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Aluísio Azevedo
Aluísio Azevedo
                  O maranhense Aluísio Azevedo escreveu muitos romances
                  e contos para atender a pedidos de editores, que
                  procuravam corresponder ao gosto do público leitor, um
                  gosto marcado pelo pior tipo de romantismo.

                  Por isso, produziu muita literatura inferior, baixamente
                  romântica, estilisticamente descuidada antes de
                  profissionalizar-se como escritor.
                  Publicou O Cortiço em 1890, consagrando-se por sua
                  tendência naturalista e inovadora para a época.
                                                           (passeiweb.com.br)
O Naturalismo na obra
            A obra é considerada naturalista porque revela a aceitação de
                     ideias filosóficas e científicas do seu tempo:
            a redução das criaturas ao nível animal : ZOOMORFISMO.
  Essa tendência literária revela a influência das teorias da Biologia do século XIX .

             Charles Darwin          Jean-Baptite Lamarck       Hypolite Taine




           Darwinismo              Lamarckismo              Determinismo
                 Raça                     Meio                   Momento
O impacto da obra
 Na época em que foi publicada, a obra        Aluisio Azevedo destaca o que há
 causava choque aos leitores, por tratar de    de mais sórdido no ser humano
 temas considerados tabus de maneira tão
 explícita.
 Isso não é feito a partir de dramas
                                                           suicídio
 pessoais, mas pelo estabelecimento de um
 enredo que parece uma pintura
 panorâmica, em que cada cena compõe um                                     Miséria
                                                 Preconceito          e injustiças sociais
 todo de dor existencial, gerado pela
                                                      de
 atmosfera do cortiço.
                                                     raça


                                                                       Preconceito
                                                                            de
                                                 homossexualismo          classe
O enredo
        O enredo traz como tema a ambição e a exploração do homem pelo próprio
                                         homem.
         De um lado, João Romão, que aspira à riqueza, e Miranda, já rico, que
                                     aspira à nobreza.
                     Do outro lado, a "gentalha", caracterizada como
              um conjunto de animais, movidos pelo instinto e pela fome.
            Todas as existências se entrelaçam e repercutem umas nas outras.




      avarento, dono de um                                  menos rico mas mais fino
   cortiço, que vive com uma                                 , com um casamento de
escrava a quem ele engana com                                       fachada.
  uma carta de alforria (falsa).
Personagens
 As personagens em
 O Cortiço não podem ser
 tratadas como entidades
 independentes, mas devem ser
 vistas como partes de uma
 rede intrincada de influências
 e interações.
 São descritas com instinto
 animal, relações de
 interesse, sedução, desejo, pod
 er, culminados nos processos
 deterministas do cientificismo/
 evolucionismo.
O espaço é personagem!!
 O Cortiço é personagem principal; sofre processo de ZOOMORFIZAÇÃO;
 é o núcleo gerador de tudo e foi feito à imagem de seu proprietário, cresce, se
 desenvolve e se transforma com João Romão.
“E durante dois anos o cortiço
prosperou de dia para
dia, ganhando forças, socando-
se de gente.”
                 (capítulo II)




    “Eram cinco horas da manhã e
    o cortiço acordava, abrindo, não
    os olhos, mas a sua infinidade de
    portas e janelas alinhadas.
    Um acordar alegre e farto de
    quem dormiu de uma assentada
    sete horas de chumbo.”

                      ( capítulo III)
O cortiço X o sobrado




            Apesar de seu                                   O sobrado representa para o
    crescimento, desenvolvimento e                         cortiço o mesmo que Miranda
   transformação acompanharem os                                   representa para
 mesmos estágios na pessoas de João                        Romão, criando-se entre eles
        Romão, é, na verdade, o                              a mesma tensão que existe
estabelecimento que muda o dono, não                           entre os dois homens.
             o contrário.
            Espaço e personagem lutam, lado a lado, para evitar a degradação.
Algumas personagens podem ser separadas em grupos de relacionamento.




                             João Romão, Miranda, Bertoleza e
                            secundariamente, Zulmira, Botelho
                                       e D.Estela




            Jerônimo, Rita, Firmo e                     Pombinha, Leónie e
                   Piedade                                 Senhorinha
O narrador
 • Situa-se fora do mundo                                 Pensamento científico
   narrado e/ou descrito.                                      as camadas populares são vistas como
 • Há um total distanciamento                                animais condenados ao meio social que
   entre o narrador e o mundo                              habitam, homens fadados a viverem como
   ficcional.                                                                    animais selvagens.




                                        onisciente   fatalista




                                   denunciador       solidário

     autor retrata a vivência e o                                        • O narrador não esconde
 • . comportamento da sociedade sobre                                      sua náusea diante da
     uma ótica estética, rica em                                           realidade que descreve.
     detalhes, com teor
     denunciativo, rompimento com o
     romance convencional.
A descrição do espaço
 O cenário é descrito pela
 sujeira, podridão e
 promiscuidade, com uma intenção
 crítica - mostrar a miséria do
 proletariado urbano.




     "Sentia-se naquela fermentação
    sanguínea, naquela gula viçosa de
  plantas rasteiras ...o prazer animal de
   existir,... E naquela terra, ...naquela
   umidade quente e lodosa, começou a
  minhoca a esfervilhar, a crescer,... uma
   coisa viva, uma geração que parecia
    espontânea,... multiplicar-se como
              larvas no esterco."
Verossimilhança
   Cortiço: uma realidade velada

   Os primeiros moradores dos cortiços viviam em grandes casarões subdivididos em vários
   cômodos, posteriormente alugados ou cedidos às famílias de baixa renda. Na época essas
   moradias eram completamente insalubres, sujas e apresentavam condições precárias
   favoráveis à proliferação de doenças contagiosas, como febre amarela, sífilis e varíola.
   (Publicado: Quinta-feira, 20 de agosto de 2009 por Camila Bertolazzi em Itu.com.br)




                                                                     Livro "Cortiços - A Experiência de São Paulo"
                                                                    O fotógrafo Fábio Knoll retrata os cortiços da cidade no livro
                                                                    "Cortiços - A Experiência de São Paulo".
                                                                    (30/07/2010 22h30 - Por:Metrópolis, TV Cultura)

                                                                    http://tvuol.uol.com.br/#view/id=metropolis--livro-corticos--a-
                                                                    experiencia-de-sao-paulo-
                                                                    0402993464E08983A6/mediaId=5818243/date=2010-07-
                                                                    30&&list/type=search/q=corti%E7os/edFilter=all/
Contemporaneidade da obra




       A LIGA
       Programa veiculado pela Band TV em 28/09/2010 retrata a situação contemporânea dos cortiços em Santos.
       (ver a partir de 4min50seg)
       http://www.youtube.com/watch?v=ETFVU9qH3As&feature=related


        Cortiços: exploração faz aluguel ser o mais alto de SP - 13/05/2009
        http://tvuol.uol.com.br/#view/id=corticos-exploracao-faz-aluguel-ser-o-mais-alto-de-sp-
        0402396CCCC11346/mediaId=218369/date=2009-05-13&&list/type=search/q=corti%E7os/edFilter=all/
Os marginalizados
 Os furtos, estupros, homicídios ocorrem sem
 justificativa.

 Nas casas do cortiço, figuras das mais variadas
 caracterizações podem ser vistas e
 apreciadas, entre eles: o negro Alexandre, a
 lavadeira Machona, a moça Pombinha, Jerônimo
 e Piedade (casal de imigrantes), e a sensual Rita
 Baiana que provoca ciúmes e violência, a bruxa
 misteriosa, a escrava que pensa que é livre
O retrato da mulher na obra
                                            • usadas e aviltadas
                    de objeto
                                                 pelo homem:
                                                 Bertoleza e Piedade




      No romance,
      as mulheres
          são
                              de objeto e
                      sujeito, simultaneamente      • Rita Baiana
      reduzidas a
          três
       condições


                                                  • são as que não dependem
                           de sujeito               do homem, prostituindo-
                                                    se: Leonie e Pombinha
“Bertoleza representava agora ao lado de João
                               Romão o papel tríplice de caixeiro, de criada e de
                                amante.(...) Varria a casa, cozinhava, vendia ao
                             balcão na taverna, quando o amigo andava ocupado
                               lá por fora; fazia a sua quitanda durante o dia no
                               intervalo de outros serviços, e à noite passava-se
                              para a porta da venda, e, defronte de um fogareiro
                                 de barro, fritava fígado e frigia sardinhas, que
                                Romão ia pela manhã, em mangas de camisa, de
                             tamancos e sem meias, comprar à praia do Peixe. E
                              o demônio da mulher ainda encontrava tempo para
                                 lavar e consertar, além da sua, a roupa do seu
                              homem, que esta, valha a verdade, não era tanta.”
                                                      (cap.I)




  Bertoleza, escrava que foi enganada por João Romão e
pensava ter carta de alforria.Ela se mata ao descobrir que foi
         usada e que poderia voltar à escravidão.
Sexualidade                                                               A questão da homossexualidade é
                                                                               tratada como desvio de
                                                                        conduta, anormal, patológico, animale
                                                                                         sca.
                                                                          Assim as personagens apresentam
                                                                                       desvios.

                                                                        “Léonie saltava para junto dela e
                                                                        pôs-se a beijar-lhe, á força, os
                                                                        ouvidos e o pescoço, fazendo-se
                                                                        muito humilde, adulando-
                                                                        a, comprometendo-se a ser sua
                                                                        escrava e obedecer-lhe como um
                                                                        cachorrinho.” (cap. XI).

 Cena de amor entre Léonie (loira) e sua afilhada Pombinha (morena)
 no filme ''O cortiço'' (1978), adaptação da obra de Aluísio Azevedo.


 http://www.youtube.com/watch?v=m140aYQV6GQ
Zulmira (filha de Estela) serve de
escada social para Romão, assim
como a mãe serviu para Miranda –
determinismo.
A técnica inspirada em Zola
                          Na elaboração de O Cortiço, Aluísio Azevedo
                               seguiu a técnica naturalista de Zola.

                 • Visitou inúmeras habitações coletivas do Rio;
                 • interrogou lavadeiras, sapoeiras, vendedores, cavouqueiros;
                 • observou-lhes a linguagem;
                 • escutou atento os ruídos coletivos dos cortiços;
                 • sentiu-lhes o cheiro ( as imagens olfativas têm importância na
                 fixação do ambiente, segundo um processo criado pelos
                 naturalistas);
                 • viu-lhes a promiscuidade
                 • notou que as coletividades são ligadas por um estranho
                 sentimento de classe que as une nos momentos mais
                 críticos, quando são esquecidos os ódios e as divergências.

                 ―Com toda essa “documentação”, criou o enredo em tomo de
                  um problema social que se tomava mais e mais grave, com a
                 formação de grandes massas urbanas proletárias, constituídas
                        em boa parte pelos operários dos primórdios da
                                  industrialização do país.‖
O estilo naturalista

  Duas grandes qualidades devem ser observadas no estilo de O Cortiço:

  1) a grande capacidade de representação visual do autor, certamente relacionada
     com sua habilidade para o desenho (Aluísio exerceu, em certa época, a atividade
     de caricaturista) e que faz que tenhamos frequentemente, ao ler o romance, a
     impressão de estarmos assistindo a um filme;

  2) a outra é a sua formidável habilidade para dar vida à multidão, ao grande grupo
     humano dos moradores do cortiço. De fato, vemos, no romance, essa coletividade
     pulsar, reagir, legando-se, deprimindo-se ou irando-se — e ocupando o lugar de
     personagem central da obra. Desse grupo variado e animado destacam-se alguns
     tipos, a que o romancista soube atribuir urna individualidade marcante.
Inspiração??
 Entre os tipos inesquecíveis
      criados por Aluísio
 Azevedo, está a figura de Rita
            Baiana:
  a bela, sensual, generosa e
                                       Personagem
    graciosa mulata, que se            Dagmar, da novela
 tornou uma das personagens            Fina Estampa (rede
                                       Globo, 2011)
  mais notáveis da literatura
           brasileira.


    Relacione Rita Baiana à
    personagem Dagmar da novela
    Fina Estampa e encontrará traços
    de composição parecidos.
Assista




      http://www.youtube.com/watch?v=M3LfFZk-vpA
Outras obras de destaque do autor
Adaptações




  Adaptação em quadrinhos do clássico O
  Cortiço, por Ivan Jaf (escritor) e Rodrigo   Cinema Nacional, 1977
 Rosa (desenhista) para a coleção Clássicos
 Brasileiros em HQ, da Editora Ática, 2009.
Fontes
•http://educacao.uol.com.br/portugues/cortico-azevedo.jhtm
•http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/c/casa_de_pensao
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Créditos:
Bartolomeu Amâncio da Silva, professor de Literatura, Cursos Objetivo | Alessandra Cristina Ferreira Porto, aluna do ITA | Marcia
Jovelina de Jesus.

•http://rodrigorosablog.blogspot.com/2008/09/o-cortio-em-quadrinhos.html
•Itu.com.br
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•TV CULTURA.com.br

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                      Pesquisa e organização
Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria
Contato: clauheloisa@yahoo.com.br

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O Naturalismo em O Cortiço

  • 2. Aluísio Azevedo O maranhense Aluísio Azevedo escreveu muitos romances e contos para atender a pedidos de editores, que procuravam corresponder ao gosto do público leitor, um gosto marcado pelo pior tipo de romantismo. Por isso, produziu muita literatura inferior, baixamente romântica, estilisticamente descuidada antes de profissionalizar-se como escritor. Publicou O Cortiço em 1890, consagrando-se por sua tendência naturalista e inovadora para a época. (passeiweb.com.br)
  • 3. O Naturalismo na obra A obra é considerada naturalista porque revela a aceitação de ideias filosóficas e científicas do seu tempo: a redução das criaturas ao nível animal : ZOOMORFISMO. Essa tendência literária revela a influência das teorias da Biologia do século XIX . Charles Darwin Jean-Baptite Lamarck Hypolite Taine Darwinismo Lamarckismo Determinismo Raça Meio Momento
  • 4. O impacto da obra Na época em que foi publicada, a obra Aluisio Azevedo destaca o que há causava choque aos leitores, por tratar de de mais sórdido no ser humano temas considerados tabus de maneira tão explícita. Isso não é feito a partir de dramas suicídio pessoais, mas pelo estabelecimento de um enredo que parece uma pintura panorâmica, em que cada cena compõe um Miséria Preconceito e injustiças sociais todo de dor existencial, gerado pela de atmosfera do cortiço. raça Preconceito de homossexualismo classe
  • 5. O enredo O enredo traz como tema a ambição e a exploração do homem pelo próprio homem. De um lado, João Romão, que aspira à riqueza, e Miranda, já rico, que aspira à nobreza. Do outro lado, a "gentalha", caracterizada como um conjunto de animais, movidos pelo instinto e pela fome. Todas as existências se entrelaçam e repercutem umas nas outras. avarento, dono de um menos rico mas mais fino cortiço, que vive com uma , com um casamento de escrava a quem ele engana com fachada. uma carta de alforria (falsa).
  • 6. Personagens As personagens em O Cortiço não podem ser tratadas como entidades independentes, mas devem ser vistas como partes de uma rede intrincada de influências e interações. São descritas com instinto animal, relações de interesse, sedução, desejo, pod er, culminados nos processos deterministas do cientificismo/ evolucionismo.
  • 7. O espaço é personagem!! O Cortiço é personagem principal; sofre processo de ZOOMORFIZAÇÃO; é o núcleo gerador de tudo e foi feito à imagem de seu proprietário, cresce, se desenvolve e se transforma com João Romão.
  • 8. “E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando- se de gente.” (capítulo II) “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo.” ( capítulo III)
  • 9. O cortiço X o sobrado Apesar de seu O sobrado representa para o crescimento, desenvolvimento e cortiço o mesmo que Miranda transformação acompanharem os representa para mesmos estágios na pessoas de João Romão, criando-se entre eles Romão, é, na verdade, o a mesma tensão que existe estabelecimento que muda o dono, não entre os dois homens. o contrário. Espaço e personagem lutam, lado a lado, para evitar a degradação.
  • 10. Algumas personagens podem ser separadas em grupos de relacionamento. João Romão, Miranda, Bertoleza e secundariamente, Zulmira, Botelho e D.Estela Jerônimo, Rita, Firmo e Pombinha, Leónie e Piedade Senhorinha
  • 11. O narrador • Situa-se fora do mundo Pensamento científico narrado e/ou descrito. as camadas populares são vistas como • Há um total distanciamento animais condenados ao meio social que entre o narrador e o mundo habitam, homens fadados a viverem como ficcional. animais selvagens. onisciente fatalista denunciador solidário autor retrata a vivência e o • O narrador não esconde • . comportamento da sociedade sobre sua náusea diante da uma ótica estética, rica em realidade que descreve. detalhes, com teor denunciativo, rompimento com o romance convencional.
  • 12. A descrição do espaço O cenário é descrito pela sujeira, podridão e promiscuidade, com uma intenção crítica - mostrar a miséria do proletariado urbano. "Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras ...o prazer animal de existir,... E naquela terra, ...naquela umidade quente e lodosa, começou a minhoca a esfervilhar, a crescer,... uma coisa viva, uma geração que parecia espontânea,... multiplicar-se como larvas no esterco."
  • 13. Verossimilhança Cortiço: uma realidade velada Os primeiros moradores dos cortiços viviam em grandes casarões subdivididos em vários cômodos, posteriormente alugados ou cedidos às famílias de baixa renda. Na época essas moradias eram completamente insalubres, sujas e apresentavam condições precárias favoráveis à proliferação de doenças contagiosas, como febre amarela, sífilis e varíola. (Publicado: Quinta-feira, 20 de agosto de 2009 por Camila Bertolazzi em Itu.com.br) Livro "Cortiços - A Experiência de São Paulo" O fotógrafo Fábio Knoll retrata os cortiços da cidade no livro "Cortiços - A Experiência de São Paulo". (30/07/2010 22h30 - Por:Metrópolis, TV Cultura) http://tvuol.uol.com.br/#view/id=metropolis--livro-corticos--a- experiencia-de-sao-paulo- 0402993464E08983A6/mediaId=5818243/date=2010-07- 30&&list/type=search/q=corti%E7os/edFilter=all/
  • 14. Contemporaneidade da obra A LIGA Programa veiculado pela Band TV em 28/09/2010 retrata a situação contemporânea dos cortiços em Santos. (ver a partir de 4min50seg) http://www.youtube.com/watch?v=ETFVU9qH3As&feature=related Cortiços: exploração faz aluguel ser o mais alto de SP - 13/05/2009 http://tvuol.uol.com.br/#view/id=corticos-exploracao-faz-aluguel-ser-o-mais-alto-de-sp- 0402396CCCC11346/mediaId=218369/date=2009-05-13&&list/type=search/q=corti%E7os/edFilter=all/
  • 15. Os marginalizados Os furtos, estupros, homicídios ocorrem sem justificativa. Nas casas do cortiço, figuras das mais variadas caracterizações podem ser vistas e apreciadas, entre eles: o negro Alexandre, a lavadeira Machona, a moça Pombinha, Jerônimo e Piedade (casal de imigrantes), e a sensual Rita Baiana que provoca ciúmes e violência, a bruxa misteriosa, a escrava que pensa que é livre
  • 16. O retrato da mulher na obra • usadas e aviltadas de objeto pelo homem: Bertoleza e Piedade No romance, as mulheres são de objeto e sujeito, simultaneamente • Rita Baiana reduzidas a três condições • são as que não dependem de sujeito do homem, prostituindo- se: Leonie e Pombinha
  • 17. “Bertoleza representava agora ao lado de João Romão o papel tríplice de caixeiro, de criada e de amante.(...) Varria a casa, cozinhava, vendia ao balcão na taverna, quando o amigo andava ocupado lá por fora; fazia a sua quitanda durante o dia no intervalo de outros serviços, e à noite passava-se para a porta da venda, e, defronte de um fogareiro de barro, fritava fígado e frigia sardinhas, que Romão ia pela manhã, em mangas de camisa, de tamancos e sem meias, comprar à praia do Peixe. E o demônio da mulher ainda encontrava tempo para lavar e consertar, além da sua, a roupa do seu homem, que esta, valha a verdade, não era tanta.” (cap.I) Bertoleza, escrava que foi enganada por João Romão e pensava ter carta de alforria.Ela se mata ao descobrir que foi usada e que poderia voltar à escravidão.
  • 18. Sexualidade A questão da homossexualidade é tratada como desvio de conduta, anormal, patológico, animale sca. Assim as personagens apresentam desvios. “Léonie saltava para junto dela e pôs-se a beijar-lhe, á força, os ouvidos e o pescoço, fazendo-se muito humilde, adulando- a, comprometendo-se a ser sua escrava e obedecer-lhe como um cachorrinho.” (cap. XI). Cena de amor entre Léonie (loira) e sua afilhada Pombinha (morena) no filme ''O cortiço'' (1978), adaptação da obra de Aluísio Azevedo. http://www.youtube.com/watch?v=m140aYQV6GQ
  • 19. Zulmira (filha de Estela) serve de escada social para Romão, assim como a mãe serviu para Miranda – determinismo.
  • 20. A técnica inspirada em Zola Na elaboração de O Cortiço, Aluísio Azevedo seguiu a técnica naturalista de Zola. • Visitou inúmeras habitações coletivas do Rio; • interrogou lavadeiras, sapoeiras, vendedores, cavouqueiros; • observou-lhes a linguagem; • escutou atento os ruídos coletivos dos cortiços; • sentiu-lhes o cheiro ( as imagens olfativas têm importância na fixação do ambiente, segundo um processo criado pelos naturalistas); • viu-lhes a promiscuidade • notou que as coletividades são ligadas por um estranho sentimento de classe que as une nos momentos mais críticos, quando são esquecidos os ódios e as divergências. ―Com toda essa “documentação”, criou o enredo em tomo de um problema social que se tomava mais e mais grave, com a formação de grandes massas urbanas proletárias, constituídas em boa parte pelos operários dos primórdios da industrialização do país.‖
  • 21. O estilo naturalista Duas grandes qualidades devem ser observadas no estilo de O Cortiço: 1) a grande capacidade de representação visual do autor, certamente relacionada com sua habilidade para o desenho (Aluísio exerceu, em certa época, a atividade de caricaturista) e que faz que tenhamos frequentemente, ao ler o romance, a impressão de estarmos assistindo a um filme; 2) a outra é a sua formidável habilidade para dar vida à multidão, ao grande grupo humano dos moradores do cortiço. De fato, vemos, no romance, essa coletividade pulsar, reagir, legando-se, deprimindo-se ou irando-se — e ocupando o lugar de personagem central da obra. Desse grupo variado e animado destacam-se alguns tipos, a que o romancista soube atribuir urna individualidade marcante.
  • 22. Inspiração?? Entre os tipos inesquecíveis criados por Aluísio Azevedo, está a figura de Rita Baiana: a bela, sensual, generosa e Personagem graciosa mulata, que se Dagmar, da novela tornou uma das personagens Fina Estampa (rede Globo, 2011) mais notáveis da literatura brasileira. Relacione Rita Baiana à personagem Dagmar da novela Fina Estampa e encontrará traços de composição parecidos.
  • 23. Assista http://www.youtube.com/watch?v=M3LfFZk-vpA
  • 24. Outras obras de destaque do autor
  • 25. Adaptações Adaptação em quadrinhos do clássico O Cortiço, por Ivan Jaf (escritor) e Rodrigo Cinema Nacional, 1977 Rosa (desenhista) para a coleção Clássicos Brasileiros em HQ, da Editora Ática, 2009.
  • 26. Fontes •http://educacao.uol.com.br/portugues/cortico-azevedo.jhtm •http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/c/casa_de_pensao •http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_cortico Créditos: Bartolomeu Amâncio da Silva, professor de Literatura, Cursos Objetivo | Alessandra Cristina Ferreira Porto, aluna do ITA | Marcia Jovelina de Jesus. •http://rodrigorosablog.blogspot.com/2008/09/o-cortio-em-quadrinhos.html •Itu.com.br •TV UOL.com.br •TV CULTURA.com.br •Todas as imagens usadas nesta apresentação estão disponíveis na internet . Pesquisa e organização Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria Contato: clauheloisa@yahoo.com.br