2. Leishmaniose Visceral Americana (LVA)
•
Zoonose
•
WHO – entre as seis (6) endemias prioritárias no mundo
•
Ampla distribuição ocorrendo na Ásia, Europa, Oriente Médio, África e nas
Américas
•
Antropozoonose
Alta letalidade
A Leishmania chagasi é encontrada dos EUA ao
Norte da Argentina
•
•
Indivíduos portadores de infecção pelo vírus HIV
Casos humanos: Do México a Argentina
AL, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países
•
•
indivíduos não tratados
•
•
crianças desnutridas
Brasil - 90% dos casos (região Nordeste)
1913 – Migone relata o primeiro caso da doença no Brasil
•
Material de necrópsia de paciente oriundo de Boa Esperança, MT.
3. Principais áreas endêmicas de Leishmaniose
Visceral no mundo e suas espécies.
Leishmania Leishmania infantum
Leishmania Leishmania chagasi
Leishmania Leishmania donovani
Fonte: http://www.who.int/tdr/dw/leish_map.htm
4. Leishmaniose Visceral Americana (LVA)
•
Pena et al., 1934 – 41 casos positivos para Leishmania
•
•
•
Lâminas de viscerotomias post-mortem
Indivíduos oriundos das regiões Norte e Nordeste
Lutzomyia longipalpis
•
•
Descoberto os primeiros casos em cães
Atualmente, a transmissão vem sendo detectada em todas as regiões do Brasil
(exceto região Sul)
•
•
•
19 estados com registros de LV
~ 1.600 municípios com transmissão autóctone
Mudança no padrão de transmissão
•
Ambientes rurais e peri-urbanas
•
Mais recentemente em centros urbanos (RJ, Corumbá- MS, Belo Horizonte – MG,
Araçatuba – SP, Palmas – TO, Campo Grande – MT)
5. Situação Epidemiológica no Brasil
•
LV = Calazar, Esplenomegalia Tropical, Febre Dundun
•
•
Inicialmente um caráter rural
expandindo para áreas
urbanas
Ministério da Saúde:
•
•
66% nos estados da BA, CE, MA e PI
•
Nos últimos 10 anos: média de 3.156 casos
•
•
48.455 casos de LVA – em 19 anos de notificação (1984-2002)
Incidência de 2 casos/100.000 hab.
Atualmente, a transmissão vem sendo detectada em todas as regiões
do Brasil (exceto região Sul)
•
19 estados com registros de LV
•
~ 1.600 municípios com transmissão autóctone
6. Número de casos e coeficiente de incidência de
Leishmaniose visceral, Brasil – 1985 a 2002.
N° de casos
Incidência
6.000
3
4.858
2,49
5.000
2,23
2,23
4.000
3.885
1,89
1,95
2,09
3.426
3.246
3.000
2.570
1,32
1,72
2
3.102
1,5
1,33
1.997
1,03
2.000
3.646
3.624
1,61
2.224
2,5
2,29
1
1.510
816
1.000
0,5
0
0
1985
1988
1991
Fonte: COVEV/CGDT/DEVEP/SVS/MS
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
7. Situação Epidemiológica no Brasil
•
Freqüência maior em crianças < 10 anos (54%)
•
41% < 5 anos
•
Imanuturidade imunológica, desnutrição, maior exposição ao vetor no peridomicílio
•
Sexo masculino: mais afetado (60%)
•
Ampla distribuição Particularidades:
•
•
Climáticas
•
•
Geográficas
Sociais
LV no Brasil:
•
Doença própria de clima seco com precipitação pluviométrica inferior a 800 mm
•
Ambientes composto por vales e montanhas (boqueirões e pé-de-serra)
8. Distribuição de casos autóctones de Leishmaniose
Visceral segundo município, Brasil – 2002.
Fonte: SINAN-COVEV/CGDT/DEVEP/SVS/MS
9. Situação Epidemiológica no Brasil
•
Nos últimos 10 anos – periurbanização e a urbanização da LV há áreas de
transmissão em diferentes regiões, inclusive em faixas litorâneas
•
Na década de 90
•
2000 – 2002 77% casos NE
•
Expansão da área endêmica da LV
90% casos NE
•
•
Pressões econômicas ou sociais
•
Empobrecimento/Péssima distribuição de renda
•
Processo de urbanização desorganizado
•
•
Processo migratório
Secas períodicas
Ambiente propício para à ocorrência de LV
•
Baixo nível sócio-econômico
•
Pobreza
Ocorrência
de
Epidemias
11. Morfologia
•
O ciclo evolutivo da L. chagasi apresenta duas formas:
•
Promastígota
–
Tubo digestivo dos
vetores invertebrados e
em meios de culturas
artificiais
•
Amastigota
–
Obrigatoriamente
parasita intracelular em
vertebrados
Todas as espécies de Leishmania são HETEROXÊNICAS
13. Reservatórios
•
Na área urbana
•
•
Cão (Canis familiaris)
No ambiente silvestre
•
Raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thus)
•
Marsupiais (Didelphis albiventris)
Dusicyon vetulus
Didelphis albiventris
14. Vetores da LV
•
Flebotomíneos
•
•
Tatuquiras,
•
•
Mosquito palha,
Birigui, etc.
No Brasil
•
2 espécies relacionadas com a transmissão:
Lutzomyia longipalpis
•
Principal espécie vetora
•
Amplamente distribuída
•
Bem adaptada ao ambiente
urbano e ao peri domicílio
•
•
Pequenos – 1 a 3 mm
Lutzomyia cruzi - MT
Lutzomyia longipalpis
15. Modo de transmissão
•
Picada do vetor - principal via de transmissão
•
Acidental
•
NÃO OCORRE TRANSMISSÃO DIRETA (pessoa a pessoa)
•
Alguns autores admitem:
•
Transmissão direta entre a população canina:
•
Ingestão de carrapatos infectados;
•
Mordidas;
•
Cópula;
•
Ingestão de vísceras contaminadas.
16. Período de incubação
•
No homem
•
10 dias a 24 meses
•
•
Média de 2 a 6 meses
No cão
•
3 meses a vários anos
•
Média de 3 a 7 meses
17. Diagnóstico clínico e laboratorial
•
A infecção – amplo espectro clínico
•
•
Moderadas
•
•
Discretas
Graves
Infecção Assintomática
•
Sorologia (ELISA ou IFI)
•
•
MORTE
Indivíduos com infecção inaparente NÃO devem ser tratados
Diagnóstico Clínico da LV
•
De ser suspeitado:
•
Febre
•
Esplenomegalia
•
Hepatomegalia
18. Diagnóstico clínico da LV
•
Leishmaniose Visceral
•
Período Inicial:
•
•
•
•
•
Período de Estado:
•
•
•
•
•
•
Febre – duração inferior a 4 semanas
Palidez
Hepatoesplenomegalia
História de tosse e diarréia
Febre irregular
Emagrecimento progressivo
Palidez
Aumento da hepatoesplenomegalia
Comprometimento do estado geral do paciente
Período de Final:
•
•
•
•
Febre contínua
Desnutrição (pele seca, cabelos quebradiços)
Edema dos membros inferiores
Hemorragias, icterícias e ascite (acumulo de liquido no abdômen)
19. Tratamento da LV
•
Compostos antimoniais pentavalentes
•
Stibogluconato de sódio
•
Antimoniato-N-metil glucamina (Sb⁵)
•
•
•
Distribuído, no Brasil, pelo MS
Ampolas de 5 ml
Tratamento:
•
•
Respeitando o limite máximo de 2 a 3 ampolas dia
Efeitos colaterais
•
•
Mínimo 20 dias e máximo 40 dias
•
•
Dose: 20 mg de Sb⁵ Kg/dia (EV ou IM)
Em caso de arritmias – suspensão e troca de medicamento
Tratamentos alternativos
•
Anfotericina B
•
Pentamidinas
O seguimento do paciente tratado deve ser feito aos 3, 6 e 12 meses após tratamento
20. Profilaxia da LVA
•
Busca ativa e tratamento de todos os casos humanos
•
Identificação dos cães doentes e sua eliminação
•
Combate ao vetor (flebótomo)
•
Ações educativas
•
Investigação epidemiológica
•
Estudos entomológicos, parasitológicos e ecológicos
22. Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)
•
Zoonose
Antropozoonose
•
Doença polimórfica provocada por várias espécies de protozoários do
gênero Leishmania
•
Infecção se carateriza pelo parasitismo das células do SFM da derme e da
mucosa do hospedeiro vertebrado
•
Três manifestações clinicas
•
•
Cutaneomucosa
•
•
Cutânea
Difusa
Doença típica de países e/ou regiões pobres e quentes
•
88 países – 76 são subdesenvolvidos
•
Apenas 32 países – notificação compulsória
23. Agentes etiológicos da LTA
•
Agentes Etiológicos
•
Brasil
•
•
L. (V.) guyanensis,
•
L. (V.) lainsoni,
•
L. (V.) shawi,
•
L. (V.) naiffi,
•
•
Leishmania (Viannia) braziliensis,
L. (L.) amazonensis
México e América Central
•
•
L. (L.) mexicana
Venezuela
•
L. (L.) venezuelensis
•
L. (L.) pifanoi
Fonte: Alfredo J. Altamirano-EncisoI; Mauro C. A. MarzochiII; João S. MoreiraIII; Armando O. SchubachIV; Keyla B. F. MarzochiV
24. Agentes etiológicos da LTA de maior importância
no Brasil
•
Leishmania (Viannia) braziliensis
•
Amplamente distribuído pelo território brasileiro
•
•
•
Do sul do Pará, ao Nordeste, chegando a região Centro Oeste,
Diretamente associada as leishmanioses cutânea
Leishmania (Leishmania) amazonensis
•
Floresta primária e secundária da região Amazônica
•
AM, PA, RO, MA e TO
•
Áreas de igapó e várzea
•
Sua presença estende-se pata, BA, MG, SP e GO
•
A doença humana é relativamente rara (baixa antropofília do vetor)
•
Podendo levar a uma lesão ulcerada única
25. Agentes etiológicos da LTA de maior importância
no Brasil
•
Leishmania (Viannia) guyanensis
•
Norte da bacia Amazônica e Guianas
•
AP, RR, AM, PA
•
Floresta de terra-firme
•
Caracterizada por lesões únicas e multiplas
•
O comprometimento mucoso por esta sp é raro
•
Atinge principalmente homem jovens (desflorestamento)
Lesão de leishmaniose tegumentar Americana
Lesão labial de leishmaniose tegumentar Americana
26. Morfologia
•
2 sub-gêneros : Leishmania e Viannia
•
Promastígota
–
Tubo digestivo dos
vetores invertebrados e
em meios de culturas
artificiais
•
Amastigota
–
Obrigatoriamente
parasita intracelular em
vertebrados
Todas as espécies de Leishmania são HETEROXÊNICAS
27. Reservatórios
•
Na área urbana
•
•
•
Cães, gatos
Homem
No ambiente silvestre
•
Paca, ouriço, cutia, e diversos ratos
•
Tatu, tamanduá, preguiça
•
Marsupiais (Didelphis albiventris)
•
Carnívoros (quatis)
•
Eqüinos
•
Primatas (macaco-da-noite, micos, homem)
28. Vetores da LV
•
Flebotomíneos
•
•
•
•
Mosquito palha,
Tatuquiras,
Birigui, etc.
As 9
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
espécies relacionadas com a transmissão são:
Lutzomyia (Viana) braziliensis
L. intermedia
L. pessoai
L. wellcomei
L. whitmani
L. (V.) guyanensis
L. umbratilis
L. anduzei
L. (V.) lainsoni
L. ubiquitalis
Lutzomyia sp.
29. Epidemiologia da LTA
•
Ampla distribuição nas Américas
• Sul dos EUA – Norte da Argentina
• Exceção do Uruguay e Chile
• No Brasil:
• Ampla distribuição por todas regiões geográficas
• Média de 30.000 casos notificados ano (Mistério da Saúde)
• NE – 39% (MA, BA, CE)
• N – 35% (PA, RO, AM)
• CO – 16% (MT)
• SE – 8% (MG)
• SUL – 2% (PR)
•
No Brasil, a doença apresenta dois padrões epidemiológicos
• Surtos Epidêmicos
• Notificação de casos em regiões de colonização antiga
• Processo migratório, ocupação de encostas, grande nº. de reservatórios
30. Diagnóstico
•
Clínico
•
Lesões cutâneas (respondem bem ao tratamento)
•
Lesões mucosas
•
•
•
•
Secundárias as lesões cutâneas
Surgem meses/anos após as lesões de pele
Comprometimento Ganglionar
Laboratorial
•
•
•
Sorologia (ELISA ou IFI)
Parasitológico
Epidemiológico
31. Tratamento da LTA
•
Compostos antimoniais pentavalentes
•
Stibogluconato de sódio
•
Antimoniato-N-metil glucamina (Sb⁵)
•
•
•
Distribuído, no Brasil, pelo MS
Ampolas de 5 ml
Tratamento:
•
•
Respeitando o limite máximo de 2 a 3 ampolas dia
Efeitos colaterais
•
•
Mínimo 20 dias e máximo 40 dias
•
•
Dose: 10-20 mg de Sb⁵ Kg/dia (EV ou IM)
Em caso de arritmias – suspensão e troca de medicamento
Tratamentos alternativos
•
Anfotericina B
•
Pentamidinas
32. Medidas gerais de controle da LTA
•
Vigilância Epidemiológica
•
Detecção de casos
•
Investigação epidemiológica
•
•
Estudos parasitológicos
•
Estudos ecológicos (reservatórios envolvidos)
•
•
Estudos entomológicos
Caracterização do surto epidêmico
Medidas de proteção individual
•
Uso de mosquiteiros
•
Telas
•
Repelentes
•
Controle de reservatórios
•
Ações educativas
•
Ações administrativas
33. Pesquisa em Leishmaniose
•
•
A doença atinge ~ 2 milhões de pessoas por ano no mundo,
Comparação do genoma de 3 sp. revelou:
–
Wellcome Trust Sanger Institute
–
–
–
L. infantum (visceral)
L. braziliensis (cutânea)
- L. Major (cutânea)
Pequena diferenciação entre seus genes,
–
O estudo sugere que apenas um pequeno número de genes do
parasita exerce uma maior influência sobre a forma clínica que a
Leishmaniose vai apresentar
–
possibilidade de desenvolvimento de tratamentos mais específicos
e eficazes.