O documento discute as teorias de Marx, Weber e Bourdieu sobre classes sociais. Marx via classes como definidas pela propriedade dos meios de produção, enquanto Weber incluiu status e poder. Bourdieu expandiu para incluir diferentes tipos de capital. O documento também discute a estratificação social e mobilidade entre classes no Brasil.

1. Cap. 04 Classes e formas de estratificação
social no capitalismo contemporâneo
O que é classe social?
Por que este conceito é tão importante e tão polêmico?
Por quê as mais diversas correntes sociológicas entendem estes
conceitos de forma tão análogas.
Como se dividem economicamente as classes sociais no Brasil atual?

3. Definição
No Brasil existe
um regulamento para
definir a classificação
social. O CCEB – Critério
de Classificação
Econômica Brasil, ou
somente Critério Brasil.
Ele é o principal
instrumento de
segmentação da
população segundo seu
poder de compra, o
CCEB classifica a
população em classes
econômicas A, B, C, D e
E, através da pontuação
obtida pela posse de
determinados bens e
o grau de instrução do
chefe de família

4. E eu?
• A classificação de classes sociais utilizada no Brasil segue o
estabelecido no Critério de Classificação Econômica Brasil, ou Critério
Brasil. O Critério Brasil define as classes sociais em função do poder
de compra e consumo de determinados itens. Se uma família tem
acesso a cada um dos itens, ela ganha pontos, que são somados e
comparados com uma tabela. A classe social desta família é
determinada pelo número de pontos que ela conseguir somar, e
existem 7 classes econômicas diferentes (A1, A2, B1, B2, C, D, E).
• Em qual classe social estou?
• Some os pontos que sua família atinge utilizando as tabelas a seguir:
http://www.logisticadescomplicada.com/as-classes-sociais-e-a-
desigualdade-no-brasil/

5. Estratificação social na Sociologia
Para Weber, classe social significa a posição dos indivíduos em uma escala de estratificação social. Pg. 27
• Max Weber, diferente de Karl Marx insistia que nenhuma característica única definia a posição de uma pessoa
no sistema de estratificação. Por isso ele identificou três componentes que definiam a
estratificação: classe, status e poder.
• Em Weber, as classes constituem uma forma de estratificação social, na qual a diferença é feita a partir do
agrupamento dos indivíduos que apresentam características similares.
• Mas para a existência de classes segundo Weber, tem de existir duas situações o património (tem a ver se
indivíduo é proprietário ou não) e a possibilidade (que tem a ver com a qualificação ou não qualificação). Neste
caso, se o indivíduo tiver património pode não ter instruções, mas tem dinheiro. E se ele tiver qualificações pode
alcançar o património.
• Por isso, a classe social para Weber, ocorre através da mudança social ou através da sucessão de gerações
• Weber também utilizou a expressão grupo de status, para referra às pessoas que tem o mesmo prestígio e o
mesmo estilo de vida. Um indivíduo ganha status quando pertence a um grupo desejável, como por exemplo a
profissão de Juiz.
• Mas o status é muito deferente da classe econômica, um ladrão de carteira bem-sucedido poderá estar no
mesma classe de renda que um professor universitário. Mas um mendigo será visto como um membro de um
grupo de status inferior e o professor terá um grupo de status muito mais elevado.
• E o terceiro componente da estratificação é a dimensão política. Poder, é a habilidade de uma pessoa exercer
sua vontade sobre as outras. Para definir partidos tem de haver, indivíduos, angariação e poder.
• Segundo esse autor, partido são conjunto de indivíduos que se organizam de forma voluntária de angariação,
cuja finalidade é atingir o poder com benefício de atribuir status e riqueza. Os seus objetivos comuns são o
poder e os benefícios que o partido fornece.

6. Conceito de Classes para Karl Marx
• Karl Marx é descrito como um revolucionário e um cientista social. Preocupava com a estratificação em todos os
tipos de sociedades humanas, mas o seu foco principal eram feitos da desigualdade econômica em todos os
aspectos da Europa do séc. XIX.
• Segundo esse autor, as relações sociais durante qualquer período da história dependem de quem controla os
modos básicos de produção económica, como a terra ou as fábricas. O acesso diferenciado a recursos a escassos
molda a relação entre os grupos. Toda a história da sociedade até hoje é a de luta de classes. O homem livre e
escravo, patrício e plebeu, ou seja, opressores e oprimidos estiveram sempre num antagonismo, visto que, lutam
por interesses opostos.
• Logo a maior produção era agrícola e a terra pertencia à nobreza. Os camponeses não tinham outra escolha senão
trabalhar de acordo com os termos ditados proprietários de terra. Marx focalizou então, essas duas classes que
começaram emergir no sistema feudal declinante, a burguesia e o proletariado.
• Os burgueses são detentores de força, por ser a dominante. Que usaram armas para derrubar o feudalismo, e
essas mesmas armas viraram para a própria burguesia, que gerou homens que vão usá-las. Desenvolveu o capital,
mas também desenvolveu o proletário, que só vivem enquanto têm trabalho e que só tem trabalho enquanto o
seu trabalho aumenta o capital. E classe proletária só começa a lutar para a sua libertação quando toma
consciência de classe, ou seja, e passa a identificar a classe burguesa como fonte de opressão para superar a falsa
consciência, ou seja, a atitude mantida pelos membros de uma classe que não reflecte rigorosamente a sua
posição.
• Mas não conseguem realizar essa revolução sozinha, mas sim líderes revolucionários vão lidar com a classe
trabalhadora nessa luta. Eles combatem não os seus inimigos, mas os inimigos dos seus inimigos, os restos da
monarquia absoluta, os proprietários de terra, os burgueses não industriais, os pequenos burgueses. Atacando as
mercadorias, pegando fogo às fábricas tentando recuperar a posição desaparecida do trabalho medieval.
• Finalmente derrubarão a ditadura burguesa e vai eliminar a propriedade dos meios de produção.

7. Marx VS Weber

8. •A forma como os indivíduos experimentam as suas condições
de existência, portanto aquilo que eles pensam que são, o
modo como vivem, seus interesses e sua capacidade de
organização política formam e conformam as relações de
produção. Em sínteses, as relações de produção dizem
respeito às relações políticas, ideológico-culturais e
econômicas e estas, segundo Marx, não podem ser
reduzidas apenas ao montante de renda ou à posição no
mercado (como faz Weber). O montante de renda - ter muita
renda e ser considerado rico ou pouca renda e ser
considerado pobre – é, apenas e tão somente, um efeito da
propriedade ou não dos meios de produção. Isto para o
marxismo.

9. Pierre Bourdieu e as classes sociais

12. Bourdieu irá citar no desenvolvimento de sua análise sobre a estrutura
social, a existência de capitais, que múltiplos marcam possibilidades
diferentes de participação na estrutura social. A condição de vida dos
indivíduos pode ser mais flutuante, dependendo do campo em que
estiver inserido e dos capitais exigidos. Sendo assim, podemos estar em
condições de dirigentes ou subalternos ou em situações medianas da
estratificação. O econômico continua importante, mais não é o único
elemento que define nossa localização nos estratos sociais.
A estratificação permite-nos identificar as classes sociais, enquanto um
grupo de pessoas que possuem determinadas características e
expectativas. Desta forma a classe determina certas possibilidades e
oportunidades para os indivíduos em sociedade. Transforma-se em um
indicativo do nível de educação, assistência médica, empregabilidade e
capacidade de prestígio que a pessoa ou o grupo efetivamente pode ter.

13. Estratificação social
Outro fato que devemos considerar em relação à estratificação em uma
sociedade como a nossa, levando principalmente em consideração as
perspectivas de Weber e Bourdieu, é sua alta mobilidade social. A
hierarquia social moderna apresenta-se tão diversificada que podemos
perceber nitidamente que as posições sociais não são fixas e permitem
ou colocam os indivíduos constantemente diante de alterações, seja
porque melhoram ou porque pioram suas condições de vida,
demarcando que nenhuma posição social é definitivamente segura.
A estratificação incorpora ainda a vida dos indivíduos, a possibilidade
de ostentação de símbolos de status, que servem de signos ou sinais de
distinção, podendo estar localizados em objetos materiais, no estilo e
no gosto, na linguagem e mesmo nas opiniões.

14. Novamente, a que classe pertenço?
• O sociólogo estadunidense Charles Wright Mills (1916-1962) sofisticou a
noção de classe baseada no critério estritamente econômico, proposto por
Weber, acrescentando dois novos fundamentos: status social e poder.
Mills pensava que mais importante que do que a posição econômica ocupada
pelos indivíduos era sua posição nas relações de poder e influência e nas
relações de status social.
Status
Poder de decisão
Autonomia no trabalho
Posição na hierarquia de trabalho compõem um conjunto de variáveis para
definir o pertencimento de classe.