O documento descreve protocolos clínicos para atendimento odontológico de bebês, incluindo a primeira consulta, exame bucal, fatores de risco para cárie, higiene bucal, alimentação e protocolos para bebês sem cárie. É destacada a importância da higiene bucal, dieta adequada e controle do biofilme bacteriano para prevenção da cárie nessa faixa etária.
4. Temas dos seminários
• O uso de flúor em bebês de 0-36 meses
• Alterações bucais mais freqüente em bebes
• Carie Precoce da Infância (CPI)
• Hábitos Alimentares em bebes de 0-36 meses
• Transmissibilidade da microbiota em odontopediatria
• Alterações dentarias mais freqüentes em bebes
5. Tipo de seminarios
• apresentação Oral (powerpoint)
• Trabalho escrito (1 copia para o professor e
distribuir para a turma)
• nota 0-10.
7. Primeira Consulta em
consultorio
• Primeira consulta deve ser de preferencia somente
com os pais. (o fato de estarem sozinhos permite
uma conversa mais tranquila)
• Apresentação do consultório.
• Caso não seja possível , um membro da equipe
deve distrair o bebe.
8. Primeira Consulta em
consultorio
• Anamnese feita por meio de entrevista.
• Explicar aos pais que o choro é normal e faz parte
da vida do bebe já que o mesmo ainda não
consegue se comunicar com o mundo externo.
• O exame clínico deve ser realizado
preferencialmente em Macri, Easy Baby ou tecnica
joelho-joelho.
10. Primeira Consulta em
consultorio
• Inicio do Exame:
• Avaliação da Face do bebe: simetria,
relação maxilomandibular, tumefações
ganglionares, Alterações de textura, coloração
da pele, úlceras, manchas, presença e
características do cabelo.
11. Primeira Consulta em
consultorio
• Relação Maxilomandibular:
• Ressalta-se a mobilidade mandibular e seu
pequeno tamanho em relação a maxila,
posicionando-se retrusivamente, quase sem
presença do queixo e com ramo mandibular
verticalmente curto.
12. Primeira Consulta em
consultorio
• O bebe quando amamentado naturalmente, seu
lábio superior apresenta , na linha media uma
estrutura composta por projeções vilosas bem
desenvolvidas, conhecida como sucking pad.
13. Exame intrabucal
• Examinar: Lábios, lingua, soalho de boca, freios
lingual e labial, mucosa jugal, gengiva, rebordo,
palatos duro e mole, dentes.
• Cavidade bucal sem dentes: encontramos sobre os
rodete gengivais supeiores e inferiores na regiao de
canino a canino, os cordoes fibrosos de Robin e
Magtot. (indicativo da época de erupçao dos dentes
e auxilia na sucção)
15. Observações do exame
intrabucal
• Freio labial superior tem inserção palatina que
tende a migrar para a tábua óssea vestibular com o
crescimento e desenvolvimento maxilar.
• Quando os bebes apresentam dentes: erupção
dentaria, oclusão, presença de possíveis alteração
de numero, forma, tamanho, sinais de carie,
biofilme.
16. Observações do exame
intrabucal
• Presença de biofilme visível nos incisivos superiores
é um forte indicador de risco de carie.
• Deve-se mostrar aos pais para que estes tomem
conhecimento.
• Podemos realizar registro de indice de placa.
• Caso seja realizada o item acima, devemos
proceder a profilaxia.
17. Observações do exame
intrabucal
• Dos exames complementares, o mais utilizado é o
radiografico.
• Realizamos interproximal somente quando o bebê
tiver a dentição decidua completa.
18. Fatores de risco e carie
dentária em bebês
• Antes de definir nosso planejamento, devemos
avaliar se o bebê apresenta fatores de risco e/ou
atividade de cárie.
• Fator de Risco: fator ambiental, comportamental
ou biológico presente a algum tempo que aumenta
a probabilidade de ocorrer a doença cárie.
19. Fatores de risco e carie
dentária em bebês
• A partir da erupçao dos primeiros dentes os bebês
poderão desenvolver cárie dentaria, que nesta faixa
etária é denominada cárie precoce da infancia
(CPI)
• CPI= inicia com discreta desmineralizaçao na
margem gengival de um ou mais incisivos
superiores podendo progredir rapidamente para
cavidades.
20. Fatores de risco e carie
dentária em bebês
• Estudos a respeito deste tipo de carie consideram
vários possiveis fatores preditores ou indicadores,
como higiene bucal deficiente ou inexistente,
hábitos alimentares e de amamentação
inadequados, ausencia de fluor na água de
abastecimento, problemas salivares, baixo nivel
socio-economico e de instruçao dos pais.
21. Higiene Bucal
• O profissional deve verificar a presença de biofilme
bacteriano visível, ou seja, sem o uso de
evidenciador nos incisivos superiores, pois este fator
é um grande indicador da possibilidade da
ocorrência de cárie em bebes.
22. Higiene Bucal
• “... o mais importante não é a frenquencia da
higiene bucal mas sim a qualidade...”
• A introduçao de hábitos precoces em bebes além
de reduzir a chance da CPI, tenderá a ser um
hábito que dificilmente será removido.
23. Higiene Bucal
• Os pais devem ser orientados e motivados quanto a
importância da higiene bucal do bebe antes mesmo
da erupção dos primeiros dentes.
• Neste momento a limpeza pode ser feita pelo
menos 1 vez ao dia, sendo o horário do banho o
mais apropriado, uma vez que a mãe estará
manipulando o bebê.
24. Higiene Bucal
• A presença dos dentes decíduos coincide com a
introdução de novos alimentos além do leite
materno.
• Sugere-se a limpeza dos dentes, no mínimo em dois
momentos: após o almoço e antes de dormir.
25. Higiene Bucal
• A higiene bucal mais importante é aquela realizada
antes de dormir, pois durante o período de sono há
uma diminuição do fluxo salivar, com consequente
diminuição do efeito de limpeza e da capacidade
tampão da saliva, aumentando a possibilidade de
agressão ao esmalte dentário pelo biofilme
bacteriano.
26. Higiene Bucal
• A partir do periodo de erupção dos primeiros
molares deciduos, os riscos de transmissibilidade e
colonização por uma microbiota cariogenica
aumenta.
• Neste momento então recomenda-se que a
escovação seja feita sempre após as refeições,
mantendo fixa a escovação após o almoço e antes
de dormir.
27. higiene bucal
• O odontopediatra deverá mostrar a mãe como se
executar uma escovação eficiente e em seguida
pedir a ela que o faça para que possa corrigir suas
deficiências.
28. Higiene Bucal
• Existem diversos dispositivos que possibilitam a
limpeza dos dentes dos bebês:
• dedeiras*
• Escovas para bebês
• Gaze e fralda de tecido.
30. Técnica de limpeza da
boca do bebê
• Presença Somente de Dentes Anteriores: fralda
limpa ou gaze embebida em água mineral, fervida
ou filtrada para limpeza de todas as faces dos
dentes por meio da fricção das superfícies.
31. Técnica de limpeza da
boca do bebê
• Presença de Dentes posteriores: introduzir escova
dentária de cabeça pequena e cerdas extra-macias,
associada a um dentifrício sem flúor para bebes
que não tenham sinais clínicos de lesão de cárie.
• bebês com sinais clínicos de cárie, deve-se
indicar dentifrício com baixa concentração de
flúor.
32. Técnica de limpeza da
boca do bebê
• Alertar aos pais quanto o perigo da deglutição de
altas concentrações de flúor.
• Informar que o flúor é um auxilio no combate
cárie, mas que se houver biofilme ele não será
eficiente.
• Quando a criança chorar e resistir, indica-se a
contenção.
33. Técnica de limpeza da
boca do bebê
• Quando houve contato interproximal entre os
dentes, deve-se usar o fio dental. A gaze desfiada
também pode ser usada.
34. Hábitos alimentares
• A alimentação durante o primeiro ano de vida é
fundamental para seu crescimento e desenvolvimento.
• Vantagens do aleitamento materno: contribui na
melhoria dos aspectos físicos, psicológicos, fisiológicos,
alem de contribuir para o desenvolvimento adequado
dos padrões musculares, estimular a respiração nasal e o
vedamento labial, permitir o correto posicionamento da
língua durante a deglutição e auxilia na prevenção de
futuras más oclusões.
35. Hábitos alimentares
• O leite materno além de atender todas as
demandas nutricionais até os 04 - 06 meses de
idade, fornece proteção contra infecções e
condiciona o trato intestinal.
• A introdução precoce de mamadeira muitas vezes
com a adição de açúcar aumenta o risco de CPI.
36. Hábitos alimentares
• Além da adição de açúcar, outro fator que mostra
ser importante para CPI, é a alimentação noturna,
que aumenta o risco de ocorrência de cárie.
• Muitas vezes a criança com CPI dormem na
mesma cama que a mãe e são amamentadas
quando querem, com o objetivo de fazer o bebe
parar de chorar ou continuar dormindo.
37. Hábitos alimentares
• A lactose presente no leite, apesar de menos
cariogênica que a sacarose, também provoca
dissolução de fosfato de cálcio do esmalte.
• O contato repetido e prolongado com o leite pode
conduzir a uma queda no Ph do biofilme
bacteriano.
38. Hábitos alimentares
• A partir dos 06 meses, recomenda-se o processo de
desmame, incluindo comidas e bebidas no dia-dia
do bebes
• Inicialmente, papinha de frutas, alimentos salgados
e outros líquidos que promovam aumento do fluxo
salivar e da capacidade tampão da saliva, que
auxiliem a neutralização dos ácidos produzidos
pelo biofilme bacteriano.
39. Hábitos alimentares
• Outro hábito relacionado à dieta que aumenta a
prevalência de cárie é a utilização de chupetas
associadas ao açúcar ou a outras bebidas
adocicadas como mel ou geléia.
40. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• O que fazer no consultório:
• 01 - Controle do Biofilme Bacteriano: aplicar
evidenciador para mostrar aos pais o que é o
biofilme bacteriano e que só poderá ser visto
sem ser corado quando a limpeza estiver sendo
negligenciada.
41. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• Técnica de limpeza: Taça de Borracha ou
escova Robinson macia com pasta profilática
sem flúor e clorexidina, ou dentifrício sem flúor.
Quando houver contato interproximal, deve-se
usar o fio dental.
42. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• Retornos:
• Mensal:
• Ausência ou deficiência de higiene bucal com
presença de biofilme clinicamente visível.
• Frequencia elevado do uso de açúcar. >5X no
período de 8 horas.
• Amamentação noturna em livre demanda ou
mamadeira com leite adoçado.
43. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• Trimestral
• Quando todos indicadores de risco estiverem
controlados, sobre tudo a higiene bucal.
44. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• O que fazer em casa:
• Higiene Bucal: Presença Somente de Dentes
Anteriores: fralda limpa ou gaze embebida em
água mineral, fervida ou filtrada para limpeza
de todas as faces dos dentes por meio da fricção
das superfícies.
45. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• O que fazer em casa:
• Presença de Dentes posteriores: introduzir
escova dentária de cabeça pequena e cerdas
extra-macias, associada a um dentifrício sem
flúor para bebes que não tenham sinais
clínicos de lesão de cárie
• Presença de contato interproximal = fio
dental
46. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• O que fazer em casa:
• Dieta: incentivar aleitamento natural até os 06
meses, evitar o consumo de açúcar e evitar a
mamadeira ou aleitamento natural noturno
após a erupção dos dentes
47. Protocolo clínico de atendimento
de bebês sem cárie
• O que fazer em casa:
• Microbiota: evitar atos que favoreçam a
transmissibilidade de MO cariogênicos:
• Evitar colocar na boca do bebê qualquer objeto
que tenha tido contato com a boca de outra
pessoa
• Evitar beijar o bebê na boca
• Evitar assoprar o alimento do bebê para
esfriá-lo.
48. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• Diferenciar Urgência de não urgência:
• URG: Traumatismo, abscessos e pulpites.
• Não URG: Cárie incipiente,crônica ou aguda.
49. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• 01 - Identificação dos fatores que possam ter uma
relação de causa efeito com a situação clínica.
(obtido durante a anamnese)
• 02 - Detecção de Problemas bucodentários durante
o exame clínico. Relatar aos pais a relação entre as
causas e as características clinicas.
•
50. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• 03 - Adequação do Meio Bucal :
• 3.1 iniciar com profilaxia.
• 3.2 Lesões abertas que não apresentem risco de
exposição pulpar deverão ser escavadas com
colher de dentina e preenchidas com CIV.
• 3.3 Exodontias e outras necessidades
51. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• Procedimentos de adequação visam interromper o
desenvolvimento de lesões ativas de cárie em outros
dentes decíduos e diminuir a atividade de cárie do
bebê pela queda no nível de infecção bucal obtida
pelo selamento das cavidades, remoção de dentes/
raízes condenados.
52. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• Realiza-se também nesta etapa, o tratamento das
manchas brancas ativas. (aplicação de verniz com
fluor na superfície)
• Este procedimento deverá ser repetido
semanalmente.
53. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• Tratamento Restaurador:
• Inicia na sequência da adequação do meio
bucal.
• Pode ser postergado para uma época que o
bebê apresente maior possibilidade de
colaboração
• Ideal: Isolamento absoluto , mas admite-se
relativo
54. Protocolo clínico de atendimento
de bebês COM cárie
• Manutenção do tratamento Realizado: o bebê
deverá retornar mensalmente, até que os fatores
indicadores de cárie estejam controlados.
55. Protocolo clínico de atendimento
•
de bebês COM cárie
Resumo do Protocolo:
• Identificação: pessoal , familiar dos fatores indicadores de risco
• Orientação: hábitos dietéticos e higiene bucal
• Profilaxia dental
• Detecção dos problemas
• Adequação do meio
• Eliminação de focos infecciosos
• Restaurações provisórias
• Remineralização
• Tratamento Restaurador