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Os Processos De Aprendizagem
Em tudo processo de aprendizagem de uma LCE o aprendiz se enfrenta com a
necessidade de construir sentido nessa língua, para isso deve apreender e refletir sobre a
materialidade lingüística: de ordem sintática, o léxico, a semântica, a morfologia, etc.,
assim o aluno observará as diferencias no plano da enunciação entre LCE e a LCM, tendo
em conta quando e como interromper? Quando começar e ceder palavra? Quanto tolerar
a proximidade física, o olhar do outra? Etc.
Trata-se de experiências que mobilizam na medida em que deixam ao descoberto
as questões de identidade. Quem aprende uma LCE passa a ser, de certa maneira, outra
pessoa, pois o estranhamento que produz o diferente torna invariável o próprio (Revuz).
Esse estranhamento coloca em jogo fatores individuais nos processos
psicolingüísticos.
Aprender uma LCE é enfrentar a cultura do outro permite um melhor
conhecimento da própria LCE e também a reconhecer-se a gente mesma. Os processos de
aprendizagem da LCE precisam tanto das funções cognitivas (capacidade de processar a
nova informação utilizando o razoamento, o juízo, a intuição e a memória) (que permite a
organização da informação, aquisição processamento classificação e integração da
informação, comunicação e a ação, armazenagem e acesso a informação) como das
relações interativas (entre o educador e o aluno e por sua vez entre alunos, adequadas
aos interesses e motivações dos alunos, no âmbito real de comunicação) que se
desenvolvem no contexto sócio-cultural em que o aluno se encontra inserido e que,
portanto é algo compartilhado entre sujeitos sociais. O aluno vai construindo
pensamento, sentimento e ação utilizando a linguagem como mediador entre ele e sua
própria experiência do mundo. Esta construção sempre supõe uma interação social e
nesse intercambio permanente, ha ativação das funciones metalingüísticas (capacidade
para descrever e analisar sobre a forma conteúdo e o uso da linguagem em contextos
comunicativos) e metacognitivas (Piaget: a tomada de consciência, a abstração e a auto-
regulação, vygotski: permite considerar a possibilidade que a criança use sua linguagem
para regular seus próprios pensamentos, comportamentos e suas ações quando faz suas
próprias tarefas) constitui um meio para alcançar a aprendizagem.
A interação aporta uma serie de experiências de aprendizagem que podem colocar
perto ao futuro docente aos processos que experimentarão seus próprios alunos.
Cada nova LCE que se aprende implica um processo em que intervêm o próprio
conhecimento lingüístico cultural e as experiências previas de aprendizagem. O aluno
frente à nova língua não percorre necessariamente os mesmos caminhos já transitados ao
aprender sua LCM, pois re-configura, amplia e relacionam os conteúdos lingüísticos, os
conhecimentos metalingüísticos e metacognitivas que pose com os novos saberes
provenientes da LCE.
Existem dois aspectos que marcam de maneira diferente os processos de
aprendizagem das LCE. Por um lado a proximidade entre a LCE e outras línguas conhecidas
facilitaria o acesso à nova língua através das relaciones que o aluno pode estabelecer de
maneira imediata ou das comparações as que acedem pela mediação do professor. Por
outro lado as LCE em nosso país se dão, maiormente num contexto áulico, já que a língua
que se ensina não circula socialmente. Por isso, o contato com a LCE depende do tipo de
intervenção pedagógica que se desenhe devido à impossibilidade de utilização imediata. O
aluno se expõe a um entorno formal onde o docente tentará de recriar da melhor maneira
possível, esse universo deferente que tentará colocar mais perto dos alunos. É importante
que o futuro docente possa diferenciar então as implicâncias didático-pedagógicas
próprias do ensino da LCE segundo seja o entorno em que se realiza o ensino
aprendizagem, si se trata de alunos que não escolhem voluntariamente a LCE que vão
aprender.
A falta de atenção às diferencias entre aprendizagens formais e informais e as
características dos contextos levam a instalar algum tipo intervenções mecanizadas ante
as dificuldades nos processos de aprendizagem dos futuros alunos. O conhecimento das
diferencias possibilita a adaptabilidade profissional fornecendo as ferramentas
necessárias para o desenvolvimento do ensino respondendo com critérios fundados
perante dificuldades que se apresentem frente aos alunos
Desde o campo da didática das LE tenta-se descrever e explicar o complexo
fenômeno que implica a construção de uma LCE considerando os fatores que influem no
processo. A variedade de respostas dificulta a tarefa de subscrever a uma única teoria ou
modelo standard de referencia. É possível considerar alguns aspectos que achamos
importantes tanto na formação do futuro professor para compreender seu próprio
processo de aprendizagem de uma LCE como o processo que transitarão seus futuros
alunos.

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Em tudo processo de aprendizagem de uma lce o aprendiz se enfrenta com a necessidade de construir sentido nessa língua

  • 1. Os Processos De Aprendizagem Em tudo processo de aprendizagem de uma LCE o aprendiz se enfrenta com a necessidade de construir sentido nessa língua, para isso deve apreender e refletir sobre a materialidade lingüística: de ordem sintática, o léxico, a semântica, a morfologia, etc., assim o aluno observará as diferencias no plano da enunciação entre LCE e a LCM, tendo em conta quando e como interromper? Quando começar e ceder palavra? Quanto tolerar a proximidade física, o olhar do outra? Etc. Trata-se de experiências que mobilizam na medida em que deixam ao descoberto as questões de identidade. Quem aprende uma LCE passa a ser, de certa maneira, outra pessoa, pois o estranhamento que produz o diferente torna invariável o próprio (Revuz). Esse estranhamento coloca em jogo fatores individuais nos processos psicolingüísticos. Aprender uma LCE é enfrentar a cultura do outro permite um melhor conhecimento da própria LCE e também a reconhecer-se a gente mesma. Os processos de aprendizagem da LCE precisam tanto das funções cognitivas (capacidade de processar a nova informação utilizando o razoamento, o juízo, a intuição e a memória) (que permite a organização da informação, aquisição processamento classificação e integração da informação, comunicação e a ação, armazenagem e acesso a informação) como das relações interativas (entre o educador e o aluno e por sua vez entre alunos, adequadas aos interesses e motivações dos alunos, no âmbito real de comunicação) que se desenvolvem no contexto sócio-cultural em que o aluno se encontra inserido e que, portanto é algo compartilhado entre sujeitos sociais. O aluno vai construindo pensamento, sentimento e ação utilizando a linguagem como mediador entre ele e sua própria experiência do mundo. Esta construção sempre supõe uma interação social e nesse intercambio permanente, ha ativação das funciones metalingüísticas (capacidade para descrever e analisar sobre a forma conteúdo e o uso da linguagem em contextos comunicativos) e metacognitivas (Piaget: a tomada de consciência, a abstração e a auto- regulação, vygotski: permite considerar a possibilidade que a criança use sua linguagem para regular seus próprios pensamentos, comportamentos e suas ações quando faz suas próprias tarefas) constitui um meio para alcançar a aprendizagem. A interação aporta uma serie de experiências de aprendizagem que podem colocar perto ao futuro docente aos processos que experimentarão seus próprios alunos. Cada nova LCE que se aprende implica um processo em que intervêm o próprio conhecimento lingüístico cultural e as experiências previas de aprendizagem. O aluno frente à nova língua não percorre necessariamente os mesmos caminhos já transitados ao aprender sua LCM, pois re-configura, amplia e relacionam os conteúdos lingüísticos, os conhecimentos metalingüísticos e metacognitivas que pose com os novos saberes provenientes da LCE. Existem dois aspectos que marcam de maneira diferente os processos de aprendizagem das LCE. Por um lado a proximidade entre a LCE e outras línguas conhecidas facilitaria o acesso à nova língua através das relaciones que o aluno pode estabelecer de maneira imediata ou das comparações as que acedem pela mediação do professor. Por outro lado as LCE em nosso país se dão, maiormente num contexto áulico, já que a língua
  • 2. que se ensina não circula socialmente. Por isso, o contato com a LCE depende do tipo de intervenção pedagógica que se desenhe devido à impossibilidade de utilização imediata. O aluno se expõe a um entorno formal onde o docente tentará de recriar da melhor maneira possível, esse universo deferente que tentará colocar mais perto dos alunos. É importante que o futuro docente possa diferenciar então as implicâncias didático-pedagógicas próprias do ensino da LCE segundo seja o entorno em que se realiza o ensino aprendizagem, si se trata de alunos que não escolhem voluntariamente a LCE que vão aprender. A falta de atenção às diferencias entre aprendizagens formais e informais e as características dos contextos levam a instalar algum tipo intervenções mecanizadas ante as dificuldades nos processos de aprendizagem dos futuros alunos. O conhecimento das diferencias possibilita a adaptabilidade profissional fornecendo as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do ensino respondendo com critérios fundados perante dificuldades que se apresentem frente aos alunos Desde o campo da didática das LE tenta-se descrever e explicar o complexo fenômeno que implica a construção de uma LCE considerando os fatores que influem no processo. A variedade de respostas dificulta a tarefa de subscrever a uma única teoria ou modelo standard de referencia. É possível considerar alguns aspectos que achamos importantes tanto na formação do futuro professor para compreender seu próprio processo de aprendizagem de uma LCE como o processo que transitarão seus futuros alunos.