O documento resume os principais pontos da filosofia de Epicuro. Epicuro acreditava que o propósito da filosofia era alcançar a felicidade, caracterizada pela ausência de dor e tranquilidade da alma. Ele desenvolveu uma teoria atômica para explicar a natureza e livrar as pessoas do medo da morte e dos deuses.
1. Carta sobre a Felicidade (a Meneceu).
Trad. Álvaro Lorencini e Enzo del Carratore. São Paulo:
Editora da Unesp, 2002.
EPICURO.
2. Epicuro
• Epicuro de Samos (341 a.C.,
Samos — 271 ou 270 a.C.,
Atenas) foi um filósofo
grego do período
helenístico.
Seu pensamento foi muito
difundido e numerosos
centros epicuristas se
desenvolveram na Jônia, no
Egito e, a partir do século I,
em Roma, onde Lucrécio foi
seu maior divulgador.
3. VIDA
• Quando ainda muito
jovem partiu para Téos,
na costa da Ásia Menor.
• Quando criança
estudou com o
platonista Pânfilo por
quatro anos e era
considerado um dos
melhores alunos.
• Certa vez ao ouvir a
frase de Hesíodo, todas
as coisas vieram do
caos, ele perguntou: e o
caos veio de que?
> Retornou para a terra
natal em 323 a.c.
4. • Sofria de cálculo renal, o que contribuiu
para que tivesse uma vida marcada pela
dor.
Sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor.
5. • Epicuro ouviu o filósofo acadêmico Pânfilo em
Samos, que não lhe foi de muito agrado.
Por isso foi mandado para Téos pelo seu pai.
Com Nausífanes de Téos, discípulo de
Demócrito de Abdera, Epicuro teria entrado
em contato com a teoria atomista — da qual
reformulou alguns pontos.
6. > Epicuro ensinou filosofia em Lâmpsaco,
Mitilene e Cólofon até que em 306 a.C.
fundou sua própria escola filosófica, chamada
O Jardim, onde residia com alguns amigos, na
cidade de Atenas.
> Lecionou em sua escola até a morte, em 270
a.C., cercado de amigos e discípulos e tendo
sua vida marcada pelo ascetismo, serenidade
e doçura.
7. Ascetismo
• O adjetivo "ascetismo" deriva de um termo
grego askesis (prática, treinamento ou
exercício).
• Originalmente associado com qualquer forma
de disciplina ou filosofia prática, o termo
ascetismo significa alguém que pratica uma
renúncia ao mundo com objetivo de adquirir
um alto intelecto e espírito.
8. • O ascetismo ou asceticismo é uma filosofia de
vida na qual são refreados os prazeres
mundanos, onde se propõem a austeridade.
• Aquelas que praticam um estilo de vida
austero definem suas praticas como virtuosa e
perseguem o objetivo de adquirir uma grande
espiritualidade.
• Muitos ascéticos acreditam que a purificação
do corpo ajuda a purificação da alma, e de
fato a obter a compreensão de uma divindade
ou encontrar a paz interior.
9. • Isto também pode ser obtido com a
automortificação, rituais, ou uma severa
renúncia ao prazer.
• Entretanto, ascéticos defendem que essa
restrições auto-impostas trazem grande
liberdade em várias áreas de suas vidas, tais
como aumento das habilidades para pensar
limpidamente e para resistir a potenciais
impulsos destrutivos.
10. O PROPÓSITO DA FILOSOFIA
• “Que ninguém hesite em se dedicar à
filosofia enquanto jovem, nem se canse de
fazê-lo depois de velho, porque ninguém
jamais é demasiado jovem ou demasiado
velho para alcançar a saúde do espírito. Quem
afirma que a hora de dedicar-se à filosofia
ainda não chegou, ou que ela já passou, é
como se dissesse que ainda não chegou ou
que já passou a hora de ser feliz.”
11. • “Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem
quanto ao velho: para quem está
envelhecendo sentir-se rejuvenescer através
da grata recordação das coisas que já se
foram, e para o jovem poder envelhecer sem
sentir medo das coisas que estão por vir; é
necessário, portanto, cuidar das coisas que
trazem a felicidade, já que, estando esta
presente, tudo temos, e, sem ela, tudo
fazemos para alcançá-la.”
12. >>> O propósito da filosofia para Epicuro era
atingir a felicidade, estado caracterizado pela
aponia, a ausência de dor (física) e ataraxia ou
imperturbabilidade da alma.
13. • Ele buscou na natureza as balizas para o seu
pensamento: o homem, a exemplo dos
animais, busca afastar-se da dor e aproximar-
se do prazer.
• Estas referências seriam as melhores
maneiras de medir o que é bom ou ruim.
14. • Utilizou-se da teoria atômica de Demócrito
para justificar a constituição de tudo o que há.
Das estrelas à alma, tudo é formado de
átomos, sendo, porém de diferentes
naturezas.
• Dizia que os átomos são de qualidades finitas,
de quantidades infinitas e sujeitos a infinitas
combinações.
15. • A morte física seria o fim do corpo (e do
indivíduo), que era entendido como somatório
de carne e alma, pela desintegração completa
dos átomos que o constituem.
• Desta forma, os átomos, eternos e indestrutíveis,
estariam livres para constituir outros corpos.
• Essa teoria, exaustivamente trabalhada, tinha a
finalidade de explicar todos os fenômenos
naturais conhecidos ou ainda não e
principalmente extirpar os maiores medos
humanos: o medo da morte e o medo dos
deuses.
16. • “Na tua opinião, será que pode existir
alguém mais feliz do que o sábio, que tem um
juízo reverente acerca dos deuses, que se
comporta de modo absolutamente indiferente
perante a morte, que bem compreende a
finalidade da natureza, que discerne que o
bem supremo está nas coisas simples e fáceis
de obter, e que o mal supremos ou dura
pouco, ou só nos causa sofrimentos leves?...”
17. • “...Que nega o destino, apresentado por
alguns como o senhor de tudo, já que as coisas
acontecem ou por necessidade, ou por acaso,
ou por vontade nossa; e que a necessidade é
incoercível, o acaso instável, enquanto nossa
vontade é livre, razão pela qual nos
acompanham a censura e o louvor?”
• Carta sobre a Felicidade - Epicuro
18. Os deuses
• Naqueles tempos, Epicuro percebeu que as
pessoas eram muito supersticiosas e haviam
se afastado da verdadeira função das religiões
e dos deuses.
• Os deuses, segundo ele, viviam em perfeita
harmonia, desfrutando da bem-aventurança
(felicidade) divina. Não seria preocupação
divina atormentar o homem de qualquer
forma.
19. • Os deuses deveriam ser tomados como foram em
tempos remotos, modelos de bem-aventurança
que servem como modelo para os homens e não
seres instáveis, com paixões humanas, que
devem ser temidos.
• Desta forma procurou tranqüilizar as pessoas
quanto aos tormentos futuros ou após a morte.
• Não há por que temer os deuses nem em vida e
nem após a vida.
• E além disso, depois de mortos, como não
estaremos mais de posse de nossos sentidos,
será impossível sentir alguma coisa.
• Então, não haveria nada a temer com a morte.
20. As dores físicas
• No entanto, a caminho da busca da felicidade,
ainda estão as dores e os prazeres.
• Quanto às dores físicas, nem sempre seria
possível evitá-las.
• Mas Epicuro faz questão de frisar que elas não
são duradouras e podem ser suportadas com
as lembranças de bons momentos que o
indivíduo tenha vivido.
21. • Piores e mais difíceis de lidar são as dores
que perturbam a alma.
• Essas podem continuar a doer mesmo muito
tempo depois de terem sido despertadas pela
primeira vez.
• Para essas, Epicuro recomenda a reflexão.
• As dores da alma estão frequentemente
associadas às frustrações.
• Em geral, oriunda de um desejo não
satisfeito.
22.
23. • “Entendendo que a sorte não é uma
divindade, como a maioria das pessoas
acredita (pois um deus não faz nada ao
acaso), nem algo incerto, o sábio não crê que
ela proporcione aos homens nenhum bem ou
nenhum mal que sejam fundamentais para
uma vida feliz, mas, sim, que dela pode surgir
o início de grandes bens e de grandes males.
• A seu ver, é preferível ser desafortunado e
sábio, a ser afortunado e tolo; na prática, é
melhor que um bom projeto não chegue a
bom termo, do que chegue a ter êxito um
projeto mau.”