2. Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância à Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Coordenação Nacional de Saúde Bucal
Manual do Coordenador
Municipal
Brasília, DF
Setembro de 2009
3. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
Projeto SBBrasil 2010
José Gomes Temporão
Ministro da Saúde
Alberto Beltrame
Secretário de Atenção à Saúde
Claunara Schilling Mendonça
Diretora do Departamento de Atenção Básica
Gilberto Alfredo Pucca Jr.
Coordenador de Saúde Bucal
Comitê Técnico Assessor em Vigilância em Saúde Bucal
Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Lenildo de Moura
Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis/SVS/MS
Marco Aurélio Peres
Universidade Federal de Santa Catarina
Maria do Carmo Matias Freire
Universidade Federal de Goiás
Maria Ilma de Souza Gruppioni Côrtes
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG
Mario Vianna Vettore
Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP-Fiocruz
Paulo Capel Narvai
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – FSP/USP
Paulo Sávio Angeiras de Góes
Universidade de Pernambuco – FOP-UPE
Samuel Jorge Moysés
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR
Coordenação Executiva do SBBrasil nos Centros Colaboradores e Ministério da Saúde
Cláudia Helena Soares de Morais Freitas
Centro Colaborador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Nilcema Figueiredo
Centro Colaborador da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco – FOP-UPE
Sandra Cristina Guimarães Bahia Reis
Centro Colaborador da Universidade Federal de Goiás – UFG
Rafaela da Silveira Pinto
Centro Colaborador da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG
Elisete Casotti
Centro Colaborador da Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP-Fiocruz
Regina Auxiliadora de Amorim Marques
Centro Colaborador da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – FSP/USP
Antonio Carlos Nascimento
Centro Colaborador da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR
Karen Glazer de Anselmo Peres
Centro Colaborador da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Moacir Paludetto Jr.
Coordenação de Saúde Bucal/DAB/SAS/MS
Lenildo de Moura
Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis/SVS/MS
Coordenação Geral
Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Assessoria em Amostragem
Nilza Nunes da Silva
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP)
3
4. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
Sumário
1.
Introdução .................................................................................................... 5
2.
Características da Pesquisa .............................................................................. 5
2.1. Condições a serem pesquisadas ................................................................ 6
2.1.1.
Cárie Dentária ............................................................................ 6
2.1.2.
Condição Periodontal ................................................................... 6
2.1.3.
Traumatismo dentário.................................................................. 6
2.1.4.
Condição da oclusão dentária ........................................................ 7
2.1.5.
Fluorose Dentária ........................................................................ 7
2.1.6.
Edentulismo ............................................................................... 7
2.1.7.
Condição socioeconômica, utilização de serviços odontológicos e
autopercepção de saúde bucal ...................................................... 7
2.2. Plano Amostral ....................................................................................... 7
2.2.1.
2.2.2.
Segundo estágio: sorteio dos domicílios a serem percorridos ............. 8
2.2.3.
Tamanho da Amostra .................................................................. 8
2.2.4.
Idades-índices e grupos etários ..................................................... 9
2.2.5.
3.
Domínios e Unidades Primárias de Amostragem (UPA)...................... 7
Inferências ............................................................................... 10
Operacionalização do Projeto ......................................................................... 10
3.1. Fluxograma Operacional ........................................................................ 10
3.2. Fases da Pesquisa ................................................................................. 13
3.2.1.
3.2.2.
Segunda Fase: Reuniões técnicas com os instrutores de
calibração ................................................................................ 14
3.2.3.
Terceira Fase: Treinamento das equipes locais .............................. 14
3.2.4.
Quarta Fase: Coleta de dados ..................................................... 15
3.2.5.
Quinta fase: Tabulação dos dados ............................................... 15
3.2.6.
4.
Primeira Fase: Oficinas de trabalho com Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde e os Centros Colaboradores ........................... 13
Sexta fase: Análise dos dados e elaboração do relatório ................. 15
O Trabalho do Coordenador Municipal.............................................................. 15
4.1. Participar da oficina de trabalho com todos os componentes envolvidos no
projeto. ............................................................................................... 15
4.2. Providenciar as informações necessárias para o delineamento amostral ........ 16
4.3. Identificação e recrutamento das equipes de campo. ................................. 16
4.4. Organizar o local e infra-estrutura para realização da pesquisa .................... 16
4.4.1.
Na fase de treinamento das equipes locais .................................... 16
4.4.2.
Na fase de coleta de dados ......................................................... 17
4.5. Manter comunicação atualizada com a Coordenação Estadual ...................... 17
4.6. Gerenciar o uso do instrumental a ser utilizado. ........................................ 17
5.
Cronograma ................................................................................................ 18
6.
Referências ................................................................................................. 18
4
5. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
1. Introdução
Os três grandes levantamentos nacionais realizados em 1986, 1996 e 2003 foram de
grande relevância para a construção de uma consistente base de dados relativa ao perfil
epidemiológico de saúde bucal da população brasileira. Contudo, é fundamental que a
realização destes estudos faça parte de uma estratégia inserida no componente de
vigilância à saúde da Política de Saúde, na perspectiva da construção de uma série
histórica de dados de saúde bucal com o objetivo de verificar tendências, planejar e
avaliar serviços.
A Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente – se constitui num marco na
história das Políticas Públicas no Brasil na medida em que incorpora uma agenda em
discussão desde o Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira e traduz, em seus
pressupostos operacionais, os princípios do Sistema Único de Saúde. Ao trabalhar os
eixos da atenção à saúde bucal a partir do incremento da atenção básica por meio da
Estratégia Saúde da Família, da implementação dos Centros de Especialidades
Odontológicas como elemento estruturante da atenção secundária, além das ações de
caráter coletivo, o Brasil Sorridente se insere no conjunto de programas estratégicos na
atual Política de Saúde.
Dentre os pressupostos dessa política, que visam à reorientação do modelo de atenção à
saúde bucal, destacam-se: (a) “utilizar a Epidemiologia e as informações sobre o
território subsidiando o planejamento” e (b) “centrar a atuação na Vigilância à Saúde,
incorporando práticas contínuas de avaliação e acompanhamento dos danos, riscos e
determinantes do processo saúde doença”. Tais pressupostos devem, portanto, ser
postos em prática a partir de diversas estratégias, dentre elas a realização de pesquisas
epidemiológicas de base nacional.
Desse modo, a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – Projeto SBBrasil 2010 faz parte de
um processo histórico que se ampliou e se aprofundou com o Projeto SBBrasil 2003, o
qual proporcionou um dos mais completos diagnósticos da saúde bucal dos brasileiros.
Pretende-se, com este projeto, dar continuidade a esse processo, realizando uma
pesquisa em moldes semelhantes, de maneira a construir uma série histórica,
contribuindo para as estratégias de avaliação e planejamento dos serviços, ao mesmo
tempo em que consolida um modelo metodológico e demarca o campo de atuação do
componente de vigilância à saúde da Política Nacional de Saúde Bucal.
Do ponto de vista operacional, o SBBrasil 2010 possui uma lógica de organização em que
os diferentes níveis de gestão do SUS (Municipal, Estadual e Federal) trabalham
articuladamente, com a coordenação técnica dos Centros Colaboradores em Vigilância à
Saúde e com o apoio de entidades de classe, universidades e centros de pesquisa.
Este Manual do Coordenador Municipal tem a principal função de subsidiar a atuação da
coordenação local da pesquisa, orientando as principais ações que devem ser tomadas,
em nível do município, para o bom andamento do projeto. Deverá servir, portanto, como
um guia para o trabalho do coordenador municipal e da sua equipe. Lembramos,
também, que as situações eventualmente não contempladas aqui deverão ser discutidas
e resolvidas com as coordenações estaduais e com a coordenação técnica do Centro
Colaborador.
2. Características da Pesquisa
O Projeto SBBrasil 2010 tem, como objetivo principal, conhecer as condições de saúde
bucal da população brasileira em 2010, subsidiar o planejamento e a avaliação das ações
e serviços junto ao Sistema Único de Saúde e manter uma base de dados eletrônica para
o componente de vigilância à saúde da Política Nacional de Saúde Bucal.
Como desdobramento disso, espera-se que o projeto permita subsidiar pesquisas que
visem o estabelecimento de relações entre os dados encontrados e a realidade
socioeconômica e demográfica da população brasileira, além de contribuir para o
desenvolvimento da investigação epidemiológica a partir da construção e consolidação de
5
6. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
um referencial teórico-metodológico. Além disso, fornecerá subsídios relativos à Saúde
Bucal aos profissionais da área da saúde, educação, planejamento e administração.
Trata-se de uma pesquisa de base nacional, com representatividade para as capitais de
estado e o distrito federal e para as cinco regiões administrativas (Norte, Nordeste,
Sudeste, Sul e Centro-Oeste). Do ponto de vista de sua estratégia metodológica, compõe
um estudo com base em uma amostra de indivíduos residentes em 177 municípios, nos
quais serão realizados exames bucais e aplicados questionários para avaliar a prevalência
e a gravidade dos principais agravos bucais, assim como fatores relacionados à situação
socioeconômica, acesso a serviços odontológicos e percepção de saúde.
Com relação ao componente operacional, esta pesquisa se constitui em um estudo
coordenado e financiado pelo Ministério da Saúde, com a participação das secretarias
estaduais e municipais de saúde, entidades odontológicas, universidades e institutos de
pesquisa, articulados pela Coordenação Nacional de Saúde Bucal, por intermédio do seu
Comitê Técnico Assessor para Vigilância em Saúde Bucal (CTA) e dos Centros
Colaboradores em Vigilância em Saúde Bucal. Os Centros Colaboradores foram criados
com o intuito de dar suporte aos estados e municípios nas questões relativas ao eixo da
Vigilância em Saúde Bucal da Política Nacional de Saúde. Dentre suas atribuições está a
de coordenar tecnicamente o Projeto SBBrasil 2010 em articulação com as secretarias e
entidades parceiras
2.1. Condições a serem pesquisadas
A proposição dos índices a serem utilizados neste estudo e as devidas adequações dos
mesmos, atendem às recomendações da OMS na 4a edição de seu Manual de Instruções
para Levantamento Epidemiológico Básico em Saúde Bucal (WHO, 1997).
Além dos índices tradicionais para aferição dos agravos bucais, será aplicado, também,
um questionário aos indivíduos examinados em domicílios, o qual contém questões
relativas à caracterização socioeconômica, à utilização de serviços odontológicos e
morbidade bucal autoreferida e à autopercepção de saúde bucal.
2.1.1.
Cárie Dentária
Será utilizado o índice preconizado pela OMS (WHO, 1997), de onde se pode inferir o
CPO-D médio (dentição permanente) e o ceo-d (dentição decídua). Através do registro
das necessidades de tratamento, pode-se identificar, além necessidades propriamente
ditas, a presença de lesões não cavitadas (mancha branca presente) e os diferentes
níveis da doença ativa (cárie de esmalte, cárie de dentina e cárie próxima à polpa).
Portanto, uma maior qualificação do índice pode ser proporcionada pela combinação das
distintas necessidades de tratamento.
2.1.2.
Condição Periodontal
Será empregado do Índice CPI – que é a proposta atual da OMS onde são suprimidas as
necessidades de tratamento -, complementado pelo exame da Perda de Inserção
Periodontal (PIP) para população adulta e idosa.
As condições relativas ao CPI deverão ser codificadas separadamente, possibilitando a
observação da prevalência de cada condição especificamente (sangramento, cálculo e
bolsa).
2.1.3.
Traumatismo dentário
É importante que o traumatismo dentário seja avaliado como uma medida específica, em
separado. Para tanto serão utilizados apenas os critérios que indiquem sinais de fratura
coronária e avulsão dentária. Para este exame, serão considerados os incisivos
superiores e inferiores permanentes.
6
7. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
2.1.4.
Condição da oclusão dentária
Com base nos objetivos deste projeto, propõe-se a aplicação dos critérios do Índice de
Estética Dental (DAI), para avaliação das anormalidades dentofaciais, na idade de 12
anos e na faixa etária de 15 a 19 anos.
A oclusão na dentição decídua será verificada pela aplicação do índice proposto pela OMS
em sua versão anterior (3a edição), sendo, ainda, incorporados os critérios de Foster e
Hamilton (1969) para a dentição decídua, baseado na avaliação da Chave de Caninos,
Sobressaliência, Sobremordida e Mordida Cruzada Posterior.
2.1.5.
Fluorose Dentária
Para registro da ocorrência de fluorose, e seguindo as recomendações da OMS, será
utilizado o Índice de Dean, com o exame dos dois dentes mais afetados e um escore a
ser registrado.
2.1.6.
Edentulismo
Na prática, a avaliação do uso e necessidade de prótese ajuda a entender o agravo
“edentulismo”, servindo, ao mesmo tempo, para estimar a gravidade do problema pela
análise conjunta dos dados de uso e necessidade e para subsidiar ações de planejamento
a partir da análise das necessidades.
A verificação da necessidade de prótese deve incluir uma avaliação da qualidade da
prótese quando a mesma está presente. Os dois índices não são excludentes, ou seja, é
possível estar usando e também necessitar de uma prótese.
2.1.7.
Condição socioeconômica, utilização de serviços
odontológicos e autopercepção de saúde bucal
Na população que será pesquisada em domicílios, será aplicado um questionário no
sentido de avaliar condições subjetivas importantes que ajudarão a compreender o
processo saúde-doença bucal, bem como avaliar a condição socioeconômica e de
utilização de serviços, contribuindo, desse modo, para uma melhor estruturação da rede
assistencial.
O questionário constará de três blocos: (a) caracterização demográfica e
socioeconômica; (b) utilização de serviços odontológicos e morbidade bucal referida e (c)
autopercepção e impactos em saúde bucal.
2.2. Plano Amostral
O Brasil, com sua dimensão territorial bastante ampla e diversificada, exige um desenho
amostral de características complexas. Em se tratando de uma pesquisa de base
nacional, deve-se buscar uma melhor alternativa que permita a geração de dados
representativos do território nacional considerando suas diversidades. Serão descritos a
seguir os procedimentos relativos à definição dos domínios e Unidades Primárias de
Amostragem, bem como ao tamanho da amostra.
2.2.1.
Domínios e Unidades Primárias de Amostragem (UPA)
O Plano Amostral constará de domínios relativos às capitais e municípios do interior.
Cada capital de Unidade da Federação (Estados e Distrito Federal) comporá um domínio
e cada região um outro, representativo dos municípios do interior. Desse modo, teremos
27 domínios de capital mais 5 domínios de interior, um para cada região, num total de
32. Em cada um desses, 5 grupos etários serão analisados (veja Figura a seguir).
7
8. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
Porto Velho
Rio Branco
Manaus
Boa Vista
Região
Norte
x 5 grupos
etários
Belém
Macapá
Palmas
São Luís
Interior: 30 mun.
Teresina
Fortaleza
Região
Nordeste
Natal
João Pessoa
Recife
x 5 grupos
etários
Maceió
Aracaju
Região
Centro-Oeste
Salvador
Interior: 30 mun.
Cuiabá
Belo Horizonte
Goiânia
x 5 grupos
etários
Vitória
Campo Grande
Região
Sudeste
Brasília
Rio de Janeiro
x 5 grupos
etários
São Paulo
Interior: 30 mun.
Interior: 30 mun.
Curitiba
Região Sul
Florianópolis
Porto Alegre
x 5 grupos
etários
Interior: 30 mun.
Figura 1. Esquema do processo de composição da amostra.
Em cada domínio serão utilizadas 30 Unidades Primárias de Amostragem (UPA). No caso
do domínio “capital” a UPA será o setor censitário e no domínio “interior” será o
município. Neste último serão utilizados 30 UPA, portanto foram sorteados 30 municípios
do interior em cada região. No caso das capitais, foram sorteados 30 setores censitários
em cada município, exceto para os casos em que o número de domicílios a ser percorrido
por setor passa de 25.
2.2.2.
Segundo estágio: sorteio dos domicílios a serem
percorridos
O papel fundamental das coordenações municipais se dará a partir dessa etapa, quando
ocorre o segundo estágio de sorteio e são definidos os domicílios que devem ser
percorridos para a obtenção dos exames.
Nas capitais e nos municípios de grande porte (de características semelhantes às
capitais), cada coordenador municipal deverá receber os setores censitários sorteados, o
número de domicílios que deve ser percorrido e a técnica de percurso nos setores.
Para o caso de municípios do interior de menor porte populacional, as informações de
mapeamento por setores censitários nem sempre estão disponíveis. Nestes casos,
delineamentos específicos deverão ser elaborados. A regra geral é que se deve procurar,
de algum modo, chegar a um modelo de mapeamento em que os domicílios possam ser
identificados e sorteados. Em municípios com alta cobertura do Programa Saúde da
Família, por exemplo, podem ser usados os mapas deste Programa para identificar os
domicílios e consequentemente, realizar o sorteio, percorrê-los e examinar os indivíduos
residentes. O coordenador técnico do Centro Colaborador responsável pelo município,
auxiliado pela assessoria em amostragem do Projeto SBBrasil, fornecerão as orientações
necessárias à coordenação municipal.
2.2.3.
Tamanho da Amostra
O tamanho da amostra tomou como base a gravidade da cárie dentária estimada pelo
CPO-D, de acordo com os dados do SBBrasil 2003. Para cada grupo etário e cada
8
9. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
domínio (Capital e Interior por região) a média e o respectivo desvio-padrão do CPO-D
(ou ceo-d para o caso de 5 anos) foi utilizado como referência para o cálculo do tamanho
da amostra associado ao uma determinada margem de erro. Considerando as proporções
populacionais em cada domínio, foi, então, calculado o número de domicílios a serem
percorridos para a obtenção do “n” requerido.
Durante a oficina de treinamento das equipes locais, cada equipe de cada município
receberá a informação a respeito de quantos domicílios terá que pesquisar, o modo como
deverá percorrer o setor censitário ou equivalente e quantos indivíduos deverá,
aproximadamente, encontrar em cada grupo etário.
2.2.4.
Idades-índices e grupos etários
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere, para estudos de saúde bucal, a
composição da amostra em determinadas idades-índice e grupos etários os quais serão
utilizados na presente pesquisa com algumas modificações. As descrições colocadas a
seguir foram retiradas parcialmente da 4a edição do Manual da OMS, de 1997.
5 anos. Esta idade é de interesse em relação aos níveis de doenças bucais na dentição
decídua, uma vez que podem exibir mudanças em um período de tempo menor que a
dentição permanente em outras idades-índice, além de ser usada internacionalmente
para aferição do ataque de cárie em dentes decíduos.
12 anos. Esta idade é especialmente importante, pois foi escolhida como a idade de
monitoramento global da cárie para comparações internacionais e o acompanhamento
das tendências da doença.
15 a 19 anos. Considerando a possibilidade de comparação com os dados de 1986 e
levando-se em conta, ainda, que, ao se trabalhar com idades restritas como 15 e 18
anos dificulta-se bastante o delineamento amostral (em função da sua proporção no
conjunto da população), foi definido manter a faixa etária de 15 a 19 anos. Caso se
deseje uma análise mais apurada de cada idade em particular, pertencente a este
intervalo, os dados poderão ser agregados por porte ou região ou ainda outra variável
que permita este nível de análise.
35 a 44 anos. Este grupo etário é o grupo padrão para avaliação das condições de
saúde bucal em adultos. O efeito total da cárie dentária, o nível de gravidade do
envolvimento periodontal e os efeitos gerais do tratamento prestado podem ser
monitorados usando-se dados deste grupo etário.
65 a 74 anos. Este grupo etário tem se tornado mais importante com as mudanças na
distribuição etária e no aumento da expectativa de vida que vem ocorrendo em muitos
países. Os dados deste grupo são necessários tanto para o planejamento adequado do
tratamento para os mais idosos como para o monitoramento dos efeitos gerais dos
serviços odontológicos prestados a uma população.
Os indivíduos de cada grupo etário e idade-índice serão avaliados com relação às
doenças bucais explicitadas anteriormente e de acordo com o Quadro a seguir.
Quadro 1. Condições e idades/grupos etários a serem pesquisados
Idade /
Grupo Etário
(anos)
Cárie Dentária
Coroa
Raiz
Traumatismo
Dentário
Condição
Periodontal
CPI
PIP
5
12
15 a 19
35 a 44
65 a 74
9
Fluorose
Condição de oclusão
dentária
OMS (1987)
DAI
Edentulismo
10. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
2.2.5.
Inferências
O delineamento proposto assegurará a produção de inferências para estimar o ataque de
cárie dentária para cada uma das cinco macrorregiões e para cada capital, considerando
cada idade ou grupo etário.
3. Operacionalização do Projeto
3.1. Fluxograma Operacional
O modelo operacional do SBBrasil 2010 tem como base uma pesquisa em que as
diversas esferas de gestão do SUS (federal, estadual e municipal) estão diretamente
envolvidas, além da participação das entidades odontológicas, instâncias de pactuação,
de controle social, universidades e institutos de pesquisa.
A estratégia para a sua condução obedecerá ao seguinte fluxograma.
Ministério de Saúde
Coordenação Nacional
de Saúde Bucal
Comitê Técnico
Assessor
Centro Colaborador em
Vigilância à Saúde Bucal
Secretarias
Estaduais de Saúde
Universidades/
Institutos de Pesquisa
Grupo Gestor do SB
Secretarias
Municipais de Saúde
Relação de apoio e assessoramento
Vinculação constitucional
Figura 2. Fluxograma operacional do Projeto SBBrasil 2010.
A Coordenação Nacional de Saúde Bucal é o gestor principal do Projeto, responsável pela
sua oficialização nos Estados e Municípios e pela sua pactuação como um eixo do
componente transversal da Vigilância em Saúde da Política Nacional de Saúde Bucal.
Ao Comitê Técnico Assessor foi incumbida à tarefa de construir o projeto técnico e
operacional da pesquisa e de dar suporte para que os Centros Colaboradores a
operacionalize.
A coordenação executiva do projeto se dará a partir dos 8 (oito) Centros Colaboradores
espalhados em quatro regiões (Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste). Em cada um
destes Centros, há um responsável pela articulação dos Estados e Municípios que lhe
foram designados, a fim de executar conjuntamente as etapas previstas. Em cada
Secretaria Estadual de Saúde deverá ser designado um coordenador estadual da
pesquisa e, em cada Secretaria Municipal envolvida, um coordenador municipal.
São atribuições:
Do Centro Colaborador
a) Trabalhar dando apoio às Coordenações Estaduais, Municipais e Instituições
parceiras na realização da pesquisa em cada Estado;
b) realizar as Oficinas de Trabalho com as Coordenações Estaduais, Municipais e
Instituições parceiras;
10
11. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
c) realizar reuniões técnicas com os instrutores de calibração;
d) coordenar a distribuição (para a Coordenação Estadual do Projeto)
instrumental a ser utilizado na pesquisa e seu posterior recolhimento;
do
e) acompanhar os Planos de Trabalho Estaduais e Municipais;
f) analisar os dados coletados e elaborar relatório final do Projeto - tarefa conjunta
dos Centros Colaboradores.
Da Coordenação Estadual da Pesquisa
a) Trabalhar em conjunto com Centro Colaborador nas diferentes etapas da pesquisa
no Estado;
b) solicitar a identificação dos coordenadores municipais da pesquisa e convocá-los
sempre que necessário;
c) identificar e convidar, junto com o Centro Colaborador, os potenciais parceiros
(Instituições de Ensino Superior, Associações, etc) para a primeira Oficina de
Trabalho do Projeto;
d) disponibilizar local e infra-estrutura para realização das etapas de trabalho com
características estaduais (oficinas e reunião técnica de calibração);
e) definir, junto as instituições parceiras e as coordenações municipais, os
responsáveis pela etapa de calibração em cada município;
f) coordenar a execução do Plano de Trabalho Estadual para realização do Projeto
SBBrasil 2010, apoiando os municípios;
g) manter comunicação atualizada com o Centro Colaborador informando o
andamento das etapas previstas, os avanços e as dificuldades;
h) coordenar a distribuição, para os municípios, do instrumental utilizado na
pesquisa e seu recolhimento e envio ao Centro Colaborador de referência.
Da Coordenação Municipal da Pesquisa
a) Trabalhar em conjunto com a Coordenação Estadual nas diferentes etapas da
pesquisa no município;
b) identificar a equipe de campo (examinadores/anotadores) – preferencialmente
servidores do SUS – e garantir sua liberação para participação na pesquisa;
c) disponibilizar local e infra-estrutura para realização das etapas de trabalho com
características municipais;
d) dar suporte para a participação dos parceiros – especialmente na fase de
calibração;
e) coordenar a execução do Plano de Trabalho Municipal para realização do Projeto
SBBrasil 2010 e realizar a supervisão de campo das equipes de exame;
f) manter comunicação atualizada com a Coordenação Estadual informando o
andamento das etapas previstas, os avanços e as dificuldades;
g) receber o instrumental a ser utilizado na pesquisa e providenciar, ao final da
coleta de dados, seu recolhimento e envio à Coordenação Estadual do Projeto;
11
12. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
Roraima
Maranhão
Amapá
n=1
n =5
n=2
Piauí
n=2
Ceará
n=6
Rio G. do Norte
n=3
Pará
Amazonas
n = 17
n=6
Paraíba
n=3
Pernambuco
n=6
Tocantins
n=4
Mato Grosso
Acre
Sergipe
Rondônia
CC FOP-PE – Recife (23)
n=2
Goiás
n=4
CC UFRN – Natal (25)
n=2
n = 10
n = 10
n=3
Alagoas
Bahia
n = 16
Minas Gerais
Mato Grosso
n = 11
do Sul
n=7
São Paulo
CC UFG – Goiânia (21)
CC PUC-MG – B. Horizonte (21)
n = 16
Espírito Santo
n=2
Rio de Janeiro
n=5
Paraná
n = 12
Sta. Catarina
CC Fiocruz – Rio de Janeiro (18)
n=8
CC FSP-USP – São Paulo (29)
Rio G. do Sul
n = 13
CC PUC-PR – Curitiba (19)
CC UFSC – Florianópolis (21)
Figura 3. Centros Colaboradores e respectivo número de municípios e estados.
Os municípios a serem pesquisados terão o número de equipes de campo (composta por
um examinador e um anotador) definido em função do seu porte populacional. Municípios
do primeiro estrato (até 20 mil habitantes) trabalharão com 2 equipes; os do segundo
estrato (20 a 50 mil) com 3 equipes; os do terceiro estrato (de 50 a 150 mil) com 4
equipes; os do quarto estrato (mais de 150 mil) com 5 equipes e as capitais contarão
com 10 equipes.
Na Tabela a seguir, estão descritos os municípios da pesquisa de acordo com o porte e
Estado, distribuídos pelos Centros Colaboradores, com o respectivo número de equipes.
12
13. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
Tabela 1. Municípios da amostra de acordo com Centro Colaborador, Estado, porte e número de equipes a
serem utilizadas na pesquisa.
Centro Colaborador RN (UFRN)
UF
Centro Colaborador PE (FOP-UPE)
Município
Até 20 mil
São Francisco do Pará
2
20 a 50 mil
Concórdia do Pará
3
Jacareacanga
3
Juruti
PA
Porte
Eq.
UF
3
Mãe do Rio
Rondon do Pará
50 a 150 mil
3
4
Até 20 mil
Cametá
UF
Luís Domingues
2
Cururupu
Imperatriz
São Luís
Até 20 mil
Castelo do Piauí
Capital
CE
10
Teresina
Catunda
Marco
Mauriti
Cafarnaum
2
Capital
Palmas
10
Ibirapitanga
3
Até 20 mil
Edealina
2
Serra do Ramalho
3
Mundo Novo
2
Livramento de N. Senhora
3
Campinorte
2
Uruana
GO
2
2
4
2
4
3
Campos Belos
20 a 50 mil
Camaçari
6
Salvador
10
Alvorada de Minas
2
3
Claro dos Poções
2
4
Grão Mogol
2
Mais de 150 mil
Juazeiro do Norte
Capital
Fortaleza
Ananindeua
6
Até 20 mil
Jupi
2
Planaltina
6
20 a 50 mil
Gameleira
3
Novo Gama
4
Santarém
Belém
50 a 150 mil
Macapá
6
Santana
Capital
50 a 150 mil
Abreu e Lima
Alto do Rodrigues
2
Parnamirim
Capital
Natal
Até 20 mil
Alagoinha
25
10
SE
4
10
120
Viçosa
3
Maceió
10
Até 20 mil
Arauá
Aracaju
23
Porte
RO
Até 20 mil
Seringueiras
Aparecida de Goiânia
117
Goiânia
Machadinho D'Oeste
3
Vilhena
Capital
Porto Velho
Até 20 mil
Ipixuna
20 a 50 mil
Barreirinha
Brasília
10
21
91
Centro Colaborador PR (PUC-PR)
UF
Porte
PR
Até 20 mil
21
87
Eq.
UF
Lobato
2
Porte
SC
Até 20 mil
2
Município
Eq.
Rio das Antas
2
São José do Cedro
2
2
Planalto
2
20 a 50 mil
São Joaquim
3
Quatro Barras
2
50 a 150 mil
Laguna
4
Capital
Rio Branco
Até 20 mil
Bento de Abreu
Engenheiro Coelho
2
20 a 50 mil
Dois Córregos
3
Presidente Epitácio
3
Cosmópolis
4
SP
4
10
50 a 150 mil
10
20 a 50 mil
Manaus
4
Bragança Paulista
10
Mais de 150 mil
10
4
Rio Claro
MS
6
Até 20 mil
Curitiba
Capital
Florianópolis
Até 20 mil
Erval Grande
2
Sinimbu
2
Blumenau
RS
6
10
Santa Rita do Pardo
2
Aparecida do Taboado
Ibirubá
2
Teutônia
3
Santo Antônio da Patrulha
3
50 a 150 mil
Carazinho
4
3
Guarujá
6
Coxim
Aquidauana
3
Alegrete
3
6
6
10
20 a 50 mil
2
Terenos
20 a 50 mil
6
6
Bauru
10
4
Itajaí
4
6
Tubarão
Mais de 150 mil
4
São José dos Pinhais
Londrina
Capital
6
Taboão da Serra
4
Francisco Beltrão
Foz do Iguaçu
4
Capital
3
3
Arapongas
Mais de 150 mil
4
Ribeirão Pires
50 a 150 mil
Goioerê
Lapa
2
São João da Boa Vista
Linhares
Total
4
4
Boa Vista
10
Cruzeiro do Sul
3
Vitória
6
Belo Horizonte
Manoel Urbano
Tefé
Capital
Município
Uberlândia
Capital
Até 20 mil
Iranduba
Capital
6
Centro Colaborador SC (UFSC)
Vera Cruz do Oeste
Eq.
50 a 150 mil
50 a 150 mil
6
Betim
Município
3
ES
4
Porte
2
RR
4
UF
Eq.
50 a 150 mil
Parintins
Curvelo
Passos
Sete Lagoas
10
Capital
Total
2
10
50 a 150 mil
Mais de 150 mil
6
Capital
DF
3
6
6
3
Oliveira
4
Luziânia
Anápolis
10
Centro Colaborador SP (FSP-USP)
2
20 a 50 mil
RJ
Trindade
Mais de 150 mil
Paraopeba
50 a 150 mil
UF
AM
4
20 a 50 mil
AC
Centro Colaborador RJ (Fiocruz)
Município
20 a 50 mil
Total
AL
2
Sousa
João Pessoa
Total
Recife
Capital
6
Capital
6
Capital
10
50 a 150 mil
4
Caruaru
Capital
4
Até 20 mil
50 a 150 mil
Salgueiro
Mais de 150 mil
10
Mais de 150 mil
PB
MG
4
10
4
4
Até 20 mil
Goianésia
Mais de 150 mil
Itapetinga
Teixeira de Freitas
Capital
Parauapebas
RN
50 a 150 mil
3
3
Morrinhos
6
20 a 50 mil
2
Itapuranga
Itaberaí
4
Capital
Eq.
Gurupi
4
PE
Município
Aiquara
Tucuruí
AP
Até 20 mil
Caldeirão Grande
São Félix do Xingu
Mais de 150 mil
Porte
BA
2
50 a 150 mil
3
Aracati
UF
2
2
20 a 50 mil
Centro Colaborador MG (PUC-MG)
Eq.
Brejinho de Nazaré
10
Até 20 mil
Município
Goiatins
2
50 a 150 mil
4
Até 20 mil
6
Capital
PI
TO
3
Mais de 150 mil
Porte
2
4
Igarapé-Miri
Centro Colaborador GO (UFG)
Eq.
20 a 50 mil
4
Capitão Poço
Município
Trizidela do Vale
3
Breves
MA
3
Oeiras do Pará
Porte
4
Bagé
6
6
20 a 50 mil
Pinheiral
3
Osasco
6
50 a 150 mil
Corumbá
50 a 150 mil
Maricá
4
Campinas
6
Capital
Campo Grande
10
Pelotas
6
Mais de 150 mil
Niterói
6
Santos
6
Total
19
77
Novo Hamburgo
6
Duque de Caxias
6
Capital
Rio de Janeiro
10
Total
18
Capital
98
MT
Até 20 mil
São Paulo
10
Nova Santa Helena
2
Ribeirão Cascalheira
10
21
95
2
Mirassol d'Oeste
3
Juara
50 a 150 mil
Porto Alegre
Total
2
São José do Rio Claro
20 a 50 mil
Capital
2
Marcelândia
4
4
Rio Grande
Gravataí
Mais de 150 mil
3
Alta Floresta
4
Cáceres
4
Mais de 150 mil
Várzea Grande
Capital
Cuiabá
Total
29
6
10
132
3.2. Fases da Pesquisa
3.2.1.
Primeira Fase: Oficinas de trabalho com Secretarias
Estaduais e Municipais de Saúde e os Centros
Colaboradores
Num primeiro contato entre a Coordenação Nacional de Saúde Bucal e os Estados e
Municípios participantes da amostra do SB2010, estes serão comunicados sobre o projeto
e da importância de sua participação. Também serão solicitados a indicar coordenadores
(estadual e municipal) que, vale lembrar, não necessariamente correspondem aos
coordenadores estaduais e municipais de saúde bucal. Deverão ser profissionais que, de
preferência, tenham alguma experiência em estudos epidemiológicos ou que se
disponham a trabalhar nesta área. Ficará claro que o Estado ou o município dará todo o
apoio a este profissional, liberando-o para responder pelas atividades relativas ao
SB2010 em seu Estado ou município.
Os coordenadores locais do Projeto (estadual e municipais) serão reunidos em oficinas de
trabalho, dirigidas pelo Centro Colaborador, na sede das coordenações estaduais, ou em
outro local mais apropriado, para detalhamento do processo de operacionalização do
13
14. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
levantamento. Também serão convidados a enviar representantes as faculdades de
Odontologia do(s) estado(s) participante(s), as entidades de classe (ABO, CRO,
Sindicatos, entre outras), FUNASA e demais parceiros loco-regionais. Estas oficinas terão
a duração de 8 a 16 horas e ocorrerão em número necessário para cobrir todos os
Estados e Municípios, o que pode ficar em torno de uma oficina por Estado. Na oficina
que ocorrerá no Estado de Santa Catarina, por exemplo, estarão presentes o
coordenador do Centro Colaborador da UFSC, o coordenador estadual do levantamento
(indicado pelo coordenador estadual ou ele próprio), os coordenadores municipais de
todos os municípios sorteados no Estado de Santa Catarina e representantes das
Faculdades de Odontologia e das entidades.
São etapas da Oficina:
a) apresentar as características gerais do projeto;
b) discutir as atribuições do Centro Colaborador e das Coordenações (estadual e
municipal);
c) definir as Instituições parceiras e detalhar as atribuições de cada uma;
d) apresentar a metodologia amostral e, fundamentalmente, as peculiaridades de
cada Município;
e) definir Plano de Trabalho e responsabilidades para as próximas etapas.
A ideia básica é que os coordenadores estaduais do projeto se capacitem a conduzir o
levantamento em seus respectivos estados e os coordenadores municipais do projeto
estejam aptos para trabalhar com suas equipes locais.
O objetivo, portanto, dessa primeira Oficina é constituir um grupo de trabalho capaz de
assumir a condução da pesquisa de forma parceira e articulada. Assim, é esperado que
os coordenadores estaduais e municipais do projeto, atendendo suas atribuições,
exerçam as funções de articulação das equipes loco-regionais e, junto com o Centro
Colaborador, desenvolvam o cronograma pactuado.
As faculdades de Odontologia e entidades de classe poderão oferecer apoio técnicocientífico colaborando, particularmente, na indicação de instrutores de calibração.
Ainda que um dos objetivos do Projeto SB2010 seja capacitar os municípios nas
atividades de epidemiologia em saúde bucal, em algumas situações será avaliada a
necessidade de deslocamento de equipes de examinadores de municípios de maior porte
até aqueles sem condições (ausência de dentista na cidade, por exemplo).
3.2.2.
Segunda Fase: Reuniões técnicas com os instrutores de
calibração
Definidos os instrutores de calibração em cada Município, estes se reunirão novamente
com o coordenador do Centro Colaborador para que seja discutido o processo de
treinamento das equipes locais, buscando uma padronização do processo de calibração,
incluindo todos os critérios dos índices a serem utilizados no levantamento. Este processo
terá uma operacionalização semelhante ao da fase anterior, no que diz respeito aos
locais e Estados participantes, sendo que, neste momento, participarão, apenas, o
coordenador do Centro Colaborador e os instrutores de calibração.
Será designado 1 instrutor para cada 2 municípios em média. Dependendo das
características dos municípios e da logística de deslocamento entre eles, esse número
pode ser alterado.
3.2.3.
Terceira Fase: Treinamento das equipes locais
Nesta fase, os instrutores de calibração, que, dependendo do caso, poderão ser os
próprios coordenadores municipais, coordenadores estaduais ou ainda professores de
faculdades de Odontologia ou profissionais de entidades de classe, conduzirão o
treinamento das equipes locais ou microrregionais. O treinamento terá como referência
14
15. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
os manuais produzidos para o Projeto SB2010 a serem utilizados pela equipe de campo
que fará os exames.
3.2.4.
Quarta Fase: Coleta de dados
Nesta fase, uma vez que as equipes locais já estão devidamente treinadas, se dará início
à coleta de dados. Os exames ocorrerão, conforme detalhado no projeto, em domicílios
sorteados previamente, de acordo com as características de cada município. A seqüência
com que estes exames ocorrerão será definida, de acordo com a realidade local. Após o
sorteio dos elementos amostrais é fundamental visitar a área para estabelecer a
estratégia de abordagem, identificar os recursos e as atividades para divulgação do
trabalho, a fim de obter a colaboração da população, aspecto fundamental para o êxito
do estudo.
3.2.5.
Quinta fase: Tabulação dos dados
Um software de entrada e processamento de dados será desenvolvido nos mesmos
moldes do que foi elaborado para o SBBrasil 2003. O processo de digitação ocorrerá de
forma centralizada, de modo a padronizar o processo e evitar erros.
3.2.6.
Sexta fase: Análise dos dados e elaboração do relatório
A equipe de coordenadores dos Centros Colaboradores se responsabilizará pela análise
dos dados e elaboração do relatório final. Este relatório constará dos principais dados
relativos às macrorregiões brasileiras, sendo que as tabelas básicas seguirão o padrão do
Projeto SBBrasil 2003.
Todo o banco de dados será posteriormente disponibilizado, via internet ou por
solicitação à CNSB, para que outros estudos sejam conduzidos por institutos de pesquisa,
faculdades de Odontologia, secretarias estaduais e municipais e outros interessados.
O relatório final será amplamente divulgado, com cópias sendo enviadas a todos os
Municípios participantes da amostra, às secretarias estaduais, faculdades, entidades,
como também à imprensa leiga, para divulgação em todo o território nacional. Os dados
serão também enviados à Organização Mundial da Saúde para fazer parte do Global Oral
Data Bank (GODB), como dado oficial do Brasil para o período 2009/2010.
4. O Trabalho do Coordenador Municipal
Conforme descrito no item 3.1, a boa condução da pesquisa só ocorrerá a partir de um
esforço articulado entre os diversos níveis de gestão envolvidos. Detalharemos um pouco
mais a partir de agora as tarefas e produtos a serem desenvolvidas pelos coordenadores
municipais.
4.1. Participar da oficina de trabalho com todos os
componentes envolvidos no projeto.
A participação do coordenador nesta primeira oficina é fundamental para que o mesmo
tenha conhecimento das características gerais da pesquisa, entenda seu modelo
operacional e se aproprie dos conhecimentos necessários para a adequada condução da
pesquisa em seu município. Neste sentido, é importante a leitura dos documentos
relativos à pesquisa, especialmente este manual e o projeto técnico, disponível na página
do SBBrasil na Internet. Toda e qualquer dúvida de caráter técnico deverá ser dirigida ao
coordenador técnico do Centro Colaborador responsável pelo município. Estes contatos
também estão disponíveis na página do projeto e deverão ser, também, compartilhados
por ocasião da primeira oficina.
15
16. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
4.2. Providenciar as informações necessárias para o
delineamento amostral
Como discutido anteriormente, as capitais terão o seu delineamento definido e os
coordenadores receberão as informações sobre quais setores percorrer e quais domicílios
visitar. O papel do coordenador, nestes casos, é contribuir na organização da logística da
pesquisa nos domicílios, ajudando a definir a melhor sequência para as visitas, realizando
a distribuição dos setores entre as equipes e articulando parcerias locais (com equipe de
Agentes Comunitários, por exemplo). Além disso, deverá procurar viabilizar estratégias
de divulgação que facilitem o trabalho das equipes em locais de difícil acesso.
Para o caso dos municípios do interior, particularmente aqueles de menor porte
populacional, o coordenador municipal deverá coletar o maior número de informações
possíveis que facilitem a organização do delineamento da pesquisa.
Oportunamente, quando estes delineamentos já estiverem definidos, os coordenadores
municipais receberão uma matriz com as informações a serem coletadas.
4.3. Identificação e recrutamento das equipes de campo.
Em primeiro lugar, observe na Tabela 1 a quantidade de equipes de campo que serão
utilizadas em seu município. Entende-se como equipe de campo, um examinador, que
deve ser um Cirurgião-Dentista, e um anotador que deve ser, prefencialmente, um
Auxiliar em Saúde Bucal (ASB). Em situações excepcionais, em que este profissional não
esteja disponível, podem ser utilizados outros profissionais de nível elementar e médio
dos serviços de saúde (como Agentes Comunitários de Saúde, por exemplo).
Um aspecto importante que o coordenador municipal deve estar atento é com relação ao
perfil destes profissionais. Recomenda-se que esta equipe seja, preferencialmente,
formada por pessoas com alguma experiência em levantamentos epidemiológicos de
saúde bucal, ou que tenham tido acesso a este tipo de conhecimento em algum
momento de sua carreira, como cursos de especialização ou aperfeiçoamento. Além
disso, devem ser profissionais com vínculo profissional estabelecido com a secretaria
municipal, seja por concurso público, seja mediante contratação via Programa Saúde da
Família. Obviamente este é um perfil preferencial e não impeditivo de realização da
pesquisa, servindo apenas como um guia para o coordenador municipal.
Uma vez identificados os profissionais que participarão do projeto, os mesmos devem ser
convidados a se incorporarem à pesquisa e deve ser garantida a sua participação por
parte da gestão local. Este é um aspecto relevante que deve ser discutido com a
Secretaria Municipal de Saúde, deixando claro que estes profissionais devem estar
dedicados integralmente à pesquisa por um período que pode variar de um a dois meses.
4.4. Organizar o local e infra-estrutura para realização da
pesquisa
4.4.1.
Na fase de treinamento das equipes locais
Depois da primeira oficina, a segunda etapa da pesquisa é o treinamento das equipes
locais. Em muitas situações, esse treinamento deverá ocorrer no próprio município e
serão necessárias algumas providências importantes para dar suporte às atividades de
treinamento e calibração:
•
Um local para o treinamento teórico, que pode ser uma sala com capacidade para
até 25 pessoas (para o caso de municípios que exijam 10 equipes, como as
capitais). A sala deverá ser equipada com computador e data-show e deve
permitir escurecimento parcial, considerando a necessidade de projeção de slides.
16
17. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
•
Escolas previamente contactadas para servirem como campo de treinamento para
as idades de 5 e de 12 anos e outros espaços para o treinamento em
adolescentes, adultos e idosos.
•
Condições de deslocamento das equipes para estes locais de treinamento (veículo
com motorista).
Maiores detalhes sobre essas providências serão acrescentados por parte do instrutor de
calibração designado para o treinamento no município.
4.4.2.
Na fase de coleta de dados
a) Dar o suporte necessário para o trabalho das equipes
Neste caso, há dois principais aspectos a serem considerados. Em primeiro lugar, para o
caso de municípios de grande porte ou com grandes extensões territoriais, deve ser
viabilizada uma logística de transporte para estas equipes. Um segundo aspecto diz
respeito à sistemática para o uso adequado dos instrumentais. Para aqueles que exigem
esterilização, como as sondas, por exemplo, deve ser estudada a melhor maneira de
organizar este processo, definindo uma ou mais Unidades de Saúde onde estes ciclos de
esterilização possam ser realizados, de modo a manter um fluxo de exames sem
interrupções desnecessárias. Cada equipe de campo receberá instrumental suficiente
para a realização de 20 exames sem necessidade de esterilização. Em geral, esse
montante é suficiente para um turno de trabalho, de modo que devem ser pensadas
alternativas para a realização de ciclos de esterilização entre os turnos da manhã e da
tarde.
b) Realizar a supervisão de campo
A supervisão de campo é um aspecto extremamente importante na execução da pesquisa
pois garante que os dados serão coletados de maneira padronizada em todo o país. Uma
documentação específica será disponibilizada para o coordenador municipal quando da
realização das oficinas de treinamento das equipes locais.
4.5. Manter comunicação atualizada com a Coordenação
Estadual
Esta comunicação deve ser realizada periodicamente informando o andamento das
etapas previstas, os avanços e as dificuldades. Sempre que ocorrer algum imprevisto,
tentar resolvê-lo junto à coordenação estadual. Nas situações em que isto não seja
possível, entrar em contato com a coordenação técnica do Centro Colaborador.
4.6. Gerenciar o uso do instrumental a ser utilizado.
O coordenador municipal receberá o material necessário para cada equipe de campo,
composto de:
•
Duas bolsas para guarda do material de pesquisa
•
Dois jalecos ou coletes
•
Dois bonés
•
Duas garrafas plásticas para água
•
Dois crachás de identificação
•
Duas canetas esferográficas
•
20 sondas para exame bucal
•
Espelhos bucais descartáveis em quantidade suficiente para o total de exames
requerido
•
Uma caixa metálica para guarda de material estéril
•
Uma caixa plástica para guarda de material contaminado
17
18. Projeto SBBrasil 2010 – Manual do Coordenador Municipal
•
Uma pinça
•
Luvas e máscaras em quantidade suficiente para o total de exames requerido
•
Uma pasta de abas com elástico
•
5 envelopes de papel pardo para acondicionamento das fichas de exame
•
Fichas e termos de consentimento em quantidade suficiente para o total de
exames requerido
Para os materiais que devem ser descartados, a coordenação municipal deverá entrar em
contato com a Vigilância Sanitária local para estabelecer a melhor estratégia para o
descarte destes materiais. Para os outros instrumentais, como sondas, pinças e caixas,
ao final do período de coleta de dados, os mesmos deverão ser recolhidos e entregues,
esterilizados, à coordenação estadual do projeto.
5. Cronograma
Ano/Mês
Fase
2009
Jun
Jul
Ago
Set
2010
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Consulta Pública e submissão
ao CEP do Projeto Técnico
Delineamento Amostral
Oficinas de Treinamento com
coordenadores locais
Treinamento das equipes de
campo
Coleta dos dados
Análise dos dados
Elaboração do Relatório
Impressão e divulgação do
Relatório
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