SlideShare a Scribd company logo
1 of 31
Ligação Química

O conceito de configuração electrónica e o desenvolvimento da
Tabela Periódica permitiu aos químicos uma base lógica para
explicar a formação de moléculas e outros compostos.
A explicação de Lewis é que os átomos reagem de forma a alcançar uma
configuração electrónica mais estável (correspondendo à configuração
de um gás nobre.


O que é uma ligação química? É o conjunto de forças que
mantém os átomos unidos entre si, dando origem a moléculas.
Em todos os tipos de ligação química as forças de ligação são
essencialmente electrostáticas (ou de Coulomb), i.é., forças
entre cargas eléctricas.
Tipos de Ligação Química

 Ligação iónica
 Ligação covalente
 Ligação metálica
Representações de Lewis

Numa ligação química só intervêm os electrões de valência,
ou seja, os electrões da camada mais externa do átomo. Para
os representar utilizamos as representações de Lewis ou
notação de Lewis.
Consistem no símbolo do elemento (que representa o núcleo
mais as camadas internas, ou cerne do átomo) e um ponto
(dot) por cada electrão de valência.

Exemplos:
       metais alcalinos: Li ; Na    oxigénio:   O
       carbono: C                   halogéneos: F
Representações de Lewis




Os elementos de transição têm camadas internas incompletas e não podemos
(em geral) escrever a notação de Lewis para estes elementos.
Ligação iónica

A ligação iónica é característica dos elementos dos Grupos 1 e 2 e dos
halogéneos e oxigénio. As ligações iónicas formam-se quando um
elemento com baixa energia de ionização cede um electrão a um elemento
com elevada afinidade electrónica.

Exemplo: LiF (fluoreto de lítio)


         Li          Li+ + e-      ionização do lítio

         F + e-       F-           aceitação do electrão pelo flúor

         Li+ + F-    LiF           formação do composto iónico
Formação de um sólido iónico (NaCl)




Iões com cargas opostas são atraídos um para o outro por forças
electrostáticas. Estas forças definem a ligação iónica.
O conjunto de ligações iónicas entre iões vizinhos, Na+ e Cl- conduzem à
formação do sólido iónico. Os iões permanecem juntos devido à
atracção electrostática:
                             QNa + QCl −
                        Eα
                                  r
Energética da formação de ligações iónicas

A estabilidade de um composto iónico depende da interacção de todos
os iões.

Energia de rede: é a energia necessária para dissociar
completamente um mole de composto iónico sólido nos seus
iões no estado gasoso.
NaCl(s)           Na+(g) + Cl-(g)         U = +787 kJ/mol


Esta energia não pode ser medida directamente, mas pode
ser obtida a partir de um ciclo de Born-Haber, que mostra
todos os passos que contribuem para a energia total da
reacção de formação do composto iónico.
Energética da formação de ligações iónicas

O Ciclo de Born-Haber relaciona a energia de rede com a energia de
ionização, afinidade electrónica e outras propriedades atómicas e
moleculares.
Ciclo de Born-Haber

                                                     Cl(g) + e-     Cl-(g)
          Na(g)      Na+(g) + e-     495.8 kJ/mol   -348.6 kJ/mol



                                                     Na+(g) + Cl-(g)     NaCl(s)
              1/2 Cl2(g)     Cl(g)   122 kJ/mol
                                                     ∆H = ?
               Na(s)       Na(g)     107.3 kJ/mol


 Na(s) + 1/2 Cl2(g)      NaCl(s)
          ∆Htotal = -411 kJ/mol


  ∆H1 + ∆H2 + ∆H3 + ∆H4 + ∆H5 = ∆Htotal
  ∆H5 = -787 kJ/mol
  Urede = + 787 kJ/mol
Energia de rede de sólidos iónicos


                             Urede/kJ.mol-1 Tfusão/°C
                        __________________________
                        LiCl         853          801
                        LiF         1036          845
                        MgO         3791        2800
                        ___________________________
Ligação covalente

Ligação covalente: é uma ligação na qual electrões são
partilhados por dois átomos.

O comprimento e força da ligação química resultam do equilíbrio devido à
repulsão entre cargas iguais e atracção entre cargas opostas.
Comprimento da ligação covalente




Define-se comprimento da ligação como sendo a distância entre os
núcleos de dois átomos ligados numa molécula.
Estruturas de Lewis

Ligação no H2: H    +   H           H H

Ligação no F2: F    +   F           F   F    ou F-F


  Electrões não envolvidos na
  ligação: pares isolados ou não-           Par ligante
  ligantes


Regra do Octeto: Qualquer átomo, excepto o hidrogénio, tem
tendência a formar ligações até ficar rodeado por oito electrões
de valência (válido para elementos do 2º período).
Ligações duplas e triplas
Energia de dissociação da ligação

A energia de dissociação da ligação é a energia necessária para quebrar
essa ligação.
Electronegatividade

No caso do hidrogénio, H2; os electrões são igualmente partilhados pelos
dois núcleos. A situação é diferente por exemplo para o HCl ou HF. Os
electrões passam mais tempo na vizinhança de um dos átomos.




                                             Ligação covalente polar



Electronegatividade (EN): medida da capacidade de um
átomo atrair para si os electrões partilhados numa ligação.
Escala de Pauling de electronegatividades
Previsão do carácter da ligação

Se ∆EN < 2.0 a ligação é covalente polar; Se ∆EN ~ 2.0 tem 50 % de
carácter iónico; se ∆EN > 2.0 então a ligação é predominantemente iónica.
Se ∆EN = 0, a ligação é covalente apolar ( 0% de carácter iónico).
Propriedades de compostos covalentes e iónicos

Compostos covalentes: geralmente gases, líquidos ou sólidos de baixo
ponto de fusão
Compostos iónicos: sólidos de ponto de fusão elevado.

 Propriedade               NaCl                         CCl4
 Aspecto                   sólido branco                líquido incolor
 Tfusão/ °C                801                          - 23
 Tebulição/ °C             1413                         76.5
 solubilidade em H2O       elevada                      bastante baixa
 Condutividade eléctrica
                  sólido   mau                          mau
                  fundido bom                           mau
Estruturas de Lewis para moléculas poliatómicas

1)Escrever o esqueleto estrutural do composto. Em geral o átomo menos
electronegativo ocupa posição central. H e F ocupam sempre posições
terminais
2) Contar o número total de electrões de valência. Para aniões
poliatómicos adicionar o número de cargas negativas. Para catiões
subtrair.
3) Desenhar uma ligação covalente simples entre o átomo central e cada
um dos átomos em redor. Completar o octeto dos átomos ligados ao
átomo central.
4) Se a regra do octeto não for verificada para o átomo central
experimentar ligações duplas ou triplas entre o átomo central e os átomos
em redor.
Exemplos




  Praticar: NF3; CS2; HNO3
Carga formal

 Chama-se carga formal de um átomo à diferença entre o número de electrões
 de valência num átomo isolado e o número de electrões atribuído a esse
 átomo numa estrutura de Lewis.
                                                                           1                        
Carga formal = nº total de e - de valência - nº total de e - não ligantes + nº total de e - ligantes
                                                                           2                        




     Para moléculas neutras a soma das cargas formais tem de ser zero.
    Para iões a soma tem de igualar a carga do ião.

     Estruturas de Lewis com menores cargas formais são mais prováveis
     Estruturas de Lewis mais prováveis quando as cargas negativas estão
           situadas nos átomos mais electronegativos.
Ressonância

Estruturas de ressonância: cada uma das duas ou mais estruturas de Lewis
para uma molécula particular.




                     Híbridos de ressonância
Excepções à regra do octeto

BeH2 : H-Be-H

Moléculas com número ímpar de electrões, nunca satisfazem a regra do
octeto:




 Octeto expandido (a partir do 2º
 período da Tabela Periódica)
Geometria molecular

Forma como os átomos numa molécula se orientam
no espaço. A geometria de uma molécula pode
afectar as propriedades físicas e químicas, como o
ponto de fusão, ebulição, densidade, etc.
O modelo mais simples é baseado na estruturas de
Lewis: VSEPR (valence shell electron-pair repulsion)


Modelo de Repulsão dos Pares Electrónicos da Camada de
Valência: a geometria de uma molécula é determinada pela
minimização das repulsões entre os pares de electrões da
camada de valência.
Moléculas com átomo central sem pares isolados
Moléculas em que o átomo central tem pares isolados


 Repulsão par isolado-   par isolado-   par ligante-
 -par isolado            -par ligante   -par ligante
Momentos dipolares


                                                                 _
     _
    +          +                        +




                                              _
                                              +

                                                       _
                                                       +
                _
                                        +                        _
          +




                                                       +
                                                       _
          _




                                              +
                                              _
                  _
                  +

                                        +                        _
      +
              _




      _
              +




                                        +




                                              _



                                                       +
                                              +

                                                       _
                                                                 _


 Moléculas polares orientam os seus centros de carga na direcção do
 campo eléctrico aplicado.

F2, O2, etc.. são moléculas apolares.
HCl, NO, etc.. são moléculas polares
Geometria e polaridade

 O momento dipolar é uma grandeza vectorial e é definido como o
 produto da carga, Q, pela distância, r, entre as cargas:   µ = Q× r
                    1 D = 3.336 ×10-30 C.m
 Molécula           geometria          µ(D)

 HF                 linear             1.92
 HBr                linear             1.08
 H2 O               angular            1.87
 NH3                piramidal          1.46
 SO2                angular            1.60
 CO2                linear               0
Ligação metálica

Teoria do electrão livre de Drude e Lorentz.




 Metais:
        possuem elevada condutibilidade térmica e eléctrica
        brilho considerável
        maleabilidade e ductilidade
Recomendações Finais
Utilizem estes “slides” em conjuntos com as vossa notas da
lição!
Complementem o vosso estudo com a leitura do Capítulo 9 e
parte inicial do Capítulo 10 do Chang (R.Chang, Química, 8ª
ed., McGraw-Hill, Lisboa, 2005)
Resolvam os exercícios da 2ª série!
Bom fim-de-semana!

More Related Content

What's hot (20)

Oxirredução
Oxirredução Oxirredução
Oxirredução
 
Separação de Misturas
Separação de MisturasSeparação de Misturas
Separação de Misturas
 
01 aula introdução eletroquímica
01 aula introdução eletroquímica01 aula introdução eletroquímica
01 aula introdução eletroquímica
 
Modelos atômicos
Modelos atômicosModelos atômicos
Modelos atômicos
 
Hidrocarbonetos
HidrocarbonetosHidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
 
Reações químicas
Reações químicasReações químicas
Reações químicas
 
Propriedades periódicas
Propriedades periódicas Propriedades periódicas
Propriedades periódicas
 
Propriedades coligativas
Propriedades coligativasPropriedades coligativas
Propriedades coligativas
 
Reações químicas
Reações químicasReações químicas
Reações químicas
 
Aula termoquímica
Aula termoquímicaAula termoquímica
Aula termoquímica
 
Distribuição eletrônica
Distribuição eletrônicaDistribuição eletrônica
Distribuição eletrônica
 
Reações de Adição a Alcenos e Alcinos
Reações de Adição a Alcenos e AlcinosReações de Adição a Alcenos e Alcinos
Reações de Adição a Alcenos e Alcinos
 
Química orgânica - Isomeria
Química orgânica - IsomeriaQuímica orgânica - Isomeria
Química orgânica - Isomeria
 
Aula sobre ligações químicas
Aula sobre ligações químicasAula sobre ligações químicas
Aula sobre ligações químicas
 
Hidrocarbonetos
HidrocarbonetosHidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
 
PH e pOH
  PH  e pOH  PH  e pOH
PH e pOH
 
Leis ponderais
Leis ponderaisLeis ponderais
Leis ponderais
 
Aula 1 introdução à química orgânica.
Aula 1    introdução à química orgânica.Aula 1    introdução à química orgânica.
Aula 1 introdução à química orgânica.
 
Oxirreducao
OxirreducaoOxirreducao
Oxirreducao
 
CARACTERISTICAS DO CARBONO
CARACTERISTICAS DO CARBONOCARACTERISTICAS DO CARBONO
CARACTERISTICAS DO CARBONO
 

Viewers also liked

Ligações Químicas Aula 1
Ligações Químicas Aula 1Ligações Químicas Aula 1
Ligações Químicas Aula 1Abraão Matos
 
Aula ligação química lidiane
Aula ligação química lidianeAula ligação química lidiane
Aula ligação química lidianeThiago Santos
 
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,Jaqueline Sarges
 
Ligações covalentes trabalho de quimica
Ligações covalentes trabalho de quimicaLigações covalentes trabalho de quimica
Ligações covalentes trabalho de quimicaslidesescolares
 
Ligações químicas-9ºano Fisico-Químicas
Ligações químicas-9ºano Fisico-QuímicasLigações químicas-9ºano Fisico-Químicas
Ligações químicas-9ºano Fisico-Químicasinescarvalhoalmeida
 
Aula - Ligação Química
Aula - Ligação QuímicaAula - Ligação Química
Aula - Ligação Químicaalisozinho
 
Orgânica carbono (simplificada)
Orgânica   carbono (simplificada)Orgânica   carbono (simplificada)
Orgânica carbono (simplificada)paramore146
 
Resumo quimica geral ii
Resumo quimica geral iiResumo quimica geral ii
Resumo quimica geral iiGeisi Batista
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicasestead2011
 
Ligacoes quimicas
Ligacoes quimicasLigacoes quimicas
Ligacoes quimicasDamigol Gol
 
Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1
Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1
Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1WALTER ALENCAR DE SOUSA
 
Ligações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecular
Ligações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecularLigações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecular
Ligações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecularCarlos Priante
 
Ligações interatômicas
Ligações interatômicasLigações interatômicas
Ligações interatômicasdianalove15
 
Química: 1º Bimestre - 1º ano
Química: 1º Bimestre - 1º anoQuímica: 1º Bimestre - 1º ano
Química: 1º Bimestre - 1º anoEstude Mais
 
Separação de Misturas
Separação de MisturasSeparação de Misturas
Separação de Misturaslilliancosta
 

Viewers also liked (20)

Ligações Químicas
Ligações QuímicasLigações Químicas
Ligações Químicas
 
Ligações Químicas Aula 1
Ligações Químicas Aula 1Ligações Químicas Aula 1
Ligações Químicas Aula 1
 
Aula ligação química lidiane
Aula ligação química lidianeAula ligação química lidiane
Aula ligação química lidiane
 
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
Capa, contra capa, introdução ,conclusão, biografia,
 
Ligações covalentes trabalho de quimica
Ligações covalentes trabalho de quimicaLigações covalentes trabalho de quimica
Ligações covalentes trabalho de quimica
 
Ligações químicas-9ºano Fisico-Químicas
Ligações químicas-9ºano Fisico-QuímicasLigações químicas-9ºano Fisico-Químicas
Ligações químicas-9ºano Fisico-Químicas
 
Traalho de quimica
Traalho de quimicaTraalho de quimica
Traalho de quimica
 
Trabalho de química - 1a O2.
Trabalho de química - 1a O2.Trabalho de química - 1a O2.
Trabalho de química - 1a O2.
 
Ligações químicas
Ligações químicas Ligações químicas
Ligações químicas
 
Aula - Ligação Química
Aula - Ligação QuímicaAula - Ligação Química
Aula - Ligação Química
 
Ligação química 2
Ligação química 2Ligação química 2
Ligação química 2
 
Orgânica carbono (simplificada)
Orgânica   carbono (simplificada)Orgânica   carbono (simplificada)
Orgânica carbono (simplificada)
 
Resumo quimica geral ii
Resumo quimica geral iiResumo quimica geral ii
Resumo quimica geral ii
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicas
 
Ligacoes quimicas
Ligacoes quimicasLigacoes quimicas
Ligacoes quimicas
 
Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1
Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1
Química 2 - Concentração - Exercícios de Aplicação - Parte 1
 
Ligações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecular
Ligações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecularLigações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecular
Ligações químicas, Forças intermoleculares, Geometria molecular
 
Ligações interatômicas
Ligações interatômicasLigações interatômicas
Ligações interatômicas
 
Química: 1º Bimestre - 1º ano
Química: 1º Bimestre - 1º anoQuímica: 1º Bimestre - 1º ano
Química: 1º Bimestre - 1º ano
 
Separação de Misturas
Separação de MisturasSeparação de Misturas
Separação de Misturas
 

Similar to Ligacao quimica (introdução)

Similar to Ligacao quimica (introdução) (20)

3o ano-ensino-medio-ligacoes-quimicas exemplo
3o ano-ensino-medio-ligacoes-quimicas exemplo3o ano-ensino-medio-ligacoes-quimicas exemplo
3o ano-ensino-medio-ligacoes-quimicas exemplo
 
Ligacoes quimicas geometria
Ligacoes quimicas   geometriaLigacoes quimicas   geometria
Ligacoes quimicas geometria
 
Ligacoes quimicas
Ligacoes quimicasLigacoes quimicas
Ligacoes quimicas
 
Quimica geral 10
Quimica geral 10Quimica geral 10
Quimica geral 10
 
Ligações Químicas.ppt
Ligações Químicas.pptLigações Químicas.ppt
Ligações Químicas.ppt
 
Aula 08 química geral
Aula 08 química geralAula 08 química geral
Aula 08 química geral
 
125
125125
125
 
127
127127
127
 
Aulas 19 e 20 - Ligações Químicas
Aulas 19 e 20 - Ligações QuímicasAulas 19 e 20 - Ligações Químicas
Aulas 19 e 20 - Ligações Químicas
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicas
 
ligações químimicas e interações intermoleeculares
ligações químimicas e interações intermoleecularesligações químimicas e interações intermoleeculares
ligações químimicas e interações intermoleeculares
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicas
 
ligacao-quimica-cap08.ppt
ligacao-quimica-cap08.pptligacao-quimica-cap08.ppt
ligacao-quimica-cap08.ppt
 
Ligacoes quimicas
Ligacoes quimicasLigacoes quimicas
Ligacoes quimicas
 
aula ligações químicas - iônica e covalente.ppt
aula ligações químicas - iônica e covalente.pptaula ligações químicas - iônica e covalente.ppt
aula ligações químicas - iônica e covalente.ppt
 
239
239239
239
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicas
 
Trabalho de química
Trabalho de químicaTrabalho de química
Trabalho de química
 
Aula_3_Ligações Químicas.ppt
Aula_3_Ligações Químicas.pptAula_3_Ligações Químicas.ppt
Aula_3_Ligações Químicas.ppt
 
aula 3 ligações químicas. aula sobre a estrutura das ligações.
aula 3 ligações químicas. aula sobre a estrutura das ligações.aula 3 ligações químicas. aula sobre a estrutura das ligações.
aula 3 ligações químicas. aula sobre a estrutura das ligações.
 

More from cmdantasba

Uso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteisUso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteiscmdantasba
 
Números quânticos
Números quânticosNúmeros quânticos
Números quânticoscmdantasba
 
Absorção Atômica
Absorção AtômicaAbsorção Atômica
Absorção Atômicacmdantasba
 
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletróliseTrabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólisecmdantasba
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicascmdantasba
 
Propriedades periodicas
Propriedades periodicas Propriedades periodicas
Propriedades periodicas cmdantasba
 
Uso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteisUso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteiscmdantasba
 
Noções básicas de química inorgânica
Noções básicas de química inorgânicaNoções básicas de química inorgânica
Noções básicas de química inorgânicacmdantasba
 
Estudo do átomo
Estudo do átomoEstudo do átomo
Estudo do átomocmdantasba
 
Pratica 04 - teste de carbonatação do concreto-
Pratica 04 -  teste de carbonatação do concreto-Pratica 04 -  teste de carbonatação do concreto-
Pratica 04 - teste de carbonatação do concreto-cmdantasba
 
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-cmdantasba
 
Pratica 03 - teste da chama
Pratica 03 -  teste da chamaPratica 03 -  teste da chama
Pratica 03 - teste da chamacmdantasba
 
Prática 02 qui 221 ucsal segurança em lab. químico-
Prática 02 qui 221 ucsal  segurança em lab. químico-Prática 02 qui 221 ucsal  segurança em lab. químico-
Prática 02 qui 221 ucsal segurança em lab. químico-cmdantasba
 
Prática 01 qui 221 ucsal observação cientifica e descrição-
Prática 01 qui 221 ucsal  observação cientifica e descrição-Prática 01 qui 221 ucsal  observação cientifica e descrição-
Prática 01 qui 221 ucsal observação cientifica e descrição-cmdantasba
 
Principais vidrarias de laboratório
Principais vidrarias de laboratórioPrincipais vidrarias de laboratório
Principais vidrarias de laboratóriocmdantasba
 
Tabela Periódica dos Elementos Químicos.
Tabela Periódica dos Elementos Químicos.Tabela Periódica dos Elementos Químicos.
Tabela Periódica dos Elementos Químicos.cmdantasba
 
Artigos e Publicao de Peridicos
Artigos e Publicao de Peridicos Artigos e Publicao de Peridicos
Artigos e Publicao de Peridicos cmdantasba
 
Noções gerais de segurança num laboratório
Noções gerais de segurança num laboratórioNoções gerais de segurança num laboratório
Noções gerais de segurança num laboratóriocmdantasba
 
Microscopia eletrônica de varredura
Microscopia eletrônica de varreduraMicroscopia eletrônica de varredura
Microscopia eletrônica de varreduracmdantasba
 
Mineralização com forno de microondas adaptado
Mineralização com forno de microondas adaptadoMineralização com forno de microondas adaptado
Mineralização com forno de microondas adaptadocmdantasba
 

More from cmdantasba (20)

Uso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteisUso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteis
 
Números quânticos
Números quânticosNúmeros quânticos
Números quânticos
 
Absorção Atômica
Absorção AtômicaAbsorção Atômica
Absorção Atômica
 
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletróliseTrabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
 
Ligações químicas
Ligações químicasLigações químicas
Ligações químicas
 
Propriedades periodicas
Propriedades periodicas Propriedades periodicas
Propriedades periodicas
 
Uso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteisUso de extintores portáteis
Uso de extintores portáteis
 
Noções básicas de química inorgânica
Noções básicas de química inorgânicaNoções básicas de química inorgânica
Noções básicas de química inorgânica
 
Estudo do átomo
Estudo do átomoEstudo do átomo
Estudo do átomo
 
Pratica 04 - teste de carbonatação do concreto-
Pratica 04 -  teste de carbonatação do concreto-Pratica 04 -  teste de carbonatação do concreto-
Pratica 04 - teste de carbonatação do concreto-
 
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-
 
Pratica 03 - teste da chama
Pratica 03 -  teste da chamaPratica 03 -  teste da chama
Pratica 03 - teste da chama
 
Prática 02 qui 221 ucsal segurança em lab. químico-
Prática 02 qui 221 ucsal  segurança em lab. químico-Prática 02 qui 221 ucsal  segurança em lab. químico-
Prática 02 qui 221 ucsal segurança em lab. químico-
 
Prática 01 qui 221 ucsal observação cientifica e descrição-
Prática 01 qui 221 ucsal  observação cientifica e descrição-Prática 01 qui 221 ucsal  observação cientifica e descrição-
Prática 01 qui 221 ucsal observação cientifica e descrição-
 
Principais vidrarias de laboratório
Principais vidrarias de laboratórioPrincipais vidrarias de laboratório
Principais vidrarias de laboratório
 
Tabela Periódica dos Elementos Químicos.
Tabela Periódica dos Elementos Químicos.Tabela Periódica dos Elementos Químicos.
Tabela Periódica dos Elementos Químicos.
 
Artigos e Publicao de Peridicos
Artigos e Publicao de Peridicos Artigos e Publicao de Peridicos
Artigos e Publicao de Peridicos
 
Noções gerais de segurança num laboratório
Noções gerais de segurança num laboratórioNoções gerais de segurança num laboratório
Noções gerais de segurança num laboratório
 
Microscopia eletrônica de varredura
Microscopia eletrônica de varreduraMicroscopia eletrônica de varredura
Microscopia eletrônica de varredura
 
Mineralização com forno de microondas adaptado
Mineralização com forno de microondas adaptadoMineralização com forno de microondas adaptado
Mineralização com forno de microondas adaptado
 

Ligacao quimica (introdução)

  • 1. Ligação Química O conceito de configuração electrónica e o desenvolvimento da Tabela Periódica permitiu aos químicos uma base lógica para explicar a formação de moléculas e outros compostos. A explicação de Lewis é que os átomos reagem de forma a alcançar uma configuração electrónica mais estável (correspondendo à configuração de um gás nobre. O que é uma ligação química? É o conjunto de forças que mantém os átomos unidos entre si, dando origem a moléculas. Em todos os tipos de ligação química as forças de ligação são essencialmente electrostáticas (ou de Coulomb), i.é., forças entre cargas eléctricas.
  • 2. Tipos de Ligação Química  Ligação iónica  Ligação covalente  Ligação metálica
  • 3. Representações de Lewis Numa ligação química só intervêm os electrões de valência, ou seja, os electrões da camada mais externa do átomo. Para os representar utilizamos as representações de Lewis ou notação de Lewis. Consistem no símbolo do elemento (que representa o núcleo mais as camadas internas, ou cerne do átomo) e um ponto (dot) por cada electrão de valência. Exemplos: metais alcalinos: Li ; Na oxigénio: O carbono: C halogéneos: F
  • 4. Representações de Lewis Os elementos de transição têm camadas internas incompletas e não podemos (em geral) escrever a notação de Lewis para estes elementos.
  • 5. Ligação iónica A ligação iónica é característica dos elementos dos Grupos 1 e 2 e dos halogéneos e oxigénio. As ligações iónicas formam-se quando um elemento com baixa energia de ionização cede um electrão a um elemento com elevada afinidade electrónica. Exemplo: LiF (fluoreto de lítio) Li Li+ + e- ionização do lítio F + e- F- aceitação do electrão pelo flúor Li+ + F- LiF formação do composto iónico
  • 6. Formação de um sólido iónico (NaCl) Iões com cargas opostas são atraídos um para o outro por forças electrostáticas. Estas forças definem a ligação iónica. O conjunto de ligações iónicas entre iões vizinhos, Na+ e Cl- conduzem à formação do sólido iónico. Os iões permanecem juntos devido à atracção electrostática: QNa + QCl − Eα r
  • 7. Energética da formação de ligações iónicas A estabilidade de um composto iónico depende da interacção de todos os iões. Energia de rede: é a energia necessária para dissociar completamente um mole de composto iónico sólido nos seus iões no estado gasoso. NaCl(s) Na+(g) + Cl-(g) U = +787 kJ/mol Esta energia não pode ser medida directamente, mas pode ser obtida a partir de um ciclo de Born-Haber, que mostra todos os passos que contribuem para a energia total da reacção de formação do composto iónico.
  • 8. Energética da formação de ligações iónicas O Ciclo de Born-Haber relaciona a energia de rede com a energia de ionização, afinidade electrónica e outras propriedades atómicas e moleculares.
  • 9. Ciclo de Born-Haber Cl(g) + e- Cl-(g) Na(g) Na+(g) + e- 495.8 kJ/mol -348.6 kJ/mol Na+(g) + Cl-(g) NaCl(s) 1/2 Cl2(g) Cl(g) 122 kJ/mol ∆H = ? Na(s) Na(g) 107.3 kJ/mol Na(s) + 1/2 Cl2(g) NaCl(s) ∆Htotal = -411 kJ/mol ∆H1 + ∆H2 + ∆H3 + ∆H4 + ∆H5 = ∆Htotal ∆H5 = -787 kJ/mol Urede = + 787 kJ/mol
  • 10. Energia de rede de sólidos iónicos Urede/kJ.mol-1 Tfusão/°C __________________________ LiCl 853 801 LiF 1036 845 MgO 3791 2800 ___________________________
  • 11. Ligação covalente Ligação covalente: é uma ligação na qual electrões são partilhados por dois átomos. O comprimento e força da ligação química resultam do equilíbrio devido à repulsão entre cargas iguais e atracção entre cargas opostas.
  • 12. Comprimento da ligação covalente Define-se comprimento da ligação como sendo a distância entre os núcleos de dois átomos ligados numa molécula.
  • 13. Estruturas de Lewis Ligação no H2: H + H H H Ligação no F2: F + F F F ou F-F Electrões não envolvidos na ligação: pares isolados ou não- Par ligante ligantes Regra do Octeto: Qualquer átomo, excepto o hidrogénio, tem tendência a formar ligações até ficar rodeado por oito electrões de valência (válido para elementos do 2º período).
  • 15. Energia de dissociação da ligação A energia de dissociação da ligação é a energia necessária para quebrar essa ligação.
  • 16. Electronegatividade No caso do hidrogénio, H2; os electrões são igualmente partilhados pelos dois núcleos. A situação é diferente por exemplo para o HCl ou HF. Os electrões passam mais tempo na vizinhança de um dos átomos. Ligação covalente polar Electronegatividade (EN): medida da capacidade de um átomo atrair para si os electrões partilhados numa ligação.
  • 17. Escala de Pauling de electronegatividades
  • 18. Previsão do carácter da ligação Se ∆EN < 2.0 a ligação é covalente polar; Se ∆EN ~ 2.0 tem 50 % de carácter iónico; se ∆EN > 2.0 então a ligação é predominantemente iónica. Se ∆EN = 0, a ligação é covalente apolar ( 0% de carácter iónico).
  • 19. Propriedades de compostos covalentes e iónicos Compostos covalentes: geralmente gases, líquidos ou sólidos de baixo ponto de fusão Compostos iónicos: sólidos de ponto de fusão elevado. Propriedade NaCl CCl4 Aspecto sólido branco líquido incolor Tfusão/ °C 801 - 23 Tebulição/ °C 1413 76.5 solubilidade em H2O elevada bastante baixa Condutividade eléctrica sólido mau mau fundido bom mau
  • 20. Estruturas de Lewis para moléculas poliatómicas 1)Escrever o esqueleto estrutural do composto. Em geral o átomo menos electronegativo ocupa posição central. H e F ocupam sempre posições terminais 2) Contar o número total de electrões de valência. Para aniões poliatómicos adicionar o número de cargas negativas. Para catiões subtrair. 3) Desenhar uma ligação covalente simples entre o átomo central e cada um dos átomos em redor. Completar o octeto dos átomos ligados ao átomo central. 4) Se a regra do octeto não for verificada para o átomo central experimentar ligações duplas ou triplas entre o átomo central e os átomos em redor.
  • 21. Exemplos Praticar: NF3; CS2; HNO3
  • 22. Carga formal Chama-se carga formal de um átomo à diferença entre o número de electrões de valência num átomo isolado e o número de electrões atribuído a esse átomo numa estrutura de Lewis.  1  Carga formal = nº total de e - de valência - nº total de e - não ligantes + nº total de e - ligantes  2   Para moléculas neutras a soma das cargas formais tem de ser zero. Para iões a soma tem de igualar a carga do ião.  Estruturas de Lewis com menores cargas formais são mais prováveis  Estruturas de Lewis mais prováveis quando as cargas negativas estão situadas nos átomos mais electronegativos.
  • 23. Ressonância Estruturas de ressonância: cada uma das duas ou mais estruturas de Lewis para uma molécula particular. Híbridos de ressonância
  • 24. Excepções à regra do octeto BeH2 : H-Be-H Moléculas com número ímpar de electrões, nunca satisfazem a regra do octeto: Octeto expandido (a partir do 2º período da Tabela Periódica)
  • 25. Geometria molecular Forma como os átomos numa molécula se orientam no espaço. A geometria de uma molécula pode afectar as propriedades físicas e químicas, como o ponto de fusão, ebulição, densidade, etc. O modelo mais simples é baseado na estruturas de Lewis: VSEPR (valence shell electron-pair repulsion) Modelo de Repulsão dos Pares Electrónicos da Camada de Valência: a geometria de uma molécula é determinada pela minimização das repulsões entre os pares de electrões da camada de valência.
  • 26. Moléculas com átomo central sem pares isolados
  • 27. Moléculas em que o átomo central tem pares isolados Repulsão par isolado- par isolado- par ligante- -par isolado -par ligante -par ligante
  • 28. Momentos dipolares _ _ + + + _ + _ + _ + _ + + _ _ + _ _ + + _ + _ _ + + _ + + _ _ Moléculas polares orientam os seus centros de carga na direcção do campo eléctrico aplicado. F2, O2, etc.. são moléculas apolares. HCl, NO, etc.. são moléculas polares
  • 29. Geometria e polaridade O momento dipolar é uma grandeza vectorial e é definido como o produto da carga, Q, pela distância, r, entre as cargas: µ = Q× r 1 D = 3.336 ×10-30 C.m Molécula geometria µ(D) HF linear 1.92 HBr linear 1.08 H2 O angular 1.87 NH3 piramidal 1.46 SO2 angular 1.60 CO2 linear 0
  • 30. Ligação metálica Teoria do electrão livre de Drude e Lorentz. Metais: possuem elevada condutibilidade térmica e eléctrica brilho considerável maleabilidade e ductilidade
  • 31. Recomendações Finais Utilizem estes “slides” em conjuntos com as vossa notas da lição! Complementem o vosso estudo com a leitura do Capítulo 9 e parte inicial do Capítulo 10 do Chang (R.Chang, Química, 8ª ed., McGraw-Hill, Lisboa, 2005) Resolvam os exercícios da 2ª série! Bom fim-de-semana!