O Cerrado brasileiro é um bioma de savana que cobre cerca de 2 milhões de km2 no centro do Brasil, caracterizado por clima quente e seco no inverno, e por grande diversidade biológica, incluindo mais de 10.000 espécies de plantas, muitas delas endêmicas.
1. Cerrado Brasileiro
Mapa da ecoregião do Cerrado. Os limites da ecorregião mostrados em amarelo.
Imagens: NASA.
Cerrado é um domínio fitogeográfico do tipo savana que ocorre no
Brasil. Neste sentido, Cerrado é um dos seis grandes biomas
brasileiros.
Características
As savanas brasileiras são uma vegetação que tem diversas variações
fisionômicas ao longo das grandes áreas que ocupam do território do
país.
É uma área zonal, como as savanas da África, e corresponde grosso
modo ao Planalto Central.
É o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se por uma área de
2.045.064 Km2 , abrangendo oito estados do Brasil Central: Minas
Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Piauí e o Distrito Federal.
É cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul,
com índices pluviométricos regulares que lhe propiciam sua grande
biodiversidade.
O bioma Cerrado abrange vários ecossistemas em seu domínio:
• cerrado (ecossistema)
• cerradão
• campestre
• floresta de galeria
2. Há também os ecossistemas de transição com os outros biomas que
fazem limite com o Cerrado.
Vege
tação característica na região noroeste de Minas Gerais
O Cerrado tem um tipo de de bromélia diferente das de outras do
mundo, a bromélia do cerrado é azul com com bolinhas roxas,
mudando de cor de dia que fica rosa com amarelo, de tarde laranja
com vermelho e de noite volta a ser roxa com azul. A paisagem do
Cerrado é monótona, com menor biodiversidade que os dois biomas
florestais brasileiros. Pouco afetado até a década de 1960, está desde
então crescentemente ameaçado, principalmente os cerradões, seja
pela instalação de cidades e rodovias, seja pelo crescimento das
monoculturas, como a soja e o arroz, a pecuária extensiva, a carvoaria
e o desmatamento causado pela atividade madeireira e por freqüentes
queimadas, devidas tanto às altas temperaturas e baixa umidade,
quanto ao infortúnio do descuido humano.
Nas regiões onde o cerrado predomina, o clima é quente e há períodos
de chuva e de seca, com incêndios espontâneos esporádicos, com
alguns anos de intervalo entre eles, ocorrendo no período da seca.
A vegetação, em sua maior parte, é semelhante à de savana, com
gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules
retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção da água -
3. disponível nos solos do cerrado abaixo de 2 metros de profundidade,
mesmo durante a estação seca e úmida do inverno.
Dependendo de sua concentração e das condições de vida do lugar,
pode apresentar mudanças diferenciadas denominadas de cerradão,
campestre e cerrado (latu sensu), intercalado por formações de
florestas, várzeas, campos rupestres e outros. Nas matas de galeria
aparecem por vezes as veredas.
Outros ecosssistemas: Campo Sujo, Campo Cerrado, Cerrado
Rupestre, Mata Seca ou Mata Mesofítica e Parque Cerrado.
Grande parte do Cerrado já foi destruída, em especial para a instalação
de cidades e plantações, o que o torna um bioma muito mais
ameaçado do que a Amazônia.
Clima
Cerrado na região de Pirenópolis, Goiás.
O clima predominante no Cerrado é o Tropical Sazonal, de inverno
seco. A temperatura média anual é de 25°C, podendo chegar a
marcações de até 40°C. As mínimas registradas podem chegar a
valores próximos de 10°C ou até menos, nos meses de maio, junho e
julho.
4. A precipitação média anual fica entre 1.200 e 1.800 mm, sendo os
meses de março e outubro os mais chuvosos. Curtos períodos de seca,
chamados de veranicos, podem ocorrer no meio da primavera e do
verão. No período de maio a setembro os índices pluviométricos
mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.
Nos períodos de estiagem, o solo se desseca muito, mas somente em
sua parte superficial (1,5 a 2 metros de profundidade). Mas vários
estudos já demonstraram que, mesmo durante a seca, as folhas das
árvores perdem razoáveis quantidades de água por transpiração,
evidenciando a disponibilidade deste mineral nas camadas profundas
do solo. Outra evidência é a floração do ipê-amarelo na estação da
seca, porém a maior demonstração deste fato é a presença de
extensas plantações de eucaliptos, crescendo e produzindo
plenamente, sem necessidade de irrigação.
Ventos fortes e constantes não são características gerais do Cerrado.
Normalmente a atmosfera é calma e o ar fica, muitas vezes, quase
parado. Em agosto costumam ocorrer algumas ventanias, levantando
poeiras e cinzas de queimadas a grandes alturas, através de
redemoinhos que se podem ver de longe.
A radiação solar é bastante intensa, podendo reduzir-se devido à alta
nebulosidade nos meses excessivamente chuvosos do verão.
Relevo
Os pontos mais elevados do Cerrado estão na cadeia que passa por
Goiás em direção sudeste-nordeste. O Pico Alto da Serra do Pireneus,
com 1.385 metros de altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1.250
metros e outros pontos com elevação consideradas que se estendem
em direção noroeste; a Serra do Jerônimo e outras serras menores,
com altitudes entre 500 e 800 metros.
O relevo é um tanto acidentado, com poucas áreas planas. Nos morros
mais altos são encontrados pedregulhos, argila com inclusões de
pedras e camadas de areia.
Outra formação é constituída por aflorações e rochas calcárias, com
fendas, grutas e cavernas em diferentes tamanhos. Por cima das
rochas há uma vegetação silvestre. Possui campos e vales com
vegetação bem característica e há ainda uma floresta-galeria rodeando
riachos e lagoas.
5. Os solos apresentam-se intemperizados, devido à alta lixiviação e
possuem baixa fertilidade natural. Apresenta pH ácido, variando de 4,3
a 6,2. Possui elevado conteúdo de alumínio, baixa disponibilidade de
nutrientes, como fósforo, cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica,
zinco, argila, compondo-se de caulinita, goetita e gibsita. O solo é bem
drenado, profundo e com camadas de húmus.
Há estruturas do solo bem degradadas, devido às atividades agrícolas
e pastagens, inclusive o chamado reflorestamento com Eucalyptus na
década de 1960. A recuperação é muito difícil, principalmente nos
cerradões, devido às características do solo e ao regime de chuvas.
Pode ser tentada a revegetação associado com plantio de milho, feijão,
café, freijó, maniçoba, buriti ou dendê, no sistema de agrofloresta.
Flora
Três Lagoas - MS
Mesmo que não totalmente conhecida, a flora do Cerrado é riquíssima.
Sua cobertura vegetal é a segunda maior do Brasil, abrangendo uma
área de 20% do território nacional. Apresenta as mais diversas formas
de vegetação, desde campos sem árvores, ou arbustos, até o cerrado
lenhoso denso com florestas-galeria. Reconhecido como a savana mais
rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos
ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de
plantas, sendo 4.000 endêmicas desse bioma.
6. Os campos cobrem a maior parte do território. É essencialmente
coberto por gramíneas, com árvores e arbustos. É subdividido em
campo de cerrado e campo limpo, que se diferenciam na formação do
terreno e na composição do solo, com declives ou plano.
As árvores mais altas do Cerrado chegam a 15 metros de altura e
formam estruturas irregulares. Apenas nas matas ciliares as árvores
ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas. Nos
chapadões arenosos e nos quentes campos rupestres estão os mais
exuberantes e exóticos cactos, bromeliáceas e orquídeas, contando
com centenas de espécies endêmicas. E ainda existem espécies
desconhecidas, que devido à ação do homem podem ser destruídas
antes mesmo de serem catalogadas.
Plantas Comuns
Ipê-
amarelo, árvore típica do Cerrado
A vegetação do Cerrado apresenta diversas paisagens florísticas
diferenciadas, como os brejos, os campos alagados, os campos altos,
os remanescentes de mata atlântica. Mas as fitopaisagens
predominantes são aquelas dos Cerrados, como o cerrado típico, o
cerradão e as veredas. Nestas, há desde palmeiras, como babaçu
7. (Orbignya phalerata), bacuri (Platonia insignis), brejaúba (Toxophoenix
aculeatissima), buriti (Mauritia flexuosa), guariroba (Syagrus
oleracea), jussara (Euterpe edulis) e macaúba (Acrocomia aculeata)
até plantas frutíferas como araticum-do-cerrado (Annona crassiflora),
araçá (Psidium cattleianum), araçá-boi (Eugenia stipitata), araçá-da-
mata (Myrcia glabra), araçá-roxo (Psidium myrtoides), bacuri
(Scheelea phalerata), bacupari (Rheedia gardneriana), baru (Dipteryx
alata), café-de-bugre (Cordia ecalyculata), figueira (Ficus guaranítica),
lobeira (Solanum lycocarpum), jabuticaba (Myrciaria trunciflora),
jatobá (Hymenaea courbaril), marmelinho (Diospyros inconstans),
pequi (Caryocar brasiliense), goiaba (Psidium guajava), gravatá
(Bromeliaceae), marmeleiro (Croton alagoensis), genipapo (Genipa
americana), ingá (Inga sp), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii),
mangaba (Hancornia speciosa), cajuzinho-do-campo (Anacardium
humile), pitanga-do-cerrado (Eugenia calycina), guapeva (Fervillea
trilobata), veludo-branco (Gochnatia polymorpha); Madeiras, tais quais
angico-branco (Anadenanthera colubrina), angico (Anadenanthera
spp), aroeira-branca (Lithraea molleoides), aroeira-do-sertão
(Myracrodruon urundeuva), cedro-rosa (Cedrela fissilis), monjoleiro
(Acacia polyphylla), vinhático (Plathymenia reticulata), bálsamo-do
-cerrado (Styrax pohlii), pau-ferro (Caesalpinia ferrea), ipês(Tabebuia
spp.), além de plantas características dos cerrados, como amendoim-
do-campo (Pterogyne nitens), araticum -cagão (Annona cacans),
aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius), capitão-do-campo
(Terminalia spp.), embaúba (Cecropia spp), guatambu-de-sapo
(Chrysophyllum gonocarpum), maria-pobre (Dilodendron bipinnatum),
mulungu (Erythrina spp), paineira (Ceiba speciosa), pororoca (Rapanea
guianensis), quaresmeira roxa (Tibouchina granulosa), tamboril
(Enterolobium spp), pata-de-vaca (Bauhinia longifólia), algodão-do-
cerrado (Cocholospermum regium), assa-peixe (Vernonia polyanthes),
pau-terra (Qualea grandiflora), pimenta-de-macaco (Xylopia
aromatica), gameleira (Ficus rufa), sem falar em uma grande
variedade de gramíneas, bromeliáceas, orquidáceas e outras plantas
de menor porte.
Fauna
O Cerrado apresenta grande variedade em espécies em todos os
ambientes, que dispõem de muitos recursos ecológicos, abrigando
comunidades de animais com abundância de indivíduos, alguns com
adaptações especializadas para explorar o que fornece seu habitat.
8. No ambiente do Cerrado são conhecidos até o momento mais de 1.500
espécies animais, formando o segundo maior conjunto animal do
planeta. Cerca de 50 das 100 espécies de mamíferos (pertencentes a
67 gêneros) estão no Cerrado. Apresenta mais de 830 espécies de
aves, 150 de anfíbios (das quais 45 são endêmicas), 120 espécies de
répteis (das quais 45 são endêmicas). Apenas no Distrito Federal há 90
espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 de abelhas e
vespas.
A
anta (Tapirus terrestris) é um dos animais do Cerrado
Devido à ação do homem, o Cerrado passou por grandes modificações,
alterando os diversos habitats e, conseqüentemente, apresentando
espécies ameaçadas de extinção. Dentre as que correm risco de
desaparecer estão o tamanduá-bandeira, a anta, o lobo-guará, o pato-
mergulhão, o falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o
cervo, o cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.
Megafauna
Especificamente no que tange a fauna de mamíferos do Cerrado, em
que pese as áreas devastadas para a agropecuária e a mineração, ela
é ainda bastante diversificada, com representantes de:
Marsupiais – gambá (Didelphis ssp.), cuíca (Gracilinanus
•
microtarsus), cuíca-d'água (Chironectes minimus) e jaratataca
(Conepatus semistriatus)
11. cajanea),
Pássaro-preto (Gnorimopsar
•
Periquito (Brotogeris
•
chopi),
chiriri),
Guaxo (Icterus jamacaii),
•
Pomba-asa-branca
•
Tucano (Ramphastos toco),
•
(Columba picazuro),
Urubu (Coragyps atratus),
•
João-de-barro (Furnarius
•
Seriema (Cariama cristata),
•
rufus),
Sabiá-do-campo (Mimus
•
Bem-te-vi (Pitangus
•
saturninus),
sulphuratus),
Beija-flor (Colibri serrirostris),
•
Canário (Sicalis flaveola),
•
Beija-flor-tesoura (Eupetomena
•
Sabiá-laranjeira (Turdus
•
macroura),
rufiventris)
Ictiofauna
Piau, peixe típico dos rios do Cerrado
Sobretudo pelo fato de ser em áreas de Cerrado que nascem rios das
mais importantes bacias hidrográficas brasileiras, como as bacias
Amazônica, Tocantínea, Platina e São-Franciscana, a ictiofauna é
extremamente rica e diversificada. Nos rios do Cerrado, há um número
bastante relevante de espécies de mariscos,e uma grande variedade
de peixes, desde aqueles que são comuns até em pequenos córregos,
como Piabas (Astyanax spp.); Lambaris (Deuterodon spp.,
Moenkhausia spp), Cará (Aequidens spp, Mesonauta spp), Bagres e
Mandis (Pimelodus spp.), Mussum (Synbranchus marmoratus), Tuvira
(Eigenmannia spp), até aqueles que são encontrados quase que
apenas em rios e ribeirões, tais como Caranha (Piaractus spp.,
Pygocentrus spp.); Pacu (Colossoma spp.; Mylossoma spp.;
Chaetobranchopsis spp.), Piau (Leporinus spp.), Traíra (Hoplias spp.),
Piranha (Catoprion spp.), Corimbatá (Cyphocharax spp.), Dourado
(Salminus spp.), Cascudo (Hypostomus spp.; Pterygoplichthys spp),
Peixe-cachorro (Roeboides spp.), além de Cachorra (Hydrolycus
scomberoides), Peixe cigarra (Oligosarcus hepsetus), Pirapitinga
(Brycon microlepis), Abotoado (Pterodoras granulosus), Timburé
(Schizodon borellii), Taguara ou Sardinha-de-água-doce (Triportheus
12. angulatus), e espécies maiores, de couro, como Cachara
(Pseudoplatystoma fasciatum), Jaú (Paulicea luetkeni), Barbado
(Pinirampus pinirampus), Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e
Surubim (Sorubimichthys planiceps). Há outras espécies menos
significativas numericamente, inclusive a muito rara e quase extinta
Piracanjuba[11] (Brycon orbignyanus).
Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerrado
http://indoafundo.com