a
seu redor
21. Fontes de pesquisa e consulta
RAMOS, Graciliano. Angústia, Ed. Record,1998.
MARINHO, Maria Celina Novaes. A imagem da linguagem na obra de Graciliano Ramos: uma análise da heterogeneidade discursiva nos romances Angústia e Vidas Secas. São Paulo: Humanitas
/ FFLCH / USP, 2000. 112 p. Originalmente apresentada como Dissertação (Mestrado-Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 1995) disponível em:
http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Marinho,%20Maria%20Celina%20Novaes/a%20imagem%20da%20linguagem%20na%20obra%20de%20graciliano%20ramos.pdf
UOL Educação https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/angustia-analise-do-livro-de-graciliano-ramos.htm
CARDOSO, Marcelli Claudinni Teixeira e ROCHA, Fátima Cristina Dias. Angústia e Infância, de Graciliano Ramos: A hibridização entre o autobiográfico e o ficcional na composição da infância
dos protagonistas. Revista Entrelinhas vol 10, 2016. disponível em:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:770m6bzMDaMJ:revistas.unisinos.br/index.php/entrelinhas/article/download/9504/5463+&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Instituto Moreira Salles
https://ims.com.br/por-dentro-acervos/salvando-os-originais-de-angustia/
CUNHA,Eneide da Silva. O foco narrativo em Angústia, de Graciliano Ramos. João Pessoa,2006. UFPB/CCHLA 77p. Dissertação de Mestrado. disponível em:
http://www.cchla.ufpb.br/ppgl/wp-content/uploads/2012/11/images_EneideDaSilva.pdf
Análise de obras literárias. https://interna.coceducacao.com.br/AnaliseObrasLiterarias/downloads/Angustia.pdf
*Todas as imagens usadas nessa apresentação estão disponíveis na internet e foram captadas pelo google images.
Pesquisa, organização e layout
Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria
Licenciada em Letras- Universidade Católica de Santos
Pós- graduada pela Universidade de São Paulo
Contato: clauheloisa@yahoo.com.br