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Embocadura,
    Palheta e
Superagudos

 




    no Saxofone

                  STUDIO NOBRE
                  GRAVANDO COM QUALIDADE
As diferentes embocaduras do Sax


Olá leitor. Meu nome é Ivan Meyer, e a partir de hoje serei responsável por esta coluna de
Sax aqui no Cifra Club. Espero poder trazer muitas novidades e conhecimento, divulgar as
técnicas sobre este instrumento com toda segurança pra vocês!

Vamos falar nesta Dica Técnica de um dos assuntos mais polêmicos para os saxofonistas: a
tal da "embocadura certa". Cada músico possui boca, arcada dentária, cavidade bucal e
lábios diferentes, além da variedade de boquilhas e palhetas. Tudo isso influencia nas
embocaduras. Tentamos encaixar a boquilha em nossa boca e, dependendo de nossos
lábios, arcada dentária e cavidade bucal, vamos ter respostas diferentes, de acordo com a
posição da boquilha na boca.

Há várias maneiras de se colocar a boquilha na boca. Essa maneira específica é por nós
chamada de embocadura. Existem vários tipos de embocaduras, como também há
diferentes boquilhas e palhetas. Temos que formar um conjunto equilibrado e único para
nosso próprio uso. O mesmo conjunto (embocadura, boquilha e palheta) não funciona bem
com outro saxofonista e vice-versa, justamente pela diversificação de lábios, arcadas
dentárias e cavidade bucal.

A confusão sobre qual a melhor palheta, boquilha ou embocadura a ser usada pelo
saxofonista é também comum em outros instrumentos de sopro, como o clarinete, flauta
transversal, trompete, trombone, oboé, etc. Isso porque somos diferentes e temos
respostas diferentes ao que somos expostos.

Podemos classificar a embocadura do sax em dois grupos básicos: alguns saxofonistas
adotam o apoio dos dentes superiores na boquilha e outros não, sendo que cada um dos
estilos tem suas próprias variantes.

Não estou afirmando que devemos ter maneiras diferentes de fazer a embocadura, mas sim
falando que, em minha experiência como professor aqui e fora do Brasil, pude observar as
diversas embocaduras adotadas pelos saxofonistas, profissionais ou amadores, e cada tipo
tem suas qualidades.

A diferença básica entre os dois tipos de embocadura é: O apoio dos dentes
superiores na boquilha

Uma corrente de saxofonistas adota e usa o apoio dos dentes. Outros, em vez de usar o
dente, utilizam o lábio para dar firmeza à embocadura, o que não acontece, pois o lábio não
tem a consistência de um dente.

Você deve estar se perguntando: qual é a melhor embocadura? Se você tem essa dúvida, é
porque ainda está usando o lábio. Quem usa o apoio dos dentes não tem essa dúvida! Veja
a figura abaixo.
A grande confusão

A confusão começou há muito tempo, quando o Brasil era escasso em métodos e bons
professores. Havia (e existe até hoje) um método importado que eu não vou citar, é claro ,
um dos mais conhecido para saxofone, adotado pelas escolas , conservatórios e igrejas
evangélicas. Sua explicação de como se fazer a embocadura é um absurdo, uma aberração
musical, embora tenha exercícios escritos que são gostosos de executar.

Quantos músicos tiveram arruinada a sua carreira pelo uso deste "método" de se fazer a
embocadura sem o uso dos dentes superiores no apoio da boquilha? Ele indica somente o
apoio dos lábios superiores e inferiores voltados para dentro, seguido de um golpe seco com
a língua para fazer vibrar a palheta e produzir o som com a sílaba "tu". Que falta de
informação! Veja a Figura 2.




Professores que confiaram nesse método não tiveram e nunca teriam a intenção de ensinar
errado. Simplesmente, eles não conhecem outra maneira de fazer embocadura, e isso é
muito triste.

Que fique claro que minha intenção é ajudar a mudar esse quadro em nosso país. Para isso,
precisamos se conscientizar do problema e, principalmente, como tratá-lo. Posso afirmar,
porém, que é crescente o número de saxofonistas que adotam e mudam sua embocadura
para o apoio dos dentes. Prova disso são os novos saxofonistas evangélicos, com destaque
em bandas gospel, todos eles donos de uma ótima técnica e sonoridade.

Como deve ser a embocadura?

O uso dos lábios é aconselhável somente para quem não tem os dentes superiores ou
possui algum tipo de ponte móvel ou algum outro problema com a raiz do dente. Consulte
um dentista e mostre o seu problema em relação à boquilha. Se necessário, peça ao seu
professor para conversar com o dentista para expor como é feito esse apoio dos dentes na
boquilha ou mostre esta matéria com os desenhos das embocaduras, pois isto pode ajudá-
lo a encontrar uma solução para seu problema. Não é necessário morder a boquilha e,
mesmo que você use uma dentadura, ponte móvel ou dente postiço, isso não é
impedimento para o uso da embocadura de apoio com os dentes. Esse apoio só deverá ser
evitado caso venha trazer algum dano à sua saúde. Sem esses sintomas, você deve usar o
apoio dos dentes superiores na boquilha.

Caso venha sentir algum tipo de dor, consulte seu dentista pois isso não é normal, e você
pode estar com algum problema.

Posição da boquilha na boca

Repare que vários saxofonistas conhecidos têm a boquilha mais para a esquerda ou direita
e não necessariamente no centro, onde sentem mais firmeza no apoio dos dentes. Muitas
vezes, essa sensação é ocasionada pela diferença de altura entre os dentes frontais
superiores.

Uma seção de limagem no dentista, para tirar a diferença de altura, pode ser a solução para
apoiar a boquilha em ambos. Contudo, é sabido que usá-la mais para um lado ou para o
outro não traz conseqüências para o saxofonista. O que não pode acontecer é o saxofonista
ficar trocando de lado a toda hora. Devemos encontrar o melhor apoio, aquele com o qual
você se sinta confortável. Assim, seu organismo cuidará de desenvolver os músculos mais
usados na embocadura, como mostra a Figura 3.
Apoiando os dentes superiores na boquilha

Quando somente usamos os lábios para segurar a boquilha em nossa boca, sem o uso dos
dentes superiores, a afinação fica seriamente comprometida em passagens rápidas ou de
intervalos distantes, e o músico não tem domínio dos graves e tampouco dos agudos, pois
não trabalha os harmônicos, que necessitam da precisão de abertura feita com o apoio dos
dentes (tanto para os graves como para os agudos). Desse modo, a sonoridade é pequena
e a resistência superbaixa. Se, ainda assim, o músico tira um som bonito, não se engane! O
efeito dura pouco, pois o lábio não tem resistência para manter o som ou segurar a
afinação.

O atrito com os dentes

Repare naquelas boquilhas de massa ou metal em que, no lugar de contato da boquilha com
o dente, existe outro material (geralmente uma resina protética). Isso evita que o atrito do
dente com a boquilha origine um furo no local de apoio. As boquilhas de massa que seguem
essa corrente de embocadura têm uma resina diferente, de vez em quando com cor
diferente também, que garante a vida útil do acessório. O processo é o mesmo para as
boquilhas de metal, caso contrário o atrito entre o metal e o dente destruiria o dente. Nesse
caso, é melhor substituir a resina da boquilha do que perder o dente; o desgaste do dente
em contato com o metal pode chegar até a raiz e danificá-lo.

Não tenha medo de mudar ou experimentar. Você só vai crescer se tentar novos caminhos.
Sei que, no começo, saxofonistas que usam somente o lábio têm receio de colocar os
dentes superiores na boquilha. Geralmente, sentem cócegas ou arrepios. Pode-se colocar
um pedaço de papel contact ou couro colado sobre a parte de apoio dos dentes, ou comprar
em casas especializadas adesivos para este fim.

Assim, criamos um tipo de amortecedor da vibração da boquilha. Depois, com o tempo,
você se acostuma e poderá até tirá-lo.

Sinto que ao colocar um contact ou couro na boquilha, alteramos o som dela para "mais
aveludado". Outra dica interessante é colocar um pedacinho de pelica nos dentes inferiores,
caso seus dentes sejam do tipo serrilha. Sem o atrito do lábio inferior com os dentes
inferiores, você vai tocar por várias horas. Isso é comum entre os saxofonistas mais
experientes que no carnaval trabalham durante vários dias e horas e em condições que os
obrigam a tocar muito forte. Quem já fez carnaval sabe do que estou falando....

Mantendo o apoio dos dentes

Devido ao fato de o contato do dente não estar sendo total, é preciso apoiá-lo com uma
pequena pressão para baixo. Neste caso, a altura da correia é fundamental. Se ela estiver
alta, forçará o contato da boquilha com o dente, tirando todo o peso do sax sob o maxilar
inferior e deixando-o livre para ter a precisão no controle de vibratos, harmônicos e todos
os matizes do som.

Mas, se apoiar o dente na boquilha e manter a correia baixa, com o tempo ou durante uma
execução, você poderá transferir por descuido o peso do sax para o maxilar inferior, ficando
impedido de executar múltiplas funções. Isso é fatal. De nada adianta apoiar corretamente
os dentes e usar a correia baixa, pois assim você perderá o apoio dos dentes superiores na
boquilha, além de estrangular toda a passagem de ar e diminuir o espaço entre a boquilha e
a palheta, devido ao próprio peso do sax, que tem seu apoio mais no lábio inferior do que
nos dentes superiores.

Encontrando a altura certa da correia

Coloque-se em pé com a coluna ereta. É preciso fazer com que o sax - preso na correia e na
posição de tocar - venha em direção aos dentes superiores e não à altura do queixo. Caso
isso aconteça, não abaixe a cabeça para fazer a embocadura, nem projete a coluna para
frente a fim de alcançar a boquilha. Lembre-se de levantar a correia, fazendo com que a
boquilha encaixe embaixo dos dentes superiores, mantendo uma pequena pressão. Você
terá sua garganta livre e aberta para a passagem do ar, e estará evitando o peso do sax
sobre o maxilar inferior, o que tira seus movimentos e controle. O maxilar inferior é uma
das peças mais importantes desse conjunto. Ele é responsável pelas impostações dos
graves e projeções dos agudos, vibrato e inflexões tonais.

Teste do tudel

Embora simples, este teste é muito eficaz para saber se estamos com o apoio correto dos
dentes. Para isso, basta pedir que alguém balance o tudel enquanto você toca: se sua
cabeça acompanhar o movimento do tudel como se fosse uma única peça, você estará com
a embocadura certa. Porém, se balançarem o tudel ao tocar, a boquilha deslizar pelos seus
dentes, desafinar ou perder o som, é sinal de que está faltando o apoio dos dentes. Quem
deve estar fazendo o papel de fixação é o lábio - e o lábio é mole, não fixa nada. Isso deve
estar acontecendo por causa da correia baixa. Levante-a e ganhe firmeza no seu som.

Como saber se sua embocadura está firme

Toque uma música, escala cromática e uma nota longa. Enquanto isso, faça um grande
círculo com o sax. A cabeça deve acompanhar o movimento junto com o tronco. Com o
corpo e a cabeça se movendo de um lado para o outro, se você não perder a sonoridade
nem tiver alte-rações no som, então podemos dizer que você está com a embocadura usada
pelos grandes saxofonista. É lógico que ela dá trabalho para ser entendida, mas a diferença
está justamente aí! É que ela dá "muito trabalho" para quem a usa, principalmente trabalho
em shows, trabalho em orquestras de bailes, trabalho em gravações, em acompanhamento
de artistas, em escolas...

Captou a mensagem? Dá um trabalho...

Como saber se estamos tocando com a embocadura relaxada

É muito fácil: basta tocar a nota DO sem a chave de agudos ou registro (aquela que usa
somente a mão esquerda). Quando ela estiver soando, você então aperta o maxilar contra a
palheta e a sua nota DO vai virar um DO #. Caso isso não ocorra, é porque você está com a
embocadura tensa (veja a Figura 4). Para corrigi-la, faça então o contrário.




Toque a nota relaxando o maxilar, para fazer com que ela desça meio tom. Esta deverá ser
a sua posição de embocadura. Você deve afinar as outras notas da escala em relação a esta
nota relaxada, mantendo a afinação entre elas sem tensionar o maxilar. Desse modo, terá
muito mais campo dinâmico e de inflexões tonais. Não se esqueça de nunca "bater'' a língua
para começar o som no sax. Você deve colocar o ar em movimento espiral por dentro do
saxofone emitindo a sílaba HOO (assim batizada pelo mestre Demétrio Lima, que é expert
no assunto), utilizando somente o diafragma que colocara em movimento o ar parado,
criando uma correnteza que projetará o seu som e na qual poderá articulá-lo à vontade,
sem o perigo de engarrafá-lo dentro do sax. Caso não conheça esse processo, fique
tranqüilo, pois este será nosso próximo assunto.

Agora, mãos à obra. Regule e acerte sua embocadura. Não custa nada tentar; se você não
tentar, não irá conhecer suas possibilidades sonoras.
Como ajustar suas palhetas




A principal tarefa da palheta é funcionar como uma válvula de ar que abre e fecha sobre a
boquilha em várias velocidades. A freqüência dessa operação controla o timbre do som, e é
determinada pelo tamanho e formato da coluna de ar resultante da vibração. Considerando-
se a formidável tarefa com que se confronta esse pequeno pedaço de bambu, não
surpreende que tanto esforço seja despendido na sua seleção e ajuste, uma vez que a
palheta é a responsável pela geração de som do saxofone.

Ajustamento da palheta

É inútil gastar tempo ajustando uma palheta se o bambu não tiver sido amadurecido
apropriadamente. O teste simples, demonstrado a seguir, pode poupar considerável
esforço: Pressione com a unha do polegar a parte superior do corpo da palheta. Se o
material resistir, o bambu é velho e superamadurecido. Se ele for macio e marcar
facilmente, ainda está verde. Uma leve marca que diminui com o fim da pressão indica uma
palheta adequadamente envelhecida.

Um outro excelente teste envolve o reconhecimento do arco de maturidade.




Quando bem amadurecida, a palheta apresenta uma marca escura abaixo da superfície do
corpo, se sua base for mergulhada em cerca de 3 cm de água por alguns minutos. Essa
marca deverá ser de cor marrom alaranjada. Se apresentar uma cor amarelada, ou não
aparecer marca alguma, a palheta deve ser deixada maturando por um ano ou mais antes
de ser testada novamente.

Se, após umedecer a parte posterior, como descrito acima, você soprar na borda mais
grossa da peça, pequenas bolhas aparecerão ao longo da lâmina da palheta. Essas bolhas
não poderão ser grandes ou em profusão, uma vez que isso indicaria que a palheta é porosa
demais. Devemos lembrar que palhetas grandes terão tubos maiores que as palheta
pequenas. Escolha uma palheta que resista à passagem do ar através de seus tubos, mas
que não o impeça completamente.

Algumas tentativas para determinar a quantidade ideal de ar que deve passar serão úteis.
Esses testes funcionam somente com palhetas novas.

A lista mínima de ferramentas para o ajuste das palhetas inclui:

   •   Um pedaço de vidro plano de cerca de 10x15 cm. Os cantos devem ser abaulados, a
       fim de evitar ferimentos nas mãos.
   •   Um aparador de palhetas, escolhido com cuidado, pois o formato do corte deve
       adequar-se à ponta da boquilha. Leve algumas palhetas velhas e sua boquilha à loja
       para determinar o formato adequado de corte.
   •   Um pequeno formão de três faces. É uma barra de aço temperado de três faces
       lisas com três bordas afiadas, para raspar madeira.
   •   Lixa de Junco. Para acabamento ou alterações mínimas. É barata e pode ser
       adquirida em uma loja de instrumentos de sopro.
   •   Folha de Lixa no. 600
   •   Lâmina comum de barbear
•   Lixa de unhas




O ajuste deverá ser adiado até que a palheta tenha passado por um período de testes. As
palhetas mudam suas características rapidamente quando usadas pela primeira vez, e um
ajuste feito antes de testá-las apropriadamente pode dificultar uma posterior correção. O
procedimento sugerido é usar a palheta por um curto período de tempo na primeira vez e
então deixá-la de lado por um dia. Tente tocar por mais tempo no segundo dia e nos dias
sucessivos, até sentir que as características da palheta se estabilizaram.

Normalmente, a palheta estará mais macia após ser utilizada umas poucas vezes, mas isso
não é sempre verdade - algumas vezes tornam-se mais rígidas!

Você pode testar o equilíbrio e a flexibilidade da palheta, pressionando sua ponta contra a
unha do polegar e deslizando-a contra a unha em toda sua extensão. Cheque o equilíbrio
dos dois lados da ponta da palheta, utilizando o indicador contra o polegar de ambas as
mãos.

Palheta muito mole

Apare primeiro a ponta da palheta, tirando muito pouco por vez. Umedeça bem a palheta
antes de apará-la e assegure-se que ela esteja centrada apropriadamente. A pressa nesse
procedimento geralmente arruina a palheta; é fácil retirar um pouco mais da ponta da
palheta, mas é impossível acrescentar. Normalmente, 1, 5 mm é o limite no qual a palheta
pode ser reduzida com sucesso. Após a palheta ter sido aparada, os cantos devem ser
arredondados e a curva ajustada à curvatura da boquilha. Para isso, use a folha de lixa para
madeira, esfregando muito levemente em direção à parte central da palheta.

Palheta muito dura

Uma palheta que parece dura demais pode ser mais dura de um lado do que do outro.
Assim é possível termos uma palheta com a resistência desejada apenas em um dos lados.
Este tipo de palheta será difícil de soprar e deve ser balanceada. Isso pode ser verificado
colocando-se a boquilha na embocadura de maneira que somente um lado da palheta vibre,
alternando-se então para o outro lado.

Quando ambos os lados são aproximadamente iguais e rígidos demais, um ajuste geral
deverá ser feito. Se um dos lados da palheta for mais duro para soprar, este deverá ser
ajustado antes de quaisquer outros ajustes. Observar a ponta da palheta em frente de uma
luz forte indicará onde o ajuste deve começar.

A lixa de junco é melhor para equilibrar a ponta e os lados da palheta. Antes de usá-la,
mergulhe a parte final da lixa de junco em água, até que ela se torne flexível. Segure então
uma das pontas e corte-a com uma lâmina de barbear. Use a ponta aparada da lixa de
junco com o indicador, assegurando-se que as fibras estejam em ângulo reto às da palheta,
como na figura a seguir.




Sempre esfregue na direção da ponta,mas deixe para reduzir a espessura da ponta mais
extrema da palheta por último. No balanceamento, a parte da palheta a ser ajustada é de
aproximadamente 1,5 cm a 0,3 cm da ponta.Proceda o ajuste a partir do centro para os
lados,de maneira que o coração da palheta não seja atingido.

O coração é o início da área de resistência e raramente deveria ser tocado.A palheta deveria
sempre ser balanceada corretamente antes dessa área ser considerada.

Se a palheta estiver ainda muito dura após o ajuste, raspe levemente com o formão de três
faces ao longo dos lados da lâmina da palheta.Se isso não atingir o propósito,remova um
pouco de toda a lâmina da palheta, mas raspe muito levemente a área do coração.

Deve ser raspado por igual do centro para os lados da lâmina em direção à ponta.Se uma
marca clara aparecer no coração da palheta, a melhor coisa a fazer é jogá-la fora - seu
problema de coração foi fatal.




         Defeito          Área        Ferramenta                        Observações

 Muito mole           Ponta       Aparador          Corte bem pouco. Teste a cada corte.
Som grave e sem cor          Ponta           Aparador               Corte bem pouco. Teste a cada corte.

Falta de ressonância         1& 2            Lixa de Junco          Balancear

Som sem brilho quando
                             1& 2            Lixa de Junco          Balancear. Tirar de ambos os lados se ainda muito dura
tocado suavemente.

Duro de soprar               2               Lixa de Junco          Afinar ambos os lados e balancear

Falta ressonância no
                             2               Lixa de Junco          Balancear e afinar se necessário
registro baixo

                             Lado inferior                          Colocar a lixa sobre o vidro e esfregar levemente a face
Ponta grossa após aparar                     Lixa para madeira
                             da ponta                               inferior da palheta até cerca de 1 cm da ponta

Palheta apita                2               Lixa de Junco          Balancear

Notas altas difíceis de
                             2& 1            Lixa de Junco          Afinar gradualmente com leves esfregada
atacar suavemente

Registro alto sem brilho     3               Lixa de Junco          Teste após algumas poucas esfregadas

Falta projeção no registro                                          Mova 3 para trás a partir da ponta. (Isto pode reduzir
                             3               Lixa de Junco
superior                                                            tempo de vida da palheta)

Falta ressonância no
                             4               Lixa de Junco          Levemente em 3 também
registro médio

Registro baixo muito denso   6               Formão de três faces   Termine com Lixa de Junco

Falta generalizada de                        Lixa para madeira      Lixe as bordas laterais da palheta se esta for larga para
                             7&8
ressonância                                  sobre o vidro          a boquilha

Após ajuste, toca bem mas
                             6-5-4-3         Formão de três faces   Afine igualmente as áreas indicadas
é duro soprar

Face inferior da palheta
                             Face inferior   Lâmina de barbear      Esfregar suavemente em direção à ponta
não plana

                                             Lixa para madeira      Esfregar levemente para trás e para frente sempre na
Face inferior não lisa       Face inferior
                                             sobre o vidro          direção dos grãos




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Os super agudos do Sax


Para se tocar no registro dos superagudos, é preciso conhecer e dominar as embocaduras do
saxofone. Estas podem ser comparadas à de um trompete, que, na mesma posição de
dedilhado, fazem várias notas com mudanças na embocadura.

Esse mecanismo é desconhecido pela maioria dos saxofonistas que tentam em vão tocar os
superagudos lançando mão somente das posições, criando uma concepção errada de que,
apertando ao máximo o lábio, conseguiremos atingir os agudos. Dessa forma, o que resulta
são os apitos.

As posições dos agudos são pouco divulgadas e ajudam a frustrar o estudante, que então
começa a atribuir a culpa por não dominar os superagudos às posições, à boquilha, à
palheta, ao instrumento, namorada, cachorro, síndico, etc. Então ele espera que, com os
anos de estudo, sua embocadura fique mais fiel. Mas os anos passam, o saxofone passa de
pai para filho e nada de sair os superagudos.

De vez em quando sai um agudo, mas ele sempre falha na hora que se precisa dele. Então,
começa a achar que os superagudos é dom de alguns.

Os saxofonistas têm que conhecer e dominar as suas várias embocaduras que se diferenciam
por :

   •   Pressão dos lábios sob a palheta
   •   Velocidade do ar
   •   Espaço interno da boca
   •   Posição da língua, que, dependendo do lugar onde se posicionar (mais para cima ou
       para baixo), mudará a emissão do harmônico e, conseqüentemente, a nota emitida.

Com a mesma posição de agudo, podemos fazer 4 ou 5 notas diferentes.

Antes de começar com os exercícios para dominar os agudos, é preciso ter consciência de
alguns fatos :

   •   o motor do saxofone é a boquilha, a estabilidade é a palheta e a aerodinâmica é o
       instrumento. Nós somos o condutor.

1ª parte - Boquilhas

A primeira coisa que um saxofonista fala a outro é: que boquilha você usa? Essa tal boquilha
já é uma lenda. O que sabemos é que a mesma boquilha tem som diferente (timbre),
dependendo de quem a toca.

Existem boquilhas que têm o som mais brilhante e outras com o som mais fosco
(aveludado). Há boquilhas de metal ,massa, fechada, com a câmara aberta ou fechada,
coloridas, enfim, uma variedade que nos deixa confusos. Estão inclusive inventando
boquilhas com acessórios, é uma confusão só!

Agora, certeza mesmo é que cada pessoa tem uma arcada dentária e uma boca diferente,
fazendo com que a mesma boquilha seja ótima para uns e ruim para outros.

Algumas boquilhas foram inventadas com o intuito de facilitar a emissão de agudos
(harmônicos) e outras são mais apropriadas para os graves. O que você precisa, juntamente
com seu professor, é encontrar uma boquilha bem equilibrada para o seu tipo de
embocadura.

Em São Paulo, muitos conheceram o mestre Bove, que consertou por décadas os saxofones
de diversos músicos. Uma das coisas interessantes que ele fazia era mexer nas boquilhas,
colocando Durepox dentro para alterar a câmara interna. Conseguia assim mudar as
características de som da boquilha (de grave/aveludado para um som mais brilhante),
facilitando a emissão dos agudos e liberando o músico da mudança de boquilha. Atualmente,
Aldo Bove Filho continua executando esta arte.

A boquilha é uma das peças mais importantes para a emissão dos agudos. Seus preços são
muito variados.

Há boquilhas desenvolvidas para projetar harmônicos que, com certeza, são mais fáceis para
a execução dos agudos. Isso não quer dizer que boquilhas que têm som mais aveludado ou
grave não toquem nos agudos. Elas tocam, mas com o som mais apagado, sem brilho. Tem-
se a impressão de soar menos nos agudos.

Procure uma boquilha que seja mais brilhante. Seu professor deverá conhecer várias com
essas características.

2ª Parte - Palhetas

Palhetas. Gosto de todas, desde que possa prepará-las a meu gosto! (consulte a matéria
técnica do Informativo Weril nº 120 - Regulagem De Palhetas).

Em uma caixa com 10 palhetas, é muito difícil encontrar duas iguais. Cada uma tem sua
personalidade. Umas são boas para graves, outras para agudos, outras um horror.

O melhor é saber preparar suas palhetas para o seu jeito de tocar e não ter que se adaptar a
cada palheta. Isso atrapalha, pois seu som não cria uma personalidade. Numa determinada
semana está metálico, noutra dá apitos ou não tem som nos graves. Assim não dá pé!

Temos várias marcas, todas muito boas para serem reguladas como você gosta. Algumas
palhetas se parecem com bambu, mas são de fibra. Seu som assemelha-se às de bambu. O
interessante é que esta palheta dura até seis meses ou mais, mantendo-se estável sem
envergar ou perder suas características sonoras. Você não perde tempo regulando palhetas e
estuda mais, conhecendo melhor o seu som (elas também são bem diferentes entre si e
podem ser reguladas. Utilize uma lixa d'água bem fina e umedecida para fazer os ajustes).

Saiba que as palhetas são de lua e também mudam com as marés. Existem palhetas que
liberam mais harmonia que as outras. Com o tempo, ao emitir uma única nota rapidamente,
você notará se ela é boa para agudos, graves ou bem equilibrada.

3ª Parte - Embocadura

Aqui mora o perigo. A embocadura é tudo no agudo. Comparo-a à construção de um prédio:
quanto mais alto ele for, mais profunda deve ser sua base.

A embocadura para se tocar em 2 oitavas utilizada pela maioria dos saxofonistas não é a
mesma para se tocar em 4 oitavas. Aquela que você usa para tocar com sucesso até hoje
deve estar funcionado bem entre o Ré da primeira oitava e o Ré da terceira oitava. Agora, se
você tem problemas fora desta região, significa que a sua embocadura está fora de lugar.
Não diria errada, pois a embocadura que uso para tocar nos agudíssimos é a que você está
usando, enquanto adoto uma outra para tocar nessa região mais grave.

Aí está o segredo! Para tocar nos superagudos, começo pelos graves. Quanto mais relaxados
os graves, mais campo para os agudos, ou seja, quanto mais aberto o ângulo entre boquilha
e palheta na região grave, maior será minha margem de extensão, pois, à medida que subo
para os agudos o ângulo da boquilha se fecha. Se você começar com ela fechada, ao chegar
nos agudos terá tal esmagamento da palheta com a boquilha que nenhum ar passará. O
segredo é começar os graves o mais relaxado possível, quer dizer, com o ângulo entre a
palheta e a boquilha o mais aberto possível. Você terá que descobrir que pode tocar a nota
do meio tom abaixo soando um Si sem mexer na boquilha, somente relaxando o lábio
inferior em relação à palheta, como se fosse uma batata quente na boca. Toque a nota Ré
mantendo a relação de um tom entre o Dó, mas não esqueça que este Dó está com a
afinação meio tom abaixo do normal. Isso foi feito com o relaxamento do lábio inferior. Se
você tocar o Mi, ele também terá que manter a afinação relativa ao Dó, que, por sua vez,
continua baixo.

Ao completar uma oitava fazendo a relação acima, e mantendo a afinação das notas entre
elas, o Dó oitavado acima estará mais relaxado, com mais volume e brilho.

Em relação à boquilha e à palheta, o ângulo agora é maior. Então, você terá mais ângulo de
boquilha para os agudíssimos. Da outra forma, você não teria mais ângulo entre palheta e
boquilha.

4ª Parte - Afinação

Como resolver a afinação do sax em relação ao diapasão?

Após abaixar a afinação da posição de Dó no saxofone, fazendo soar um Si, você agora afina
pela boquilha, abrindo ou fechando. É importante não mexer a boca. Com isso, você
conseguirá tocar os graves com mais facilidade, pois sua boquilha está aberta na boca.

Antes você estava com a afinação do Dó alta em relação à afinação real do saxofone. Em vez
de abaixar a afinação do sax com o relaxamento da embocadura, você afinava seu
instrumento pelo todel, mas agora aprendeu que se pode afinar pela boca. Isto é,
conseguindo o ângulo mais aberto da embocadura, você estará na posição correta para ir até
os agudos, fechando relativamente sem o perigo de, ao chegar na região superaguda, não
existir mais ângulo.

Só irá tocar os agudos quem conseguir tocar os supergraves, pois eles são a base para se
alcançar o alto.
Conheça o Fórum de Sax do Cifra Club!

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  • 2. As diferentes embocaduras do Sax Olá leitor. Meu nome é Ivan Meyer, e a partir de hoje serei responsável por esta coluna de Sax aqui no Cifra Club. Espero poder trazer muitas novidades e conhecimento, divulgar as técnicas sobre este instrumento com toda segurança pra vocês! Vamos falar nesta Dica Técnica de um dos assuntos mais polêmicos para os saxofonistas: a tal da "embocadura certa". Cada músico possui boca, arcada dentária, cavidade bucal e lábios diferentes, além da variedade de boquilhas e palhetas. Tudo isso influencia nas embocaduras. Tentamos encaixar a boquilha em nossa boca e, dependendo de nossos lábios, arcada dentária e cavidade bucal, vamos ter respostas diferentes, de acordo com a posição da boquilha na boca. Há várias maneiras de se colocar a boquilha na boca. Essa maneira específica é por nós chamada de embocadura. Existem vários tipos de embocaduras, como também há diferentes boquilhas e palhetas. Temos que formar um conjunto equilibrado e único para nosso próprio uso. O mesmo conjunto (embocadura, boquilha e palheta) não funciona bem com outro saxofonista e vice-versa, justamente pela diversificação de lábios, arcadas dentárias e cavidade bucal. A confusão sobre qual a melhor palheta, boquilha ou embocadura a ser usada pelo saxofonista é também comum em outros instrumentos de sopro, como o clarinete, flauta transversal, trompete, trombone, oboé, etc. Isso porque somos diferentes e temos respostas diferentes ao que somos expostos. Podemos classificar a embocadura do sax em dois grupos básicos: alguns saxofonistas adotam o apoio dos dentes superiores na boquilha e outros não, sendo que cada um dos estilos tem suas próprias variantes. Não estou afirmando que devemos ter maneiras diferentes de fazer a embocadura, mas sim falando que, em minha experiência como professor aqui e fora do Brasil, pude observar as diversas embocaduras adotadas pelos saxofonistas, profissionais ou amadores, e cada tipo tem suas qualidades. A diferença básica entre os dois tipos de embocadura é: O apoio dos dentes superiores na boquilha Uma corrente de saxofonistas adota e usa o apoio dos dentes. Outros, em vez de usar o dente, utilizam o lábio para dar firmeza à embocadura, o que não acontece, pois o lábio não tem a consistência de um dente. Você deve estar se perguntando: qual é a melhor embocadura? Se você tem essa dúvida, é porque ainda está usando o lábio. Quem usa o apoio dos dentes não tem essa dúvida! Veja a figura abaixo.
  • 3. A grande confusão A confusão começou há muito tempo, quando o Brasil era escasso em métodos e bons professores. Havia (e existe até hoje) um método importado que eu não vou citar, é claro , um dos mais conhecido para saxofone, adotado pelas escolas , conservatórios e igrejas evangélicas. Sua explicação de como se fazer a embocadura é um absurdo, uma aberração musical, embora tenha exercícios escritos que são gostosos de executar. Quantos músicos tiveram arruinada a sua carreira pelo uso deste "método" de se fazer a embocadura sem o uso dos dentes superiores no apoio da boquilha? Ele indica somente o apoio dos lábios superiores e inferiores voltados para dentro, seguido de um golpe seco com a língua para fazer vibrar a palheta e produzir o som com a sílaba "tu". Que falta de informação! Veja a Figura 2. Professores que confiaram nesse método não tiveram e nunca teriam a intenção de ensinar errado. Simplesmente, eles não conhecem outra maneira de fazer embocadura, e isso é muito triste. Que fique claro que minha intenção é ajudar a mudar esse quadro em nosso país. Para isso, precisamos se conscientizar do problema e, principalmente, como tratá-lo. Posso afirmar,
  • 4. porém, que é crescente o número de saxofonistas que adotam e mudam sua embocadura para o apoio dos dentes. Prova disso são os novos saxofonistas evangélicos, com destaque em bandas gospel, todos eles donos de uma ótima técnica e sonoridade. Como deve ser a embocadura? O uso dos lábios é aconselhável somente para quem não tem os dentes superiores ou possui algum tipo de ponte móvel ou algum outro problema com a raiz do dente. Consulte um dentista e mostre o seu problema em relação à boquilha. Se necessário, peça ao seu professor para conversar com o dentista para expor como é feito esse apoio dos dentes na boquilha ou mostre esta matéria com os desenhos das embocaduras, pois isto pode ajudá- lo a encontrar uma solução para seu problema. Não é necessário morder a boquilha e, mesmo que você use uma dentadura, ponte móvel ou dente postiço, isso não é impedimento para o uso da embocadura de apoio com os dentes. Esse apoio só deverá ser evitado caso venha trazer algum dano à sua saúde. Sem esses sintomas, você deve usar o apoio dos dentes superiores na boquilha. Caso venha sentir algum tipo de dor, consulte seu dentista pois isso não é normal, e você pode estar com algum problema. Posição da boquilha na boca Repare que vários saxofonistas conhecidos têm a boquilha mais para a esquerda ou direita e não necessariamente no centro, onde sentem mais firmeza no apoio dos dentes. Muitas vezes, essa sensação é ocasionada pela diferença de altura entre os dentes frontais superiores. Uma seção de limagem no dentista, para tirar a diferença de altura, pode ser a solução para apoiar a boquilha em ambos. Contudo, é sabido que usá-la mais para um lado ou para o outro não traz conseqüências para o saxofonista. O que não pode acontecer é o saxofonista ficar trocando de lado a toda hora. Devemos encontrar o melhor apoio, aquele com o qual você se sinta confortável. Assim, seu organismo cuidará de desenvolver os músculos mais usados na embocadura, como mostra a Figura 3.
  • 5. Apoiando os dentes superiores na boquilha Quando somente usamos os lábios para segurar a boquilha em nossa boca, sem o uso dos dentes superiores, a afinação fica seriamente comprometida em passagens rápidas ou de intervalos distantes, e o músico não tem domínio dos graves e tampouco dos agudos, pois não trabalha os harmônicos, que necessitam da precisão de abertura feita com o apoio dos dentes (tanto para os graves como para os agudos). Desse modo, a sonoridade é pequena e a resistência superbaixa. Se, ainda assim, o músico tira um som bonito, não se engane! O efeito dura pouco, pois o lábio não tem resistência para manter o som ou segurar a afinação. O atrito com os dentes Repare naquelas boquilhas de massa ou metal em que, no lugar de contato da boquilha com o dente, existe outro material (geralmente uma resina protética). Isso evita que o atrito do dente com a boquilha origine um furo no local de apoio. As boquilhas de massa que seguem essa corrente de embocadura têm uma resina diferente, de vez em quando com cor diferente também, que garante a vida útil do acessório. O processo é o mesmo para as boquilhas de metal, caso contrário o atrito entre o metal e o dente destruiria o dente. Nesse caso, é melhor substituir a resina da boquilha do que perder o dente; o desgaste do dente em contato com o metal pode chegar até a raiz e danificá-lo. Não tenha medo de mudar ou experimentar. Você só vai crescer se tentar novos caminhos. Sei que, no começo, saxofonistas que usam somente o lábio têm receio de colocar os dentes superiores na boquilha. Geralmente, sentem cócegas ou arrepios. Pode-se colocar um pedaço de papel contact ou couro colado sobre a parte de apoio dos dentes, ou comprar em casas especializadas adesivos para este fim. Assim, criamos um tipo de amortecedor da vibração da boquilha. Depois, com o tempo, você se acostuma e poderá até tirá-lo. Sinto que ao colocar um contact ou couro na boquilha, alteramos o som dela para "mais aveludado". Outra dica interessante é colocar um pedacinho de pelica nos dentes inferiores, caso seus dentes sejam do tipo serrilha. Sem o atrito do lábio inferior com os dentes inferiores, você vai tocar por várias horas. Isso é comum entre os saxofonistas mais experientes que no carnaval trabalham durante vários dias e horas e em condições que os obrigam a tocar muito forte. Quem já fez carnaval sabe do que estou falando.... Mantendo o apoio dos dentes Devido ao fato de o contato do dente não estar sendo total, é preciso apoiá-lo com uma pequena pressão para baixo. Neste caso, a altura da correia é fundamental. Se ela estiver alta, forçará o contato da boquilha com o dente, tirando todo o peso do sax sob o maxilar inferior e deixando-o livre para ter a precisão no controle de vibratos, harmônicos e todos os matizes do som. Mas, se apoiar o dente na boquilha e manter a correia baixa, com o tempo ou durante uma execução, você poderá transferir por descuido o peso do sax para o maxilar inferior, ficando impedido de executar múltiplas funções. Isso é fatal. De nada adianta apoiar corretamente os dentes e usar a correia baixa, pois assim você perderá o apoio dos dentes superiores na boquilha, além de estrangular toda a passagem de ar e diminuir o espaço entre a boquilha e a palheta, devido ao próprio peso do sax, que tem seu apoio mais no lábio inferior do que nos dentes superiores. Encontrando a altura certa da correia Coloque-se em pé com a coluna ereta. É preciso fazer com que o sax - preso na correia e na posição de tocar - venha em direção aos dentes superiores e não à altura do queixo. Caso isso aconteça, não abaixe a cabeça para fazer a embocadura, nem projete a coluna para frente a fim de alcançar a boquilha. Lembre-se de levantar a correia, fazendo com que a boquilha encaixe embaixo dos dentes superiores, mantendo uma pequena pressão. Você terá sua garganta livre e aberta para a passagem do ar, e estará evitando o peso do sax sobre o maxilar inferior, o que tira seus movimentos e controle. O maxilar inferior é uma
  • 6. das peças mais importantes desse conjunto. Ele é responsável pelas impostações dos graves e projeções dos agudos, vibrato e inflexões tonais. Teste do tudel Embora simples, este teste é muito eficaz para saber se estamos com o apoio correto dos dentes. Para isso, basta pedir que alguém balance o tudel enquanto você toca: se sua cabeça acompanhar o movimento do tudel como se fosse uma única peça, você estará com a embocadura certa. Porém, se balançarem o tudel ao tocar, a boquilha deslizar pelos seus dentes, desafinar ou perder o som, é sinal de que está faltando o apoio dos dentes. Quem deve estar fazendo o papel de fixação é o lábio - e o lábio é mole, não fixa nada. Isso deve estar acontecendo por causa da correia baixa. Levante-a e ganhe firmeza no seu som. Como saber se sua embocadura está firme Toque uma música, escala cromática e uma nota longa. Enquanto isso, faça um grande círculo com o sax. A cabeça deve acompanhar o movimento junto com o tronco. Com o corpo e a cabeça se movendo de um lado para o outro, se você não perder a sonoridade nem tiver alte-rações no som, então podemos dizer que você está com a embocadura usada pelos grandes saxofonista. É lógico que ela dá trabalho para ser entendida, mas a diferença está justamente aí! É que ela dá "muito trabalho" para quem a usa, principalmente trabalho em shows, trabalho em orquestras de bailes, trabalho em gravações, em acompanhamento de artistas, em escolas... Captou a mensagem? Dá um trabalho... Como saber se estamos tocando com a embocadura relaxada É muito fácil: basta tocar a nota DO sem a chave de agudos ou registro (aquela que usa somente a mão esquerda). Quando ela estiver soando, você então aperta o maxilar contra a palheta e a sua nota DO vai virar um DO #. Caso isso não ocorra, é porque você está com a embocadura tensa (veja a Figura 4). Para corrigi-la, faça então o contrário. Toque a nota relaxando o maxilar, para fazer com que ela desça meio tom. Esta deverá ser a sua posição de embocadura. Você deve afinar as outras notas da escala em relação a esta nota relaxada, mantendo a afinação entre elas sem tensionar o maxilar. Desse modo, terá muito mais campo dinâmico e de inflexões tonais. Não se esqueça de nunca "bater'' a língua para começar o som no sax. Você deve colocar o ar em movimento espiral por dentro do saxofone emitindo a sílaba HOO (assim batizada pelo mestre Demétrio Lima, que é expert no assunto), utilizando somente o diafragma que colocara em movimento o ar parado, criando uma correnteza que projetará o seu som e na qual poderá articulá-lo à vontade, sem o perigo de engarrafá-lo dentro do sax. Caso não conheça esse processo, fique tranqüilo, pois este será nosso próximo assunto. Agora, mãos à obra. Regule e acerte sua embocadura. Não custa nada tentar; se você não tentar, não irá conhecer suas possibilidades sonoras.
  • 7. Como ajustar suas palhetas A principal tarefa da palheta é funcionar como uma válvula de ar que abre e fecha sobre a boquilha em várias velocidades. A freqüência dessa operação controla o timbre do som, e é determinada pelo tamanho e formato da coluna de ar resultante da vibração. Considerando- se a formidável tarefa com que se confronta esse pequeno pedaço de bambu, não surpreende que tanto esforço seja despendido na sua seleção e ajuste, uma vez que a palheta é a responsável pela geração de som do saxofone. Ajustamento da palheta É inútil gastar tempo ajustando uma palheta se o bambu não tiver sido amadurecido apropriadamente. O teste simples, demonstrado a seguir, pode poupar considerável esforço: Pressione com a unha do polegar a parte superior do corpo da palheta. Se o material resistir, o bambu é velho e superamadurecido. Se ele for macio e marcar facilmente, ainda está verde. Uma leve marca que diminui com o fim da pressão indica uma palheta adequadamente envelhecida. Um outro excelente teste envolve o reconhecimento do arco de maturidade. Quando bem amadurecida, a palheta apresenta uma marca escura abaixo da superfície do corpo, se sua base for mergulhada em cerca de 3 cm de água por alguns minutos. Essa marca deverá ser de cor marrom alaranjada. Se apresentar uma cor amarelada, ou não aparecer marca alguma, a palheta deve ser deixada maturando por um ano ou mais antes de ser testada novamente. Se, após umedecer a parte posterior, como descrito acima, você soprar na borda mais grossa da peça, pequenas bolhas aparecerão ao longo da lâmina da palheta. Essas bolhas não poderão ser grandes ou em profusão, uma vez que isso indicaria que a palheta é porosa demais. Devemos lembrar que palhetas grandes terão tubos maiores que as palheta pequenas. Escolha uma palheta que resista à passagem do ar através de seus tubos, mas que não o impeça completamente. Algumas tentativas para determinar a quantidade ideal de ar que deve passar serão úteis. Esses testes funcionam somente com palhetas novas. A lista mínima de ferramentas para o ajuste das palhetas inclui: • Um pedaço de vidro plano de cerca de 10x15 cm. Os cantos devem ser abaulados, a fim de evitar ferimentos nas mãos. • Um aparador de palhetas, escolhido com cuidado, pois o formato do corte deve adequar-se à ponta da boquilha. Leve algumas palhetas velhas e sua boquilha à loja para determinar o formato adequado de corte. • Um pequeno formão de três faces. É uma barra de aço temperado de três faces lisas com três bordas afiadas, para raspar madeira. • Lixa de Junco. Para acabamento ou alterações mínimas. É barata e pode ser adquirida em uma loja de instrumentos de sopro. • Folha de Lixa no. 600 • Lâmina comum de barbear
  • 8. Lixa de unhas O ajuste deverá ser adiado até que a palheta tenha passado por um período de testes. As palhetas mudam suas características rapidamente quando usadas pela primeira vez, e um ajuste feito antes de testá-las apropriadamente pode dificultar uma posterior correção. O procedimento sugerido é usar a palheta por um curto período de tempo na primeira vez e então deixá-la de lado por um dia. Tente tocar por mais tempo no segundo dia e nos dias sucessivos, até sentir que as características da palheta se estabilizaram. Normalmente, a palheta estará mais macia após ser utilizada umas poucas vezes, mas isso não é sempre verdade - algumas vezes tornam-se mais rígidas! Você pode testar o equilíbrio e a flexibilidade da palheta, pressionando sua ponta contra a unha do polegar e deslizando-a contra a unha em toda sua extensão. Cheque o equilíbrio dos dois lados da ponta da palheta, utilizando o indicador contra o polegar de ambas as mãos. Palheta muito mole Apare primeiro a ponta da palheta, tirando muito pouco por vez. Umedeça bem a palheta antes de apará-la e assegure-se que ela esteja centrada apropriadamente. A pressa nesse procedimento geralmente arruina a palheta; é fácil retirar um pouco mais da ponta da palheta, mas é impossível acrescentar. Normalmente, 1, 5 mm é o limite no qual a palheta pode ser reduzida com sucesso. Após a palheta ter sido aparada, os cantos devem ser arredondados e a curva ajustada à curvatura da boquilha. Para isso, use a folha de lixa para
  • 9. madeira, esfregando muito levemente em direção à parte central da palheta. Palheta muito dura Uma palheta que parece dura demais pode ser mais dura de um lado do que do outro. Assim é possível termos uma palheta com a resistência desejada apenas em um dos lados. Este tipo de palheta será difícil de soprar e deve ser balanceada. Isso pode ser verificado colocando-se a boquilha na embocadura de maneira que somente um lado da palheta vibre, alternando-se então para o outro lado. Quando ambos os lados são aproximadamente iguais e rígidos demais, um ajuste geral deverá ser feito. Se um dos lados da palheta for mais duro para soprar, este deverá ser ajustado antes de quaisquer outros ajustes. Observar a ponta da palheta em frente de uma luz forte indicará onde o ajuste deve começar. A lixa de junco é melhor para equilibrar a ponta e os lados da palheta. Antes de usá-la, mergulhe a parte final da lixa de junco em água, até que ela se torne flexível. Segure então uma das pontas e corte-a com uma lâmina de barbear. Use a ponta aparada da lixa de junco com o indicador, assegurando-se que as fibras estejam em ângulo reto às da palheta, como na figura a seguir. Sempre esfregue na direção da ponta,mas deixe para reduzir a espessura da ponta mais extrema da palheta por último. No balanceamento, a parte da palheta a ser ajustada é de aproximadamente 1,5 cm a 0,3 cm da ponta.Proceda o ajuste a partir do centro para os lados,de maneira que o coração da palheta não seja atingido. O coração é o início da área de resistência e raramente deveria ser tocado.A palheta deveria sempre ser balanceada corretamente antes dessa área ser considerada. Se a palheta estiver ainda muito dura após o ajuste, raspe levemente com o formão de três faces ao longo dos lados da lâmina da palheta.Se isso não atingir o propósito,remova um pouco de toda a lâmina da palheta, mas raspe muito levemente a área do coração. Deve ser raspado por igual do centro para os lados da lâmina em direção à ponta.Se uma marca clara aparecer no coração da palheta, a melhor coisa a fazer é jogá-la fora - seu problema de coração foi fatal. Defeito Área Ferramenta Observações Muito mole Ponta Aparador Corte bem pouco. Teste a cada corte.
  • 10. Som grave e sem cor Ponta Aparador Corte bem pouco. Teste a cada corte. Falta de ressonância 1& 2 Lixa de Junco Balancear Som sem brilho quando 1& 2 Lixa de Junco Balancear. Tirar de ambos os lados se ainda muito dura tocado suavemente. Duro de soprar 2 Lixa de Junco Afinar ambos os lados e balancear Falta ressonância no 2 Lixa de Junco Balancear e afinar se necessário registro baixo Lado inferior Colocar a lixa sobre o vidro e esfregar levemente a face Ponta grossa após aparar Lixa para madeira da ponta inferior da palheta até cerca de 1 cm da ponta Palheta apita 2 Lixa de Junco Balancear Notas altas difíceis de 2& 1 Lixa de Junco Afinar gradualmente com leves esfregada atacar suavemente Registro alto sem brilho 3 Lixa de Junco Teste após algumas poucas esfregadas Falta projeção no registro Mova 3 para trás a partir da ponta. (Isto pode reduzir 3 Lixa de Junco superior tempo de vida da palheta) Falta ressonância no 4 Lixa de Junco Levemente em 3 também registro médio Registro baixo muito denso 6 Formão de três faces Termine com Lixa de Junco Falta generalizada de Lixa para madeira Lixe as bordas laterais da palheta se esta for larga para 7&8 ressonância sobre o vidro a boquilha Após ajuste, toca bem mas 6-5-4-3 Formão de três faces Afine igualmente as áreas indicadas é duro soprar Face inferior da palheta Face inferior Lâmina de barbear Esfregar suavemente em direção à ponta não plana Lixa para madeira Esfregar levemente para trás e para frente sempre na Face inferior não lisa Face inferior sobre o vidro direção dos grãos Conheça o Fórum de Sax do Cifra Club!
  • 11. Os super agudos do Sax Para se tocar no registro dos superagudos, é preciso conhecer e dominar as embocaduras do saxofone. Estas podem ser comparadas à de um trompete, que, na mesma posição de dedilhado, fazem várias notas com mudanças na embocadura. Esse mecanismo é desconhecido pela maioria dos saxofonistas que tentam em vão tocar os superagudos lançando mão somente das posições, criando uma concepção errada de que, apertando ao máximo o lábio, conseguiremos atingir os agudos. Dessa forma, o que resulta são os apitos. As posições dos agudos são pouco divulgadas e ajudam a frustrar o estudante, que então começa a atribuir a culpa por não dominar os superagudos às posições, à boquilha, à palheta, ao instrumento, namorada, cachorro, síndico, etc. Então ele espera que, com os anos de estudo, sua embocadura fique mais fiel. Mas os anos passam, o saxofone passa de pai para filho e nada de sair os superagudos. De vez em quando sai um agudo, mas ele sempre falha na hora que se precisa dele. Então, começa a achar que os superagudos é dom de alguns. Os saxofonistas têm que conhecer e dominar as suas várias embocaduras que se diferenciam por : • Pressão dos lábios sob a palheta • Velocidade do ar • Espaço interno da boca • Posição da língua, que, dependendo do lugar onde se posicionar (mais para cima ou para baixo), mudará a emissão do harmônico e, conseqüentemente, a nota emitida. Com a mesma posição de agudo, podemos fazer 4 ou 5 notas diferentes. Antes de começar com os exercícios para dominar os agudos, é preciso ter consciência de alguns fatos : • o motor do saxofone é a boquilha, a estabilidade é a palheta e a aerodinâmica é o instrumento. Nós somos o condutor. 1ª parte - Boquilhas A primeira coisa que um saxofonista fala a outro é: que boquilha você usa? Essa tal boquilha já é uma lenda. O que sabemos é que a mesma boquilha tem som diferente (timbre), dependendo de quem a toca. Existem boquilhas que têm o som mais brilhante e outras com o som mais fosco (aveludado). Há boquilhas de metal ,massa, fechada, com a câmara aberta ou fechada, coloridas, enfim, uma variedade que nos deixa confusos. Estão inclusive inventando boquilhas com acessórios, é uma confusão só! Agora, certeza mesmo é que cada pessoa tem uma arcada dentária e uma boca diferente, fazendo com que a mesma boquilha seja ótima para uns e ruim para outros. Algumas boquilhas foram inventadas com o intuito de facilitar a emissão de agudos (harmônicos) e outras são mais apropriadas para os graves. O que você precisa, juntamente com seu professor, é encontrar uma boquilha bem equilibrada para o seu tipo de embocadura. Em São Paulo, muitos conheceram o mestre Bove, que consertou por décadas os saxofones de diversos músicos. Uma das coisas interessantes que ele fazia era mexer nas boquilhas,
  • 12. colocando Durepox dentro para alterar a câmara interna. Conseguia assim mudar as características de som da boquilha (de grave/aveludado para um som mais brilhante), facilitando a emissão dos agudos e liberando o músico da mudança de boquilha. Atualmente, Aldo Bove Filho continua executando esta arte. A boquilha é uma das peças mais importantes para a emissão dos agudos. Seus preços são muito variados. Há boquilhas desenvolvidas para projetar harmônicos que, com certeza, são mais fáceis para a execução dos agudos. Isso não quer dizer que boquilhas que têm som mais aveludado ou grave não toquem nos agudos. Elas tocam, mas com o som mais apagado, sem brilho. Tem- se a impressão de soar menos nos agudos. Procure uma boquilha que seja mais brilhante. Seu professor deverá conhecer várias com essas características. 2ª Parte - Palhetas Palhetas. Gosto de todas, desde que possa prepará-las a meu gosto! (consulte a matéria técnica do Informativo Weril nº 120 - Regulagem De Palhetas). Em uma caixa com 10 palhetas, é muito difícil encontrar duas iguais. Cada uma tem sua personalidade. Umas são boas para graves, outras para agudos, outras um horror. O melhor é saber preparar suas palhetas para o seu jeito de tocar e não ter que se adaptar a cada palheta. Isso atrapalha, pois seu som não cria uma personalidade. Numa determinada semana está metálico, noutra dá apitos ou não tem som nos graves. Assim não dá pé! Temos várias marcas, todas muito boas para serem reguladas como você gosta. Algumas palhetas se parecem com bambu, mas são de fibra. Seu som assemelha-se às de bambu. O interessante é que esta palheta dura até seis meses ou mais, mantendo-se estável sem envergar ou perder suas características sonoras. Você não perde tempo regulando palhetas e estuda mais, conhecendo melhor o seu som (elas também são bem diferentes entre si e podem ser reguladas. Utilize uma lixa d'água bem fina e umedecida para fazer os ajustes). Saiba que as palhetas são de lua e também mudam com as marés. Existem palhetas que liberam mais harmonia que as outras. Com o tempo, ao emitir uma única nota rapidamente, você notará se ela é boa para agudos, graves ou bem equilibrada. 3ª Parte - Embocadura Aqui mora o perigo. A embocadura é tudo no agudo. Comparo-a à construção de um prédio: quanto mais alto ele for, mais profunda deve ser sua base. A embocadura para se tocar em 2 oitavas utilizada pela maioria dos saxofonistas não é a mesma para se tocar em 4 oitavas. Aquela que você usa para tocar com sucesso até hoje deve estar funcionado bem entre o Ré da primeira oitava e o Ré da terceira oitava. Agora, se você tem problemas fora desta região, significa que a sua embocadura está fora de lugar. Não diria errada, pois a embocadura que uso para tocar nos agudíssimos é a que você está usando, enquanto adoto uma outra para tocar nessa região mais grave. Aí está o segredo! Para tocar nos superagudos, começo pelos graves. Quanto mais relaxados os graves, mais campo para os agudos, ou seja, quanto mais aberto o ângulo entre boquilha e palheta na região grave, maior será minha margem de extensão, pois, à medida que subo para os agudos o ângulo da boquilha se fecha. Se você começar com ela fechada, ao chegar nos agudos terá tal esmagamento da palheta com a boquilha que nenhum ar passará. O segredo é começar os graves o mais relaxado possível, quer dizer, com o ângulo entre a palheta e a boquilha o mais aberto possível. Você terá que descobrir que pode tocar a nota do meio tom abaixo soando um Si sem mexer na boquilha, somente relaxando o lábio inferior em relação à palheta, como se fosse uma batata quente na boca. Toque a nota Ré
  • 13. mantendo a relação de um tom entre o Dó, mas não esqueça que este Dó está com a afinação meio tom abaixo do normal. Isso foi feito com o relaxamento do lábio inferior. Se você tocar o Mi, ele também terá que manter a afinação relativa ao Dó, que, por sua vez, continua baixo. Ao completar uma oitava fazendo a relação acima, e mantendo a afinação das notas entre elas, o Dó oitavado acima estará mais relaxado, com mais volume e brilho. Em relação à boquilha e à palheta, o ângulo agora é maior. Então, você terá mais ângulo de boquilha para os agudíssimos. Da outra forma, você não teria mais ângulo entre palheta e boquilha. 4ª Parte - Afinação Como resolver a afinação do sax em relação ao diapasão? Após abaixar a afinação da posição de Dó no saxofone, fazendo soar um Si, você agora afina pela boquilha, abrindo ou fechando. É importante não mexer a boca. Com isso, você conseguirá tocar os graves com mais facilidade, pois sua boquilha está aberta na boca. Antes você estava com a afinação do Dó alta em relação à afinação real do saxofone. Em vez de abaixar a afinação do sax com o relaxamento da embocadura, você afinava seu instrumento pelo todel, mas agora aprendeu que se pode afinar pela boca. Isto é, conseguindo o ângulo mais aberto da embocadura, você estará na posição correta para ir até os agudos, fechando relativamente sem o perigo de, ao chegar na região superaguda, não existir mais ângulo. Só irá tocar os agudos quem conseguir tocar os supergraves, pois eles são a base para se alcançar o alto.
  • 14. Conheça o Fórum de Sax do Cifra Club!