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1765 -1805




                         Elmano
                         Sadino


Manuel Maria Barbosa du Bocage
Vida & Obra
  Obra e vida de Bocage estão tão
ligadas que pode-se entender a vida
desse excepcional poeta por meio de
       sua obra e vice-versa.

Um fato indiscutível sobre Bocage é
    a imagem de obsceno que o
acompanha ao longo da história, mas
 essa fama trata-se de uma injustiça,
pois Bocage foi um dos mais sérios e
  complexos poetas de toda a nossa
          história literária.

 Bocage publicou apenas as Rimas
(1791-1804), em três volumes. Seus
versos eróticos e burlescos circulam
  até hoje em edições clandestinas.     Casa onde nasceu
                                            Bocage
SONETO NAPOLEÔNICO
Tendo o terrível Bonaparte à vista,
Novo Aníbal, que esfalfa a voz da Fama,
"Ó capados heróis!" (aos seus exclama
Purpúreo fanfarrão, papal sacrista):


"O progresso estorvai da atroz conquista
Que da filosofia o mal derrama?..."
Disse, e em férvido tom saúda, e chama,
Santos surdos, varões por sacra lista:


Deles em vão rogando um pio arrojo,
Convulso o corpo, as faces amarelas,
Cede triste vitória, que faz nojo!          O pensamento irreverente e liberal de Bocage
                                               fez com que o poeta fosse preso após a
                                               divulgação da "Epístola a Marília" (ou
O rápido francês vai-lhe às canelas;       "Pavorosa Ilusão da Eternidade“) e deste soneto
Dá, fere, mata: ficam-lhe em despojo       dedicado a Napoleão, obras essas, consideradas
                                           uma ameaça a segurança do Estado e da Igreja.
Relíquias, bulas, merdas, bagatelas.
Trema a superstição; lágrimas, preces,
Epístola a Marília                            Votos, suspiros arquejando espalhe,
                                              Coza as faces co'a terra, os peitos fira,
                                              Vergonhosa piedade, inútil vênia
 Pavorosa ilusão de Eternidade,
                                              Espere às plantas de impostor sagrado,
 Terror dos vivos, cárcere dos mortos;
                                              Que ora os infernos abre, ora os ferrolha:
 D'almas vãs sonho vão, chamado inferno;
                                              Que às leis, que às propensões da natureza
 Sistema de política opressora,
                                              Eternas, imutáveis, necessária,
 Freio que a mão dos déspotas, dos bonzos
                                              Chama espantosos, voluntários crimes;
 Forjou para a boçal credulidade;
                                              (...)
 Dogma funesto, que o remorso arraigas
                                              Ah! Bárbaro impostor, monstro sedento
 Nos ternos corações, e a paz lhe arrancas:
                                              De crimes, de ais, de lágrimas, de estragos,
 Dogma funesto, detestável crença,
                                              Serena o frenesi, reprime as garras,
 Que envenena delícias inocentes!
                                              E a torrente de horrores, que derramas,
 Tais como aquelas que o céu fingem:
                                              Para fundar o império dos tiranos,
 Fúrias, Cerastes, Dragos, Centimanos,
                                              Para deixar-lhe o feio, o duro exemplo
 Perpétua escuridão, perpétua chama,
                                              De oprimir seus iguais com férreo jugo.
 Incompatíveis produções do engano,
                                              Não profanes, sacrílego, não manches
  Do sempiterno horror horrível quadro,
                                              Da eterna divindade o nome augusto!
 (Só terrível aos olhos da ignorância)
                                              Esse, de quem te ostentas tão válido,
 Não, não me assombram tuas negras cores,
                                              É Deus de teu furor, Deus do teu gênio,
 Dos homens o pincel, e a mão conheço:
                                              Deus criado por ti, Deus necessário
 Trema de ouvir sacrílego ameaço
                                              Aos tiranos da terra, aos que te imitam,
 Quem d'um Deus quando quer faz um
                                              E àqueles, que não crêem que Deus existe.
 tirano:
                                              (. . .)
as
                      múltiplas
                       faces


Autógrafo de Bocage, existente na Biblioteca Municipal de Évora.
idealista




autobiográfico                                  libertino



                       Bocage



             irônico                Pré- romântico
Inspiração
  Em seus poemas surgem os nomes de
 Marília, Ritália, Márcia, Gertrúria etc.
    Há quem diga que todas elas são
mulheres por quem o poeta enamorou-se.
   As duas primeiras, correspondem a
Maria Margarida Rita Constâncio Alves,
 que alguns estudiosos apontam como a
         maior paixão do poeta.
    Márcia é um anagrana de Maria
              Vicencia.
   Gertrúria é Gertrudes Homem de
Noronha (filha do governador da Torre
de Outão em Setúbal, por quem o poeta
       enamorou-se logo cedo).
Devido a quantidade de versos dedicados
 a Gertrúria, tudo leva a crer que tenha
   sido ela o grande amor do poeta.
1 - Olhar de frente
                                                2 - Que cometeu sacrilégio, ato de

Bocage e Camões                                 impiedade, de profanação
                                                3 Referência ao episódio do Gigante
                                                Adamastor, de Os Lusíadas.
                                                Representa o cabo das tormentas
Camões, grande Camões, quão semelhante          (Sul da África), limite do mar
                                                conhecido por Vasco da Gama.
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!         4 - Escarneço, zombo
Igual causa no fez perdendo o Tejo
Arrostar (1) co sacrílego (2) gigante: (3)

Como tu, junto ao Ganges sussurrante
Da penúria cruel no horror me vejo:             Nesse soneto Bocage invoca Camões,
                                              comparando as suas desventuras com as
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,       dele. As semelhanças entre os dois são
Também carpindo estou, saudoso amante:        muitas: Ambos cruzaram o cabo da Boa
                                               Esperança, eram boêmios, briguentos,
Ludibrio (4) , como tu, da sorte dura        tiveram muitos amores e morreram quase
                                              na miséria. No último terceto do poema,
Meu fim demando ao Céu, pela certeza         Bocage, como era de costume no período
De que só terei paz na sepultura:             Neoclássico, admite que Camões é o seu
                                             modelo. No entanto, ele lamenta o fato de
                                               se equiparar ao "grande Camões" "Nos
Modelo meu tu és... Mas, oh tristeza!...     transes da ventura" e não no dom de fazer
Se te imito nos transes da ventura,                            versos.
Não te imito nos dons da Natureza.
Elmano Sadino

  Anagrama de                                                    Relativo ao rio Sado,
                                                                 que corta a cidade de
     MANUEL                                                     Setúbal, onde o escritor
                                                                        nasceu.

Em 1786 foi enviado, tal qual seu herói Camões, para a Índia (Goa e Damão) e, também
como Camões, desiludiu-se com o Oriente. Depois, por vontade própria e à revelia de seus
superiores, dirigiu-se a Macau, voltando a Portugal em 1790. Ingressou então na Nova
Arcádia — uma academia literária com vagas vocações igualitárias e libertárias —, usando
o pseudônimo de Elmano Sadino. Contudo, de temperamento forte e violento, desentendeu-
se com seus pares, e suas sátiras a respeito deles levou à sua expulsão do grupo. Seguiu-se
uma longa guerra de versos que envolveu a maior parte dos poetas lisboetas.
1 - Mediano, medíocre, médio
                                             2 - De rosto, de cara

Bocage , por ele mesmo                       3 - (no sentido de) morar
                                             4 - Brancas como neve
                                             5 - Divindades, venerações

                                             *- Versos corrigidos na edição
Magro, de olhos azuis, carão moreno,         de 1804
Bem servido de pés, meão(1) na altura,
                                                  Esse soneto é
Triste de facha,(2) o mesmo de figura,            considerado o
Nariz alto no meio, e não pequeno:            Autorretrato do poeta.
                                              Ele foi corrigido, pelo
Incapaz de assistir (3) num só terreno,        próprio Bocage, na
Mais propenso ao furor do que à ternura;         edição de 1804.
Bebendo em níveas (4) mãos por taça escura   Nesse soneto o poeta vê
De zelos infernais letal veneno:             com humor e cinismo
                                              as suas desventuras.
Devoto incensador de mil deidades (5)           Percebe-se toda a
(Digo, de moças mil) num só momento,         instabilidade do poeta,
Inimigo de hipócritas, e frades:*            tanto no sentido físico,
                                                quanto no moral.
Eis Bocage, em quem luz algum talento;       Ele é incapaz de assistir
Saíram dele mesmo estas verdades                 (morar) "num só
Num dia em que se achou cagando ao vento.*           terreno".
Bocage, o idealista
Portugal, na época de Bocage,
  era um império em ruínas,
      imerso no atraso, na
  decadência econômica e na
 libertinagem cortesã, feita às
 custas da miséria de servos e
            operários.
        Era o reinado de
    D. Maria I – “ a Louca”
 (só oficialmente reconhecida
     como louca em 1795)
Bocage, o idealista
Liberdade, onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu influxo em nós não caia?
Por que (triste de mim)! por que não raia
Já na esfera de Lísia(1) a tua aurora?                    Neste soneto percebe-se a
                                                        defesa dos ideais liberais e a
Da santa redenção é vinda a hora                            crítica ao Despotismo
A esta parte do mundo, que desmaia:                      opressor. Por isso, o poema
Oh! Venha... Oh! Venha, e trêmulo descaia              torna-se uma espécie de canto
Despotismo feroz, que nos devora!                       à liberdade, com a função de
                                                         acordar Portugal, uma terra
                                                         que ainda está adormecida.
Eia! Acode ao mortal, que frio e mudo
                                                           Temos o uso de iniciais
Oculta o pátrio amor, torce a vontade,
E em fingir, por temor, empenha estudo:                 maiúsculas para personificar
                                                                ideias abstratas.
Movam nossos grilhões tua piedade;
                                              (1) esfera lísia - o contexto indica que se
Nosso nume tu és, e glória, e tudo,           refere a Portugal
Mãe do gênio e prazer, oh Liberdade!
Bocage, o irônico
Lembrou-se no Brasil bruxa insolente
                                                            Esse soneto, de tom irônico, foi
De amar ao pobre mundo estranha peta; (1)                     dedicado a Domingos Caldas
Procura um mono (2), que infernal careta                      Barbosa, presidente da Nova
                                                            Arcádia. Nele, Bocage compara
Lhe faz de longe, e lhe arreganha o dente:                Caldas a um demônio que, para iludir
                                                              os portugueses, disfarça seus
Pilhando-o por mercê do Averno (3) ardente,               guinchos em canções. Esse demônio,
                                                          por ser descendente da rainha Ginga,
Conserva-lhe as feições na face preta;                    adversária dos portugueses durante a
Corta-lhe a cauda, veste-o de roupeta,                    época da colonização, é um inimigo
                                                                   do povo português.
E os guinchos(4) lhe converte em voz de gente:

Deixa-lhes os calos, deixa-lhe a catinga;
Eis entre os Lusos o animal sem rabo             1 - Mentira
                                                 2 - Designação geral para os macacos
Prole(5) se aclama da rainha Ginga: (6)          3 - Inferno
                                                 4 - Som agudo e inarticulado do homem e de alguns
                                                 animais
                                                 5 - Geração, progênie, descendente
Dos versistas se diz modelo e cabo;              6 - Rainha Ginga, da angola.
                                                 7 - Deus Grego-romano, o mais belo dos deuses
A sua alta ciência é a mandinga,
O seu benigno Apolo (7) é o Diabo.
Vida & Obra
     Após a prisão nos cárceres da
Inquisição, Bocage se reconcilia com
   os princípios religiosos e com os
  companheiros da Nova Arcádia, a
 quem ironizou. Esse novo Bocage é
  considerado por muitos estudiosos
     como um poeta menor que o
primeiro. Isso se dá porque o Bocage
  que ficou na memória do povo é o
 poeta boêmio, satírico e erótico, que
 fazia uma poesia que rompia com os
      padrões neoclássicos e que
   popularizou-se de tal modo que
 chegou ao Brasil e ainda permanece
  vivo em um imenso anedotário, de
      bom e mal gosto, que lhe é
              “atribuído”.             "Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
                                      Passou vida folgada e milagrosa;
                                      Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."
Bocage desbocado e libertino
Esse disforme, e rígido porraz                   SONETO DO
Do semblante me faz perder a cor:
                                            MEMBRO MONSTRUOSO
 E assombrado d'espanto, e de terror
Dar mais de cinco passos para trás:


A espada do membrudo Ferrabrás
De certo não metia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz.
                                              o soneto transcrito foi tirado “duma
                                               edição paulistana (1969), dentre as
Creio que nas fodais recreações
                                              inúmeras cópias que circulam, mais
Não te hão de a rija máquina sofrer             ou menos clandestinamente, do
Os mais corridos, sórdidos cações:                livro POESIAS ERÓTICAS,
                                              BURLESCAS E SATÍRICAS [...]”
De Vênus não desfrutas o prazer:
Que esse monstro, que alojas nos calções,        (São Paulo, janeiro de 2002.
 É porra de mostrar, não de foder.                 GLAUCO MATTOSO*)
O poeta da transição
Por ser um poeta de faces múltiplas a obra
     literária de Bocage não pode ser
simplesmente incluída no gênero literário
   do Neoclassicismo ou Arcadismo.
 Além disso, apesar de Bocage dominar a
 técnica do verso, o assunto de sua poesia
vai muito além das convenções literárias da
                   época.
Essa transgressão às normas faz de Bocage
          um poeta de transição
Transição para o Romantismo
Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei do Amor se força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitingas:(1)

Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,          Nesse soneto temos traços do Arcadismo e
Deixa-me apreciar minha loucura,                também do Romantismo. Marília está em
Importuna Razão, não me persigas.              outros laços, que pode ser entendido como
                                                    outros braços. Essa visão real, essa
                                              "Importuna Razão" persegue o eu-lírico, que,
É teu fim, teu projeto encher de pejo(2)      aos invés de lhe dar ouvidos, prefere apreciar
Esta alma, frágil vítima daquela              sua loucura. A Razão, personificada pelo uso
Que, injusta e vária, noutros laços vejo:      de iniciais maiúsculas, pede para que o eu-
                                               lírico fuja de sua amada, porém, seu desejo
                                               "É carpir, delirar, morrer por ela.". Nota-se
Queres que fuja de Marília bela,                  claramente que nesse poema existe um
Que a maldiga, a desdenhe; e meu desejo          conflito entre a razão árcade e a emoção
É carpir,(3) delirar, morrer por ela.                     tipicamente Romântica.
Bocage, o pré -romântico                                          sua poesia sem sombra
                                                                  de dúvidas, anuncia os
                                                                   primeiros valores do
                                                                     Romantismo em
 Oh retrato da morte, oh Noite amiga                                     Portugal
 Por cuja escuridão suspiro há tanto!
 Calada testemunha de meu pranto,                   1 - piedoso
                                                    2 - espécie de coruja
 De meus desgostos secretária antiga!

 Pois manda Amor, que a ti somente os diga,   Nesse soneto percebe-se claramente os traços
                                               prê-românticos de Bocage. A morte se faz
 Dá-lhes pio(1) agasalho no teu manto;        presente, confunde-se com a noite e é amiga
 Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto        do eu-lírico; mais que isso, ela é a "Calada
 Dorme a cruel, que a delirar me obriga:         testemunha" do seu pranto. Além disso,
                                                   surgem fantasmas e mochos, figuras
                                                 noturnas, que como ele são inimigos da
 E vós, oh cortesãos da escuridade,            claridade. Claridade essa que não deve ser
 Fantasmas vagos, mochos(2) piadores,         vista simplesmente como luz, mas sim como
 Inimigos, como eu, da claridade!               a luz do conhecimento e da razão, que se
                                                   opõe a noite, ou seja, a incerteza, aos
                                               mistérios da alma. No entanto, esse clima
 Em bandos acudi aos meus clamores;             Romântico, que envolve o eu-lírico, não
 Quero a vossa medonha sociedade,                 chega até a mulher amada, que dorme
 Quero fartar meu coração de horrores.                       tranqüilamente.
Bocage, o eterno
 O poema a seguir foi escrito pouco antes
  da morte do poeta. Nele vemos um eu-
     lírico arrependido da sua vida
desgarrada e reconciliado a vida religiosa.
  Esse talvez seja um dos sonetos mais
  famosos de Bocage. Ele é o exemplo
            perfeito do termo
 prê-romântico porque as emoções são
contraídas, ou seja, estão presas a rigidez
   do verso perfeito e a forma fixa de
                 soneto.
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento;
Musa!...Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:

Outro Aretino(1) fui...A Santidade Manchei!...
Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade.
                                                 1-Pedro Aretino famoso escritor
                                                 satírico italiano que dosa
                                                 desregramento, malevolência
                                                 com humor
Homenagem
Bocage                       http://www.ruiserodio.com/discografia.html


   multimídia

      Sonetos recitados e
   acompanhados por piano.
40 sonetos de Bocage ditos por
José Luis Nobre, música de Rui
 Serodio e capa de Vasco San
            Payo.
Filme
        Sinopse
        Um filme poema, com prólogo, três contos e um
        epílogo. Não é a biografia do poeta português
        Manuel Maria Barbosa Du Bocage (1765-1805),
        mas sim uma recriação totalmente moderna de sua
        poesia para sempre viva e de sua vida para sempre
        poesia. O filme propõe visões inspiradas na vida e
        obra do poeta português Manoel Maria Barbosa
        Du Bocage

        (http://filmow.com/bocage-o-triunfo-do-amor-t19314/)
Teste seus conhecimentos
1.Sobre a obra de Bocage é correto afirmar que:

a) pode ser colocada como ponto máximo da poesia romântica portuguesa

b) seus sonetos contêm o mais alto sopro de seu talento lírico, sendo considerado um
dos maiores sonetistas da língua.

c) não supera regras e as coerções literárias ligadas ao movimento árcade.

d) a sátira ocupa o lugar de maior importância em seu desenvolvimento
2. Sobre Bocage assinale a informação incorreta:


a) A capacidade de representar o traço caricatural e ridículo de situações e pessoas,
aliada à versificação fluente e precisa, à linguagem próxima da oralidade, fazem-nos rir,
 até nas passagens vulgares, mesmo quando discordamos da visão distorcida e
encobertamente moralista.

b) Além de produzir poesia culta, foi poeta popular e exímio improvisador.

c) Os alvos privilegiados de sua sátira foram os mulatos e os mestiços das colônias
orientais. É contra eles que mostra a presunção de superioridade do branco europeu,
o racismo e o preconceito.

d) Sob a linguagem grosseira, mas sempre divertida, com que representa situações
escabrosas, revela-se, muitas vezes, um moralismo bastante convencional, machista
e preconceituoso

e) A sátira bocagiana é superior à sua produção lírica, além de ser muito mais popular,
autêntica e original.
3. Leia com atenção o texto de Manuel Maria Barbosa du Bocage, a seguir:

     Chorosos versos meus desentoados,
     Sem arte, sem beleza e sem brandura,             Não vos inspire, ó versos, cobardia,
     Urdidos pela mão da Desventura,                  Da sátira mordaz o furor louco,
     Pela baça Tristeza envenenados:                  De maldizente voz a tirania:

     Vêde a luz, não busqueis,desesperados,           Desculpa tendes, se valeis tão pouco;
     No mudo esquecimento a sepultura;                Que não pode cantar com melodia
     Se os ditosos vos lerem sem ternura,             Um peito, de gemer cansado e rouco.
     Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:

Sobre esse soneto, é correto afirmar:
    a) o amor é apresentado de maneira controlada, de acordo com os princípios do racionalismo e equilíbrio que
    orientavam a criação poética do Arcadismo.

    b) o texto demonstra que Bocage, apesar de pertencer à Arcádia Lusitana, ultrapassa os limites do Arcadismo e
    antecipa características da inspiração poética do Romantismo.

    c) o poeta se identifica com os bem-aventurados e solicita a piedade do leitor para com os seus versos.

    d) a emoção interfere na elaboração artística.

    e) sabe-se que Bocage foi um árcade rebelde; pertenceu à Nova Arcádia, mas foi expulso dela. O soneto em
    questão apresenta características formais neoclássicas e, quanto ao conteúdo, antecipa o sentimentalismo
    romântico..
04.De Bocage pode-se dizer que:

 a) escreveu contos eróticos

 b) é o expoente máximo da poesia portuguesa do século XVIII

 c) representa a poesia parnasiana em Portugal

 d) foi grande cultor do soneto barroco

05.Assinale a incorreta sobre Bocage

a) A tensão entre o racionalismo neoclássico e o individualismo pré-romântico é um dos eixos
    temáticos de sua obra

b) À semelhança de Gregório de Matos, notabilizou-se como poeta satírico e como poeta lírico.

c) A lírica bocageana evoluiu do Arcadismo convencional para o egocentrismo pré-romântico

d) Foi fundador da Escola Arcádia Lusitana, em 1756, e pertenceu à Nova Arcádia, mas rompeu com
    as duas agremiações.
06. Bocage foi:
a) um poeta pré-romântico
b) o poeta mais representativo do Arcadismo em Portugal
c) o poeta mais representativo do Arcadismo no Brasil
d) o escritor-chave para a compreensão do movimento barroco



07. Bocage só não escreveu:
a) poesia lírica reflexiva
b) poesia lírica bucólica
c) poesia épica
d) poesia satírica e obscena
08.Sobre Bocage é incorreto afirmar que:


a) em sua obra lírica, o Arcadismo interessou apenas como postura, aparência, pois, no
   fundo, o poeta foi um pré-romântico.

b) como poeta satírico, ironizou contemporâneos seus, o clero, a nobreza decadente

c) como abriu mão totalmente dos valores neoclássicos, desprezou o apuro formal, o
    bucolismo e a postura pastoril.

d) o subjetivismo, a confidência de sua vida interior, a confissão foram elementos
    frequentes em sua obra lírica.
respostas
    1 B
    2 E
    3 B
    4 D
    5 D
    6 A
    7 C
    8 C
Fontes
http://www.mundocultural.com.br
http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/bocage.htm
http://www.cebocageanos.net/
http://filmow.com/bocage-o-triunfo-do-amor-t19314/
www.passeiweb.com.br


MATTOSO,Glauco. POESIAS ERÓTICAS, BURLESCAS E SATÍRICAS [...]”
São Paulo, janeiro de 2002.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Pesquisa e Organização

Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria
Contato: clauheloisa@yahoo.com.br

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Bocage

  • 1. 1765 -1805 Elmano Sadino Manuel Maria Barbosa du Bocage
  • 2. Vida & Obra Obra e vida de Bocage estão tão ligadas que pode-se entender a vida desse excepcional poeta por meio de sua obra e vice-versa. Um fato indiscutível sobre Bocage é a imagem de obsceno que o acompanha ao longo da história, mas essa fama trata-se de uma injustiça, pois Bocage foi um dos mais sérios e complexos poetas de toda a nossa história literária. Bocage publicou apenas as Rimas (1791-1804), em três volumes. Seus versos eróticos e burlescos circulam até hoje em edições clandestinas. Casa onde nasceu Bocage
  • 3. SONETO NAPOLEÔNICO Tendo o terrível Bonaparte à vista, Novo Aníbal, que esfalfa a voz da Fama, "Ó capados heróis!" (aos seus exclama Purpúreo fanfarrão, papal sacrista): "O progresso estorvai da atroz conquista Que da filosofia o mal derrama?..." Disse, e em férvido tom saúda, e chama, Santos surdos, varões por sacra lista: Deles em vão rogando um pio arrojo, Convulso o corpo, as faces amarelas, Cede triste vitória, que faz nojo! O pensamento irreverente e liberal de Bocage fez com que o poeta fosse preso após a divulgação da "Epístola a Marília" (ou O rápido francês vai-lhe às canelas; "Pavorosa Ilusão da Eternidade“) e deste soneto Dá, fere, mata: ficam-lhe em despojo dedicado a Napoleão, obras essas, consideradas uma ameaça a segurança do Estado e da Igreja. Relíquias, bulas, merdas, bagatelas.
  • 4. Trema a superstição; lágrimas, preces, Epístola a Marília Votos, suspiros arquejando espalhe, Coza as faces co'a terra, os peitos fira, Vergonhosa piedade, inútil vênia Pavorosa ilusão de Eternidade, Espere às plantas de impostor sagrado, Terror dos vivos, cárcere dos mortos; Que ora os infernos abre, ora os ferrolha: D'almas vãs sonho vão, chamado inferno; Que às leis, que às propensões da natureza Sistema de política opressora, Eternas, imutáveis, necessária, Freio que a mão dos déspotas, dos bonzos Chama espantosos, voluntários crimes; Forjou para a boçal credulidade; (...) Dogma funesto, que o remorso arraigas Ah! Bárbaro impostor, monstro sedento Nos ternos corações, e a paz lhe arrancas: De crimes, de ais, de lágrimas, de estragos, Dogma funesto, detestável crença, Serena o frenesi, reprime as garras, Que envenena delícias inocentes! E a torrente de horrores, que derramas, Tais como aquelas que o céu fingem: Para fundar o império dos tiranos, Fúrias, Cerastes, Dragos, Centimanos, Para deixar-lhe o feio, o duro exemplo Perpétua escuridão, perpétua chama, De oprimir seus iguais com férreo jugo. Incompatíveis produções do engano, Não profanes, sacrílego, não manches Do sempiterno horror horrível quadro, Da eterna divindade o nome augusto! (Só terrível aos olhos da ignorância) Esse, de quem te ostentas tão válido, Não, não me assombram tuas negras cores, É Deus de teu furor, Deus do teu gênio, Dos homens o pincel, e a mão conheço: Deus criado por ti, Deus necessário Trema de ouvir sacrílego ameaço Aos tiranos da terra, aos que te imitam, Quem d'um Deus quando quer faz um E àqueles, que não crêem que Deus existe. tirano: (. . .)
  • 5. as múltiplas faces Autógrafo de Bocage, existente na Biblioteca Municipal de Évora.
  • 6. idealista autobiográfico libertino Bocage irônico Pré- romântico
  • 7. Inspiração Em seus poemas surgem os nomes de Marília, Ritália, Márcia, Gertrúria etc. Há quem diga que todas elas são mulheres por quem o poeta enamorou-se. As duas primeiras, correspondem a Maria Margarida Rita Constâncio Alves, que alguns estudiosos apontam como a maior paixão do poeta. Márcia é um anagrana de Maria Vicencia. Gertrúria é Gertrudes Homem de Noronha (filha do governador da Torre de Outão em Setúbal, por quem o poeta enamorou-se logo cedo). Devido a quantidade de versos dedicados a Gertrúria, tudo leva a crer que tenha sido ela o grande amor do poeta.
  • 8. 1 - Olhar de frente 2 - Que cometeu sacrilégio, ato de Bocage e Camões impiedade, de profanação 3 Referência ao episódio do Gigante Adamastor, de Os Lusíadas. Representa o cabo das tormentas Camões, grande Camões, quão semelhante (Sul da África), limite do mar conhecido por Vasco da Gama. Acho teu fado ao meu, quando os cotejo! 4 - Escarneço, zombo Igual causa no fez perdendo o Tejo Arrostar (1) co sacrílego (2) gigante: (3) Como tu, junto ao Ganges sussurrante Da penúria cruel no horror me vejo: Nesse soneto Bocage invoca Camões, comparando as suas desventuras com as Como tu, gostos vãos, que em vão desejo, dele. As semelhanças entre os dois são Também carpindo estou, saudoso amante: muitas: Ambos cruzaram o cabo da Boa Esperança, eram boêmios, briguentos, Ludibrio (4) , como tu, da sorte dura tiveram muitos amores e morreram quase na miséria. No último terceto do poema, Meu fim demando ao Céu, pela certeza Bocage, como era de costume no período De que só terei paz na sepultura: Neoclássico, admite que Camões é o seu modelo. No entanto, ele lamenta o fato de se equiparar ao "grande Camões" "Nos Modelo meu tu és... Mas, oh tristeza!... transes da ventura" e não no dom de fazer Se te imito nos transes da ventura, versos. Não te imito nos dons da Natureza.
  • 9. Elmano Sadino Anagrama de Relativo ao rio Sado, que corta a cidade de MANUEL Setúbal, onde o escritor nasceu. Em 1786 foi enviado, tal qual seu herói Camões, para a Índia (Goa e Damão) e, também como Camões, desiludiu-se com o Oriente. Depois, por vontade própria e à revelia de seus superiores, dirigiu-se a Macau, voltando a Portugal em 1790. Ingressou então na Nova Arcádia — uma academia literária com vagas vocações igualitárias e libertárias —, usando o pseudônimo de Elmano Sadino. Contudo, de temperamento forte e violento, desentendeu- se com seus pares, e suas sátiras a respeito deles levou à sua expulsão do grupo. Seguiu-se uma longa guerra de versos que envolveu a maior parte dos poetas lisboetas.
  • 10. 1 - Mediano, medíocre, médio 2 - De rosto, de cara Bocage , por ele mesmo 3 - (no sentido de) morar 4 - Brancas como neve 5 - Divindades, venerações *- Versos corrigidos na edição Magro, de olhos azuis, carão moreno, de 1804 Bem servido de pés, meão(1) na altura, Esse soneto é Triste de facha,(2) o mesmo de figura, considerado o Nariz alto no meio, e não pequeno: Autorretrato do poeta. Ele foi corrigido, pelo Incapaz de assistir (3) num só terreno, próprio Bocage, na Mais propenso ao furor do que à ternura; edição de 1804. Bebendo em níveas (4) mãos por taça escura Nesse soneto o poeta vê De zelos infernais letal veneno: com humor e cinismo as suas desventuras. Devoto incensador de mil deidades (5) Percebe-se toda a (Digo, de moças mil) num só momento, instabilidade do poeta, Inimigo de hipócritas, e frades:* tanto no sentido físico, quanto no moral. Eis Bocage, em quem luz algum talento; Ele é incapaz de assistir Saíram dele mesmo estas verdades (morar) "num só Num dia em que se achou cagando ao vento.* terreno".
  • 11. Bocage, o idealista Portugal, na época de Bocage, era um império em ruínas, imerso no atraso, na decadência econômica e na libertinagem cortesã, feita às custas da miséria de servos e operários. Era o reinado de D. Maria I – “ a Louca” (só oficialmente reconhecida como louca em 1795)
  • 12. Bocage, o idealista Liberdade, onde estás? Quem te demora? Quem faz que o teu influxo em nós não caia? Por que (triste de mim)! por que não raia Já na esfera de Lísia(1) a tua aurora? Neste soneto percebe-se a defesa dos ideais liberais e a Da santa redenção é vinda a hora crítica ao Despotismo A esta parte do mundo, que desmaia: opressor. Por isso, o poema Oh! Venha... Oh! Venha, e trêmulo descaia torna-se uma espécie de canto Despotismo feroz, que nos devora! à liberdade, com a função de acordar Portugal, uma terra que ainda está adormecida. Eia! Acode ao mortal, que frio e mudo Temos o uso de iniciais Oculta o pátrio amor, torce a vontade, E em fingir, por temor, empenha estudo: maiúsculas para personificar ideias abstratas. Movam nossos grilhões tua piedade; (1) esfera lísia - o contexto indica que se Nosso nume tu és, e glória, e tudo, refere a Portugal Mãe do gênio e prazer, oh Liberdade!
  • 13. Bocage, o irônico Lembrou-se no Brasil bruxa insolente Esse soneto, de tom irônico, foi De amar ao pobre mundo estranha peta; (1) dedicado a Domingos Caldas Procura um mono (2), que infernal careta Barbosa, presidente da Nova Arcádia. Nele, Bocage compara Lhe faz de longe, e lhe arreganha o dente: Caldas a um demônio que, para iludir os portugueses, disfarça seus Pilhando-o por mercê do Averno (3) ardente, guinchos em canções. Esse demônio, por ser descendente da rainha Ginga, Conserva-lhe as feições na face preta; adversária dos portugueses durante a Corta-lhe a cauda, veste-o de roupeta, época da colonização, é um inimigo do povo português. E os guinchos(4) lhe converte em voz de gente: Deixa-lhes os calos, deixa-lhe a catinga; Eis entre os Lusos o animal sem rabo 1 - Mentira 2 - Designação geral para os macacos Prole(5) se aclama da rainha Ginga: (6) 3 - Inferno 4 - Som agudo e inarticulado do homem e de alguns animais 5 - Geração, progênie, descendente Dos versistas se diz modelo e cabo; 6 - Rainha Ginga, da angola. 7 - Deus Grego-romano, o mais belo dos deuses A sua alta ciência é a mandinga, O seu benigno Apolo (7) é o Diabo.
  • 14. Vida & Obra Após a prisão nos cárceres da Inquisição, Bocage se reconcilia com os princípios religiosos e com os companheiros da Nova Arcádia, a quem ironizou. Esse novo Bocage é considerado por muitos estudiosos como um poeta menor que o primeiro. Isso se dá porque o Bocage que ficou na memória do povo é o poeta boêmio, satírico e erótico, que fazia uma poesia que rompia com os padrões neoclássicos e que popularizou-se de tal modo que chegou ao Brasil e ainda permanece vivo em um imenso anedotário, de bom e mal gosto, que lhe é “atribuído”. "Aqui dorme Bocage, o putanheiro; Passou vida folgada e milagrosa; Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."
  • 15. Bocage desbocado e libertino Esse disforme, e rígido porraz SONETO DO Do semblante me faz perder a cor: MEMBRO MONSTRUOSO E assombrado d'espanto, e de terror Dar mais de cinco passos para trás: A espada do membrudo Ferrabrás De certo não metia mais horror: Esse membro é capaz até de pôr A amotinada Europa toda em paz. o soneto transcrito foi tirado “duma edição paulistana (1969), dentre as Creio que nas fodais recreações inúmeras cópias que circulam, mais Não te hão de a rija máquina sofrer ou menos clandestinamente, do Os mais corridos, sórdidos cações: livro POESIAS ERÓTICAS, BURLESCAS E SATÍRICAS [...]” De Vênus não desfrutas o prazer: Que esse monstro, que alojas nos calções, (São Paulo, janeiro de 2002. É porra de mostrar, não de foder. GLAUCO MATTOSO*)
  • 16. O poeta da transição Por ser um poeta de faces múltiplas a obra literária de Bocage não pode ser simplesmente incluída no gênero literário do Neoclassicismo ou Arcadismo. Além disso, apesar de Bocage dominar a técnica do verso, o assunto de sua poesia vai muito além das convenções literárias da época. Essa transgressão às normas faz de Bocage um poeta de transição
  • 17. Transição para o Romantismo Importuna Razão, não me persigas; Cesse a ríspida voz que em vão murmura; Se a lei do Amor se força da ternura Nem domas, nem contrastas, nem mitingas:(1) Se acusas os mortais, e os não abrigas, Se (conhecendo o mal) não dás a cura, Nesse soneto temos traços do Arcadismo e Deixa-me apreciar minha loucura, também do Romantismo. Marília está em Importuna Razão, não me persigas. outros laços, que pode ser entendido como outros braços. Essa visão real, essa "Importuna Razão" persegue o eu-lírico, que, É teu fim, teu projeto encher de pejo(2) aos invés de lhe dar ouvidos, prefere apreciar Esta alma, frágil vítima daquela sua loucura. A Razão, personificada pelo uso Que, injusta e vária, noutros laços vejo: de iniciais maiúsculas, pede para que o eu- lírico fuja de sua amada, porém, seu desejo "É carpir, delirar, morrer por ela.". Nota-se Queres que fuja de Marília bela, claramente que nesse poema existe um Que a maldiga, a desdenhe; e meu desejo conflito entre a razão árcade e a emoção É carpir,(3) delirar, morrer por ela. tipicamente Romântica.
  • 18. Bocage, o pré -romântico sua poesia sem sombra de dúvidas, anuncia os primeiros valores do Romantismo em Oh retrato da morte, oh Noite amiga Portugal Por cuja escuridão suspiro há tanto! Calada testemunha de meu pranto, 1 - piedoso 2 - espécie de coruja De meus desgostos secretária antiga! Pois manda Amor, que a ti somente os diga, Nesse soneto percebe-se claramente os traços prê-românticos de Bocage. A morte se faz Dá-lhes pio(1) agasalho no teu manto; presente, confunde-se com a noite e é amiga Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto do eu-lírico; mais que isso, ela é a "Calada Dorme a cruel, que a delirar me obriga: testemunha" do seu pranto. Além disso, surgem fantasmas e mochos, figuras noturnas, que como ele são inimigos da E vós, oh cortesãos da escuridade, claridade. Claridade essa que não deve ser Fantasmas vagos, mochos(2) piadores, vista simplesmente como luz, mas sim como Inimigos, como eu, da claridade! a luz do conhecimento e da razão, que se opõe a noite, ou seja, a incerteza, aos mistérios da alma. No entanto, esse clima Em bandos acudi aos meus clamores; Romântico, que envolve o eu-lírico, não Quero a vossa medonha sociedade, chega até a mulher amada, que dorme Quero fartar meu coração de horrores. tranqüilamente.
  • 19. Bocage, o eterno O poema a seguir foi escrito pouco antes da morte do poeta. Nele vemos um eu- lírico arrependido da sua vida desgarrada e reconciliado a vida religiosa. Esse talvez seja um dos sonetos mais famosos de Bocage. Ele é o exemplo perfeito do termo prê-romântico porque as emoções são contraídas, ou seja, estão presas a rigidez do verso perfeito e a forma fixa de soneto.
  • 20. Já Bocage não sou!... À cova escura Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento Leve me torne sempre a terra dura. Conheço agora já quão vã figura Em prosa e verso fez meu louco intento; Musa!...Tivera algum merecimento Se um raio da razão seguisse pura! Eu me arrependo; a língua quase fria Brade em alto pregão à mocidade, Que atrás do som fantástico corria: Outro Aretino(1) fui...A Santidade Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia, Rasga meus versos, crê na eternidade. 1-Pedro Aretino famoso escritor satírico italiano que dosa desregramento, malevolência com humor
  • 22. Bocage http://www.ruiserodio.com/discografia.html multimídia Sonetos recitados e acompanhados por piano. 40 sonetos de Bocage ditos por José Luis Nobre, música de Rui Serodio e capa de Vasco San Payo.
  • 23. Filme Sinopse Um filme poema, com prólogo, três contos e um epílogo. Não é a biografia do poeta português Manuel Maria Barbosa Du Bocage (1765-1805), mas sim uma recriação totalmente moderna de sua poesia para sempre viva e de sua vida para sempre poesia. O filme propõe visões inspiradas na vida e obra do poeta português Manoel Maria Barbosa Du Bocage (http://filmow.com/bocage-o-triunfo-do-amor-t19314/)
  • 25. 1.Sobre a obra de Bocage é correto afirmar que: a) pode ser colocada como ponto máximo da poesia romântica portuguesa b) seus sonetos contêm o mais alto sopro de seu talento lírico, sendo considerado um dos maiores sonetistas da língua. c) não supera regras e as coerções literárias ligadas ao movimento árcade. d) a sátira ocupa o lugar de maior importância em seu desenvolvimento
  • 26. 2. Sobre Bocage assinale a informação incorreta: a) A capacidade de representar o traço caricatural e ridículo de situações e pessoas, aliada à versificação fluente e precisa, à linguagem próxima da oralidade, fazem-nos rir, até nas passagens vulgares, mesmo quando discordamos da visão distorcida e encobertamente moralista. b) Além de produzir poesia culta, foi poeta popular e exímio improvisador. c) Os alvos privilegiados de sua sátira foram os mulatos e os mestiços das colônias orientais. É contra eles que mostra a presunção de superioridade do branco europeu, o racismo e o preconceito. d) Sob a linguagem grosseira, mas sempre divertida, com que representa situações escabrosas, revela-se, muitas vezes, um moralismo bastante convencional, machista e preconceituoso e) A sátira bocagiana é superior à sua produção lírica, além de ser muito mais popular, autêntica e original.
  • 27. 3. Leia com atenção o texto de Manuel Maria Barbosa du Bocage, a seguir: Chorosos versos meus desentoados, Sem arte, sem beleza e sem brandura, Não vos inspire, ó versos, cobardia, Urdidos pela mão da Desventura, Da sátira mordaz o furor louco, Pela baça Tristeza envenenados: De maldizente voz a tirania: Vêde a luz, não busqueis,desesperados, Desculpa tendes, se valeis tão pouco; No mudo esquecimento a sepultura; Que não pode cantar com melodia Se os ditosos vos lerem sem ternura, Um peito, de gemer cansado e rouco. Ler-vos-ão com ternura os desgraçados: Sobre esse soneto, é correto afirmar: a) o amor é apresentado de maneira controlada, de acordo com os princípios do racionalismo e equilíbrio que orientavam a criação poética do Arcadismo. b) o texto demonstra que Bocage, apesar de pertencer à Arcádia Lusitana, ultrapassa os limites do Arcadismo e antecipa características da inspiração poética do Romantismo. c) o poeta se identifica com os bem-aventurados e solicita a piedade do leitor para com os seus versos. d) a emoção interfere na elaboração artística. e) sabe-se que Bocage foi um árcade rebelde; pertenceu à Nova Arcádia, mas foi expulso dela. O soneto em questão apresenta características formais neoclássicas e, quanto ao conteúdo, antecipa o sentimentalismo romântico..
  • 28. 04.De Bocage pode-se dizer que: a) escreveu contos eróticos b) é o expoente máximo da poesia portuguesa do século XVIII c) representa a poesia parnasiana em Portugal d) foi grande cultor do soneto barroco 05.Assinale a incorreta sobre Bocage a) A tensão entre o racionalismo neoclássico e o individualismo pré-romântico é um dos eixos temáticos de sua obra b) À semelhança de Gregório de Matos, notabilizou-se como poeta satírico e como poeta lírico. c) A lírica bocageana evoluiu do Arcadismo convencional para o egocentrismo pré-romântico d) Foi fundador da Escola Arcádia Lusitana, em 1756, e pertenceu à Nova Arcádia, mas rompeu com as duas agremiações.
  • 29. 06. Bocage foi: a) um poeta pré-romântico b) o poeta mais representativo do Arcadismo em Portugal c) o poeta mais representativo do Arcadismo no Brasil d) o escritor-chave para a compreensão do movimento barroco 07. Bocage só não escreveu: a) poesia lírica reflexiva b) poesia lírica bucólica c) poesia épica d) poesia satírica e obscena
  • 30. 08.Sobre Bocage é incorreto afirmar que: a) em sua obra lírica, o Arcadismo interessou apenas como postura, aparência, pois, no fundo, o poeta foi um pré-romântico. b) como poeta satírico, ironizou contemporâneos seus, o clero, a nobreza decadente c) como abriu mão totalmente dos valores neoclássicos, desprezou o apuro formal, o bucolismo e a postura pastoril. d) o subjetivismo, a confidência de sua vida interior, a confissão foram elementos frequentes em sua obra lírica.
  • 31. respostas 1 B 2 E 3 B 4 D 5 D 6 A 7 C 8 C
  • 32. Fontes http://www.mundocultural.com.br http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/bocage.htm http://www.cebocageanos.net/ http://filmow.com/bocage-o-triunfo-do-amor-t19314/ www.passeiweb.com.br MATTOSO,Glauco. POESIAS ERÓTICAS, BURLESCAS E SATÍRICAS [...]” São Paulo, janeiro de 2002. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Pesquisa e Organização Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria Contato: clauheloisa@yahoo.com.br