1. Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves
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LIÇÃO 05 – O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos que o principal representante do Reino de Deus aqui na Terra é a Igreja. Sabemos que
o Reino vai além dela, pois esta teve sua inauguração no dia de Pentecostes e atingirá o ápice de sua glorificação
quando do arrebatamento, ao passo que o Reino de Deus já existia antes dela, principalmente por meio de Israel, e
continuará a existir após o arrebatamento, no Reino Milenial e na eternidade.
I – O REINO DE DEUS E A IGREJA
No Antigo Testamento, Deus mandou levantar o tabernáculo para habitar com o seu povo: “E me farão um
santuário, e habitarei no meio deles” (Ex 25.8). Ele encheu-o com a Sua glória (Ex 40.34). Também o templo foi
levantado com a mesma finalidade (I Rs 6.11-13) e Deus prometeu que os seus olhos e o seu coração estariam ali
para sempre (I Rs 9.3-5). Já no Novo Testamento, Deus prometeu fazer da Igreja a sua morada (Ef 2.21,22; I Co
3.16). Jesus afirmou que onde estivessem dois ou três reunidos no seu nome, ele ali estaria (Mt 18.20). É importante
traçarmos este paralelo entre a Antiga e a Nova Aliança, no que diz respeito a representação do Reino de Deus.
Vejamos as similaridades de dois textos notáveis:
ISRAEL (Ex 19.5,6) IGREJA (I Pe 2.9)
Propriedade peculiar Propriedade peculiar
Reino sacerdotal Reino sacerdotal
Nação santa Nação santa
A nação deveria levar o conhecimento do Senhor A Igreja do Senhor também deve anunciar as virtudes do
perante as demais nações Senhor Jesus Cristo em todos os lugares
Israel falhou no seu propósito, e o conhecimento de A Igreja não falhou no seu propósito e continua
Deus ficou mais restrito aos hebreus espalhando o conhecimento do Senhor entre as nações
Apesar das muitas semelhanças, podemos mencionar duas diferenças principais entre Israel e a Igreja:
a) O sacerdócio no Antigo Pacto era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era
oferecer sacrifícios a Deus em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com o Senhor (Ex 28.1; II Cr
29.11). Agora, por meio de Cristo, todo crente é constituído sacerdote para serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10).
Isso significa que todo cristão tem acesso direto a Deus, através de Cristo (I Pe 3.18; Jo 14.6; Ef 2.18), deve
viver em santificação (I Pe 1.14-17), deve oferecer sacrifícios espirituais (Rm 12.1,2; Fp 2.17; 4.18; Hb
13.15), deve interceder uns pelos outros (Cl 4.12; I Tm 2.1) e devem proclamar a Palavra (At 4.31; I Pe 3.15).
b) A expansão do Reino quando o seu representante era tão somente Israel quase não aconteceu. Dentre
outros motivos, estava o sentimento de exclusivismo por parte dos judeus, o que os impedia de romper as
fronteiras e as culturas das demais nações (Rm 9.1-8). Já o crescimento da Igreja e, consequentemente, do
Reino se dá exponencialmente:
• At 2.41. Quase três mil almas;
• At 4.4. Quase cinco mil almas;
• At 5.14. A multidão cresce mais e mais;
• At 13-28. Através das viagens missionárias, o Reino de Deus torna-se conhecido até além do vastíssimo
Império Romano;
• Hoje, mediante a obra missionária e o avanço tecnológico, a Igreja prega a mensagem da Palavra de Deus
de forma intercontinental, sendo ela composta de pessoas de todas as raças, línguas, tribos e nações
Não nos esqueçamos de que a Igreja é a principal representante do Reino de Deus na atual dispensação,
porém este vai além daquela, uma vez que já existia antes dela e continuará existindo após o seu arrebatamento.
II – O REINO DE DEUS PRESENTE NA IGREJA
Analisemos as três vias principais da presença do Reino de Deus na Igreja:
2. 2.1 Na pregação cristocêntrica. Desde os primórdios a Igreja anuncia a Cristo incessantemente. Vemos isso já nos
sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos. Destaquemos alguns pontos de alguns sermões. Iniciemos com
o sermão de Pedro no capítulo 2:
• vs.22 – Jesus é apresentado como aprovado por Deus e realizador de milagres e maravilhas;
• vs.23 – Jesus é mencionado como alguém que foi injustiçado;
• vs.24 – Jesus foi ressuscitado por Deus e mostrou senhorio sobre a morte;
• vs.25-28 – Jesus é o cumprimento de profecias veterotestamentárias;
• vs.32 – Jesus é digno de testemunho;
• vs.33 – Jesus foi exaltado pelo Pai e é apresentado como o que derrama o Espírito Santo;
• vs.34 – Jesus é o Senhor do rei Davi;
• vs.35 – Jesus é Senhor e Cristo.
Vejamos também o sermão de Paulo no capítulo 13:
• vs.23 – Jesus é o descendente de Davi e o Salvador de Israel;
• vs.25 – Jesus é digno de muitas honrarias;
• vs.27-29 – Jesus sofreu uma morte injusta, porém necessária;
• vs.30 – Jesus ressuscitou dos mortos;
• vs.33,35 – O livro dos Salmos testifica de Cristo;
• vs.36 – Jesus é incorruptível;
• vs.38 – Jesus é remidor de pecados;
• vs.39 – Jesus é o único justificador.
Não podemos fazer diferente. Jesus deve ser o centro de toda mensagem bíblica. Ele encarnou, viveu neste
mundo, morreu na cruz do calvário para garantir-nos a redenção, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céus e reina a
direita de Deus. E continua salvando, curando, batizando com o Espírito Santo, preparando o homem e virar buscar
os seus em breve.
2.2 Na comunhão. O apóstolo Paulo afirmou que o Reino de Deus consiste em justiça, paz e alegria (Rm 14.17),
isso implica necessariamente numa maravilhosa comunhão entre os seus integrantes. Tal comunhão, porém, só é
possível devido a ação do amor de Deus, que foi derramado em nossas vidas por meio do Espírito Santo (Rm 5.5; I
Jo 1.3). A nossa comunhão com Deus possibilita a comunhão com o próximo. Uma depende da outra (I Jo 1.7).
Lembremos que a Igreja é o Corpo de Cristo, cujos membros estão bem ligados e ajustados, mantendo um
relacionamento contínuo de interdependência e cumplicidade (I Co 12.12-26). Estamos fortemente vinculados pelo
amor (Cl 3.14), de forma que sentimos todos uma mesma coisa (I Co 12.26), alegrando-nos com os que se alegram e
chorando com os que choram (Rm 12.15). A comunhão perfeita entre os crentes é um dos principais agentes de
proclamação para o mundo (Jo 13.35).
2.3 Nas Boas Obras. O apóstolo Paulo nos diz que a salvação não é alcançada pelas obras (Ef. 2.9), porém
todo salvo deve praticá-la : “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Trata-se de uma forma eficaz de proclamação da
mensagem do evangelho (Mt 5.16). Tal qual Dorcas, o crente deve ser “cheio de boas obras e esmolas” (At 9.36).
Tiago foi enfático ao dizer que é impossível continuar professando a fé em Cristo sem a prática de boas obras, já que
estas são uma expressão daquela (Tg 2.14-26). Atentemos para a recomendação paulina registrada em Gl 6.10:
“Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos na fé”.
CONCLUSÃO
A Igreja é parte integrante do Reino de Deus e segue firme e inabalável na sua marcha rumo aos céus.
Muitos mais do que na Antiga Aliança, “os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos
ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.5).
REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed Cpad;
Teologia Sistemática. Eurico Bergstén; Cpad;
Teologia Sistemática. Stanley Horton; Cpad;
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Myer Pearlman; Vida Acadêmica.