Apresentação de artigo no Interaction South America 2013, em Recife. Artigo escrito com base na monografia de conclusão do curso de pós-graduação em Pesquisa de Mercado da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Como crianças fazem pesquisas na web? Estudo de caso
1. COMO CRIANÇAS
FAZEM PESQUISAS
NA WEB
Estudo de caso com crianças
do ensino fundamental
Elisa Volpato
Pós-graduação em Pesquisa de Mercado
Escola de Comunicações e Artes - USP
Orientadora Profa. Diva Oliveira
Apresentado no Interaction South America - 2013 - Recife
5. NATIVOS DIGITAIS
“Gosto de jogar e viciar meu
pai em jogo. Eu acho um
jogo e mostro pra ele. Mas
tadinho, ele não sabe jogar.”
6. NATIVOS DIGITAIS
Primeira geração a nascer em um mundo
digital
diferente dos imigrantes digitais, que
tiveram de se adaptar à nova realidade.
PRENSKY (2001)
7. NATIVOS DIGITAIS
'Nossos estudantes mudaram radicalmente.
Os estudantes de hoje não são as pessoas
que nosso sistema educacional foi planejado
para ensinar.'
PRENSKY (2001)
8. O fato de serem nativos digitais
significa que as crianças sabem fazer
buscas online?
9. SOBRE CRIANÇAS E BUSCA
Allison Druin (2009)
Entrevistas com crianças de 7 a 11 anos,
com tarefas a resolver
10. SOBRE CRIANÇAS E BUSCA
KULTHAU (2004)
Processo de busca de informação
!
1. iniciação
2. seleção do tópico
3. exploração inicial do tópico
4. definição do foco
5. coleta de informação
6. fechamento da pesquisa / apresentação dos resultados
!
11. SOBRE CRIANÇAS E BUSCA
“O excesso de informação [...] pode não ser o
principal problema. Informação de fácil
acesso pode permitir a absolute thinkers
pararem na primeira informação que
encontram.”
!
HOLLIDAY (2004)
!
13. COMO FOI REALIZADO
Entrevistas individuais, em contexto de
uso aproximado (escolas).
Cada participante seguiu um roteiro de
tarefas, observado por um moderador.
14. COMO FOI REALIZADO
18 crianças
4º e 5º anos do ensino fundamental
(8 a 11 anos)
uma escola particular e uma pública
durante o horário de aula
17. PONTOS OBSERVADOS
• Sucesso e fracasso nas tarefas - percebido e declarado
• Navegação (captura da tela)
• Comentários, think aloud (áudio gravado)
• Expressão facial (observada)
• Percepção ao final (escala de “carinhas")
!
!
23. TAREFAS DO TESTE
X
TAREFA 3
‘primeira geração em que os filhos sabem mais
Você conhece
sobre os pais sobre uma inovação que é central à
este dinossauro?
Encontre o nome
sociedade’
dele.
Tapscott (1998)
24. TAREFAS DO TESTE formular
Dificuldade para
Xuma busca a partir de uma
imagem
‘primeira geração em que os filhos sabem mais
sobre os pais sobrevoa
uma inovação que é central à
como que chama o dinossauro que
tipod de dinossauros
sociedade’
dinossauro com chifre (que parece o
Tapscott (1998)
tiranossauro rex)
dinossauros que voam
nomes de dinossauros
“Nossa, acho que não tem. Mas tem muitos.
Aqui achei, será que é esse? Não sei não.”
26. Falta de estratégia:
poucos dividiram a
pergunta em duas.
Chegaram em blogs
que não tinham a ver
com o assunto e
procuraram um
número ali.
27. Maioria escolheu o Google.
Mostraram familiaridade com a mecânica
do buscador.
!
!
28. Não passaram dos primeiros resultados.
(provavelmente aconteceria o mesmo
com adultos)
!
29. Apenas 1 se preocupou
com a confiabilidade da
fonte utilizada para a
resposta.
Desconfiados da Wikipedia
- mas utilizaram Yahoo!
Respostas e blogs como
fontes de informação
“Eu entro no site que quero saber e
pego umas imagens, sei lá, vejo sobre
o assunto e depois vou montando.
Um que não é recomendado mas eu
uso mesmo assim é a wikipedia.
Porque é um site livre e as pessoas
podem postar qualquer besteira.”
menina, 10 anos, 5º ano escola particular
(orientação dos professores era de evitar wikipedia)
31. Falta de interesse no assunto pode
comprometer a participação.
!
!
“Humm... Sergipe? 10? (chutando respostas)
Ah, não sei, cansei. Eu também odeio
geografia e história.”
menina, 10 anos, 5º ano escola particular
35. O status de “nativos digitais” pode indicar
uma certa facilidade com a mecânica de
busca,
mas não necessariamente com a
interpretação dos resultados e formulação
das perguntas corretas.
36. Muitas crianças esperavam
respostas fáceis e “prontas”.
Isso pode indicar falta de motivação (não
valia nota) ou falta de preparação para
realizar pesquisas do tipo.