Segundo o documento, António Damásio argumenta que as emoções são essenciais para a tomada de decisão racional e que a emoção e a razão trabalham juntas neste processo. Ele propõe que um "marcador somático" ajuda a tomar decisões rápidas avaliando automaticamente as opções e possíveis consequências.
António Damásio e a relação entre emoção e razão na tomada de decisão
1. António Damásio As emoções são parte integrante dos processos cognitivos sendo necessárias para agir e pensar
2. Biografia Estudou medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, graduando-se em 1969. Cursou residência em neurologia no Hospital Universitário e, em 1974, doutorou-se também pela mesma Universidade. Mudou-se para os Estados Unidos como pesquisador do Centro de Pesquisas da Afasia de Boston. Actuou como clínico no tratamento dos transtornos do comportamento e da cognição. Como teórico começou a interessar-se por neurobiologia da mente, estudando em especial os sistemas neurais relacionados à consciência. Actualmente António Damásio integra o Departamento de Neurologia da Universidade de Iowa, onde é pesquisador.
3. Em 1994 publicou o seu primeiro livro, "O Erro de Descartes", recebido com entusiasmo. Em 2001 publicou o seu segundo livro, "O Mistério da Consciência", outro grande sucesso de público. A sua obra mais recente, "Em Busca de Espinosa" (2003), trata das relações entre a filosofia e a neurobiologia, explorando as questões que envolvem o comportamento humano e a ética. Casado com a cientista Hanna Damásio, que também é co-autora de várias de suas obras, Damásio é membro da Academia Americana de Artes e Ciências e de diversas instituições científicas americanas e europeias. Também faz parte do conselho editorial de dezenas de revistas de ciências, como "LearningandMemory", "EuropeanNeurology" e "BrainandCognition". Pela sua actuação no campo das ciências cognitivas, recebeu diversos prémios.
4. Razão e Emoção Segundo António Damásio, as emoções e os sentimentos estão envolvidos nos processos de decisão, ou seja, não são um obstáculo ao funcionamento da razão. Para o investigador, se fosse apenas a razão a participar nos momentos de decisão, seria muito complicado tomar uma decisão.
5. Se as decisões fossem tomadas sem recorrer às emoções, ou seja, só com a interferência do raciocínio, levaríamos tanto tempo a analisar logicamente todas as opções e respectivas consequências, o que tornaria a tomada de decisão completamente inviável. Contudo, a emoção, por si só, não permite a tomada de decisão. Aliás, muitas vezes, as emoções são tão fortes e intensas que nos perturbam ao ponto de influenciarem negativamente uma decisão.
6. A. Damásio: “a emoção bem dirigida parece ser o sistema de apoio sem o qual o edifício da razão não pode funcionar eficazmente”. Tanto a emoção como a razão estão na base do processo de tomada de decisão, levando a que esta possa ser suportada por duas vias complementares.
7. A tomada de decisão é suportada por duas vias complementares: a representação das consequências das opções (fruto do raciocínio); a activação de experiências emocionais através da percepção da situação e consequente comparação com acontecimentos anteriores (fruto da emoção).
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9. Conclusão As emoções tornam possível realizar as escolhas mais simples; É a ligação entre o tipo de situação e o estado somático (corpo) que actua como sinal de alarme ou como sinal de incentivo, podendo levar à rejeição ou adopção de uma opção. O nosso pensamento tem necessidade das emoções para ser eficaz.