Este documento resume as ideias principais de 8 importantes especialistas em gestão de negócios, incluindo Tom Peters sobre a importância das pessoas, os 10 passos de Jim Collins para evitar o declínio das empresas, e as lições de C.K. Prahalad sobre lucrar atendendo a base da pirâmide.
1. O que Aprender com 8 Grandes Gurus da Gestão
As ideias que os executivos não podem esquecer de alguns dos mais importantes especialistas do mundo dos
negócios
Tom Peters: pessoas são o mais importante
O clichê não surgiu à toa. Sem medo de ser óbvio, Tom Peters é enfático ao dizer que as pessoas são o que a
empresa tem de mais valioso. Sejam clientes ou funcionários, o guru chama a atenção para a necessidade de
sempre manter o respeito e a cordialidade para com os outros, pois são eles os responsáveis pelo crescimento dos
lucros e pela manutenção dos negócios.
Saber se comunicar dentro da companhia, estabelecer uma boa relação entre chefes e empregados, pedir
desculpas, agradecer, e manter contato com parceiros e fornecedores são algumas das lições mais importantes do
especialista. Quando se fala de pessoas, não podem ficar de fora as preocupações com a busca ininterrupta e
obcecada dos melhores profissionais, já que é deles que os melhores frutos vão sair.
Jim Collins: 10 passos para começar na próxima semana
Sucessor do guru Peter Drucker, Jim Collins não tem medo de colocar o dedo na cara dos empresários e dizer
que são as empresas as causadoras de seu próprio declínio. Sem querer dar receita de bolo, ele estabelece 10
passos para gestores e companhias que estão dispostos a evitar esse fim. Confira:
1.Diagnostique a situação da empresa para saber onde pode melhorar
2.Pergunte a si mesmo: quantos cargos-chave estão nas mãos das pessoas certas?
3.Crie um conselho de administração pessoal, que ajude a entender o que está certo e errado
4.Duplique as perguntas e afirme menos, isso é sinal de liderança
5.Na próxima reunião, faça um inventário dos fatos “brutais” da empresa, os mais difíceis de se encarar
6.Descubra, perguntando a si e aos outros, qual é o seu motor e o da organização
7.Seja disciplinado e faça uma lista do que precisa parar de fazer
8.Desligue seus dispositivos eletrônicos por um dia, toda semana, para fazer uma reflexão disciplinada
9.Esclareça seus valores, questione suas práticas e repasse para os mais jovens
10.Estabeleça metas audaciosas e cabeludas para os próximos anos. Tenha sonhos.
C.K. Prahalad: o legado da base da pirâmide
O guru C.K. Prahalad morreu em abril de 2010, com o sonho de que, no futuro, não houvesse mais diferenciação
entre produtos para ricos e pobres. Essa realidade ainda está longe de acontecer, mas o conhecimento deixado
por ele sobre a chamada base da pirâmide pode ajudar a realizar esse sonho. Quando o mundo ainda não sabia do
potencial das classes C, D e E, Prahalad lançou a ideia de que é possível lucrar com esse público e, ao mesmo
tempo, ajudar a combater a pobreza.
O conceito, que hoje já é mais aceito pelas empresas, tem por base a criação de produtos e serviços destinados a
esse segmento, com qualidade e preços acessíveis, e, simultaneamente, a oferta de empregos a essas pessoas nos
processos de produção e distribuição dos mesmos produtos. Essa dinâmica lançada por Prahalad pode gerar
crescimento econômico da empresa, trabalho e ascensão social das classes que, hoje, representam 80% da
população do país.
2. Michael Porter: RH é o primeiro passo da boa estratégia
Mesmo criado na década de 80 por Michael Porter, o modelo das cinco forças (ameaça de produtos substitutos,
poder de barganha dos clientes, ameaça de novos entrantes e poder de barganha dos fornecedores em torno da
rivalidade entre concorrentes) continua atual. Para evitar o desgaste causado por esses desafios, o guru da
estratégia afirma que a prioridade de uma empresa não deve ser ficar em primeiro lugar, mas ser a única do
mercado. E, segundo ele, o instrumento mais eficaz para cumprir essa meta é o departamento de recursos
humanos.
Isso porque só contratando as pessoas certas para os lugares certos, é que uma companhia pode compreender a
estratégia e tirá-la do papel. Com os funcionários indicados para cumprir os planos da empresa, o próximo passo
é entender que o objetivo principal de uma organização não deve ser crescer sempre, mas ter um retorno positivo
sobre o investimento. A estrutura do setor precisa ser bem conhecida para não haver surpresas ruins e,
finalmente, é preciso reconhecer que não se pode agradar a todos. Faz parte da estratégia definir o que não pode
ser feito, os públicos que não serão contemplados.
Robert Cialdini: como influenciar sem manipular
A influência é parte importante no processo de negociação, mas não pode ser confundida com a manipulação,
seu lado mais perverso. O especialista na área de persuasão Robert Cialdini escolheu seis princípios para as
empresas compreenderem melhor a arte de influenciar pessoas, sem se deixar levar pela tentação de manipular:
1.Reciprocidade. Dê algo primeiro (informação ou benefício), pois as pessoas vão gostar e, depois, vão querer
retribuir
2.Escassez. Tenha recursos exclusivos e divulgue-os, pois as pessoas gostam mais do que é raro ou escasso
3.Comprometimento. As pessoas tendem a tomar decisões de forma coerente com o que fizeram antes. Por isso,
conhecer seu “histórico” ajuda a antecipar decisões
4.Apreciação. Mostrar semelhanças e afinidades entre as partes ajuda na aceitação das propostas e no
fechamento do negócio
5.Autoridade. Não basta ser, tem que dizer. Deixar claro que é um especialista sobre o assunto em questão é
uma artimanha eficaz para persuadir
6.Aprovação social. É importante conhecer as ações coletivas mais comuns, já que as pessoas tomam as
decisões alheias como base para suas próprias ações.
Vijay Govindarajan: para inovar, o segredo é executar
O ponto-chave da estratégia no processo de inovação não é ter ideias. Para o indiano Vijay Govindarajan, fazer o
famoso brainstorming é a parte mais fácil, duro mesmo é executar as propostas feitas. Além da disposição para
mudar, tirar projetos do papel demanda dinheiro, estrutura e equipe bem preparada, elementos que nem sempre
estão à disposição em uma empresa que sabe que é preciso inovar, mas está presa demais à tradição.
Na execução, o guru recomenda às empresas dois passos imprescindíveis: o primeiro é ter um grupo de inovação
separado, para que possa realmente “pensar fora da caixa”. O segundo aspecto importante é não deixar que essa
equipe se desprenda demais da companhia, para não perder o foco, apesar de sua independência. Segundo
Govindarajan, não é o dinheiro que faz as empresas empacarem nesse processo, mas a dificuldade de
compreender que crescer implica em mudar.
3. Renée Mauborgne: inovar não é o bastante
Uma empresa inovadora não é sinônimo de uma empresa bem-sucedida. Essa é uma das ideias mais importantes
da estratégia do Oceano Azul, elaborada por Renée Mauborgne e W. Chan Kim. Se a empresa quer sair do
chamado oceano vermelho, repleto de concorrência acirrada e agressividade, e entrar no oceano azul, com um
mercado farto e inexplorado, é preciso saber bem as necessidades do público e deixar de lado a inovação pela
inovação.
Segundo Mauborgne, um produto novo deve abrir portas para um mercado também novo, para que a companhia
consiga fugir da concorrência e disparar na frente. Nesse processo, a criatividade tem seu papel, mas não é tudo.
Com uma boa estratégia, disposição para mudar e abertura para novas ideias, é possível criar inovações de valor
que consigam trazer oceanos azuis. Não importa o setor ou o porte da companhia, ela garante que sempre há
algum espaço ainda inexplorado.
Francis Gouillart: colaborar é melhor do que competir
Diferentemente de Renée Mauborgne, da estratégia do Oceano azul, Francis Gouillart não acha que a melhor
maneira de ter sucesso é se isolar dos concorrentes. Pelo contrário, quanto mais interação com outras empresas,
inclusive competidores, pesquisadores e clientes, melhor. O especialista, que guiou sua carreira fazendo
parcerias com vários outros autores – inclusive a própria Mauborgne -, considera que a cocriação vai além da
interação com o cliente.
Antes, ele afirma que é necessário redefinir a interação com todos os integrantes da companhia. Funcionários
precisam estar em sintonia com a cultura da colaboração. Depois, as parcerias devem evoluir para parceiros,
fornecedores, vendedores e outras empresas e instituições que têm algo a acrescentar ao trabalho. Só aí, quando
todos esses grupos já estiverem engajados com o processo cocriativo, a empresa poderá partir para o nível do
cliente, para compreender melhor o que ele precisa e como precisa.
Postado por: Luciana Carvalho | Publicado em: 01/02/2011 | Site: EXAME.com
Endereço eletrônico: http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/o-que-aprender-com-8-grandes-gurus-
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