Este documento fornece um resumo de três frases ou menos:
O documento apresenta os conceitos básicos de desenho técnico mecânico, incluindo linhas convencionais, projeções ortogonais, dimensões, escalas, cortes, perspectiva e desenho de conjuntos mecânicos. Ele destaca a importância do desenho técnico como forma de comunicação e representação gráfica normalizada, diferente do desenho artístico.
2. Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade
Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica
Diretor Regional do SENAI e
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos
Gerente de Educação e Tecnologia
Edmar Fernando de Alcântara
Elaboração/Organização
Edilson José Gomes
Geraldo Magela de Oliveira
Luiz Antônio Madeira
Unidade Operacional
Centro de Formação Profissional Pedro Martins Guerra
5. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
AApprreesseennttaaççããoo
“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do
conhecimento. “
Peter Drucker
O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os
perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e
,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”
Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área
tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.
Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !
Gerência de Educação e Tecnologia
6. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Quando alguém quer transmitir um recado pode utilizar a fala ou passar seus
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem
fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha,
acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho.
A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos. A representação
que vai interessar neste curso é o desenho.
Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação.
E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para compreensão da
História, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos
conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até sua idéias.
As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo à
medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. Veja
algumas formas de representação da figura humana, criadas em diferentes
épocas históricas.
Representação Esquemática da Figura Humana
Figura 1 – Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 – 4500
A. C.)
7. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Representação Plana que Destaca o Contorno da Figura Humana
Figura 2 – Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a. C.
Representação do Corpo Humano Transmitindo a Idéia de Volume
Figura 3 –Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475 – 1564)
Esses exemplos de representação gráfica são considerados desenhos artísticos.
Embora não seja artístico, o desenho técnico também é uma forma de
representação gráfica, usada, entre outras finalidades, para ilustrar instrumentos
de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas. E esse tipo de desenho
também sofreu modificações, com o passar do tempo.
8. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Diferenças Entre Desenho Técnico e Desenho Artístico
O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais
de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na marcenaria, na
eletricidade. Mais detalhes sobre o desenho técnico você aprenderá no decorrer
deste curso. Por enquanto, é importante que você saiba as diferenças que
existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. Para isso, é necessário
conhecer bem as características de cada um. Observe os desenhos abaixo:
Figura 4 – Cabeça de criança de Rosalba Carreira (1676 – 1757)
Figura 5 – Paloma, de Pablo Picasso (1881 – 1973)
Estes são exemplos de desenhos artísticos. Os artistas transmitiram suas idéias e
seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o compromisso de
retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade
do artista que o criou.
Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas
as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista
deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas.
Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou
seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico,
de acordo com normas específicas. Observe alguns exemplos.
11. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
11.. LLIINNHHAASS CCOONNVVEENNCCIIOONNAAIISS
Tipos de Linhas
LINHA DENOMINAÇÃO
APLICAÇÃO GERAL
(ver figuras 1.1 e 1.2 e outras)
A Contínua larga A1 contornos visíveis
A2 arestas visíveis
B
____________________
Contínua estreita B1 linhas de interseção
imaginárias
B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B4 linhas de chamadas
B5 hachuras
B6 contornos de seções
rebatidas na própria vista
B7 linhas de centros curtas
C
D
Contínua estreita a mão livre (1)
Contínua estreita em ziguezague (1)
C1 limites de vistas ou cortes
parciais ou interrompidas se
o limite não coincidir com
linhas de traço e ponto
(Figura 1.3)
D1 esta linha destina-se a
desenhos confeccionados
por máquinas (Figura1.4)
E
F
___ ___ ___ ___ __
Tracejada larga (1)
Tracejada estreita (1)
E1 contornos não visíveis
E2 arestas não visíveis
F1 contornos não visíveis
F2 arestas não visíveis
G Traço e ponto estreita G1 linhas de centro
G2 linhas de simetrias
G3 trajetórias
H Traço e ponto estreita, larga nas
extremidades e na mudança de
direção
H1 planos de cortes
J Traço e ponto larga J1 indicação das linhas ou
superfícies com indicação
especial
K
. . . . . .
Traço dois pontos estreita K1 contornos de peças
adjacentes
K2 posição limite de peças
móveis
K3 linhas de centro de
gravidade
K4 cantos antes da
conformação
k5 detalhes situados antes do
plano de corte
(1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.
Tabela 1.1
13. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
PLANO DE PROJEÇÃO
PROJEÇÃO
PEÇA
22.. PPRROOJJEEÇÇÕÕEESS OORRTTOOGGOONNAAIISS
2.1 VISTAS ESSENCIAIS
Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser desenhada
(representada) num plano. A essa representação gráfica se dá o nome de
"projeção".
O plano é denominado "plano de projeção" e a representação da peça recebe,
nele, o nome de projeção.
Podemos obter as projeções através de observações feitas em posições
determinadas. Podemos então ter várias vistas da peça.
Figura 2.1
Tomemos por exemplo uma caixa de fósforos. Para representar a caixa vista de
frente, consideramos um plano vertical e vamos representar nele esta vista. A
vista de frente é, por isso, também denominada projeção vertical e/ou elevação.
Figura 2.2
15. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
V.C.
A figura seguinte representa a projeção horizontal vista de cima ou planta das
peças, para o observador na posição indicada.
Figura 2.5
O observador poderá representar a caixa olhando-a de lado. Teremos uma vista
lateral e a projeção representará uma vista lateral que pode ser da direita ou da
esquerda.
Figura 2.6
Reparemos que uma peça pode ter, pelo que foi esclarecido, até seis vistas;
entretanto, uma peça que estamos vendo ou imaginando, deve ser representada
por um numero de vistas que nos dê a idéia completa de peça, um número de
vistas essenciais para representá-la a fim de que possamos entender qual é a
forma e quais as dimensões da peça. Estas vistas são chamadas de vistas
principais.
Ao selecionar a posição da peça da qual se vai fazer a projeção escolhe-se para a
vertical aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a peça; por isso, é
comum também chamar a projeção vertical (elevação) de vista principal.
As três vistas, elevação, planta e vista lateral esquerda, dispostas em posições
normalizadas pela ABNT nos dão as suas projeções.
17. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
ARESTAS NÃO VISÍVEIS
QUANDO VISTA NA LATERAL
LINHAS DE CENTRO
EIXOS DE SIMETRIA
LINHAS DE CENTRO
Na vista lateral esquerda das projeções das peças abaixo, existem linhas
tracejadas. Elas representam as arestas não visíveis.
Figura 2.11
Nas projeções abaixo, aparecem linhas de centro.
Figura 2.12
Nas projeções abaixo, foram empregados eixos de simetria.
Figura 2.13
As projeções desenhadas nas folhas anteriores apresentaram a vista lateral
esquerda, representando o que se vê olhando a peça pelo lado esquerdo, apesar
de sua projeção estar à direita da elevação.
Nos casos em que o maior número de detalhes estiver colocado no lado direito da
peça, usa-se a vista lateral direita, projetando-a à esquerda da elevação,
conforme exemplos seguintes.
21. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
2. Observe as vistas abaixo e responda:
a) Quais são as vistas representadas?
b) Quais as letras e números que estão indicados na vista de frente?
c) Que letra na vista de cima, representa o número 3, da vista de frente?
d) Que número na vista de frente, representa a letra A, da vista lateral?
e) Que letra na vista lateral, representa o número 5, da vista de frente?
f) Que número na vista de cima, representa a letra K, da vista de frente?
g) Que letra na vista de cima, representa a letra H da vista lateral?
24. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
2.3 SUPRESSÕES DE VISTAS
Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que
melhor identificam suas formas e dimensões. Podemos usar três ou mais vistas,
como também podemos usar duas vistas e, em alguns casos, até uma única vista.
Nos exemplos seguintes estão representadas peças com duas vistas. Continuará
havendo uma vista principal - vista de frente -, sendo escolhida como segunda
vista aquela que melhor complete a representação da peça.
Figura 2.18
Nos exemplos seguintes estão representadas peças por uma única vista. Neste
tipo de projeção e indispensável o uso de símbolos.
Figura 2.19
25. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
2.4 EXERCÍCIOS
1. Observe as vistas abaixo e responda:
a) Quais as vistas representadas acima?
b) Qual é a forma da peça acima?
c) Que letra na vista de frente, representa o número 5, da vista lateral?
d) Que tipo de furo está representado?
e) Que número na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?
f) Que letra indica o eixo de simetria?
g) Que letra na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?
h) Que letra indica o centro do furo?
i) Quais as letras e números que indicam o furo?
27. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
33.. DDIIMMEENNSSIIOONNAAMMEENNTTOO EE SSIIMMBBOOLLOOGGIIAA
Você já sabe que, embora não existam regras fixas de cotagem, a escolha da
maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende de alguns critérios. Os
profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos devem levar em
consideração vários fatores, como por exemplo: forma da peça; forma e
localização dos seus elementos; tecnologia da fabricação; função que esta peça
irá desempenhar e a precisão requerida na execução e no produto final.
A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de
cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça.
Veremos, a partir de agora, os principais sistemas de cotagem, isto é, os modos
organizados de estruturar a cotagem completa da peça.
3.1 REPRESENTAÇÃO DE COTAS
Cotagem em Cadeia
Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes com
diâmetros diferentes.
Figura 3.1 – ESC 1:2
Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem
em cadeia, cada parte da peça é cotada individualmente. A parte identificada pela
letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. Já a cota 12 indica o
comprimento da parte C. Analise você mesmo as demais cotas.
Você deve ter reparado que a cotagem da peça não está completa. Foram
inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da peça, para
ilustrar a aplicação do sistema de cotagem em cadeia.
Este sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível acúmulo de
erros na execução da peça não comprometer a sua funcionalidade. Em outras
palavras, quando a exigência de precisão na execução de cada parte da peça é
muito grande, este sistema de cotagem não deve ser adotado.
28. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Cotagem por Elemento de Referência
Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir de uma
parte da peça ou do desenho tomado como referência. Este elemento de
referência tanto pode ser uma face da peça como também uma linha básica, isto
é, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem deve
ser escolhido sempre que é necessário evitar o acúmulo de erros construtivos na
execução da peça.
Cotagem por Face de Referência
Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note
que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal
apresenta a cotagem completa.
Figura 3.2 – ESC 1:1
A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referência, como se
observa na perspectiva. A partir desta face de referência foram indicadas as
cotas: 35 e 45.
foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de referência tomada como base
para indicação das cotas de comprimento 35 e 45. No desenho técnico da peça
não se usa a expressão: "face de referência".
Vamos interpretar a cotagem deste desenho técnico na vista frontal.
A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o diâmetro da peça. As cotas 45 e 35
indicam o comprimento de cada parte da peça partindo da face escolhida como
referência. Os diâmetros de cada parte da peça estão indicados pelas cotas 16 e
26.
Cotagem por Linha Básica
Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de
linhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos
29. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
ou qualquer outra linha que facilite a interpretação dos procedimentos construtivos
da peça.
Como exemplo, observe a próxima peça, representada em perspectiva cotada e,
ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, estão representadas apenas as
cotas indicadas a partir da linha básica vertical, apontada na perspectiva.
Figura 3.3 – ESC 1:1
As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha básica vertical.
A expressão linha básica não aparece no desenho técnico. Você deve deduzir
qual foi a linha do desenho tomada como referência analisando a disposição das
cotas.
É claro que a cotagem do desenho anterior não está completa. Foram indicadas
apenas as cotas relacionadas com a linha básica escolhida, para que você
identificasse com facilidade este tipo de cota.
Analise agora um exemplo de desenho técnico cotado por mais de uma linha
básica.
Figura 3.4 – ESC 1:2
30. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
A cotagem por linhas básicas também é usada na representação de peças com
partes curvas irregulares. Agora você vai ver um exemplo de cotagem por linha
básica e por face de referência ao mesmo tempo, numa peça com curvas
irregulares. Analise primeiro a peça cotada em perspectiva, para entender melhor.
Figura 3.5
Essa peça apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas cotas foram
determinadas a partir da linha básica, que corresponde à linha de simetria
horizontal da peça. Outras foram determinadas a partir da face de referência
identificada pela letra A. Veja a mesma peça, representada em vista única cotada.
Figura 3.6 – ESC 1:2
31. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
As cotas indicadas a partir da linha básica são: 24, 12, 11,20,29,35 e 39. As cotas
indicadas a partir da face de referência são: 96, 86, 71, 56, 41, 26 e 13.
Para interpretar a localização dos elementos e a curvatura da peça você deve
analisar as cotas indicadas a partir da linha básica em conjunto com as cotas
indicadas a partir da face de referência. Os furos localizam-se a 12 mm da linha
básica e a 13 mm da face de referência. O rebaixo localiza-se a 24 mm da linha
básica e a 26 mm da face de referência. Os pares de cotas que determinam a
curvatura da peça são: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e 20, 96 e 11. As cotas
básicas da peça são: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10 (espessura). Os dois
furos têm diâmetros iguais e medem 10 mm.
3.2 REGRAS DE COTAGEM
Formas de Cotagem a Partir de Elementos de Referência
Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as cotas podem
ser indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva.
Cotagem em paralelo: a localização dos furos é determinada a partir da mesma
face de referência. Observe que as linhas de cota estão dispostas em paralelo
umas em relação às outras. Daí o nome: cotagem em paralelo.
Figura 3.7 – ESC 1:1
Cotagem aditiva: este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitação
de espaço e desde que não cause dificuldades na interpretação do desenho. Veja
a mesma placa com 6 furos, que você estudou cotada em paralelo, agora com
aplicação de cotagem aditiva.
Figura 3.8 – ESC 1:1
32. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0
(zero). As cotas são indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação
das cotas é semelhante à da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distância
do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência, que contém o ponto
0; a cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18
mm; a cota 34 indica a distância do terceiro furo em relação ao mesmo elemento
de referência e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem 0 podemos
ter cotagem aditiva em duas direções. É o que você vai aprender, a seguir.
Figura 3.9
Esta placa apresenta 7 furos, de diâmetros variados, dispostos irregularmente na
peça. A cotagem aditiva em duas direções é uma maneira prática de indicar a
localização dos furos.
O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicação das cotas em duas direções,
como você pode ver no desenho técnico a seguir.
Figura 3.10 – ESC 1:1
A localização de cada furo é determinada por um par de cotas. Por exemplo: a
localização do furo que tem 6 mm de diâmetro fica definida pelas cotas: 40 e 23.
Isto quer dizer que o furo de 6 mm está a uma distância de 40 mm em relação ao
ponto de origem, no sentido do comprimento da peça, e a 23 mm do mesmo
33. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
ponto, no sentido da altura da peça. O mesmo raciocínio permite interpretar a
localização de todos os outros furos da peça.
Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na cotagem por
coordenadas.
Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no desenho,
elas são indicadas numa tabela, próxima ao desenho. Os elementos da peça são
identificados por números. A interpretação das cotas relacionadas a estes
números, na tabela, permite deduzir a localização, o tamanho e a forma dos
elementos.
Figura 3.11 - Placa com furos, cotada por coordenadas
Na cotagem por coordenadas, imagina-se a peça associada a dois eixos
perpendiculares entre si. O ponto onde estes dois eixos se cruzam é o ponto 0
(zero), ou ponto de origem, que não aparece no desenho técnico. Um eixo recebe
o nome de x e o outro de y, como você pode ver no desenho anterior.
A localização de cada elemento fica determinada por um par de cotas, indicadas
na tabela. Uma das cotas indica a distância do elemento ao ponto de origem na
direção do eixo x. A outra cota indica a distância do elemento ao ponto de origem
na direção do eixo y. Acompanhe um exemplo, para entender bem. Observe, no
detalhe da tabela, reproduzido a seguir, as informações referentes ao furo nº 1.
Figura 3.12
O centro do furo nº 1 está localizado a uma distância de 8 mm do ponto 0, na
direção do eixo x e a uma distância de 8 mm, na direção do eixo y. O furo nº 1 é
redondo e tem 4 mm de diâmetro.
34. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
3.3 SÍMBOLOS E CONVENÇÕES
No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por meio de
uma simbologia que transmitia apenas informações qualitativas. Esta simbologia,
que hoje se encontra ultrapassada, não deve ser utilizada em desenhos técnicos
mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça, pois pode vir a
encontrá-Ia em desenhos mais antigos.
SÍMBOLO SIGNIFICADO
Indica que a superfície deve permanecer bruta, sem acabamento, e as
rebarbas devem ser eliminadas.
Indica que a superfície deve ser desbastada. As estrias produzidas pela
ferramenta podem ser percebidas pelo tato ou visão.
Indica que a superfície deve ser alisada, apresentando dessa forma marcas
pouco perceptíveis à visão.
Indica que a superfície deve ser polida, e assim ficar lisa, brilhante, sem
marcas visíveis.
Tabela 3.1 - Símbolos de acabamento superficial e seu significado
Atualmente, a avaliação da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas normas
NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma quantitativa,
permitindo que ela seja medida. Este é o próximo assunto que você vai estudar.
Avaliação da Rugosidade
A norma brasileira adota o sistema de linha média para avaliação da rugosidade.
Figura 3.13 - Perfil de uma superfície. Representação da linha média
A1 e A2 representam as saliências da superfície real. A3 e A4 representam os
sulcos ou reentrâncias da superfície real.
Não é possível a determinação dos erros de todos os pontos de uma superfície.
Então, a rugosidade é avaliada em relação a uma linha (p), de comprimento c,
que representa uma amostra do perfil real da superfície examinada.
A linha média acompanha a direção geral do perfil, determinando áreas
superiores e áreas inferiores, de tal forma que a soma das áreas superiores (A1 e
A2, no exemplo) seja igual à soma das áreas inferiores (A3 e A4, no mesmo
35. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
exemplo), no comprimento da amostra. A medida da rugosidade é o desvio médio
aritmético (Ra) calculado em relação à linha média.
Figura 3.14 – Representação gráfica da rugosidade média
A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que correspondem a
determinados desvios médios aritméticos (Ra) expressos em mícrons (µm). Veja,
na tabela reproduzida a seguir, as 12 classes de rugosidade e os desvios
correspondentes.
CLASSES DE RUGOSIDADE DESVIO MÉDIO ARITMÉTICO Ra
(µµµµm)
N 12
N 11
N 10
N 9
N 8
N 7
N 6
N 5
N 4
N 3
N 2
N 1
50
25
12,5
6,3
3,2
1,6
0,8
0,4
0,2
0,1
0,05
0,025
Tabela 3.2 – Características da rugosidade (Ra).
Como exemplos: um desvio de 3,2µm corresponde a uma classe de rugosidade N
8; a uma classe de rugosidade N 6 corresponde um valor de rugosidade Ra = 0,8
µm.
Indicação de Rugosidade nos Desenhos Técnicos
O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é constituído por
duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de 60º entre si e em
relação à linha que representa a superfície considerada.
Figura 3.15
Este símbolo, isoladamente, não tem qualquer valor. Quando, no processo de
fabricação, é exigida remoção de material, para obter o estado de superfície
previsto, o símbolo básico é representado com um traço adicional.
36. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Figura 3.16
A remoção de material sempre ocorre em processos de fabricação que envolvem
corte, como por exemplo: o torneamento, a fresagem, a perfuração entre outros.
Quando a remoção de material não é permitida, o símbolo básico é representado
com um círculo, como segue.
Figura 3.17
O símbolo básico com um círculo pode ser utilizado, também, para indicar que o
estado de superfície deve permanecer inalterado mesmo que a superfície . venha
a sofrer novas operações.
Quando for necessário fornecer indicações complementares, prolonga-se o traço
maior do símbolo básico com um traço horizontal e sobre este traço escreve se a
informação desejada.
Figura 3.18
No exemplo anterior está indicado o processo de remoção de material por
fresagem.
Indicação do Valor da Rugosidade
Você já sabe que o valor da rugosidade tanto pode ser expresso numericamente,
em mícrons, como também por classe de rugosidade.
O valor da rugosidade vem indicado sobre o símbolo básico, com ou sem sinais
adicionais.
Figura 3.19
As duas formas de indicar a rugosidade são corretas. Quando for necessário
estabelecer os limites máximo e mínimo das classes de rugas idade, estes
valores devem ser indicados um sobre o outro. O limite máximo deve vir escrito
em cima.
37. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Figura 3.20
Nesse exemplo, a superfície considerada deve ter uma rugosidade Ra
compreendida entre um valor máximo N 9 e um valor mínimo N 7 que é o mesmo
que entre 6,3 µm e 1,6 µm. Para saber a equivalência das classes de rugosidade
em mícrons (µm), basta consultar a tabela de Características da rugosidade (Ra),
vista anteriormente.
Símbolo Para a Direção das Estrias
Há uma outra característica microgeométrica que deve ser levada em conta no
processo de fabricação e na avaliação da rugosidade: trata-se da direção das
estrias, que são as pequenas linhas ou os sulcos deixados na superfície usinada
pela ferramenta usada no processo de fabricação da peça.
Quando for necessário definir a direção das estrias isso deve ser feito por um
símbolo adicional ao símbolo do estado de rugosidade.
Os símbolos para direção das estrias são normalizados pela NBR8404/84. Veja, a
seguir, quais são os símbolos normalizados.
O símbolo indica que as estrias são paralelas ao plano de projeção da vista
sobre a qual o símbolo é aplicado. Acompanhe o exemplo. Imagine que após a
usinagem, as estrias da superfície devem ficar na direção indicada na
perspectiva. Veja, ao lado, a indicação da direção das estrias no desenho técnico.
Figura 3.21
Note que, no desenho técnico, o símbolo de rugosidade foi representado na vista
frontal. Ao seu lado, foi representado o símbolo, que indica a posição das
estrias em relação ao plano de projeção da vista frontal.
Lembre-se de que as estrias não são visíveis a olho nu por serem características
microgeométricas. A indicação da direção das estrias, no desenho técnico,
informa ao operador da máquina qual deve ser a posição da superfície a ser
usinada em relação à ferramenta que vai usiná-Ia.
O símbolo indica que as estrias são perpendiculares ao plano de projeção da
vista sobre a qual ele é aplicado. Veja no desenho.
38. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 38/38
Mantenedor Mecânico
Figura 3.22
O símbolo , ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal indica que a
posição das estrias da superfície a ser usinada deve ser perpendicular ao plano
de projeção da vista frontal.
Quando as estrias devem ficar cruzadas, em duas direções oblíquas, como
mostram os desenhos abaixo, o símbolo de direção das estrias é X.
Figura 3.23
Repare que os símbolos: , representados na vista frontal, indicam qual a
superfície a ser usinada e quais as direções das estrias resultantes.
Outra possibilidade é que as estrias se distribuam em muitas direções, como nos
desenhos abaixo:
Figura 3.24
O símbolo indicativo de direções das estrias é M, que aparece representado
ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal.
Quando as estrias devem formar círculos aproximadamente concêntricos, como
mostram os próximos desenhos, o símbolo de direção das estrias é C.
Figura 3.25
Repare que o símbolo C aparece representado ao lado do símbolo de rugosidade,
no desenho técnico.
Finalmente, as estrias podem se irradiar a partir do ponto médio da superfície à
qual o símbolo se refere. Veja.
Figura 3.26
39. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 39/39
Mantenedor Mecânico
O símbolo R, ao lado do símbolo de rugosidade, indica que a direção das estrias
é radial em relação ao ponto médio da superfície a ser usinada.
3.4 COTAGEM DE DETALHES
Indicação de Sobremetal Para Usinagem
Quando uma peça fundida deve ser submetida a usinagem posterior, é
necessário prever e indicar a quantidade de sobremetal, isto é, de metal a mais,
exigido para a usinagem.
Quando for necessário indicar esse valor, ele deve ser representado à esquerda
do símbolo, de acordo com o sistema de medidas utilizado para cotagem. Veja
um exemplo.
Figura 3.27
O numeral 5, à esquerda do símbolo de rugosidade, indica que a superfície
fundida deve ter 5 mm de espessura a mais do que a dimensão nominal da cota
correspondente.
Disposição das Indicações de Estado de Superfície
Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em relação ao
símbolo, conforme as posições a seguir:
Figura 3.28
Relembre o que cada uma das letras indica:
a - valor da rugosidade Ra, em µm, ou classe de rugosidade N 1 a N 12;
b - método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície;
c - comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm;
d - direção predominante das estrias;
e - sobremetal para usinagem (µm).
40. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 40/40
Mantenedor Mecânico
Indicações de Estado de Superfície nos Desenhos
Os símbolos e as inscrições devem estar representados de tal modo que
possam ser lidos sem dificuldade. Veja um exemplo.
Figura 3.29
No exemplo acima, a rugosidade Ra das faces: inferior e lateral direita é igual a
6,3 µm.
O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio de uma linha de
indicação, como no próximo desenho.
Figura 3.30
Note que a linha de indicação apresenta uma seta na extremidade que toca a
superfície. Observe novamente o desenho anterior e repare que o símbolo é
indicado uma vez para cada superfície. Nas peças de revolução, o símbolo de
rugosidade é indicado uma única vez, sobre a geratriz da superfície considerada.
Veja.
Figura 3.31
O símbolo indica que a superfície de revolução inteira deve apresentar o mesmo
estado de superfície. Quando todas as superfícies da peça têm o mesmo grau de
rugosidade, a indicação é feita de maneira simplificada.
Caso se trate de uma peça isolada, a indicação do estado de rugosidade é
representada próxima à vista da peça, como no desenho a seguir.
41. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 41/41
Mantenedor Mecânico
Figura 3.32
Se a peça faz parte de um conjunto mecânico, ela recebe um número de
referência que a identifica e informa sobre a posição da peça no conjunto. Nesse
caso, a indicação do estado de superfície vem ao lado do número de referência
da peça, como no próximo desenho.
Figura 3.33
Quando um determinado estado de superfície é exigido para a maioria das
superfícies de uma peça, o símbolo de rugosidade correspondente vem
representado uma vez, ao lado superior direito da peça. Os demais símbolos de
rugosidade, que se referem a superfícies indicadas diretamente no desenho, vêm
após o símbolo principal, entre parênteses. Veja um exemplo.
Figura 3.34
Neste exemplo, N 9 é a classe de rugosidade predominante. Uma das superfícies
de revolução deve apresentar a classe N 8 e a superfície do furo longitudinal deve
apresentar a classe N 6. O símbolo pode ser representado dentro dos
parênteses para substituir as indicações específicas de classes de rugosidade. No
exemplo anterior, onde aparece esta indicação pode ser
substituída por .
Quando a peça leva número de referência, a indicação da rugosidade geral e das
rugosidades específicas vem ao lado do número de referência, como no desenho
abaixo.
Figura 3.35
42. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 42/42
Mantenedor Mecânico
Correspondência Entre os Símbolos de Acabamento e Classes de
Rugosidade
Os símbolos indicativos de acabamento superficial, apresentados, vêm sendo
gradativamente substituídos pelas indicações de rugosidade. É possível que você
ainda encontre desenhos que apresentem aquela simbologia já superada. Na
prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre os antigos
símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de rugosidade:
SÍMBOLO SÍMBOLO INDICATIVO DE RUGOSIDADE
de N 10 a N 12
de N 7 a N 9
de N4 a N6
Tabela 3.3 – As classes de N 1 a N 3 correspondem a graus de rugosidade mais “finos” que
o polido ( )
43. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 43/43
Mantenedor Mecânico
44.. EESSCCAALLAASS
Os desenhos que utilizamos em oficinas, para orientar a construção de uma peça,
nem sempre podem ser executados com os valores reais das medidas da peça.
Por exemplo: é impossível representar no desenho uma mesa de três metros de
comprimento em seu tamanho real, como é também difícil ou quase impossível
representar em seu tamanho natural uma peça para relógio, com três milímetros
de diâmetro.
O recurso será, então, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a proporção da
peça a ser executada.
Em todos estes casos, isto é, desenhando na mesma medida, reduzindo ou
ampliando, estaremos empregando escalas. Escala é, portanto, a relação entre as
medidas do desenho e a da peça.
4.1 TIPOS E EMPREGOS
Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou quando tiver as mesmas
dimensões indicadas nas cotas, teremos a escala natural.
A escala natural é indicada da seguinte forma: Escala 1:1, que se lê "Escala um
por um".
Figura 4.1 – Escala 1:1
Vemos o desenho de um punção de bico com todas as indicações necessárias à
sua execução na oficina. Note que, devido ao seu tamanho, foi possível desenhar
em escala natural.
Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do que o
tamanho da própria peça, estaremos usando escala de redução. Note que,
embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservaram as medidas
reais da peça.
A escala de redução é indicada da seguinte forma: Escala 1:2, que se lê "Escala
um por dois".
44. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 44/44
Mantenedor Mecânico
Figura 4.2 – escala 1:2
Neste exemplo, o desenho está duas vezes menor que os valores das cotas.
As escalas de redução recomendadas pela ABNT são as seguintes:
− 1:2,
− 1:2,5,
− 1:5 e
− 1:10 até
− 1:100.
Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior do que esta,
estaremos usando escala de ampliação. Note que as cotas conservaram,
também, os valores reais da peça.
A escala de ampliação é indicada da seguinte forma: Escala 2:1, que se lê
"EscaLa dois por um”, significando que o desenho é duas vezes maior que a
peça.
Figura 4.3 – Escala 2:1
As escalas de ampliações recomendadas pela ABNT são as seguintes:
− 2:1,
− 5:1e
− 10:1.
A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da seguinte
foma: usam-se dois números. O primeiro, refere-se ao desenho e o segundo, à
peça.
47. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 47/47
Mantenedor Mecânico
55.. CCOORRTTEESS EE SSEEÇÇÕÕEESS
5.1 INTRODUÇÃO
Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos, para facilitar a
interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o emprego do
corte, seriam de difícil interpretação.
Vimos que as vistas principais apresentam detalhes internos, com linhas
tracejadas indicando os contornos e arestas não visíveis, como o exemplo abaixo.
Figura 5.1 – 1 = Perspectiva da peça
2 = Vistas essenciais da peça
Se empregarmos o corte, os detalhes internos passarão a ficar visíveis.
Imaginemos que a peça seja cortada no sentido longitudinal e a parte da frente,
retirada; na projeção, teremos a elevação em corte.
Figura 5.2
1
2
50. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 50/50
Mantenedor Mecânico
O espaçamento entre as linhas das hachuras será determinado em função do
tamanho da superfície a ser hachurada.
Sendo a área a hachurar muito grande, pode-se limitar o hachurado à vizinhança
do contorno, deixando a parte central em branco. As hachuras devem ser
interrompidas quando necessitar inscrever na área hachurada.
Figura 5.10
5.3 LINHA DE CORTE
O plano de corte é indicado, no desenho, por linha grossa com traço e ponto,
denominada linha de corte.
O corte é indicado numa vista e representado em outra. Havendo necessidade de
registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em corte, este é
indicado por setas nos extremos da linha de corte.
Figura 5.11
Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano, empregam-
se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB ou AB, CD etc.),
colocadas ao lado das setas, nos extremos da linha de corte, escrevendo-se tais
letras, junto à vista em corte correspondente, como no exemplo seguinte.
58. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 58/58
Mantenedor Mecânico
5.10 OMISSÃO DE CORTE
Observe a vista em corte, representada a seguir. O desenho aparece totalmente
hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da peça.
Figura 5.24
Observe agora os dois modelos a seguir representados em corte.
Figura 5.25
Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior?
Como as áreas atingidas pelo corte são semelhantes, fica difícil, à primeira vista,
dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na vista hachurada.
Para responder a essa questão, você precisa, antes, estudar omissão de corte.
Assim, você será capaz de:
− identificar elementos que devem ser representados com omissão de corte;
− identificar vistas ortográficas onde há representação com omissão de corte, e
− interpretar elementos representados com omissão de corte.
Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as
hachuras são parcialmente omitidas.
Analisando o próximo exemplo, você vai entender as razões pelas quais certos
elementos devem ser representados com omissão de corte. Compare as duas
escoras, a seguir.
Figura 5.26
59. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 59/59
Mantenedor Mecânico
A escora da esquerda é inteiramente sólida, maciça. Já a escora da direita, com
nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de partes maciças.
Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinaL
Figura 5.27
As áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para diferenciar as vistas
ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das duas tem estrutura mais
leve, a peça com nervura deve ser representada com omissão de corte. Veja.
Figura 5.28
Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi representada no
desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as hachuras da nervura foram
omitidas.
Representando a nervura com omissão de corte não se fica com a impressão de
que a peça com nervura é tão maciça quanto a outra.
Elementos Representados com Omissão de Corte
Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte,
quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela ABNT
(NBR 10.067/1987).
Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de corte você
estudará também nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de
engrenagens.
Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos.
Figura 5.29 Figura 5.30
61. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 61/61
Mantenedor Mecânico
Vamos imaginar que a peça foi atingida por um plano de corte longitudinal
vertical, para poder analisar as nervuras.
Numa representação normal de corte, toda a área maciça atingida pelo corte
deveria ser hachurada, como mostra o desenho a seguir.
Figura 5.35
Mas esta representação daria uma idéia falsa da estrutura da peça. Então, é
necessário imaginar a omissão de corte na nervura longitudinal.
Figura 5.36
Nas vistas ortográficas desta peça, a vista representada em corte é a vista frontal.
Na vista frontal, a nervura atingida longitudinalmente pelo corte é representada
com omissão de corte. A nervura transversal é representada hachurada.
Figura 5.37
Agora, imagine a mesma peça cortada ao meio por um plano de corte
transversal.
Figura 5.38
62. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 62/62
Mantenedor Mecânico
Neste caso, a vista atingida pelo corte é a lateral. A nervura longitudinal deve ser
representada hachurada, porque foi atingida pelo corte transversal. A nervura
transversal deve ser representada com omissão de corte. Observe, com atenção,
as vistas ortográficas da peça, cortada pelo plano transversal.
Figura 5.39
Analise uma outra possibilidade. Imagine a mesma peça cortada por um plano de
corte longitudinal horizontal.
Figura 5.40
Tanto a nervura longitudinal como a nervura transversal foram atingidas pelo corte
no sentido transversal. Então, não há necessidade de representar as nervuras
com omissão de corte. No desenho técnico, as duas nervuras devem ser
hachuradas.
Outros Casos de Omissão de Corte
Braços de polias também devem ser representados com omissão de corte. Veja
um exemplo, comparando as duas polias, representadas a seguir.
Figura 5.41
63. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 63/63
Mantenedor Mecânico
Imagine as polias selecionadas, como mostram as ilustrações seguintes.
Figura 5.42
Numa representação normal, as vistas das duas polias ficariam iguais. Veja.
Figura 5.43
Para diferenciar as representações das duas polias e para dar uma idéia mais real
da estrutura da peça, os braços da polia são representados com omissão de corte
no desenho técnico.
Figura 5.44
Dentes e braços de engrenagens também devem ser representados com
omissão de corte. Engrenagem é um assunto que você vai estudar
detalhadamente em outra aula. Agora, o importante é analisar os dentes e os
braços da engrenagem, que vêm a seguir.
64. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 64/64
Mantenedor Mecânico
Veja a perspectiva de uma engrenagem e, ao lado, sua vista lateral em corte
transversal.
Figura 5.45
Observe agora as vistas ortográficas da engrenagem.
Figura 5.46
Note que os braços e os dentes da engrenagem, apesar de serem partes maciças
atingidas pelo corte, não estão hachurados. Esses elementos estão
representados com omissão de corte.
Finalmente, veja a perspectiva de uma peça com nervura e orelha, e seu
desenho técnico mostrando esses elementos representados com omissão de
corte.
Figura 5.47
65. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 65/65
Mantenedor Mecânico
1
66..PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA
A perspectiva, por ser desenho ilustrativo, auxilia a interpretação de peças,
embora em muitos casos, não possa mostrar todos os detalhes.
Figura 6.1
6.1 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e eficientes. Parte
de três eixos a 120 graus (isométricos) sobre os quais marcam-se as medidas, da
peça.
As arestas paralelas da peça são traçadas na perspectiva isométrica por linhas
também paralelas.
Figura 6.2
Os quadros de 1 a 6 mostram a seqüência do traçado à mão livre da perspectiva
isométrica.
Figura 6.3
Traçado em Esboço da Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos
Para esboçar a perspectiva de objetos cilíndricos, é necessário que se saiba
esboçar circunferência e arcos de circunferência em perspectiva isométrica.
66. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 66/66
Mantenedor Mecânico
Normalmente, uma circunferência é representada em perspectiva isométrica
através de uma elipse. Damos a esta elipse o nome de elipse isométrica.
Figura 6.4
O traçado em esboço de uma elipse isométrica, se faz na seqüência que se
segue.
1º) Inicialmente, trace levemente três eixos isométricos.
Figura 6.5
2º) Marque, sobre os eixos que partem para a direita e para a esquerda, a medida
do diâmetro da circunferência, e trace, com linhas finas, a perspectiva isométrica
da figura circunscrita à circunferência. Para facilitar a construção esboço, coloca-
se em cada vértice do quadrado em perspectiva isométrica uma letra.
Figura 6.6
3º) Marque os pontos médios das linhas entre as letras AB, BC, CD e DA. A partir
das letras A e C, trace linhas retas, passando por estes pontos. Na interseção (no
cruzamento) destas retas, marque os pontos 1 e 2 (centro dos arcos menores); A
e C (centro dos arcos maiores).
Figura 6.7
4º) Agora, trace linhas curvas, tendo os pontos 1 e 2 como centro dos arcos
tangentes às linhas isométricas. Pela mesma forma, complete a elipse, traçando
os arcos maiores com centro nas letras A e C.
68. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 68/68
Mantenedor Mecânico
2º) Marque os pontos E, F, G e H, que são os pontos médios dos segmentos AB,
BC, CD e DA, respectivamente. Trace a partir de C, linhas que passam por E e H;
a partir de A, linhas que passam por F e G, determinando os pontos M e N. Com
centro em C, trace o arco tangente aos pontos H e E. Com centro em M, trace o
arco tangente aos pontos G e H. Neste traçado obtemos a curvatura da face
superior do objeto.
Figura 6.9
3º) Para a face inferior do objeto, use o mesmo processo, para traçar o arco. A
ligação entre as duas faces, é feita através de uma linha reta tangente aos arcos.
Figura 6.10
4º) Finalmente, reforce o traçado dos arcos e das arestas visíveis. Apague as
linhas que foram usadas para a construção e analise cuidadosamente o esboço.
Figura 6.11
71. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 71/71
Mantenedor Mecânico
a
77.. CCOONNJJUUNNTTOOSS MMEECCÂÂNNIICCOOSS
7.1 DESENHO DE CONJUNTO
Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositivos ou estrutura, com
suas partes montadas.
As peças são representadas nas mesmas posições que ocupam no conjunto
mecânico.
O primeiro conjunto que você vai estudar, a fim de interpretar desenhos para
execução de conjunto mecânico é o grampo fixo.
Figura 7.1
O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente. As
peças a serem fixadas ficam no espaço a. Esse espaço pode ser reduzido ou
ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que
aciona o parafuso (peça nº 3)e o encosto móvel (peça nº 2). Quando o espaço a
é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça.
O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas ortográficas.
Cada uma das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral.
O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível. Observe
esse sistema de numeração na representação ortográfica do grampo fixo. Note
que a numeração das peças segue o sentido horário.
72. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 72/72
Mantenedor Mecânico
Os numerais são ligados a cada peça por linhas de chamada. As linhas de
chamada são representadas por uma linha contínua estreita. Sua extremidade
termina com um ponto, quando toca a superfície do objeto. Quando toca a aresta
ou contorno do objeto, termina com seta.
Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira como devem ser
montadas no conjunto, fica fácil perceber como elas se relacionam entre si e
assim deduzir o funcionamento de cada uma.
Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece cotado.
Mas, quando o desenho de conjunto é utilizado para montagem, as cotas básicas
podem ser indicadas.
O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em perspectiva
isométrica, como mostra a ilustração seguinte.
Figura 7.2
Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será montado.
7.2 VISTA EXPLODIDA
Outra maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva
não montada. As peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a
relação que elas mantêm entre si.
Esse tipo de representação é também chamada perspectiva explodida.
73. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 73/73
Mantenedor Mecânico
Figura 7.3
Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para fornecer
informações para a construção de peças. O uso da perspectiva é mais comum
nas revistas e catálogos técnicos.
Veremos ainda como é feita a interpretação de desenhos para execução de
conjuntos mecânicos em projeções ortográficas, que é a forma de representação
empregada nas indústrias. O conjunto mecânico que será estudado
primeiramente é o grampo fixo.
Interpretação da Legenda
Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel
normalizada.
75. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 75/75
Mantenedor Mecânico
No desenho para execução, a legenda é muito importante. A legenda fornece
informações indispensáveis para a execução do conjunto mecânico e é
constituída de duas partes: rótulo e lista de peças.
A disposição e o número de informações da legenda podem variar. Geralmente,
as empresas criam suas próprias legendas de acordo com suas necessidades.
A NBR 10 068/1987 normaliza apenas o comprimento da legenda.
Temos a seguir, a legenda criada para o curso.
Figura 7.5
É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as informações
que o rótulo e a lista de peças contêm.
Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos analisá-las
separadamente a começar pelo rótulo.
Figura 7.6
As informações mais importantes do rótulo são:
− Nome do conjunto mecânico: grampo fixo.
− Tipo de desenho: conjunto (a indicação do tipo de desenho é sempre feita
entre parênteses).
− Escala do desenho: 1:1 (natural).
− Símbolo indicativo de diedro: 1º diedro.
− Unidade de medida: milímetro.
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de
montagem são:
− Número do desenho (correspondente ao lugar que ele deve ocupar no
arquivo).
− Nome da instituição responsável pelo desenho.
− Assinaturas dos responsáveis pelo desenho.
76. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 76/76
Mantenedor Mecânico
− Data da sua execução.
Veja, a seguir, a lista de peças.
Tabela 7.1
Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de peças informa:
− A quantidade de peças que formam o conjunto.
− A identificação numeral de cada peça.
− A denominação de cada peça.
− A quantidade de cada peça,no conjunto.
− Os materiais usados na fabricação das peças.
− As dimensões dos materiais de cada peça.
Acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo.
O grampo fixo é composto de cinco peças.
Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto móvel,
parafuso, manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são necessárias
duas cabeças e uma unidade de cada uma das outras peças.
Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de aço é
padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e 1020
indicam o material a ser usado, que nesse caso é o aço-carbono.
Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de
carbono existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar
entre 0,10 e 0,20%.
Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço. Mas, as
seções e as medidas do material de fabricação são variáveis.
O que indica as variações das seções são os símbolos: ∅
Observe, na listas de peças, as indicações das seções:
− As seção do aço do corpo é retangular ( ).
− As seções dos aços do parafuso, do manípulo e das cabeças são circulares
(∅).
77. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 77/77
Mantenedor Mecânico
Já o símbolo # indica que o material de fabricação é chapa. O símbolo #
acompanhado de um numeral indica a bitola da chapa.
O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura da
chapa #16 corresponde a 1,52 mm.
7.3 DESENHO DE DETALHE
Desenho de componente é o desenho de uma peça isolada que compõe um
conjunto mecânico.
Desenho de detalhe é o desenho de um elemento, de uma parte de um elemento,
de uma parte de um componente ou de parte de um conjunto montado.
O desenho de componente dá uma descrição completa e exata da forma,
dimensões e modo de execução da peça.
O desenho de componente deve informar, claramente sobre a forma, o tamanho,
o material e o acabamento de cada parte. Deve esclarecer quais as operações de
oficina que serão necessárias, que limites de precisão deverão ser observados
etc.
Cada peça que compõe o conjunto mecânico deve ser representada em desenho
de componente.
Apenas as peças padronizadas, que não precisam ser executadas pois são
compradas de fornecedores externos, não são representadas em desenho de
componente.
Essas peças aparecem representadas apenas no desenho de conjunto e devem
ser requisitadas com base nas especificações da lista de peças.
Os desenhos de componentes também são representados em folha normalizada.
A folha do desenho de componente também é dividida em duas partes: espaço
para o desenho e para a legenda.
A interpretação do desenho de componente depende da interpretação da legenda
e da interpretação do desenho propriamente dito.
Veja a seguir, o desenho de componente da peça 2 do grampo fixo.
79. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 79/79
Mantenedor Mecânico
Figura 7.8
A interpretação do rótulo do desenho de componente é semelhante à do rótulo do
desenho de conjunto.
Uma das informações que varia é a indicação do tipo de desenho: componente
em vez de conjunto.
Podem variar, também, o número do desenho e os responsáveis por sua
execução.
Os desenhos de componente e de detalhe podem ser representados em escala
diferente da escala do desenho de conjunto.
Nesse exemplo, a peça 2 foi desenhada em escala de ampliação (2:1), enquanto
que o conjunto foi representado em escala natural (1:1).
A lista de peças apresenta informações sobre a peça representada.
Interpretação do Desenho de Componente
Acompanhe a interpretação do desenho do encosto móvel. Ele está
representado com supressão de vistas. Apenas a vista frontal está representada.
A vista frontal está representada em corte total. Analisando as cotas, percebemos
que o encosto tem a forma de uma calota esférica, com um furo passante.
A superfície interna do encosto tem a forma côncava.
80. Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 80/80
Mantenedor Mecânico
Figura 7.9 – Desenho de componente: encosto móvel.
As cotas básicas do encosto são: diâmetro = 18 mm e altura = 4 mm.
O diâmetro do furo passante é de 6 mm. O raio da superfície esférica é de 12mm.
A espessura do encosto é de 1,52 mm e corresponde à espessura do Aço ABNT
1010-1020, bitola 16.
O numeral 2, que aparece na parte superior do desenho, corresponde ao número
da peça.
O símbolo , ao lado do número 2, é o símbolo de rugosidade, e indica o estado
de superfície que a peça deverá ter.
O círculo adicionado ao símbolo básico de rugosidade indica que a superfície
da chapa para o encosto deve permanecer como foi obtida na fabricação. Isto
quer dizer que a remoção de material não é permitida.
Não há indicações de tolerâncias específicas, pois trata-se de uma peça que não
exige grande precisão. Apenas a tolerância dimensional geral foi indicada: ±0,1.
Acompanhe a interpretação dos desenhos das demais peças que formam o
grampo fixo.
Vamos analisar, em seguida, o desenho de componente da peça nº 1, que é o
corpo.
Veja a representação ortográfica do corpo em papel normalizado e siga as
explicações, comparando-as sempre com o desenho.
82. Mecânica
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____________________________________________________________ 82/82
Mantenedor Mecânico
Examinando o rótulo, vemos que o corpo está representado em escala natural
(1:1), no 1º diedro.
As medidas da peça são dadas em milímetros.
A lista de peças traz as mesmas informações já vistas no desenho de conjunto.
O corpo está representado pela vista frontal e duas vistas especiais: vista de A e
vista de B.
A vista de A e a vista de B foram observadas conforme o sentido das setas A e B,
indicadas na vista frontal.
A vista frontal apresenta um corte parcial e uma seção rebatida dentro da vista.
O corte parcial mostra o furo roscado. O furo roscado tem uma rosca triangular
métrica normal. A rosca é de uma entrada.
A vista de B mostra a saliência e o furo roscado da peça. A vista de A mostra a
representação das estrias.
O acabamento que o corpo receberá vem indicado pelo símbolo , que
caracteriza uma superfície a ser usada. N9 indica a classe de rugosidade de
todas as superfícies da peça.
O afastamento geral é de ±0,1.
Agora, vamos interpretar as medidas do corpo:
− Comprimento, largura e altura - 65 mm, 18 mm e 62 mm.
− Distância da base do corpo até o centro do furo roscado - 52 mm.
− Diâmetro da rosca triangular métrica - 10 mm.
− Diâmetro da saliência - 18 mm.
− Tamanho da saliência - 2 mm e 18 mm.
− Largura da seção - 18 mm.
− Altura da seção - 13 mm.
− Tamanho do elemento com estrias - 15 mm, 18 mm e 22 mm.
− Profundidade da estria - 1 mm.
− Largura da estria - 2,5 mm.
− Ângulo de inclinação da estria - 45°.
− Tamanho do chanfro- 9 mm, 15 mm e 18 mm.
− Raios das partes arredondadas - 5mm e 12 mm.
84. Mecânica
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____________________________________________________________ 84/84
Mantenedor Mecânico
A legenda nos informa que o parafuso está desenhado em escala natural (1:1), no
1º diedro.
As informações da lista de peças são as mesmas do desenho de conjunto.
O parafuso está representado por intermédio da vista frontal com aplicação de
corte parcial.
A vista frontal mostra a cabeça do parafuso, o corpo roscado, o elemento A e o
elemento B. O elemento A deverá ser rebitado no encosto móvel.
Na cabeça do parafuso há um furo passante. O furo passante está representado
parcialmente visível.
As medidas do parafuso são:
− Comprimento total do parafuso - 64 mm.
− Diâmetro externo da rosca triangular métrica normal- 10 mm.
− Comprimento do corpo do parafuso - 46 mm.
− Comprimento da parte roscada - 46 mm.
− Tamanho do chanfro da cabeça do parafuso - 2 mm e 45º.
− Altura da cabeça do parafuso - 12 mm.
− Diâmetro da cabeça do parafuso - 15 mm.
− Diâmetro do furo da cabeça do parafuso - 6,5 mm.
− Localização do furo da cabeça do parafuso - 6 mm.
− Tamanho do elemento A - 4 mm e 6 mm.
− Tamanho do elemento B - 2 mm e 8 mm.
Não há indicação de tolerâncias específicas. O afastamento geral ±0,1 vale para
todas as cotas. O acabamento geral da peça corresponde à classe de rugosidade
N9. O acabamento do furo da cabeça corresponde à classe de rugosidade N12. A
usinagem será feita com remoção de material.
Veja, a seguir, a interpretação da peça 4, o manípulo.
86. Mecânica
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Mantenedor Mecânico
O manípulo também está representado em escala natural, no 1º diedro. Essa
peça será feita de uma barra de aço com 6,35 mm de diâmetro e 80 mm de
comprimento.
O manípulo está representado em vista frontal. A vista frontal mostra o corpo do
manípulo e duas espigas nas extremidades. O símbolo indicativo de diâmetro
indica que tanto o corpo como as espigas são cilíndricos.
O manípulo receberá acabamento geral. Apenas as superfícies cilíndricas das
espigas receberão acabamento especial
O afastamento geral a ser observado na execução é de ±0,1mm. Note que as
espigas têm ISO determinada: e9 no diâmetro. Essas duas espigas serão
rebitadas nas cabeças no manípulo.
Finalmente, vamos à interpretação da peça 5, a cabeça.
92. Mecânica
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____________________________________________________________ 92/92
Mantenedor Mecânico
Empregos das Convenções de Plantas
Figura 7.14
1 Interrupção do tubo 19 Tubos de pequeno diâmetro
2 Identificação de pilar 20 Pilar
3 Cota entre pilares 21 Tubo de grande diâmetro
4 Guarda corpo de escala vertical 22 Espaçamento entre tubos
5 Cota de acessório ou derivação 23 Ancoragem
6 Válvula com haste vertical 24 Plataforma elevada
7 Redução em linha de pequeno diâmetro 25 Indicação de elevações
8 Derivação para baixo 26 Curva de expansão
9 Mudança de direção e elevação 27 Suporte especial
10 Dois tubos em elevações diferentes 28 Trecho inclinado no plano vertical
11 Trecho vertical (qualquer comprimento) 29 Respiro
12
Válvula de controle (estação de) incluindo
contorno e bloqueios
30 Redução em linha de grande diâmetro
13 Curva em gomos 31
Tubos verticais saindo do desenho (para
cima)
14 Grupo de tubos paralelos 32 Instrumentos
15 Curva a 90º no plano horizontal 33 Válvula com haste horizontal
16 Suporte de molas 34 Equipamento
17 Guias 35 Válvula com haste inclinada
18
Coordenada limite e indicação de folha de
continuação
36 Flange com placa de medição