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Organização e gestão do desporto
Módulo 3
Estratégia e Desenvolvimento das
Organizações Desportivas
Curso profissional de técnico(a) de apoio à gestão
desportiva
1| Descrever a função da estratégia no funcionamento de uma organização
desportiva
2| Recolher, tratar e analisar dados e indicadores suscetíveis de identificar
mercados do desporto os seus influenciadores e tendências
3| Calcular a importância das principais partes interessadas no
funcionamento de uma organização desportiva
4| Interpretar as principais variáveis externas e internas que condicionam o
funcionamento de uma organização desportiva
OBJETIVOS DO MÓDULO 3 (I)
5| Relacionar tendências políticas, económicas, sociais e tecnológicas
(oportunidades e ameaças externas às organizações) com capacidades
internas, forças e fraquezas
6| Definir estratégias e transformá-las em planos de ação
7| Criar mecanismos de controlo e de avaliação das estratégias
OBJETIVOS DO MÓDULO 3 (II)
1| Origem e evolução da estratégia
1.1| Natureza da estratégia
1.2| Conceito de estratégia e sua evolução
1.3| Formulação e a formação da estratégia
1.4| Diferentes níveis de organização e diferentes níveis de
estratégia
ÍNDICE (sessão 12)
Organização e gestão do desporto
Natureza da estratégia
Estratégia e Desenvolvimento das Organizações
Desportivas
“Conhece o teu inimigo e conhece-te a ti mesmo.
Se tiveres de travar cem guerras, cem vezes sairás vitorioso.
Se ignoras o teu inimigo e te conheces a ti mesmo, a probabilidade de
perderes é igual à de ganhares.
Se ignoras o teu inimigo e a ti mesmo, os teus combates saldar-se-ão
por derrotas”.
Sun Tzu
Natureza da Estratégia
Com o pensamento anterior, poderemos extrapolar o que deve
acontecer em relação às organizações desportivas.
Ao elaborarmos a estratégia de uma organização desportiva devemos:
i) conhecer a própria organização – análise interna (pontos fortes e
pontos fracos);
ii) conhecer o meio envolvente à organização desportiva – análise
externa (oportunidades e ameaças)
e assim a organização desportiva estará, com a estratégia definida,
mais apta a vencer os desafios e obterá melhores resultados.
Natureza da Estratégia
O processo que permite a uma organização situar-se no futuro na
posição desejada é o que a EFQM (European Foundation for The
Quality Management) denomina de Política e Estratégia.
“Organizações excelentes implementam a sua missão e visão através
do desenvolvimento de uma estratégia focalizada nos grupos de
interesse que tem em consideração o mercado e o sector nos
quais operam. Políticas, planos, objectivos e processos são
desenvolvidos e desdobrados para transferir a estratégia” (EFQM,
2001).
Natureza da Estratégia
A existência de planeamento estratégico é um indicador de que uma
organização se preocupa em avaliar os ambientes, que reflete
internamente sobre as melhores ações a implementar, que formula
objetivos e que se interessa por controlar o seu desempenho à luz do
que foi planeado.
Carvalho (2005)
Natureza da Estratégia
As organizações excelentes desenvolvem a sua estratégia tendo em
conta os pontos de vista dos grupos de interesse para, de seguida,
desdobrar os planos de forma sistemática, comunicá-los globalmente
e revê-los a partir de uma cultura de aprendizagem e melhoria
contínua (EFQM, 2003).
Natureza da Estratégia
Organização e gestão do desporto
Conceito de estratégia e sua evolução
Estratégia e Desenvolvimento das
Organizações Desportivas
Estratégia é uma palavra de origem grega, “strategos”, que combina
stratos (exército) com ag (liderar) e por isso significa literalmente a
liderança do exército ou a função do general do exército.
É, portanto, proveniente do meio militar e foi aplicada com propriedade às
organizações, já que elas pretendem, por um lado, obter uma vantagem
competitiva sobre a concorrência (do ataque) e, por outro lado,
protegerem-se a si mesmas, garantindo aquela vantagem (da defesa).
Conceito de Estratégia
Existem várias definições de estratégia, das quais se salientam:
1 Os princípios e linhas diretivas que orientam o desenvolvimento de uma
organização (Ansoff).
2 Delinear trajetórias de evolução, suficientemente firmes e duradouras,
em torno das quais se poderiam ordenar as decisões e ações pontuais
da empresa (Martinet).
3 Escolha de critérios e decisões estratégicas que visam orientar de
modo determinante, e a longo prazo, as atividades e estruturas da
organização (Tabatori e Garmion).
Conceito de Estratégia
Definições de estratégia (cont.):
4 Estratégia competitiva é uma combinação dos fins (metas) que a
empresa busca e dos meios (políticas) pelos quais ela está a
tentar lá chegar (M. Porter).
5 Padrão num conjunto de decisões e ações (H. Mintzberg).
6 Estratégia é um conjunto de decisões e ações de uma empresa
que, de forma consistente, visam proporcionar ao cliente mais
valor do que aquele que é oferecido pela concorrência (A. Freire).
Como se verifica nesta sequência de definições, a estratégia consiste
no conjunto de decisões que visam orientar, de maneira duradoura,
uma organização para alcançar os seus fins.
Conceito de Estratégia
Como o termo estratégia teve a sua origem no meio militar, podem
descrever-se as muitas semelhanças que existem entre a estratégia militar
e a empresarial.
De facto, o líder de uma organização na luta com a concorrência para obter
uma vantagem competitiva sustentada, empreende um conjunto de ações
que têm uma grande analogia com as que executa o líder do exército (o
general) na batalha com o inimigo para alcançar a vitória.
Tal analogia inicia-se por considerar que na guerra existem dois princípios:
- por um lado, destruir o adversário (do ataque);
- por outro lado, proteger-se a si mesmo (da defesa).
Da estratégia militar à estratégia empresarial
A estratégia possui várias características:
a) A sua formulação não conduz a uma ação imediata.
Ela indica sobretudo as orientações gerais que permitirão à empresa
melhorar a sua posição;
b) Deve servir para se conceberem projetos graças a um processo de
exploração.
A estratégia permitirá então limitar as suas explorações aos setores que
ela tinha determinado, depois de rejeitar as possibilidades em contradição
consigo;
Características da estratégia
Características (cont.):
c) No momento de formular a estratégia é impossível enumerar todas as
possibilidades que com o tempo se vão descobrindo.
A formulação vai assim fundamentar-se em informações incertas,
incompletas e muito gerais respeitantes aos tipos de alternativas;
d) Quando o processo de exploração faz surgir determinadas alternativas,
novas informações, menos gerais, podem fazer duvidar da bem
fundamentada escolha da estratégia original.
Uma estratégia com êxito exige um apelo ao feedback.
Características da estratégia
De acordo com Gil Fiévet a estratégia da empresa é uma praxeologia que
deve apresentar as seguintes características:
l. Gerar o dinamismo
- Um dinamismo motor que pode utilizar a flexibilidade para reagir aos
imponderáveis - reatividade;
- Um dinamismo que não pode assentar em verdades definitivas, devendo
projetar a sua reflexão num futuro por descobrir - prospetiva.
2. Gerir a incerteza
Devido à alteração do contexto em que se situa a ação.
3. Favorecer a flexibilidade
Para permitir à ação que realize um universo de mudança - adaptabilidade
Características da estratégia
Características da estratégia
Vantagens:
Utilizando a estratégia, os gestores de todos os níveis atuam
conjuntamente em grupo desde a análise à implementação estratégica.
Como resultado, as consequências comportamentais da estratégia são
similares para os que participam na tomada de decisão.
Deste modo, uma cuidadosa avaliação do impacto da formulação
estratégica na performance da organização requer não só critérios de
avaliação financeira mas também outros critérios - avaliações
comportamentais.
De facto, promover atitudes de comportamento positivas ajuda a empresa
a alcançar as suas metas financeiras.
Vantagens e riscos da estratégia
Vantagens:
Fundamentalmente, são cinco as vantagens da estratégia:
1. A formulação estratégica aumenta a capacidade da empresa para
prevenir problemas.
2. As decisões estratégicas tomadas em grupo são, provavelmente, as
melhores de entre as alternativas possíveis. O processo da estratégia
origina as melhores decisões porque a interação de grupo gera uma
grande variedade de estratégias e porque as previsões baseadas em
perspetivas especializadas dos membros do grupo melhoram a avaliação
das opções.
Vantagens e riscos da estratégia
Vantagens (cont.):
3. O envolvimento dos colaboradores na formulação estratégica melhora o
seu conhecimento da relação produtividade/salário, em cada plano
estratégico, aumentando assim a sua motivação.
4. Lacunas e sobreposições de atividades entre indivíduos e grupos
suavizam-se porque a participação na formulação estratégica clarifica a
delimitação de tarefas.
5. Qualquer mudança numa organização origina resistências que são
reduzidas pela participação dos indivíduos e grupos na formulação
estratégica.
Vantagens e riscos da estratégia
Riscos
Os gestores devem estar preparados para preverem três tipos de
consequências negativas no envolvimento da formulação estratégica.
1º - Os gestores envolvidos no processo da estratégia devem ter o cuidado
de não se deixar envolver demasiado em responsabilidades operacionais,
organizando o seu tempo de modo a permitir-lhes ter a disponibilidade
necessária para atividades estratégicas.
2º - Se os que formulam a estratégia não estão intimamente envolvidos na
sua implantação, eles podem negar qualquer responsabilidade na
execução das decisões tomadas.
Vantagens e riscos da estratégia
Riscos (cont.)
3º - Os gestores devem estar preparados para antecipar e responder ao
desapontamento dos empregados quanto a expetativas não alcançadas.
Os colaboradores podem esperar que o seu envolvimento, em cada uma
das fases da formulação da estratégia, resulte tanto na aceitação das suas
propostas como no aumento dos seus vencimentos, ou ainda esperar que
a solicitação das suas contribuições para determinados aspetos se estenda
a outras áreas de decisão.
Vantagens e riscos da estratégia
Nas competições desportivas, segundo Beyer (1987:634), a estratégia é
vista como um sistema controlado de planos de ação e alternativas de
decisão, as quais (em contraste com a tática) incorporam variáveis
sobrepostas do contexto desportivo até ao planeamento de médio e longo
prazo.
Beyer destaca, ainda, a importância da estratégia, no contexto desportivo,
como fator indispensável para deteção e promoção de talentos, durante a
construção de uma equipa, na competição, numa seção de um clube ou
para a promoção e dinamização da ocupação do tempo livre.
Evolução do conceito de estratégia
Tendo como referência os jogos desportivos, Wezos (1984) refere que
estratégia representa o reagrupamento e aplicação de todos os
procedimentos com o objetivo de atingir um objetivo fixado, sendo uma das
principais tarefas estratégicas estudar as condições e o caráter da futura
confrontação desportiva e elaborar os métodos para a sua condução.
Evolução do conceito de estratégia
Castelo (1996), entende estratégia como a arte de conceber, desenvolver e
utilizar meios para realizar objetivos, vencendo resistências e oposições.
Evolução do conceito de estratégia
No entanto, para Carrieri (2000), o significado da palavra estratégia tem
tido dois aspetos básicos que se complementam.
O primeiro, que explora a origem militar, da derrota do inimigo, é baseado
na palavra strategos. Está relacionado com o cargo ocupado pelo general
que comandava exércitos.
"É um termo grego, advém das batalhas entre macedónios e gregos, mais
precisamente da vitória dos exércitos macedónios comandados por
Alexandre, que originou a formação de um imenso império da Antiguidade".
Este é um conceito onde predomina a visão de que o oponente precisa ser
derrotado, conquistado ou exterminado.
O segundo significado aprofunda a expetativa racionalista, sempre voltada
para o cumprimento dos objetivos. Este incorpora critérios económicos,
como por exemplo a relação custo/benefício.
Evolução do conceito de estratégia
Para Chaffee (1985), Knights&Morgan (1991) e Whipp (1996), cit. p.
Carrier (2000), o segundo significado tem incorporado o primeiro e explora
um modelo racional mecanicista de estratégia, baseada firmemente na
economia neoclássica.
lsto é, este modelo propõe uma sequência de ações estratégicas a serem
seguidas para a conquista dos objetivos.
Os concorrentes devem, quando considerados, ser derrotados e se
possível exterminados.
O que se pode observar é que esta visão predominante é dirigida por certo
determinismo económico, que vê a estratégia como um grupo de técnicas
racionais para se conseguir algum controlo do ambiente.
Evolução do conceito de estratégia
Encontramos, deste modo, duas perspetivas que explicam o conceito de
estratégia.
Uma com origem do significado na guerra e outra que desenvolve o
conceito na teoria organizacional e na sua utilização na condução das
organizações.
Evolução do conceito de estratégia
Sobre a origem militar do conceito de estratégia, o primeiro militar e autor
mais citado é Sun Tzu (500 A.C.), responsável pela definição dos princípios
milenares da estratégia.
O autor considera a estratégia como a arte de condução da guerra, que deve
começar pelas avaliações ou apreciações preliminares: "examinando-se a
situação, os resultados surgirão com clareza".
O primeiro princípio é a análise dos exércitos. Dessa análise/avaliação
resulta a identificação de um conjunto de forças e fraquezas (vantagens e
desvantagens) de cada exército.
Em função delas, o estratego militar pensa num esquema de movimentos a
executar e nas posições a ocupar, de modo a - procurando sempre conhecer
(antecipar) a estratégia do inimigo - anulá-la e dela tirar partido para a sua
vitória.
Evolução do conceito de estratégia
O objetivo da guerra e da arte da sua condução é a vitória. Se possível sem
luta, pois, dominar "o inimigo sem o combater, isso sim, é o cúmulo da
habilidade".
Outro princípio importante que deve orientar o estratego é o ataque às
fraquezas e a surpresa.
Evolução do conceito de estratégia
Para Krause (1999), a ideia principal de Sun Tzu é que as batalhas são
ganhas pela organização ou pela pessoa que, primeiro, tiver a melhor
estratégia competitiva e, segundo, cometer menos erros.
A vantagem competitiva consegue-se com os melhores recursos humanos,
com a melhor posição, com a melhor execução e com inovação.
Mas não é a vantagem competitiva que determina o sucesso.
São as pessoas que lutam que ganham batalhas. E a pessoa mais
importante da batalha é o líder.
O modelo de exército de Sun Tzu, para Krause (1999), assentava naquilo
que designava como "organização natural", que contém três
características: existe para servir um determinado objetivo, está centrada
na informação e é completamente flexível e adaptável.
Evolução do conceito de estratégia
Na lógica do conceito de estratégia adaptado do domínio da guerra para o
empresarial, outro general, Fievet (1993), menciona que a estratégia da
empresa é uma" praxeologia de natureza complexa", i. é., uma teoria da
ação exigindo o tratamento da decisão.
Não é um conceito abstrato, nem receita operatória, "situando-se entre o
pensamento e a ação, pode surgir como pensamento atuante ou ação
refletida".
Evolução do conceito de estratégia
Direcionando-nos para o domínio da abordagem concetual de referência,
isto é, do domínio da estratégia empresarial e da gestão das organizações,
sejam estas lucrativas ou não, Ansoff (1965) define estratégia como um
conjunto de "regras de decisão que orientam o comportamento de uma
organização nas relações com o seu meio envolvente".
Nesta lógica, integrou também a estratégia num conceito mais amplo, o de
"postura estratégica", que congrega um perfil das capacidades de gestão
(capabilities) e da arquitetura organizacional a desenvolver para executar a
estratégia com sucesso.
Evolução do conceito de estratégia
Para Montgomery&Porter (1998), os primeiros trabalhos da estratégia
moderna foram produzidos, no início dos anos 60, por Andrews e
Christensen.
Num período em que a gestão estava orientada para funções, identificaram
a necessidade de se pensar a empresa de forma holística.
Viram, deste modo, a estratégia como a ideia unifìcadora que ligava as
áreas funcionais de uma empresa e relacionava as suas atividades com o
ambiente externo.
Nessa abordagem, a formulação de uma estratégia envolvia a justaposição
dos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades e ameaças
apresentadas pelo ambiente.
Evolução do conceito de estratégia
Verificava-se, então, que a questão principal era a noção de adequação
entre as capacidades de uma empresa e as exigências competitivas de um
setor que a distinguia das demais.
O desafïo consistia em escolher ou criar um contexto ambiental no qual "as
competências e recursos característicos da empresa poderiam produzir
uma relativa vantagem competitiva".
Evolução do conceito de estratégia
Chandler (1962), cit. p. Rumelt et. al. (1994:36), desenvolveu uma tese
segundo a qual diferentes formas de organização resultam de diferentes
tipos de crescimento, se, para tal, o planeamento e a condução desse
crescimento forem considerados uma estratégia e a organização
concebida para administrar essas atividades e recursos uma estrutura.
Delimitou, desta forma, estratégia "como a determinação das metas e dos
objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção de cursos de
ação e afetação dos recursos necessários para conseguir estes objetivos".
A estratégia é caracterizada "como a relação entre um conjunto de
propósitos e de escolhas de gestão e a sua distinção em relação à
estrutura".
Evolução do conceito de estratégia
Para Rumelt et al. (1994), Andrews utilizou o conceito de Chandler,
associou o conceito de competência distintiva de uma organização de
Selznick (1957) e a noção de um ambiente incerto a que a gestão e a
empresa tinham de adaptar-se.
Nesta perspetiva, o ambiente, através de mudanças constantes, dava
origem a oportunidades e ameaças, e as forças e fraquezas da
organização eram adaptadas para evitar as ameaças, por um lado, e para
obter vantagens das oportunidades, por outro.
Uma avaliação interna dos pontos fortes e dos pontos fracos conduzia à
identificação das competências distintivas.
A avaliação externa das ameaças e das oportunidades do ambiente
conduzia à identificação dos factores potenciais de sucesso. Estas
avaliações conjuntas constituíam o fundamento da formulação da
estratégia, por um processo analítico distinto da implementação da
estratégia.
Evolução do conceito de estratégia
Na perspetiva de Andrews (1971), estratégia é semelhante à identidade,
como "o padrão de objetivos, propósitos ou metas e políticas e planos
fundamentais para alcançar estas metas, formuladas de tal forma que
permitem definir qual o negócio em que a empresa está ou estará e que
tipo de empresa é ou será".
Distingue ainda entre formulação estratégica, "analiticamente objetiva", e
implementação estratégica, "fundamentalmente administrativa".
No entanto, Mintzbeg (1987) refere que a formulação e a implementação
estão intimamente associadas "como processos interativos complexos nos
quais a política, os valores, a cultura organizacional e os estilos de gestão
determinam ou condicionam as decisões estratégicas".
Evolução do conceito de estratégia
Durante muito tempo a estratégia foi vista numa perspetiva quase de
planeamento de longo prazo, planeamento estratégico.
Sensivelmente a partir do meio da década de setenta, com as grandes
alterações económicas ocorridas devido, segundo Rumelt et Al. (1994:37),
ao embargo petrolífero de 1973, taxas de câmbio flutuantes, inflação
elevada e crescente concorrência internacional, as organizações
verificaram que através do planeamento de longo prazo não poderiam
estar preparadas para uma adaptação à mudança, à inovação, fruto de
alterações constantes de ambiente.
Até então a definição de estratégia era para muitos um plano unificado,
englobante e integrado que estabelece a ligação entre as vantagens
estratégicas da firma e os desafios do meio ambiente e desenhada para
assegurar a consecução dos objetivos através da sua adequada execução
pela empresa, Jauch&Glueck.
Evolução do conceito de estratégia
Ansoff (1965) aprofundou os seus conceitos de estratégia "como resposta
à sua frustração com o planeamento enquanto extrapolação simplista de
tendências passadas".
Para ele, a estratégia proporcionava um fio comum para a escolha de cinco
componentes:
1) gama de produto-mercado;
2) vetor de crescimento (direção em que a gama se modifica; produtos
antigos versus novos);
3) vantagem competitiva (oportunidades únicas em termos de produto ou
de mercado);
4) sinergia gerada internamente por uma combinação de capacidades ou
de competências; e
5) a decisão de fazer ou comprar.
Evolução do conceito de estratégia
Reforçando a função do gestor, Bower et al. (1991:104) referem que a
estratégia permite reduzir a tarefa do gestor geral a proporções
humanamente aceitáveis, salientado que uma das suas faculdades é a
orientação e integração das várias funções da empresa, tendo, por outro
lado, uma vertente social e outra económica.
A última resulta de um processo que faz a compatibilização entre as
ameaças/oportunidades e as forças/fraquezas da empresa.
Daqui resulta um padrão de decisões que
"(1) determina, enforma e revela os seus objetivos ou finalidades;
(2) produz os principais planos e políticas para atingir aqueles objetivos ou
finalidades;
(3) define os negócios em que a empresa pretende operar, o tipo de
organização humana e económica que deseja ser e a natureza dos
contributos económicos e não económicos que se propõe fazer aos seus
acionistas. empregados, clientes e comunidades."
Evolução do conceito de estratégia
Stacey (1992) define estratégia como um circuito de feedback, sem fim,
que relaciona no tempo as ações, consequências das reações.
Para Porter (1998), a essência da estratégia é a escolha e deve estar
centrada na criação e exploração de vantagens competitivas, permitindo
"criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente conjunto
de atividades".
Evolução do conceito de estratégia
Reforçando a importância da condução da organização dar uma resposta
às motivações de todos os que com ela se relacionam, Johnson&Sholes
(1984) definem estratégia como "a direção e o corpo de uma organização a
longo prazo, a qual proporciona vantagem para a organização através da
sua configuração de recursos, com atenção ao meio, indo ao encontro das
necessidades do mercado e ao cumprimento das expetativas dos
diferentes interessados (stakeholders)".
Evolução do conceito de estratégia
Em Strategor (1988) refere-se que estratégia "é escolher as procuras que a
empresa pretende satisfazer e as ofertas que segregará para esse fim.
lsto tem várias implicações fundamentais: às procuras corresponderão
objetivos de mercado; às ofertas, limites de afetação de recursos.
Neste sentido, as organizações encontram-se em concorência, têm por tal
razão de fazer escolhas.
As que são estratégicas incluem a seleção de objetivos, a escolha de
produtos e serviços a serem oferecidos, o desenho e a configuração das
políticas que determinam o modo como a organização se posiciona para
competir nos mercados (i.é. estratégia competitiva), a escolha de um nível
apropriado de amplitude e diversidade e o desenho da estrutura
organizacional, dos sistemas administrativos e das políticas utilizadas para
definir e coordenar o trabalho, Rumelt et al. (1994).
Evolução do conceito de estratégia
Para Steiner et al. (1989), o conceito de estratégia está mais ligado ao seu
significado inicial, refere-se aquilo que é de maior interesse para os
gestores de topo das organizações.
Especificamente, "a estratégia forja a missão da empresa (ou finalidades),
estabelece os objetivos da organização à luz das forças externas e
internas, formula políticas e estratégias específicas para alcançar os
objetivos e assegura a sua adequada implementação. lsto de modo que as
finalidades e os objetivos básicos sejam alcançados."
Evolução do conceito de estratégia
Tal como evidencia Mintzberg quando refere que "a natureza humana
insiste numa defïnição para todos os conceitos, mas a palavra estratégia
tem sido utilizada implicitamente em diferentes caminhos, mesmo se usada
tradicionalmente numa definição única".
Deste modo, propôs cinco abordagens de estratégia:
(1) como um plano (plan) - pode ser entendida de forma geral ou
específica. Significa, no p6meiro caso, uma intervenção
conscientemente pretendida, numa ou num conjunto de linhas de
orientação, para defrontar uma determinada situação. São, por
conseguinte, estratégias desenvolvidas antes das acções e construídas
de forma consciente e deliberada;
Evolução do conceito de estratégia
Abordagens de estratégia (cont.):
(2) como um estratagema (ptoy) - em sentido específico, pode ser
entendida como uma "manobra" tendo em vista iludir um opositor ou um
corrente;
(3) como um padrão (Pattem) - mais do que definir uma estratégia como
um plano virado para a acção, que pode ou não ser realizado, é
necessário compreender as estratégias que as organizações
efectivamente põem em prática. Neste aspecto, estratégia equivale à
consistência dos padrões de comportamento da organização. Trata-se
de "um padrão num fluxo de acções";
Evolução do conceito de estratégia
Abordagens de estratégia (cont.):
(4) enquanto posição (Position) - ou seja, uma forma de identificar onde se
localiza a organização na sua relação com o meio interno/externo. Em
termos ecológicos, esta estratégia pode ser considerada como um
nicho, no aspecto económico, espaço de relação de retorno financeiro,
e em termos de gestão, local onde estão os recursos concentrados.
Esta definição pode ser compatível com as anteriores, pois a posição
pode ser escolhida e ambicionada através do plano e/ou atingida, talvez
até encontrada, através de um modelo de comportamento;
Evolução do conceito de estratégia
Abordagens de estratégia (cont.):
(5) como perspetiva (perspective) - se as abordagens anteriores estavam
mais focalizadas para as relações com o envolvimento externo, esta
está direcionada para o interior da organização, refletindo a estratégia
coletiva de todos os que animam a organização. Com efeito, quando
falamos de estratégia neste contexto estamos a entrar no reino da
mente coletiva, ou seja, indivíduos unidos por pensamentos e
comportamentos comuns. É uma perspetiva partilhada pelos membros
de uma organização, com uma ideologia e cultura comuns, através das
suas intenções e/ou pelas suas ações .
Evolução do conceito de estratégia
Organização e gestão do desporto
Formulação e formação da estratégia
Estratégia e Desenvolvimento das Organizações
Desportivas
Para a formulação de uma estratégia, deverão ser colocados um conjunto
de pressupostos, que permitam um conhecimento da organização e que
sejam a base da própria competição estratégica.
Nomeadamente:
- a capacidade de compreender o comportamento competitivo como um
sistema no qual os competidores, as pessoas e os recursos interagem
continuamente;
- a capacidade de prever como um determinado movimento estratégico
altera o equilíbrio competitivo;
- o investimento em recursos que possibilitem benefícios, mesmo a longo
prazo;
- a capacidade de medir corretamente os riscos de investimento e
- os benefícios e predisposição para agir (Henderson).
Formulação e seleção de estratégias
A escolha da estratégia vai depender da missão da organização e da
correspondência entre os seus pontos fortes/fracos internos e as
oportunidades/ameaças externas, Slack (1997).
Por exemplo, num clube, existem alguns pressupostos específicos que têm
de ser ponderados na escolha da estratégia.
Nomeadamente, os valores e a ideologia têm um significado central na
construção de estratégias, tal como as expetativas dos diferentes grupos
de interessados no clube e a influência das organizações que
proporcionam fundos, Johnson&Scholes (1999).
Formulação e seleção de estratégias
Quem desenha a estratégia deverá equacionar sobre as vantagens e as
desvantagens que o praticante pode obter se estiver inserido no clube.
Como vantagem, podemos encontrar:
- a repartição de custos da prática (a prática desportiva realizada em
clubes é mais barata do que em qualquer outra organização);
- o contributo dos voluntários na realização de tarefas não quantifìcáveis
para os clubes;
- o espírito não lucrativo (o objectivo do clube não é o lucro mas sim
satisfazer as necessidades dos seus membros);
- valorização positiva pela população (identificação das populações com
os valores, princípios e trabalho desenvolvido pelos voluntários).
Formulação e seleção de estratégias
Nas desvantagens, deverão ser equacionados os aspetos relativos a:
- nível da ineficiência da gestão dos clubes (não são considerados
aspetos de eficácia nem de racionalidade dos custos);
- debilidade produtiva do trabalho voluntário (não se pode ter em conta a
duração, a qualidade ou a intensidade do trabalho dado que o princípio
do voluntariado é contrário a essa relação);
- custos na tomada de decisão (dadas as características do trabalho
voluntário, por exemplo, em acumulação com outras atividades
profissionais, leva a que a tomada de decisão seja mais complexa e
morosa).
(Heinmann,1997)
Formulação e seleção de estratégias
O último passo na fase da formulação da estratégia é fazer escolhas
acerca da estratégia ou estratégias apropriadas para a organização
desportiva.
Para Slack (1997), certas condições organizacionais como o tamanho e a
liderança e o grau de competição e estabilidade dentro do meio favorecem
um modo de formulação de estratégia em prejuízo de outro.
Nesta medida, verifica-se também que coexistem situações em que existe
ou não intencionalidade na conceção da estratégia.
Neste caso, Mintzberg (1995) distingue estratégia deliberada (planificada)
da estratégia emergente.
A deliberada implica que as ações previamente definidas (planos) foram
cumpridas. A estratégia emergente significa que foram desenvolvidos ou
adaptados padrões na ausência ou em substituição dos planos (Quadro 1).
Formulação e seleção de estratégias
Formulação e seleção de estratégias
O processo de formulação e seleção de estratégias torna-se num processo
de aprendizagem.
As estratégicas emergentes surgem em resposta a situações em mudança
e encorajam a aprendizagem, pelo que a grande dificuldade é conciliar as
forças da mudança e concentrar esforços para obter a maior eficácia, face
às alterações do meio envolvente.
É, por conseguinte, natural que uma organização atue com uma
combinação dos vários modelos, de forma a refletirem as suas
necessidades específicas e a perspetiva dos seus dirigentes.
Formulação e seleção de estratégias
Ansoff carateriza os problemas estratégicos em dois níveis e etapas.
No primeiro nível, considera as características da posição global empresa
(com a finalidade de formular regras de decisão para a busca e avaliação
de oportunidades) e as características desejáveis dos diversos produtos e
mercados (a estratégia em termos de produtos e mercados).
Os dois conjuntos de regras mantêm entre si um relacionamento
semelhante ao existente entre meios e fins.
Neste contexto, os objectivos fixam as metas e a estratégia indica o
caminho a ser seguido para que as metas sejam alcançadas.
No segundo nível as regras são aplicadas a oportunidades específicas.
Formulação da estratégia
O método utiliza um procedimento de busca para chegar até uma
estratégia, ou seja, é um processo em que no início as regras de decisão
são formuladas em termos grosseiros e são progressivamente refinadas
pela passagem por diversos estágios, à medida que se prossegue o
processo de solução.
A primeira etapa consiste na escolha entre duas alternativas principais:
diversificar ou não as atividades da organização.
A segunda etapa é a escolha de um conjunto bastante amplo de produtos e
mercados para a organização.
A terceira etapa consiste na refinação desse conjunto em termos de
características ou combinações de produtos e mercados.
Formulação da estratégia
Outra característica importante deste processo é o feedback, ou seja, o
processo de busca da melhor solução.
Nos estágios finais poderão surgir informações que ponham em dúvida as
decisões anteriores e que em termos esquemáticos se pode ver na figura
seguinte.
Formulação da estratégia
Formulação da estratégia
Organização e gestão do desporto
Diferentes níveis de organização e
diferentes níveis de estratégia
Estratégia e Desenvolvimento das Organizações
Desportivas
A estratégia organizacional preocupa-se com os objectivos e fins de uma
organização desportiva a longo prazo.
Nos diferentes tipos de estratégias deve-se distinguir o que são estratégias
de condução da organização e o que são estratégias para o
desenvolvimento de determinado serviço ou produto, tal como propõe
Slack (1997), ao diferenciar o tipo de estratégias para organizações
desportivas em estratégias de crescimento, estabilidade, defensivas e
estratégias de combinação e ao utilizar as estratégias genéricas de Porter,
relativas a custo, diferenciação e concentração, para produtos ou serviços.
Diferentes tipos de estratégia
Quanto às estratégias relativas à condução de organizações desportivas
podemos assim caraterizá-las:
As estratégias de crescimento, podem ser realizadas por diversificação ou
integração, utilizando-se, para tal, situações de fusão, aquisição ou
alianças joint ventures).
A diversificação consiste numa forma de crescimento em que a
organização dispersa o risco do seu investimento por vários negócios.
Se esse investimento é feito em áreas com afinidade à organização diz-se
que é uma diversificação relacionada, se for efectuado em aspectos não
relacionados com a organização, por exemplo em actividades não
desportivas, é uma estratégia de diversificação não relacionada.
Diferentes tipos de estratégia
Diferentes estratégias (cont.)
O crescimento por integração pode, por seu turno, ser horizontal ou
vertical. É horizontal quando envolve a adição de outro produto e é vertical
quando se realiza a aquisição por exemplo dos distribuidores, integração
avançada, ou dos fornecedores, aquisição recuada.
O crescimento interno também pode ocorrer quando uma organização
desportiva tem condições para aumentar a sua quota de mercado, Slack
(1997).
Em alternativa a produtos ou serviços actuais, um clube pode também
desenvolver um serviço existente, que já teve sucesso noutro mercado, e
levá-lo para o seu mercado.
Diferentes tipos de estratégia
As estratégias de estabilidade, podem ser consideradas de dois tipos:
Neutra, significa que a organização continua a fazer o que tem vindo a
fazer sem intenção de crescer,
De colheita, usada para aumentar o fluxo financeiro reduzindo
drasticamente o capital de investimento e recolhendo os proveitos até ao
limite máximo possível.
Diferentes tipos de estratégia
As estratégias defensivas, ou estratégias de declínio, são utilizadas
quando a procura por um serviço de uma organização desportiva começa a
decrescer, permitindo inverter a situação.
Existem três tipos de estratégias defensivas principais:
Turnaround: usadas para contra-atacar os custos crescentes e as receitas
decrescentes e para aumentar o fluxo financeiro e a liquidez. Implicam a
redução ou alterações nos produtos ou mercados servidos, férias dos
colaboradores, substituição dos dirigentes mais antigos e redução de
despesas;
Desinvestimento: envolve o fecho de uma seção ou a cedência dos direitos
de participação numa determinada competição;
Descontinuação: situação mais drástica, que envolve o encerramento da
organização.
Diferentes tipos de estratégia
O quarto tipo de estratégia, a de combinação, é a mais utilizada a seguir à de
crescimento, dado que é raro uma organização desportiva diversificada
aplicar apenas uma estratégia.
Diferentes tipos de estratégia
As estratégias relativas aos produtos e serviços são usadas para que o
clube possa ganhar uma vantagem competitiva em relação aos seus
competidores numa dada modalidade, faixa etária ou sexo dos seus
potenciais praticantes.
Para tal, a direção de um clube pode dispor de um conjunto de estratégias
genéricas baseadas no custo, diferenciação ou em determinado "nicho de
mercado".
Diferentes tipos de estratégia
Uma organização desportiva que adote uma estratégia de liderança dos
preços, vende os seus produtos ou serviços a um preço mais barato do
que o seu concorrente, podendo obter uma grande percentagem de
mercado, com lucros elevados.
Não gasta grandes quantidades de capital no desenvolvimento de novos
produtos ou serviços, antes segue as tendências do mercado e fornece o
produto ou serviço quando existe uma procura estabelecida.
Esta estratégia tem como principal vantagem proteger uma organização
desportiva das flutuações do mercado provocadas por fatores como a
mudança de preços de entrada dos imitadores.
Diferentes tipos de estratégia
Para a estratégia diferenciação as organizações tentam ganhar uma
vantagem de competitividade ao apresentarem uma imagem do seu
produto ou serviço como sendo único. Visto desta forma, a organização
desportiva ser capaz de cobrar um preço mais elevado.
Diferentes tipos de estratégia
Na estratégia de concentração o objectivo é servir as necessidades de um
mercado específico, definido por critérios como a idade, sexo, motivação,
área geográfica ou segmento de uma tinha de produtos ou de serviços.
Uma vez que um mercado específico foi escolhido, a organização
desportiva toma decisões relativas à liderança dos preços ou à estratégia
de diferenciação dentro daquele mercado (Slack).
Diferentes tipos de estratégia
Como nem todas as organizações desportivas são capazes de ganhar uma
vantagem competitiva, algumas não fazem as escolhas certas sobre os
seus produtos ou serviços e sobre o mercado em que querem operar.
Porter (1980) descreve estas organizações como as que estão no "meio-
termo”.
Diferentes tipos de estratégia
Com o objetivo de conhecer a estratégia das organizações desportivas não
lucrativas, Thibault et al (1994) desenvolveram e aplicaram (nas
organizações desportivas canadianas) uma estrutura de análise
estratégica.
Para tal, criaram duas dimensões:
capacidade de atração do programa (capacidade de uma organização
desportiva em oferecer serviços e programas, aos seus membros,
garantindo os recursos necessários para os manter em funcionamento);
e posição competitiva (capacidade da organização para atrair e manter
membros).
Diferentes tipos de estratégia
Na primeira dimensão, agruparam os seguintes indicadores:
capacidade de angariar fundos financeiros de fontes externas; número de
clientes potenciais utilizadores do serviço, apoio de voluntários e
visibilidade mediática do programa da modalidade.
Na segunda dimensão, englobaram os indicadores relativos aos custos
que o praticante pode ter com o seu equipamento e com a participação em
treinos e provas.
As duas dimensões foram justapostas numa matriz para produzir quatro
tipos de estratégias: refinação, realce, exploração e inovação", conforme
Figura 1.
Diferentes tipos de estratégia
Figura 1 - Tipos de estratégias das organizações desportivas.
Diferentes tipos de estratégia
Designaram como estratégias de realce as organizações que
desenvolveram programas muito atraentes e com forte posição
competitiva.
Estas organizações têm boas redes de programas com elevado número de
treinadores, outros voluntários, e a prática das suas modalidades não é
dispendiosa.
Ao nível da organização apresentam elevada padronização das suas
tarefas, as decisões sobre iniciativas estratégicas são tomadas, em parte,
pelos serviços centrais dando alguma margem para iniciativas individuais.
Outras características são a idade da organização, atingiram o nível de
maturidade, e serem menos dependentes do apoio financeiro do Estado
em relação às suas congéneres.
Diferentes tipos de estratégia
As organizações com estratégias de inovação têm posições competitivas
muito fortes, apresentam baixos custos para a prática da modalidade, mas,
por outro lado, os seus programas são pouco atraentes.
A prioridade estratégica destas organizações é o desenvolvimento de
programas inovadores para que as pessoas se envolvam nos desportos
que elas oferecem, tendo para tal que desenvolver os seus próprios
programas de oferta desportiva.
Diferentes tipos de estratégia
As estratégias de refinação apresentam programas muito atraentes e
posições competitivas muito fracas.
Neste caso, a alteração deve ser feita no sentido de modificar o que é
impeditivo de obterem uma posição competitiva forte, por exemplo, limitar
os custos actuais da prática da modalidade, recorrendo a medidas que
reduzam as despesas ou acrescentado novas fontes de financiamento.
Diferentes tipos de estratégia
A estratégia de exploração deve ser utilizada por organizações que
apresentam programas pouco atraentes e uma fraca posição competitiva.
Os elevados custos associados à prática dos desportos por elas
oferecidos, o baixo número de membros e de treinadores e a fraca
visibilidade nos órgãos de comunicação social dificultam atarefado
desenvolvimento de estratégias nesta área.
Aliado a estes aspectos, dependem muitas vezes exclusivamente de
comparticipações estatais.
As suas iniciativas estratégicas serão caracterizadas por tentativas e erros,
de modo a explorar uma série de iniciativas possíveis para melhorarem
uma das dimensões ou ambas.
Diferentes tipos de estratégia
Excetuando as estratégias genéricas, para objetivos distintos da orientação
e gestão das organizações, cada clube tem de desenvotver a sua própria
estratégia de acordo com sua realidade interna, das suas forças e
fraquezas, e das oportunidades e ameaças do seu meio externo.
Por conseguinte, da mesma maneira que não existem clubes e
organizações iguais também não poderão existir estratégías iguais.
Todavia, há padrões e zonas de referência que permitem tipificar, por
parâmetros de comportamento organizacional, as estratégias de
determinados organizações desportivas, como verificámos.
Diferentes tipos de estratégia
Análise do texto: Diferentes tipos de estratégias aplicadas a federações
desportivas.
Realização das questões da ficha de trabalho (incluídas no final do texto).
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Fazer análise de exemplo prático dos dados recolhidos no doutoramento.
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Estratégia e Desenvolvimento das Organizações Desportivas

  • 1. Organização e gestão do desporto Módulo 3 Estratégia e Desenvolvimento das Organizações Desportivas Curso profissional de técnico(a) de apoio à gestão desportiva
  • 2. 1| Descrever a função da estratégia no funcionamento de uma organização desportiva 2| Recolher, tratar e analisar dados e indicadores suscetíveis de identificar mercados do desporto os seus influenciadores e tendências 3| Calcular a importância das principais partes interessadas no funcionamento de uma organização desportiva 4| Interpretar as principais variáveis externas e internas que condicionam o funcionamento de uma organização desportiva OBJETIVOS DO MÓDULO 3 (I)
  • 3. 5| Relacionar tendências políticas, económicas, sociais e tecnológicas (oportunidades e ameaças externas às organizações) com capacidades internas, forças e fraquezas 6| Definir estratégias e transformá-las em planos de ação 7| Criar mecanismos de controlo e de avaliação das estratégias OBJETIVOS DO MÓDULO 3 (II)
  • 4. 1| Origem e evolução da estratégia 1.1| Natureza da estratégia 1.2| Conceito de estratégia e sua evolução 1.3| Formulação e a formação da estratégia 1.4| Diferentes níveis de organização e diferentes níveis de estratégia ÍNDICE (sessão 12)
  • 5. Organização e gestão do desporto Natureza da estratégia Estratégia e Desenvolvimento das Organizações Desportivas
  • 6. “Conhece o teu inimigo e conhece-te a ti mesmo. Se tiveres de travar cem guerras, cem vezes sairás vitorioso. Se ignoras o teu inimigo e te conheces a ti mesmo, a probabilidade de perderes é igual à de ganhares. Se ignoras o teu inimigo e a ti mesmo, os teus combates saldar-se-ão por derrotas”. Sun Tzu Natureza da Estratégia
  • 7. Com o pensamento anterior, poderemos extrapolar o que deve acontecer em relação às organizações desportivas. Ao elaborarmos a estratégia de uma organização desportiva devemos: i) conhecer a própria organização – análise interna (pontos fortes e pontos fracos); ii) conhecer o meio envolvente à organização desportiva – análise externa (oportunidades e ameaças) e assim a organização desportiva estará, com a estratégia definida, mais apta a vencer os desafios e obterá melhores resultados. Natureza da Estratégia
  • 8. O processo que permite a uma organização situar-se no futuro na posição desejada é o que a EFQM (European Foundation for The Quality Management) denomina de Política e Estratégia. “Organizações excelentes implementam a sua missão e visão através do desenvolvimento de uma estratégia focalizada nos grupos de interesse que tem em consideração o mercado e o sector nos quais operam. Políticas, planos, objectivos e processos são desenvolvidos e desdobrados para transferir a estratégia” (EFQM, 2001). Natureza da Estratégia
  • 9. A existência de planeamento estratégico é um indicador de que uma organização se preocupa em avaliar os ambientes, que reflete internamente sobre as melhores ações a implementar, que formula objetivos e que se interessa por controlar o seu desempenho à luz do que foi planeado. Carvalho (2005) Natureza da Estratégia
  • 10. As organizações excelentes desenvolvem a sua estratégia tendo em conta os pontos de vista dos grupos de interesse para, de seguida, desdobrar os planos de forma sistemática, comunicá-los globalmente e revê-los a partir de uma cultura de aprendizagem e melhoria contínua (EFQM, 2003). Natureza da Estratégia
  • 11. Organização e gestão do desporto Conceito de estratégia e sua evolução Estratégia e Desenvolvimento das Organizações Desportivas
  • 12. Estratégia é uma palavra de origem grega, “strategos”, que combina stratos (exército) com ag (liderar) e por isso significa literalmente a liderança do exército ou a função do general do exército. É, portanto, proveniente do meio militar e foi aplicada com propriedade às organizações, já que elas pretendem, por um lado, obter uma vantagem competitiva sobre a concorrência (do ataque) e, por outro lado, protegerem-se a si mesmas, garantindo aquela vantagem (da defesa). Conceito de Estratégia
  • 13. Existem várias definições de estratégia, das quais se salientam: 1 Os princípios e linhas diretivas que orientam o desenvolvimento de uma organização (Ansoff). 2 Delinear trajetórias de evolução, suficientemente firmes e duradouras, em torno das quais se poderiam ordenar as decisões e ações pontuais da empresa (Martinet). 3 Escolha de critérios e decisões estratégicas que visam orientar de modo determinante, e a longo prazo, as atividades e estruturas da organização (Tabatori e Garmion). Conceito de Estratégia
  • 14. Definições de estratégia (cont.): 4 Estratégia competitiva é uma combinação dos fins (metas) que a empresa busca e dos meios (políticas) pelos quais ela está a tentar lá chegar (M. Porter). 5 Padrão num conjunto de decisões e ações (H. Mintzberg). 6 Estratégia é um conjunto de decisões e ações de uma empresa que, de forma consistente, visam proporcionar ao cliente mais valor do que aquele que é oferecido pela concorrência (A. Freire). Como se verifica nesta sequência de definições, a estratégia consiste no conjunto de decisões que visam orientar, de maneira duradoura, uma organização para alcançar os seus fins. Conceito de Estratégia
  • 15. Como o termo estratégia teve a sua origem no meio militar, podem descrever-se as muitas semelhanças que existem entre a estratégia militar e a empresarial. De facto, o líder de uma organização na luta com a concorrência para obter uma vantagem competitiva sustentada, empreende um conjunto de ações que têm uma grande analogia com as que executa o líder do exército (o general) na batalha com o inimigo para alcançar a vitória. Tal analogia inicia-se por considerar que na guerra existem dois princípios: - por um lado, destruir o adversário (do ataque); - por outro lado, proteger-se a si mesmo (da defesa). Da estratégia militar à estratégia empresarial
  • 16. A estratégia possui várias características: a) A sua formulação não conduz a uma ação imediata. Ela indica sobretudo as orientações gerais que permitirão à empresa melhorar a sua posição; b) Deve servir para se conceberem projetos graças a um processo de exploração. A estratégia permitirá então limitar as suas explorações aos setores que ela tinha determinado, depois de rejeitar as possibilidades em contradição consigo; Características da estratégia
  • 17. Características (cont.): c) No momento de formular a estratégia é impossível enumerar todas as possibilidades que com o tempo se vão descobrindo. A formulação vai assim fundamentar-se em informações incertas, incompletas e muito gerais respeitantes aos tipos de alternativas; d) Quando o processo de exploração faz surgir determinadas alternativas, novas informações, menos gerais, podem fazer duvidar da bem fundamentada escolha da estratégia original. Uma estratégia com êxito exige um apelo ao feedback. Características da estratégia
  • 18. De acordo com Gil Fiévet a estratégia da empresa é uma praxeologia que deve apresentar as seguintes características: l. Gerar o dinamismo - Um dinamismo motor que pode utilizar a flexibilidade para reagir aos imponderáveis - reatividade; - Um dinamismo que não pode assentar em verdades definitivas, devendo projetar a sua reflexão num futuro por descobrir - prospetiva. 2. Gerir a incerteza Devido à alteração do contexto em que se situa a ação. 3. Favorecer a flexibilidade Para permitir à ação que realize um universo de mudança - adaptabilidade Características da estratégia
  • 20. Vantagens: Utilizando a estratégia, os gestores de todos os níveis atuam conjuntamente em grupo desde a análise à implementação estratégica. Como resultado, as consequências comportamentais da estratégia são similares para os que participam na tomada de decisão. Deste modo, uma cuidadosa avaliação do impacto da formulação estratégica na performance da organização requer não só critérios de avaliação financeira mas também outros critérios - avaliações comportamentais. De facto, promover atitudes de comportamento positivas ajuda a empresa a alcançar as suas metas financeiras. Vantagens e riscos da estratégia
  • 21. Vantagens: Fundamentalmente, são cinco as vantagens da estratégia: 1. A formulação estratégica aumenta a capacidade da empresa para prevenir problemas. 2. As decisões estratégicas tomadas em grupo são, provavelmente, as melhores de entre as alternativas possíveis. O processo da estratégia origina as melhores decisões porque a interação de grupo gera uma grande variedade de estratégias e porque as previsões baseadas em perspetivas especializadas dos membros do grupo melhoram a avaliação das opções. Vantagens e riscos da estratégia
  • 22. Vantagens (cont.): 3. O envolvimento dos colaboradores na formulação estratégica melhora o seu conhecimento da relação produtividade/salário, em cada plano estratégico, aumentando assim a sua motivação. 4. Lacunas e sobreposições de atividades entre indivíduos e grupos suavizam-se porque a participação na formulação estratégica clarifica a delimitação de tarefas. 5. Qualquer mudança numa organização origina resistências que são reduzidas pela participação dos indivíduos e grupos na formulação estratégica. Vantagens e riscos da estratégia
  • 23. Riscos Os gestores devem estar preparados para preverem três tipos de consequências negativas no envolvimento da formulação estratégica. 1º - Os gestores envolvidos no processo da estratégia devem ter o cuidado de não se deixar envolver demasiado em responsabilidades operacionais, organizando o seu tempo de modo a permitir-lhes ter a disponibilidade necessária para atividades estratégicas. 2º - Se os que formulam a estratégia não estão intimamente envolvidos na sua implantação, eles podem negar qualquer responsabilidade na execução das decisões tomadas. Vantagens e riscos da estratégia
  • 24. Riscos (cont.) 3º - Os gestores devem estar preparados para antecipar e responder ao desapontamento dos empregados quanto a expetativas não alcançadas. Os colaboradores podem esperar que o seu envolvimento, em cada uma das fases da formulação da estratégia, resulte tanto na aceitação das suas propostas como no aumento dos seus vencimentos, ou ainda esperar que a solicitação das suas contribuições para determinados aspetos se estenda a outras áreas de decisão. Vantagens e riscos da estratégia
  • 25. Nas competições desportivas, segundo Beyer (1987:634), a estratégia é vista como um sistema controlado de planos de ação e alternativas de decisão, as quais (em contraste com a tática) incorporam variáveis sobrepostas do contexto desportivo até ao planeamento de médio e longo prazo. Beyer destaca, ainda, a importância da estratégia, no contexto desportivo, como fator indispensável para deteção e promoção de talentos, durante a construção de uma equipa, na competição, numa seção de um clube ou para a promoção e dinamização da ocupação do tempo livre. Evolução do conceito de estratégia
  • 26. Tendo como referência os jogos desportivos, Wezos (1984) refere que estratégia representa o reagrupamento e aplicação de todos os procedimentos com o objetivo de atingir um objetivo fixado, sendo uma das principais tarefas estratégicas estudar as condições e o caráter da futura confrontação desportiva e elaborar os métodos para a sua condução. Evolução do conceito de estratégia
  • 27. Castelo (1996), entende estratégia como a arte de conceber, desenvolver e utilizar meios para realizar objetivos, vencendo resistências e oposições. Evolução do conceito de estratégia
  • 28. No entanto, para Carrieri (2000), o significado da palavra estratégia tem tido dois aspetos básicos que se complementam. O primeiro, que explora a origem militar, da derrota do inimigo, é baseado na palavra strategos. Está relacionado com o cargo ocupado pelo general que comandava exércitos. "É um termo grego, advém das batalhas entre macedónios e gregos, mais precisamente da vitória dos exércitos macedónios comandados por Alexandre, que originou a formação de um imenso império da Antiguidade". Este é um conceito onde predomina a visão de que o oponente precisa ser derrotado, conquistado ou exterminado. O segundo significado aprofunda a expetativa racionalista, sempre voltada para o cumprimento dos objetivos. Este incorpora critérios económicos, como por exemplo a relação custo/benefício. Evolução do conceito de estratégia
  • 29. Para Chaffee (1985), Knights&Morgan (1991) e Whipp (1996), cit. p. Carrier (2000), o segundo significado tem incorporado o primeiro e explora um modelo racional mecanicista de estratégia, baseada firmemente na economia neoclássica. lsto é, este modelo propõe uma sequência de ações estratégicas a serem seguidas para a conquista dos objetivos. Os concorrentes devem, quando considerados, ser derrotados e se possível exterminados. O que se pode observar é que esta visão predominante é dirigida por certo determinismo económico, que vê a estratégia como um grupo de técnicas racionais para se conseguir algum controlo do ambiente. Evolução do conceito de estratégia
  • 30. Encontramos, deste modo, duas perspetivas que explicam o conceito de estratégia. Uma com origem do significado na guerra e outra que desenvolve o conceito na teoria organizacional e na sua utilização na condução das organizações. Evolução do conceito de estratégia
  • 31. Sobre a origem militar do conceito de estratégia, o primeiro militar e autor mais citado é Sun Tzu (500 A.C.), responsável pela definição dos princípios milenares da estratégia. O autor considera a estratégia como a arte de condução da guerra, que deve começar pelas avaliações ou apreciações preliminares: "examinando-se a situação, os resultados surgirão com clareza". O primeiro princípio é a análise dos exércitos. Dessa análise/avaliação resulta a identificação de um conjunto de forças e fraquezas (vantagens e desvantagens) de cada exército. Em função delas, o estratego militar pensa num esquema de movimentos a executar e nas posições a ocupar, de modo a - procurando sempre conhecer (antecipar) a estratégia do inimigo - anulá-la e dela tirar partido para a sua vitória. Evolução do conceito de estratégia
  • 32. O objetivo da guerra e da arte da sua condução é a vitória. Se possível sem luta, pois, dominar "o inimigo sem o combater, isso sim, é o cúmulo da habilidade". Outro princípio importante que deve orientar o estratego é o ataque às fraquezas e a surpresa. Evolução do conceito de estratégia
  • 33. Para Krause (1999), a ideia principal de Sun Tzu é que as batalhas são ganhas pela organização ou pela pessoa que, primeiro, tiver a melhor estratégia competitiva e, segundo, cometer menos erros. A vantagem competitiva consegue-se com os melhores recursos humanos, com a melhor posição, com a melhor execução e com inovação. Mas não é a vantagem competitiva que determina o sucesso. São as pessoas que lutam que ganham batalhas. E a pessoa mais importante da batalha é o líder. O modelo de exército de Sun Tzu, para Krause (1999), assentava naquilo que designava como "organização natural", que contém três características: existe para servir um determinado objetivo, está centrada na informação e é completamente flexível e adaptável. Evolução do conceito de estratégia
  • 34. Na lógica do conceito de estratégia adaptado do domínio da guerra para o empresarial, outro general, Fievet (1993), menciona que a estratégia da empresa é uma" praxeologia de natureza complexa", i. é., uma teoria da ação exigindo o tratamento da decisão. Não é um conceito abstrato, nem receita operatória, "situando-se entre o pensamento e a ação, pode surgir como pensamento atuante ou ação refletida". Evolução do conceito de estratégia
  • 35. Direcionando-nos para o domínio da abordagem concetual de referência, isto é, do domínio da estratégia empresarial e da gestão das organizações, sejam estas lucrativas ou não, Ansoff (1965) define estratégia como um conjunto de "regras de decisão que orientam o comportamento de uma organização nas relações com o seu meio envolvente". Nesta lógica, integrou também a estratégia num conceito mais amplo, o de "postura estratégica", que congrega um perfil das capacidades de gestão (capabilities) e da arquitetura organizacional a desenvolver para executar a estratégia com sucesso. Evolução do conceito de estratégia
  • 36. Para Montgomery&Porter (1998), os primeiros trabalhos da estratégia moderna foram produzidos, no início dos anos 60, por Andrews e Christensen. Num período em que a gestão estava orientada para funções, identificaram a necessidade de se pensar a empresa de forma holística. Viram, deste modo, a estratégia como a ideia unifìcadora que ligava as áreas funcionais de uma empresa e relacionava as suas atividades com o ambiente externo. Nessa abordagem, a formulação de uma estratégia envolvia a justaposição dos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades e ameaças apresentadas pelo ambiente. Evolução do conceito de estratégia
  • 37. Verificava-se, então, que a questão principal era a noção de adequação entre as capacidades de uma empresa e as exigências competitivas de um setor que a distinguia das demais. O desafïo consistia em escolher ou criar um contexto ambiental no qual "as competências e recursos característicos da empresa poderiam produzir uma relativa vantagem competitiva". Evolução do conceito de estratégia
  • 38. Chandler (1962), cit. p. Rumelt et. al. (1994:36), desenvolveu uma tese segundo a qual diferentes formas de organização resultam de diferentes tipos de crescimento, se, para tal, o planeamento e a condução desse crescimento forem considerados uma estratégia e a organização concebida para administrar essas atividades e recursos uma estrutura. Delimitou, desta forma, estratégia "como a determinação das metas e dos objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção de cursos de ação e afetação dos recursos necessários para conseguir estes objetivos". A estratégia é caracterizada "como a relação entre um conjunto de propósitos e de escolhas de gestão e a sua distinção em relação à estrutura". Evolução do conceito de estratégia
  • 39. Para Rumelt et al. (1994), Andrews utilizou o conceito de Chandler, associou o conceito de competência distintiva de uma organização de Selznick (1957) e a noção de um ambiente incerto a que a gestão e a empresa tinham de adaptar-se. Nesta perspetiva, o ambiente, através de mudanças constantes, dava origem a oportunidades e ameaças, e as forças e fraquezas da organização eram adaptadas para evitar as ameaças, por um lado, e para obter vantagens das oportunidades, por outro. Uma avaliação interna dos pontos fortes e dos pontos fracos conduzia à identificação das competências distintivas. A avaliação externa das ameaças e das oportunidades do ambiente conduzia à identificação dos factores potenciais de sucesso. Estas avaliações conjuntas constituíam o fundamento da formulação da estratégia, por um processo analítico distinto da implementação da estratégia. Evolução do conceito de estratégia
  • 40. Na perspetiva de Andrews (1971), estratégia é semelhante à identidade, como "o padrão de objetivos, propósitos ou metas e políticas e planos fundamentais para alcançar estas metas, formuladas de tal forma que permitem definir qual o negócio em que a empresa está ou estará e que tipo de empresa é ou será". Distingue ainda entre formulação estratégica, "analiticamente objetiva", e implementação estratégica, "fundamentalmente administrativa". No entanto, Mintzbeg (1987) refere que a formulação e a implementação estão intimamente associadas "como processos interativos complexos nos quais a política, os valores, a cultura organizacional e os estilos de gestão determinam ou condicionam as decisões estratégicas". Evolução do conceito de estratégia
  • 41. Durante muito tempo a estratégia foi vista numa perspetiva quase de planeamento de longo prazo, planeamento estratégico. Sensivelmente a partir do meio da década de setenta, com as grandes alterações económicas ocorridas devido, segundo Rumelt et Al. (1994:37), ao embargo petrolífero de 1973, taxas de câmbio flutuantes, inflação elevada e crescente concorrência internacional, as organizações verificaram que através do planeamento de longo prazo não poderiam estar preparadas para uma adaptação à mudança, à inovação, fruto de alterações constantes de ambiente. Até então a definição de estratégia era para muitos um plano unificado, englobante e integrado que estabelece a ligação entre as vantagens estratégicas da firma e os desafios do meio ambiente e desenhada para assegurar a consecução dos objetivos através da sua adequada execução pela empresa, Jauch&Glueck. Evolução do conceito de estratégia
  • 42. Ansoff (1965) aprofundou os seus conceitos de estratégia "como resposta à sua frustração com o planeamento enquanto extrapolação simplista de tendências passadas". Para ele, a estratégia proporcionava um fio comum para a escolha de cinco componentes: 1) gama de produto-mercado; 2) vetor de crescimento (direção em que a gama se modifica; produtos antigos versus novos); 3) vantagem competitiva (oportunidades únicas em termos de produto ou de mercado); 4) sinergia gerada internamente por uma combinação de capacidades ou de competências; e 5) a decisão de fazer ou comprar. Evolução do conceito de estratégia
  • 43. Reforçando a função do gestor, Bower et al. (1991:104) referem que a estratégia permite reduzir a tarefa do gestor geral a proporções humanamente aceitáveis, salientado que uma das suas faculdades é a orientação e integração das várias funções da empresa, tendo, por outro lado, uma vertente social e outra económica. A última resulta de um processo que faz a compatibilização entre as ameaças/oportunidades e as forças/fraquezas da empresa. Daqui resulta um padrão de decisões que "(1) determina, enforma e revela os seus objetivos ou finalidades; (2) produz os principais planos e políticas para atingir aqueles objetivos ou finalidades; (3) define os negócios em que a empresa pretende operar, o tipo de organização humana e económica que deseja ser e a natureza dos contributos económicos e não económicos que se propõe fazer aos seus acionistas. empregados, clientes e comunidades." Evolução do conceito de estratégia
  • 44. Stacey (1992) define estratégia como um circuito de feedback, sem fim, que relaciona no tempo as ações, consequências das reações. Para Porter (1998), a essência da estratégia é a escolha e deve estar centrada na criação e exploração de vantagens competitivas, permitindo "criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades". Evolução do conceito de estratégia
  • 45. Reforçando a importância da condução da organização dar uma resposta às motivações de todos os que com ela se relacionam, Johnson&Sholes (1984) definem estratégia como "a direção e o corpo de uma organização a longo prazo, a qual proporciona vantagem para a organização através da sua configuração de recursos, com atenção ao meio, indo ao encontro das necessidades do mercado e ao cumprimento das expetativas dos diferentes interessados (stakeholders)". Evolução do conceito de estratégia
  • 46. Em Strategor (1988) refere-se que estratégia "é escolher as procuras que a empresa pretende satisfazer e as ofertas que segregará para esse fim. lsto tem várias implicações fundamentais: às procuras corresponderão objetivos de mercado; às ofertas, limites de afetação de recursos. Neste sentido, as organizações encontram-se em concorência, têm por tal razão de fazer escolhas. As que são estratégicas incluem a seleção de objetivos, a escolha de produtos e serviços a serem oferecidos, o desenho e a configuração das políticas que determinam o modo como a organização se posiciona para competir nos mercados (i.é. estratégia competitiva), a escolha de um nível apropriado de amplitude e diversidade e o desenho da estrutura organizacional, dos sistemas administrativos e das políticas utilizadas para definir e coordenar o trabalho, Rumelt et al. (1994). Evolução do conceito de estratégia
  • 47. Para Steiner et al. (1989), o conceito de estratégia está mais ligado ao seu significado inicial, refere-se aquilo que é de maior interesse para os gestores de topo das organizações. Especificamente, "a estratégia forja a missão da empresa (ou finalidades), estabelece os objetivos da organização à luz das forças externas e internas, formula políticas e estratégias específicas para alcançar os objetivos e assegura a sua adequada implementação. lsto de modo que as finalidades e os objetivos básicos sejam alcançados." Evolução do conceito de estratégia
  • 48. Tal como evidencia Mintzberg quando refere que "a natureza humana insiste numa defïnição para todos os conceitos, mas a palavra estratégia tem sido utilizada implicitamente em diferentes caminhos, mesmo se usada tradicionalmente numa definição única". Deste modo, propôs cinco abordagens de estratégia: (1) como um plano (plan) - pode ser entendida de forma geral ou específica. Significa, no p6meiro caso, uma intervenção conscientemente pretendida, numa ou num conjunto de linhas de orientação, para defrontar uma determinada situação. São, por conseguinte, estratégias desenvolvidas antes das acções e construídas de forma consciente e deliberada; Evolução do conceito de estratégia
  • 49. Abordagens de estratégia (cont.): (2) como um estratagema (ptoy) - em sentido específico, pode ser entendida como uma "manobra" tendo em vista iludir um opositor ou um corrente; (3) como um padrão (Pattem) - mais do que definir uma estratégia como um plano virado para a acção, que pode ou não ser realizado, é necessário compreender as estratégias que as organizações efectivamente põem em prática. Neste aspecto, estratégia equivale à consistência dos padrões de comportamento da organização. Trata-se de "um padrão num fluxo de acções"; Evolução do conceito de estratégia
  • 50. Abordagens de estratégia (cont.): (4) enquanto posição (Position) - ou seja, uma forma de identificar onde se localiza a organização na sua relação com o meio interno/externo. Em termos ecológicos, esta estratégia pode ser considerada como um nicho, no aspecto económico, espaço de relação de retorno financeiro, e em termos de gestão, local onde estão os recursos concentrados. Esta definição pode ser compatível com as anteriores, pois a posição pode ser escolhida e ambicionada através do plano e/ou atingida, talvez até encontrada, através de um modelo de comportamento; Evolução do conceito de estratégia
  • 51. Abordagens de estratégia (cont.): (5) como perspetiva (perspective) - se as abordagens anteriores estavam mais focalizadas para as relações com o envolvimento externo, esta está direcionada para o interior da organização, refletindo a estratégia coletiva de todos os que animam a organização. Com efeito, quando falamos de estratégia neste contexto estamos a entrar no reino da mente coletiva, ou seja, indivíduos unidos por pensamentos e comportamentos comuns. É uma perspetiva partilhada pelos membros de uma organização, com uma ideologia e cultura comuns, através das suas intenções e/ou pelas suas ações . Evolução do conceito de estratégia
  • 52. Organização e gestão do desporto Formulação e formação da estratégia Estratégia e Desenvolvimento das Organizações Desportivas
  • 53. Para a formulação de uma estratégia, deverão ser colocados um conjunto de pressupostos, que permitam um conhecimento da organização e que sejam a base da própria competição estratégica. Nomeadamente: - a capacidade de compreender o comportamento competitivo como um sistema no qual os competidores, as pessoas e os recursos interagem continuamente; - a capacidade de prever como um determinado movimento estratégico altera o equilíbrio competitivo; - o investimento em recursos que possibilitem benefícios, mesmo a longo prazo; - a capacidade de medir corretamente os riscos de investimento e - os benefícios e predisposição para agir (Henderson). Formulação e seleção de estratégias
  • 54. A escolha da estratégia vai depender da missão da organização e da correspondência entre os seus pontos fortes/fracos internos e as oportunidades/ameaças externas, Slack (1997). Por exemplo, num clube, existem alguns pressupostos específicos que têm de ser ponderados na escolha da estratégia. Nomeadamente, os valores e a ideologia têm um significado central na construção de estratégias, tal como as expetativas dos diferentes grupos de interessados no clube e a influência das organizações que proporcionam fundos, Johnson&Scholes (1999). Formulação e seleção de estratégias
  • 55. Quem desenha a estratégia deverá equacionar sobre as vantagens e as desvantagens que o praticante pode obter se estiver inserido no clube. Como vantagem, podemos encontrar: - a repartição de custos da prática (a prática desportiva realizada em clubes é mais barata do que em qualquer outra organização); - o contributo dos voluntários na realização de tarefas não quantifìcáveis para os clubes; - o espírito não lucrativo (o objectivo do clube não é o lucro mas sim satisfazer as necessidades dos seus membros); - valorização positiva pela população (identificação das populações com os valores, princípios e trabalho desenvolvido pelos voluntários). Formulação e seleção de estratégias
  • 56. Nas desvantagens, deverão ser equacionados os aspetos relativos a: - nível da ineficiência da gestão dos clubes (não são considerados aspetos de eficácia nem de racionalidade dos custos); - debilidade produtiva do trabalho voluntário (não se pode ter em conta a duração, a qualidade ou a intensidade do trabalho dado que o princípio do voluntariado é contrário a essa relação); - custos na tomada de decisão (dadas as características do trabalho voluntário, por exemplo, em acumulação com outras atividades profissionais, leva a que a tomada de decisão seja mais complexa e morosa). (Heinmann,1997) Formulação e seleção de estratégias
  • 57. O último passo na fase da formulação da estratégia é fazer escolhas acerca da estratégia ou estratégias apropriadas para a organização desportiva. Para Slack (1997), certas condições organizacionais como o tamanho e a liderança e o grau de competição e estabilidade dentro do meio favorecem um modo de formulação de estratégia em prejuízo de outro. Nesta medida, verifica-se também que coexistem situações em que existe ou não intencionalidade na conceção da estratégia. Neste caso, Mintzberg (1995) distingue estratégia deliberada (planificada) da estratégia emergente. A deliberada implica que as ações previamente definidas (planos) foram cumpridas. A estratégia emergente significa que foram desenvolvidos ou adaptados padrões na ausência ou em substituição dos planos (Quadro 1). Formulação e seleção de estratégias
  • 58. Formulação e seleção de estratégias
  • 59. O processo de formulação e seleção de estratégias torna-se num processo de aprendizagem. As estratégicas emergentes surgem em resposta a situações em mudança e encorajam a aprendizagem, pelo que a grande dificuldade é conciliar as forças da mudança e concentrar esforços para obter a maior eficácia, face às alterações do meio envolvente. É, por conseguinte, natural que uma organização atue com uma combinação dos vários modelos, de forma a refletirem as suas necessidades específicas e a perspetiva dos seus dirigentes. Formulação e seleção de estratégias
  • 60. Ansoff carateriza os problemas estratégicos em dois níveis e etapas. No primeiro nível, considera as características da posição global empresa (com a finalidade de formular regras de decisão para a busca e avaliação de oportunidades) e as características desejáveis dos diversos produtos e mercados (a estratégia em termos de produtos e mercados). Os dois conjuntos de regras mantêm entre si um relacionamento semelhante ao existente entre meios e fins. Neste contexto, os objectivos fixam as metas e a estratégia indica o caminho a ser seguido para que as metas sejam alcançadas. No segundo nível as regras são aplicadas a oportunidades específicas. Formulação da estratégia
  • 61. O método utiliza um procedimento de busca para chegar até uma estratégia, ou seja, é um processo em que no início as regras de decisão são formuladas em termos grosseiros e são progressivamente refinadas pela passagem por diversos estágios, à medida que se prossegue o processo de solução. A primeira etapa consiste na escolha entre duas alternativas principais: diversificar ou não as atividades da organização. A segunda etapa é a escolha de um conjunto bastante amplo de produtos e mercados para a organização. A terceira etapa consiste na refinação desse conjunto em termos de características ou combinações de produtos e mercados. Formulação da estratégia
  • 62. Outra característica importante deste processo é o feedback, ou seja, o processo de busca da melhor solução. Nos estágios finais poderão surgir informações que ponham em dúvida as decisões anteriores e que em termos esquemáticos se pode ver na figura seguinte. Formulação da estratégia
  • 64. Organização e gestão do desporto Diferentes níveis de organização e diferentes níveis de estratégia Estratégia e Desenvolvimento das Organizações Desportivas
  • 65. A estratégia organizacional preocupa-se com os objectivos e fins de uma organização desportiva a longo prazo. Nos diferentes tipos de estratégias deve-se distinguir o que são estratégias de condução da organização e o que são estratégias para o desenvolvimento de determinado serviço ou produto, tal como propõe Slack (1997), ao diferenciar o tipo de estratégias para organizações desportivas em estratégias de crescimento, estabilidade, defensivas e estratégias de combinação e ao utilizar as estratégias genéricas de Porter, relativas a custo, diferenciação e concentração, para produtos ou serviços. Diferentes tipos de estratégia
  • 66. Quanto às estratégias relativas à condução de organizações desportivas podemos assim caraterizá-las: As estratégias de crescimento, podem ser realizadas por diversificação ou integração, utilizando-se, para tal, situações de fusão, aquisição ou alianças joint ventures). A diversificação consiste numa forma de crescimento em que a organização dispersa o risco do seu investimento por vários negócios. Se esse investimento é feito em áreas com afinidade à organização diz-se que é uma diversificação relacionada, se for efectuado em aspectos não relacionados com a organização, por exemplo em actividades não desportivas, é uma estratégia de diversificação não relacionada. Diferentes tipos de estratégia
  • 67. Diferentes estratégias (cont.) O crescimento por integração pode, por seu turno, ser horizontal ou vertical. É horizontal quando envolve a adição de outro produto e é vertical quando se realiza a aquisição por exemplo dos distribuidores, integração avançada, ou dos fornecedores, aquisição recuada. O crescimento interno também pode ocorrer quando uma organização desportiva tem condições para aumentar a sua quota de mercado, Slack (1997). Em alternativa a produtos ou serviços actuais, um clube pode também desenvolver um serviço existente, que já teve sucesso noutro mercado, e levá-lo para o seu mercado. Diferentes tipos de estratégia
  • 68. As estratégias de estabilidade, podem ser consideradas de dois tipos: Neutra, significa que a organização continua a fazer o que tem vindo a fazer sem intenção de crescer, De colheita, usada para aumentar o fluxo financeiro reduzindo drasticamente o capital de investimento e recolhendo os proveitos até ao limite máximo possível. Diferentes tipos de estratégia
  • 69. As estratégias defensivas, ou estratégias de declínio, são utilizadas quando a procura por um serviço de uma organização desportiva começa a decrescer, permitindo inverter a situação. Existem três tipos de estratégias defensivas principais: Turnaround: usadas para contra-atacar os custos crescentes e as receitas decrescentes e para aumentar o fluxo financeiro e a liquidez. Implicam a redução ou alterações nos produtos ou mercados servidos, férias dos colaboradores, substituição dos dirigentes mais antigos e redução de despesas; Desinvestimento: envolve o fecho de uma seção ou a cedência dos direitos de participação numa determinada competição; Descontinuação: situação mais drástica, que envolve o encerramento da organização. Diferentes tipos de estratégia
  • 70. O quarto tipo de estratégia, a de combinação, é a mais utilizada a seguir à de crescimento, dado que é raro uma organização desportiva diversificada aplicar apenas uma estratégia. Diferentes tipos de estratégia
  • 71. As estratégias relativas aos produtos e serviços são usadas para que o clube possa ganhar uma vantagem competitiva em relação aos seus competidores numa dada modalidade, faixa etária ou sexo dos seus potenciais praticantes. Para tal, a direção de um clube pode dispor de um conjunto de estratégias genéricas baseadas no custo, diferenciação ou em determinado "nicho de mercado". Diferentes tipos de estratégia
  • 72. Uma organização desportiva que adote uma estratégia de liderança dos preços, vende os seus produtos ou serviços a um preço mais barato do que o seu concorrente, podendo obter uma grande percentagem de mercado, com lucros elevados. Não gasta grandes quantidades de capital no desenvolvimento de novos produtos ou serviços, antes segue as tendências do mercado e fornece o produto ou serviço quando existe uma procura estabelecida. Esta estratégia tem como principal vantagem proteger uma organização desportiva das flutuações do mercado provocadas por fatores como a mudança de preços de entrada dos imitadores. Diferentes tipos de estratégia
  • 73. Para a estratégia diferenciação as organizações tentam ganhar uma vantagem de competitividade ao apresentarem uma imagem do seu produto ou serviço como sendo único. Visto desta forma, a organização desportiva ser capaz de cobrar um preço mais elevado. Diferentes tipos de estratégia
  • 74. Na estratégia de concentração o objectivo é servir as necessidades de um mercado específico, definido por critérios como a idade, sexo, motivação, área geográfica ou segmento de uma tinha de produtos ou de serviços. Uma vez que um mercado específico foi escolhido, a organização desportiva toma decisões relativas à liderança dos preços ou à estratégia de diferenciação dentro daquele mercado (Slack). Diferentes tipos de estratégia
  • 75. Como nem todas as organizações desportivas são capazes de ganhar uma vantagem competitiva, algumas não fazem as escolhas certas sobre os seus produtos ou serviços e sobre o mercado em que querem operar. Porter (1980) descreve estas organizações como as que estão no "meio- termo”. Diferentes tipos de estratégia
  • 76. Com o objetivo de conhecer a estratégia das organizações desportivas não lucrativas, Thibault et al (1994) desenvolveram e aplicaram (nas organizações desportivas canadianas) uma estrutura de análise estratégica. Para tal, criaram duas dimensões: capacidade de atração do programa (capacidade de uma organização desportiva em oferecer serviços e programas, aos seus membros, garantindo os recursos necessários para os manter em funcionamento); e posição competitiva (capacidade da organização para atrair e manter membros). Diferentes tipos de estratégia
  • 77. Na primeira dimensão, agruparam os seguintes indicadores: capacidade de angariar fundos financeiros de fontes externas; número de clientes potenciais utilizadores do serviço, apoio de voluntários e visibilidade mediática do programa da modalidade. Na segunda dimensão, englobaram os indicadores relativos aos custos que o praticante pode ter com o seu equipamento e com a participação em treinos e provas. As duas dimensões foram justapostas numa matriz para produzir quatro tipos de estratégias: refinação, realce, exploração e inovação", conforme Figura 1. Diferentes tipos de estratégia
  • 78. Figura 1 - Tipos de estratégias das organizações desportivas. Diferentes tipos de estratégia
  • 79. Designaram como estratégias de realce as organizações que desenvolveram programas muito atraentes e com forte posição competitiva. Estas organizações têm boas redes de programas com elevado número de treinadores, outros voluntários, e a prática das suas modalidades não é dispendiosa. Ao nível da organização apresentam elevada padronização das suas tarefas, as decisões sobre iniciativas estratégicas são tomadas, em parte, pelos serviços centrais dando alguma margem para iniciativas individuais. Outras características são a idade da organização, atingiram o nível de maturidade, e serem menos dependentes do apoio financeiro do Estado em relação às suas congéneres. Diferentes tipos de estratégia
  • 80. As organizações com estratégias de inovação têm posições competitivas muito fortes, apresentam baixos custos para a prática da modalidade, mas, por outro lado, os seus programas são pouco atraentes. A prioridade estratégica destas organizações é o desenvolvimento de programas inovadores para que as pessoas se envolvam nos desportos que elas oferecem, tendo para tal que desenvolver os seus próprios programas de oferta desportiva. Diferentes tipos de estratégia
  • 81. As estratégias de refinação apresentam programas muito atraentes e posições competitivas muito fracas. Neste caso, a alteração deve ser feita no sentido de modificar o que é impeditivo de obterem uma posição competitiva forte, por exemplo, limitar os custos actuais da prática da modalidade, recorrendo a medidas que reduzam as despesas ou acrescentado novas fontes de financiamento. Diferentes tipos de estratégia
  • 82. A estratégia de exploração deve ser utilizada por organizações que apresentam programas pouco atraentes e uma fraca posição competitiva. Os elevados custos associados à prática dos desportos por elas oferecidos, o baixo número de membros e de treinadores e a fraca visibilidade nos órgãos de comunicação social dificultam atarefado desenvolvimento de estratégias nesta área. Aliado a estes aspectos, dependem muitas vezes exclusivamente de comparticipações estatais. As suas iniciativas estratégicas serão caracterizadas por tentativas e erros, de modo a explorar uma série de iniciativas possíveis para melhorarem uma das dimensões ou ambas. Diferentes tipos de estratégia
  • 83. Excetuando as estratégias genéricas, para objetivos distintos da orientação e gestão das organizações, cada clube tem de desenvotver a sua própria estratégia de acordo com sua realidade interna, das suas forças e fraquezas, e das oportunidades e ameaças do seu meio externo. Por conseguinte, da mesma maneira que não existem clubes e organizações iguais também não poderão existir estratégías iguais. Todavia, há padrões e zonas de referência que permitem tipificar, por parâmetros de comportamento organizacional, as estratégias de determinados organizações desportivas, como verificámos. Diferentes tipos de estratégia
  • 84. Análise do texto: Diferentes tipos de estratégias aplicadas a federações desportivas. Realização das questões da ficha de trabalho (incluídas no final do texto). Diferentes tipos de estratégias
  • 85. Fazer análise de exemplo prático dos dados recolhidos no doutoramento. Diferentes tipos de estratégias