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O CONTO - Género narrativo em prosa caracterizado por uma extensão reduzida, poucas 
personagens e concentração espácio-temporal. A ação é linear, circunscrevendo-se a um 
conflito, a um episódio ou a um acontecimento insólito, por vezes aparentemente 
insignificante. 
Dentro deste género narrativo, CONTO, constata-se a presença de dois subgéneros: o conto 
popular/tradicional e o conto literário, designado igualmente como conto de autor. 
Como no conto tradicional, o conto de autor apresenta, por um lado, uma extensão 
relativamente reduzida ou uma concentração num relato de curta extensão e, por outro, uma 
linearidade e unidade da ação através da concentração espácio-temporal e do número 
reduzido de personagens. No entanto, este subgénero é considerado autónomo, dado que 
diverge do conto popular em certos aspetos. Em primeiro lugar, pode-se encontrar em alguns 
contos literários um tempo determinado pela presença de datas. Em segundo lugar, pode 
existir uma delimitação aberta da narrativa, ou seja, o desfecho da história fica em suspenso. 
Em terceiro lugar, as personagens podem ter nome próprio e ser modeladas quanto à 
composição, quando o seu comportamento se altera ao longo da narrativa. Em quarto lugar, 
a posição do narrador pode ser subjetiva, no momento em que emite juízos de valor, deixando 
transparecer a sua opinião. Por fim, o conto de autor nem sempre transmite uma moralidade 
aos seus leitores. 
Graças às características enumeradas do conto tradicional, torna-se possível estabelecer uma 
comparação entre os dois tipos de conto. Ao contrário do conto popular, o conto literário, 
redigido de forma cuidada e plena de figuras de estilo, tem um autor que trata as categorias 
da narrativa de forma complexa. 
FONTE:http://repositorio-aberto. 
up.pt/bitstream/10216/57053/2/TESEMESRAQUELCORREIA000141843.pdf

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  • 1. O CONTO - Género narrativo em prosa caracterizado por uma extensão reduzida, poucas personagens e concentração espácio-temporal. A ação é linear, circunscrevendo-se a um conflito, a um episódio ou a um acontecimento insólito, por vezes aparentemente insignificante. Dentro deste género narrativo, CONTO, constata-se a presença de dois subgéneros: o conto popular/tradicional e o conto literário, designado igualmente como conto de autor. Como no conto tradicional, o conto de autor apresenta, por um lado, uma extensão relativamente reduzida ou uma concentração num relato de curta extensão e, por outro, uma linearidade e unidade da ação através da concentração espácio-temporal e do número reduzido de personagens. No entanto, este subgénero é considerado autónomo, dado que diverge do conto popular em certos aspetos. Em primeiro lugar, pode-se encontrar em alguns contos literários um tempo determinado pela presença de datas. Em segundo lugar, pode existir uma delimitação aberta da narrativa, ou seja, o desfecho da história fica em suspenso. Em terceiro lugar, as personagens podem ter nome próprio e ser modeladas quanto à composição, quando o seu comportamento se altera ao longo da narrativa. Em quarto lugar, a posição do narrador pode ser subjetiva, no momento em que emite juízos de valor, deixando transparecer a sua opinião. Por fim, o conto de autor nem sempre transmite uma moralidade aos seus leitores. Graças às características enumeradas do conto tradicional, torna-se possível estabelecer uma comparação entre os dois tipos de conto. Ao contrário do conto popular, o conto literário, redigido de forma cuidada e plena de figuras de estilo, tem um autor que trata as categorias da narrativa de forma complexa. FONTE:http://repositorio-aberto. up.pt/bitstream/10216/57053/2/TESEMESRAQUELCORREIA000141843.pdf