Os defumadores na Umbanda: charuto, cachimbo e defumação
1. Dentre vários materiais usados habitualmente nas giras de
umbanda, Poderíamos citar as ervas, a pemba, os
defumadores, os charutos, os cachimbos e etc. No entanto,
hoje nos concentraremos no defumador, no charuto e no
cachimbo, os também conhecidos dissipadores ígneo-
eólicos.
A defumação harmoniza e aumenta o teor das vibrações
psíquicas, produzindo condições de recepção e inspiração nos
planos físico e espiritual. Além de influenciar em nossas
vibrações psíquicas, as ervas e resinas utilizadas na
defumação são poderosos agentes de limpeza vibratória, que
tornam o ambiente mais agradável e leve.
2. A defumação deve ser feita em turíbulos de barro (elemento natural
neutro), que mantém as qualidades e os efeitos dos elementos
constitutivos das ervas. Efetuar defumação em recipientes de
alumínio, ferro ou similares é um equívoco, pois que estes metais ao
entrarem em contato com o carvão em brasa, liberam toxinas que irão
neutralizar, total ou parcialmente, a eficácia das ervas.
Ao queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação
todo o poder energético aglutinado em meses ou anos no solo da
Terra, absorção de nutrientes dos raios de sol, da lua, do ar, além dos
próprios elementos constitutivos das ervas. Deste modo, projeta-se
uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a
maioria dos ambientes humanos, produto da baixa qualidade de
pensamentos e desejos, como raiva, vingança, inveja, orgulho,
mágoa, sensualidade etc.
3.
4. O fumo é a erva mais tradicional da terapêutica psico-
espiritual praticada na Umbanda.
Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e
se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do
solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo,
raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização
eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio,
hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor,
vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra.
Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que,
ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam
positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar
fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados
e desencarnados.
O charuto e o cachimbo, utilizados pelas entidades são
tão somente defumadores individuais.
5. Uma Entidade Astral pode usar a maior
facilidade de movimentação do corpo astral
do médium umbandista para escudá-Io, no
caso de uma consulta carregada de larvas e
pensamentos obsessivos. Um dos recursos
usados é a volatilização do ambiente ao
redor do médium, através da defumação,
cachimbo, charuto ou mesmo um líquido
aromático volátil. O escudo está em
aumentar a velocidade de rotação, agindo
em conjunto com as voláteis, produzindo
potentes escudos e dardos contra as larvas,
pré-bactérias e vírus de várias ordens.
6. Ao pitarem seus cachimbos, veiculam com a
fumaça portentosas vibrações que limpam o
aura, desagregando até certas larvas
condensadas (pelo pensamento cristalizado)
que, se não o fossem, poderiam trazer
sérios prejuízos à constituição astrofísica do
indivíduo. A fumaça não é, como muitos
pensam, deletéria. É deletéria, sim, para
aqueles que fumam aspirando nicotina,
alcatrão, alcalóides vários e gases nocivos.
7. BEBIDAS – COMO SÃO USADAS
O álcool em sua essência é um líquido
extremamente volátil sendo portanto,
material que facilmente transcende do plano
material para o etéreo. Além disso, é
também fogo em estado líquido pela sua
facilidade de combustão.
8. o álcool ainda possui a propriedade de ser usado como "contraste", quando
a entidade age magnetizando a bebida e faz o consulente ingeri-la em
pequena quantidade permitindo a visualização, no organismo, das áreas que
deverão receber tratamento específico.
Não se pode deixar de citar que o álcool também contribui na maior
flexibilização do corpo astral do médium, liberando substâncias que ativam
o cérebro e constituem novo campo de força para os embates e
entrechoques psico-espirituais, protegendo o medianeiro de energias
negativas.
Funcionam também como antisépticos para limpar e desinfetar regiões e
locais tratados pelas entidades sendo também usadas sobre pontos riscados
e tronqueiras.
9. PONTOS CANTADOS E PONTOS
RISCADOS
Uma musica simples se compõe apenas
de melodia e ritmo. É uma sucessão de
sons organizados em uma seqüência
rítmica. Se a estes sons acrescentamos
outros, de acordo com as leis da
combinação dos sons, teremos a mesma
melodia, só que numa música mais rica,
mais elaborada em quantidade de sons
harmônicos. São três os elementos
básicos da música: a melodia, o ritmo e a
harmonia, a saber:
10. Melodia - é a sucessão rítmica de sons musicais, de forma
suave e agradável; diz-se também de uma peça musical
suave, para apenas uma voz ou para um coro uníssono;
Harmonia - é a arte de criar e relacionar acordes (qualquer
combinação de duas ou mais notas musicais, que soam
simultaneamente);
Ritmo - é a alternância de sons no tempo; em outras
palavras, é o agrupamento dos diversos valores de tempo
durante um período musical, havendo uma harmoniosa
correlação das partes. Há quem diga que tal movimento foi
baseado na afluência das águas do mar.
11. Existe toda uma ciência e uma magia altamente
complexa por trás dos Pontos Cantados, sendo
por isso algo delicadíssimo dentro de uma
Choupana ou Agrupamento de Umbanda.
Dentro da ritualística da Umbanda, os Pontos
Cantados são indispensáveis; são
características marcantes que definem um
ritual.
Os Pontos são a trilha sonora, são o roteiro ou
caminho por onde anda a Gira. Assim sendo, é
obrigação nossa enquanto numa gira, de ajudar
a traçar um caminho seguro e ameno para que
as Entidades Superiores façam um bom
trabalho junto à Coletividade- Terreiro
12. Podemos notar que os Pontos Cantados sempre
trazem uma mensagem, um alerta, uma imagem,
uma emoção, e cabe a nós, cantantes, reforça-los,
fazer valer de verdade. É de suma importância que
sejam entoados com o coração e a vontade de se
entrar em contato com o Astral Superior, ao mesmo
tempo desejando que tudo que estamos cantando,
tome realidade, usando nosso poder de vontade.
Quando cantamos com o coração, a mensagem do
Ponto provoca em nós um estado de alma que faz
com que vibre positivamente todo o nosso ser, e
com isto, movimentamos energias poderosas que,
atuando sobre os nossos chacras, fazem com que
eles secretem elementos renovados,
importantíssimos para nosso corpo físico, nos
sentimos bem.
13. Como nos diz a ciência oficial, a música e a
combinação harmoniosa de sons, e todo
som tem sua freqüência e cor, serve para
emitir, atrair ou impregnar certas energias e
também para dissipar ou desempregar
outras, de acordo com cada um deles, uma
vez que cada linha representa uma imagem,
traduz um sentimento. Numa correlação
inicial, temos:
15. Podemos também observar que existem características
peculiares a cada Linha de Trabalho na Umbanda. Os
Pontos de Crianças são alegres, os de Caboclos são
vibrantes e os de Pais-Velhos são dolentes, evocando
saudades. Assim temos:
OXALÁ = sons místicos, predispõe à paz e às coisas dos
espíritos;
OGUM = sons vibrantes, lembram as lutas, batalhas,
demandas;
OXOSSI = sons que lembram as matas, os ventos, imitam
a natureza;
XANGÔ = sons graves, são cantados baixo e falam de
justiça;
YORIMÁ = sons melancólicos, dolentes, falam de
cativeiro;
YORI = sons alegres, predispõe ao bom ânimo;
YEMANJÁ = sons suaves que nos levam à renovação
afetivo-emocional.
16. >- nunca entoar pontos aos berros, ou de forma acelerada
demais, ou letra errada. Todo ponto possui sua harmonia e cada
uma das 7 Linhas de Umbanda tem seus ritmos e melodias
próprios, como descritos; a firmeza do ponto não está na altura
com que ele é cantado, mas sim, na força interior que
imprimimos à voz ao cantannos;
>- entoar somente os pontos que são de raiz, ou seja, pontos
que são apresentados por uma Entidade Superior, devidamente
incorporada ou quando intuído a um bom médium;
>- existem muitos Pontos e é fácil de reconhecê-los por sua
beleza, pelo que despertam aos que cantam ou ouvem; muitos
destes pontos são antiguíssimos e tradicionais, eles realmente
movimentam energias poderosíssimas quando bem entoados;
>- eles não devem ser entoados em locais pouco
recomendados, tais como bares ou lugares profanos, que são
totalmente adversos às suas boas vibrações.
17. PONTOS RISCADOS
Para falar de Pontos Riscados, temos que abordar sua
origem, que a grosso modo se divide em duas:
Origem Espiritual - Representa a grafia sagrada em sua
essência. Em síntese são os aspectos Teogônico (luz),
Cosmogônicos (som), e Androgônicos (movimento). São
as ordens e direito de trabalho estendida aos emissários
do Cristo, o comando Espiritual através do uso da pêmba.
Identifica principalmente a vibração do Orixá, na qual está
vinculado o espírito;
Origem Histórica - Está no Alfabeto Vatan ou
Devanagário. São sinais, que mesmo após terem sidos
adulterados, pela evolução histórica da sociedade, podem
ser identificados a partir, dos sinais rupestre, preservados
como patrimônio cultural dos povos.
18. Ao longo dos milênios, o conhecimento adquirido
precisava ser perpetuado, daí surgiram desenhos
primitivos em cavernas no tempo da pré-história,
onde antepassados deixavam registrados seus
aprendizados, que foram considerados mágicos por
propiciarem melhora de vida e sobrevivência. O
homem evoluiu dos até a obtenção de um alfabeto
convencional.
Quando o homem já havia dominado os
conhecimentos básicos da natureza, da
sobrevivência e da morte, seus desenhos
passaram a expressar suas idéias e a sua vontade.
Assim foi que a recordação - a capacidade de
acumular conhecimentos, a ideação - a faculdade
de prever os acontecimentos, e a vontade - a força
de deliberação da vontade, constituíram a base de
todo o conhecimento da humanidade.
19. Na antiguidade, o Verbo era considerado como o
dom mais precioso dado ao homem. e a formação
de nomes era coordenada por leis místicas regidas
pelos números, obedeciam às forças da natureza,
representadas pelos planetas, signos astrológicos e
pela vibração sonora. Eram palavras sagradas cujo
som resultante tinha de encerrar, em si própria, as
faculdades ativas e produtivas daquilo que se
queria denominar e invocar. Assim, cada palavra
correspondia a uma força mágica e passaram a ser
privilégio de Sacerdotes e vieram a transformar-se
em Escritas Sagradas. Conservada assim,
puramente espiritualizada, esta Grafia Sagrada
teve sua máxima aplicação da grafia na
dinamização da vontade humana - A Lei de
Pemba.
20. A Escrita Cósmica, a Verdadeira Escrita, a Grafia
Cósmica, é também chamada de Lei de Pemba
ou Ponto Riscado. É a verdadeira escrita ou
grafia dos Orixás, sendo composta de 3
sistemas, a saber:
I) Sistema Mnemônimo - sinais mnemônicos:
sinais destinados a ativar a memória;
2) Sistema Ideogrático - sinais ideográficos:
abrange sinais que representam uma idéia.
podendo representar uma qualidade, uma função;
3) Sistema Fonético - sinais sonoros: sinais
representativos de determinados sons, inclusive
sons da própria natureza - é o alfabeto que
expressa o próprio verbo da natureza.
21. Através destes 3 Sistemas muito usado pela
Pura Raça Vermelha, que surgiu o grafismo
do Abanheenga, a primeira expressão
fonética concatenada da humanidade. Para
exemplificar, o Trono Tupy também teve
esse conhecimento cósmico que se perdeu
no decorrer do tempo e que é revivido
gradativamente, pelo Movimento
Umbandista.
22. Sacerdotes guardaram as morfologias-sons das palavras, que
expressam quantidade e qualidades, sendo um alfabeto que
produz termos cósmicos: é a Coroa do Verbo, é a própria
Ciência do Verbo Vivo, expressando os ciclos e os ritmos da
concretização vibracional dos Orixás e constituem sinais-sons
que representam estes Orixás. Com estes Sacerdotes, tivemos
o surgimento de um alfàbeto ligeiramente trabalhado em relação
ao original, que se encontra nos Arquivos Planetários
Superiores e muito se relaciona com a Lei de Pemba - era o
Alfabeto Vatânico ou Adâmico ou Devanagário, que é uma
adaptação do verdadeiro alfabeto da Língua Raiz ou Matriz
denominada Abanheenga (Abá - homem, humanidade, Nheen -
língua; Ga - alma, essência, a raiz fundamental da linguagem).
Foi uma forma de velar a verdadeira escrita cósmica, sendo
urna equivalência astral e substitui a Lei de Pemba. Resumindo,
o alfabeto Vatânico, através de sutis modificações, constitui a
base para o alfabeto da Pemba. Nele, a letra latina tem sua
correspondente no alfabeto devanagário (ou adâmico ou
vatânico) e com o sânscrito, com astros/planetas/signos e valor
numérico.
23. Para o Ponto Riscado, que traduz a Lei de Pemba,
usa-se um giz mineral, que pode ser colorido ou
branco. Este objeto, se não estiver imantado dentro
dos princípios sagrados e velados, os fundamentos
herméticos de Umbanda, toma-se apenas um giz
comum e não é capaz de movimentar a verdadeira
magia dos Orixás e Mentores Espirituais, além de
ter que ser usado por aqueles raros médiuns que,
ao incorporarem verdadeiros Mentores Espirituais,
que tem o conhecimento verdadeiro de movimentar
as forças etéreo-físicas, astrais e mentais, formam
verdadeiros "clichês astrais", atuando nos 3
campos, em benefício da humanidade, e neste
sentido, os Pontos Riscados expressam a natureza
nos aspectos sutilíssimo - mental. sutil - astral e
denso - físico. Desde que se tem conhecimento de
Umbanda, tem-se notícias do uso da pemba.
24. o fundamental sobre o Ponto Riscado é
entender que ele se compõe de 3 partes ou
princípios:
Flecha, Chave, Raiz, e que um Ponto Riscado
completo tem 5 Partes ou Setores. (figura -
Elo Perdido)
Na figura a seguir , temos que:
Setor A = refere-se ao sinal que diz quem é a
Entidade;
Setor B = refere-se a quais são as Ordens e
Direitos que ela traz;
25. Setor C = refere-se as atividades ou
atribuições; ordena ou é ordenada; é chefe
ou é integrante;
Setor O = refere-se aos elementos fixadores
ou repulsivos/desagregadores;
Setor E = refere-se ao tipo de movimento, ou
seja, para que serve o sinal ou conjunto. Os
Princípios da Lei de Pemba:
26.
27. I) FLECHA = Vibração = É a representação
gráfica das 7 vibrações dos Orixás:
Identifica uma das 3 formas de apresentação
das Entidades Espirituais na Corrente Astral de
Umbanda. Também pode identificar ou dizer da
função do ponto riscado. A Flecha tem em sua
ponta, o ângulo, cuja função é concentrar,
direcionar, impulsionar, dinamizar, ser entrada
ou saída de forças ou correntes. A flecha
também indica se a Entidade é genuína - vem
da raça vermelha, reajustada - trabalha em
forma que não é a sua originária ou em missão
sacrificial.- seres de outro lócus astrais que
nunca encarnaram na Terra.
28. 1.1 - Crianças = flecha sinuosa (Yori): função de
bloqueio ativo e passivo; reflete as correntes.
1.2 - Caboclos = flecha curva (Orixalá, Ogum,
Oxossi, Xangô, Yemanjá): função é a de
promover bloqueios vibracionais, reflexões,
conduzir ou ser emissiva e remissiva de
correntes; condensar correntes
1.3 - Pais-Velhos = flecha reta (Yorimá): função de
bloquear ou neutralizar sem refletir; agir
como condutor e condensador.
Estão relacionadas diretamente com os protetores
quando riscadas isoladamente. Quase sempre,
os mentores que dominam o conhecimento
utilizam-se de médiuns de Karma probatório.
29. 2) CHAVE = Grau = Relacionado aos 7 graus dentro
da Hierarquia espiritual de Umbanda:
Identifica em primeira instância, a Linha Espiritual
da Entidade, tal como uma descentralização do
poder estendido pelo Orixá, bem como, o plano
dimensional onde atua e o grau 14 da Entidade. Na
Linha de Caboclo atuam em 5 Faixas distintas -
Orixalá, Ogum, Oxossi, Xangô e Yemanjá; na linha
de Criança uma faixa - Yori, e na linha de "Preto
Velho" a faixa vibracional ligada ao Orixá Yorimá.
Estão relacionadas quando em combinação com os
mentores no grau de guia. Neste caso, os
seus sensitivos são médiuns de Kanna evolutivo.
30. 3) RAIZ= Ordem = Relacionada aos 21 arcanos
maiores:
Identifica as Entidades (Orixás menores), que
verdadeiramente podem movimentar os
aspectos têogônicos. Geralmente são
combinações que denotam unidade em suas as
ordens e direitos de trabalho, etc ..
É a grafia sagrada, afeta aos espíritos no grau
de Orixás Menores. Estes espíritos necessitam
de veículos mediúnicos que já demonstra certa
maturidade, para recepcioná-los. São médiuns
de Kanna missionários ou sacrificais.
31. Campos de forças
Como o próprio nome já diz, é a proteção
vibratória criada por clichês manipulados
pela magia dos espíritos responsáveis pela
defesa do templo e dos seus médiuns, que
integram a corrente mediúnica.
São imprescindíveis, à manutenção do
ambiente ritualístico, principalmente durante
as cerimônias litúrgicas, primando que as
giras internas e externas aconteçam sem a
interferência dos agentes do mal.
Bibliografia – estudos A.U.E.A – Agrupamento de Umbanda da Estrela Azul
– grupo Cabloco cobra Coral – Mestre Araniananda