A demonstração e a argumentação são campos da racionalidade. A demonstração usa lógica formal, estabelecendo verdades através de axiomas e linguagem rigorosa, enquanto a argumentação usa lógica informal, lidando com verdades prováveis que dependem do contexto e do orador para persuadir ou convencer o auditório.
3. A Demonstração:
• Não se dirige a um
auditório.
• Assenta em axiomas que
não carecem de discussão
(são considerados evidentes).
• Usa termos sem qualquer
tipo de ambiguidade,
definidos de forma rigorosa.
• Usa linguagens
formalizadas, com regras
estabelecidas para além de
qualquer dúvida.
• Estabelece verdades que
têm o estatuto de evidência.
•É “imune” ao contexto
comunicativo.
4. A Argumentação:
• Dirige-se a um auditório.
• Não assenta em axiomas: tudo
está em discussão, mesmo as
premissas mais importantes.
• Usa a linguagem natural, por
isso está sujeita a ambiguidades
e a equívocos.
• Lida com verdades que não
ultrapassam o horizonte do
provável.
• Depende do contexto
comunicativo.
• O comportamento do orador é
decisivo.
•A estratégia seguida na
argumentação tem uma grande
importância no que se refere à
adesão do auditório.
5. Na Retórica clássica formalizaram-se três
instâncias fundamentais da argumentação:
ETHOS – O Carácter do orador é determinante no
que se refere à credibilidade que o auditório dá ao
discurso.
PATHOS – O discurso argumentativo tem um
impacto sobre o auditório, alterando as suas
emoções e influenciando as suas atitudes.
LÓGOS – A estrutura do discurso (a estratégia
argumentativa) é fundamental para que o discurso
tenha os efeitos pretendidos sobre o auditório.
6. Há dois tipos de Argumentação :
A Argumentação Persuasiva e a Argumentação Convincente
7. A Argumentação Persuasiva:
• Tem como objectivo uma adesão
emocional do auditório às teses
propostas.
• Não assenta de forma sistemática na
discussão racional das ideias.
• É muito dependente das
circunstâncias do contexto
comunicativo: muitas vezes os
pormenores assumem uma grande
importância.
• Dirige-se sempre a um auditório
particular . Está presente, de forma
esmagadora, na publicidade e na
política.
• Também é utilizada de forma intensiva
nos tribunais.
8. A Argumentação Convincente:
• Tem como objectivo uma
adesão racional do auditório às
teses propostas.
• Privilegia a discussão de
ideias.
• Visa a resolução de problemas
que não têm uma solução
demonstrativa.
• Relativiza a importância do
contexto comunicativo (mas não
prescinde dele).
• Dirige-se sempre a um
auditório Universal (à Razão
humana, encarada como
faculdade universal) .
• É específica da Filosofia e das
Ciências (nos campos em que
estas não podem assentar na
demonstração).