- O texto descreve a origem dos termos karma e dharma na tradição hinduísta e como foram popularizados no Ocidente pela Teosofia.
- O karma refere-se à lei de causa e efeito, onde ações passadas determinam resultados futuros através de várias vidas.
- A Teosofia ensina que estamos nesta vida para adquirir aprendizagens e nos aprimorar, e cada existência corresponde a um dia de aula.
2. ORIGEM DOS TERMOS KARMA E DHARMA
Nome completo HELENA PETROVNA
BLAVATSKY
Nascimento 12 de agosto de 1831 Rússia
Morte
08 de maio de 1891 Inglaterra
Nacionalidade Russa
Ocupação
Fundadora da Sociedade
Teosófica
Quando Blavatsky lançou o movimento
teosófico moderno no século XIX valeuse de uma grande quantidade de
elementos da tradição religiosa Hindu,
que havia estudado durante sua
permanência no Tibete.
Assim, muitos termos utilizados são
baseados no idioma sânscrito, divulgando no ocidente conceitos como
Maya (ilusão), Dharma (caminho) e
Mahatmas (grandes almas).
Outros conceitos fundamentais, conhecidos há milênios no oriente, mas que a
Teosofia popularizou no ocidente, são a
Reencarnação e o Karma.
3. ORIGEM DO TERMO KARMA
Karma: é um conceito no Hinduísmo que explica a
causalidade através de um sistema onde efeitos benéficos
são resultados de ações passadas benéficas e efeitos
danosos resultados de ações passadas danosas, criando um
sistema de ações e reações por todas as vidas reencarnadas
de uma alma, estabelecendo um ciclo de renascimentos.
Esta causalidade se aplica a ações, palavras, pensamentos e
ações que outros realizam sob nossa orientação. Quando o
ciclo de renascimentos chega ao fim, é dito que a pessoa
alcançou moksha ou a salvação/libertação do samsara.
4. Samsara (sânsc. e páli) –
A Roda da Vida ou da
Existência Cíclica, na qual
todos os seres estão
sujeitos ao fluxo sem fim
de nascimento e morte.
No budismo tibetano, a
roda da vida simboliza os
seis reinos da existência,
com
suas
dores
e
prazeres.
Ficaremos presos à Roda
até conseguirmos atingir
o grau de evolução que
nos permita o equilíbrio
perfeito entre a emoção, a
inteligência e a vontade.
5. De acordo
teosófico:
com
o
mini-glossário
Karma (Sânsc.)
– Da raiz Kr: fazer, obra, ação, rito, execução. A
lei da relação entre Causa e Efeito, do Equilíbrio,
da Compensação, na qual cada ação produz uma
reação; o agente se torna o paciente de uma ação
similar.
— Volume 5 de “A doutrina secreta”. Fisicamente,
a ação; metafisicamente, a Lei da Retribuição, a
Lei de causa e efeito ou Causação Ética. O karma
nem pune nem recompensa; é simplesmente a
Lei Universal que guia de modo infalível, e por
assim dizer, cegamente, todas as demais leis que
produzem determinados efeitos, juntamente
com a rotina de suas respectivas causações.
6. - A lei da causação ou lei da causa e efeito é claramente enunciada no texto da
Bíblia pelo apóstolo São Paulo:
“Não vos iludais, de Deus não se zomba: pois o que quer que o
homem semeie isso mesmo ele colherá”.
- Na física, é equivalente
à lei: "Para toda ação
existe uma reação de
força equivalente em
sentido contrário".
7. KARMA
Obra: “Compêndio de Teosofia”:
• A mônada desce à matéria mais
Nome completo
Nascimento
Morte
Nacionalidade
Ocupação
CHARLES WEBSTER LEADBEATER
16 de fevereiro de 1854 Inglaterra
1º de março de 1934 Austrália
Reino Unido
Escritor teosofista, orador,
sacerdote da Igreja Anglicana,
Bispo da Igreja Católica Liberal e Mestre maçom.
grosseira e, em seguida, remonta aos
planos superiores, levando o resultado
de suas experiências.
• Milhões de anos são necessários para
percorrer este caminho.
• O que chamamos de uma vida, por
exemplo, 70 anos vividos, correspondem unicamente a um dia desta
longa existência.
• No atual estágio humano, estamos
começando a fazer o caminho de volta.
8. Como estamos na Terra para adquirir novas aprendizagens
e nos aprimorarmos como seres humanos, cada existência
corresponde a um simples dia de aula.
O Ego reveste-se de sua vestimenta de carne e volta à escola
do mundo físico para aí aprender um certo número de
lições. Enquanto dura a aula, que é a vida terrestre, ou ele
estuda satisfatoriamente suas lições, ou absolutamente não
as estuda ou finalmente só parcialmente as estuda.
Em seguida, libertando-se de suas vestes carnais, volta à sua
verdadeira morada, no nível que lhe é próprio, para
repousar e refazer-se.
Na alvorada de cada vida nova, retoma sua lição,
precisamente no lugar onde a tinha deixado na véspera.
9. Há lições para as quais basta um só dia de estudo; outras há
que demandam muitos dias.
Se for um bom aluno e aprender com rapidez o que é
necessário saber, em breve ficará
ao corrente dos
regulamentos da escola e a eles subordina sua conduta, e o
tempo que ele aí passa é relativamente curto.
Quando deixa a escola, volta perfeitamente aparelhado à
verdadeira vida dos mundos superiores, da qual as outras
não foram senão simples preparatórios.
Certos Egos aprendem com mais dificuldade; alguns não
conseguem perceber os regulamentos, e por isso, a cada
instante, os infringem; outros são indóceis e apesar de
compreenderem os regulamentos, não se resolvem a
cumprir suas exigências.
10. Para estes, o tempo escolar é muito mais longo, e, por suas
próprias ações determinam o lapso de tempo necessário, que
os deve separar da verdadeira vida nas esferas superiores.
Porém, nesta escola, jamais aluno algum teve insucesso,
todos chegam fatalmente ao fim. Mas o tempo que lhes é
necessário para se aperfeiçoarem, tendo em vista os exames
superiores, depende inteiramente de cada um.
O aluno sensato compreende que esta vida de escola nada
vale por si mesma, e só tem valor porque constitui
preparação para uma vida mais gloriosa e infinitamente
mais desenvolvida; procura assimilar tanto quanto possível
conformando inteiramente sua vida a essas regras, de sorte a
não perder um só instante do estudo que lhe é
indispensável.
11. Conforme a Teosofia, “a vida escolar” está submetida a
algumas leis: a primeira grande lei é a da Evolução:
Cada um de nós deve tornar-se perfeito, e para isto devemos
desenvolver, em toda sua plenitude, as faculdades divinas que dormem em nós.
Este desenvolvimento não será o único fim a atingirmos. A lei da Evolução nos
conduz metodicamente para conquistas cada vez mais elevadas. O homem
verdadeiramente sábio procura satisfazer aquilo que a evolução lhe prescreve;
toma a precaução de ver de antemão quais os cursos de estudos indispensáveis, e
assim procedendo, não só evita todo o choque penoso com a lei, mas obtém, em
conseqüência mesmo dessa maneira de agir, o máximo de auxílio. O homem que
se atrasa no curso da vida, sente-se perpetuamente constrangido, pela pressão de
forças superiores, pressão que se lhe pode tornar dolorosa se ele lhe opuser uma
resistência sistemática. Assim, no caminho da evolução ele tem sempre a
impressão de ser ao mesmo tempo perseguido e conduzido pelo destino. O
homem que a si mesmo se auxilia inteligentemente, ao contrário, tem a livre
escolha do caminho que lhe agrada, desde que este o conduza sempre para
adiante e o faça progredir.
12. A segunda grande lei que rege esta evolução é a lei de
Causa e Efeito (que é a Lei do Karma):
Não há efeito sem causa, e jamais houve causa que não produzisse
efeito. Na realidade, são duas partes de um todo único, porque o efeito
constitui verdadeiramente uma parte da causa, e todo aquele que produz
uma, faz, ao mesmo tempo, nascer a outra. Vemos assim que, na natureza,
não há nenhuma intenção de recompensa ou de castigo; tudo vai da causa ao
efeito.
A aplicação desta lei fornece a solução de um grande número de
problemas da nossa vida comum. Graças a ela podemos compreender o
destino imposto a cada um, e porque tão notáveis diferenças se manifestam
entre os homens. Quando um se mostra inteligente sobre qualquer matéria,
enquanto outro parece estúpido, seguramente é porque, em uma vida
anterior, o primeiro consagrou todos os seus esforços ao estudo dessa
matéria, ao passo que o segundo pela primeira vez por ela se interessa. Os
gênios e as crianças precoces são exemplos, não do que pode produzir o
favoritismo de qualquer divindade, mas do resultado que é possível obter
depois de muitas vidas de trabalho e aplicação.
13. Os acontecimentos que se produzem em torno de nós, não são
mais do que conseqüência direta das nossas próprias ações
passadas, e também exatamente o são as nossas qualidades. Nós
somos agora o que nós nos fizemos outrora, e as circunstâncias da
nossa vida estão na razão direta dos méritos já adquiridos.
Tudo isso, entretanto, é proporcional e determinado. Embora a
Lei seja natural e mecânica em sua aplicação, no entanto a sua
execução está confiada a grandes Anjos*. Certo, eles não podem
fazer variar, por pouco que seja, o efeito de um pensamento ou de
um ato; podem, porém, dentro de um certo limite, apressar ou
retardar a ação da Lei e decidir de que maneira se fará sentir. O
que a Divindade quer, é dar ao homem uma certa dose de livre
arbítrio; se ele usar dela com sabedoria, adquirirá o direito de
possuí-la um pouco mais em sua nova vida; se, ao contrário, dela
fizer mau emprego, o sofrimento o oprimirá e ele se encontrará
dominado pelas conseqüências de seus desvarios passados.
* São chamados de Senhores do Karma.
14. Os Senhores do Karma:
“Os Lipika, da palavra lipi, “escrito”, significam literalmente os
“Escreventes”. Misticamente, estes Seres Divinos se acham
relacionados com o Carma, a Lei de Retribuição, pois são os
Registradores ou Cronistas que imprimem sobre tábuas invisíveis
(para nós) da Luz Astral, “o grande museu de quadros da
eternidade”, um registro fiel de cada uma das ações e até de cada
um dos pensamentos do homem, e de tudo o que foi, é e será no
Universo fenomenal. (...) Esse repositório divino e invisível é o
Livro da Vida”. (BLAVATSKY, H. P . A Doutrina Secreta. Vol. 1, p. 155).
15. À medida que o homem se torna mais apto a servir-se de seu livre
arbítrio, maior proporção de livre arbítrio lhe é confiada, até que
adquire liberdade sem limites no caminho do bem, ao mesmo tempo
que sua faculdade de fazer o mal totalmente desaparece. Pode, portanto,
progredir com maior ou menor rapidez, o que de sua vontade depende;
não pode, porém, por ignorância, inutilizar sua vida. Obs.: É claro que de
um povo selvagem, espera-se naturalmente haver mais tendência à maldade, pela
sua natureza ainda grosseira.
Os efeitos resultantes das diversas ações do homem são de caráter
variado. Enquanto uns se produzem imediatamente, outros exigem
tempo mais longo, e quanto mais o homem vive, mais aumenta, sobre
sua cabeça, a nuvem formada pelos resultados que não se fizeram ainda
sentir. Entre estes, uns são bons, outros maus. Desta massa, (que nós
podemos assimilar à nossa dívida para com as forças da natureza) uma
parte se esgota em cada uma das vidas sucessivas, e é a esta parte, a cada
“vida assinalada” que se pode chamar destino do homem durante cada
vida em particular.
16. Em cada nação existe um número quase infinito de condições diferentes;
aí se encontra, sem dúvida, a riqueza mas também a pobreza; a uns se
oferecem mil ocasiões de êxito, a outros, nada; para aqueles, grandes
facilidades para a obra de seu desenvolvimento; para estes, obstáculos
muitas vezes invencíveis. Qualquer que seja o caso, a pressão exercida
pela lei da Evolução tende sempre a dirigir o homem precisamente para
as condições que melhor lhe podem servir, nas circunstâncias atuais de
sua vida.
Esta tendência da lei de Evolução é, entretanto, limitada pela lei de
Causa e Efeito; pode-se dar o caso que o homem no seu passado tenha
agido de tal modo que não mereça, achar em seu caminho ocasiões
favoráveis à sua evolução; que ele tenha, por exemplo, posto em ação
forças limitadoras e que estas forças o impeçam de tirar o maior partido
possível das ocasiões que se lhe apresentam, de sorte que suas ações
passadas o obrigam a contentar-se com muito pouco. Vemos, assim, que
a aplicação da lei da Evolução que por si mesma nos poderia trazer um
grande bem, é contrariada por nossos próprios atos anteriores.
17. De tudo isto concluímos que uma dose determinada de alegrias e
sofrimentos está reservada a cada homem. Como aceitará este destino e
que uso dele fará? Eis o que dele próprio depende. Certo é, porém,
que uma certa quantidade de força se deve esgotar. Nada pode
contrariar a ação dessa força; é porém sempre suscetível de ser
modificada pela aplicação de uma nova força de direção contrária,
exatamente como se passa no fenômeno mecânico.
O resultado de uma ação má é uma dívida como qualquer outra.
Podemos resgatá-la por meio de um cheque de grande valor, no banco
da vida, como, por exemplo, uma grande catástrofe, ou por meio de
pequenos descontos: cuidados ou contrariedades de menos
importância; ou mesmo, enfim, na moeda miúda de um número
considerável de contrariedades insignificantes. Uma coisa, porém, é
certa: de uma forma ou de outra, a dívida será resgatada.
O homem, muitas vezes, não consegue numa vida, ou por falta de
meios, ou por circunstâncias exteriores independentes da sua vontade,
ser o que desejaria ser, ou levar a vida que aspirava. Pode, porém, com
certeza, assegurar para a próxima vida tudo o que desejar.
18. As nossas ações não se limitam a nós; afetam inevitavelmente aqueles
que nos cercam. Em alguns casos os efeitos produzidos são
insignificantes; em outros, ao contrário, adquirem grande importância.
Os primeiros, sejam bons ou maus, não são senão pequenos "débitos"
ou "créditos" na conta que nós temos com a natureza; mas os outros,
bons ou maus, são contas pessoais que só podem ser reguladas
diretamente com o credor.
Uma refeição dada a um mendigo, uma palavra consoladora que o
anime, são boas ações que trarão mais tarde, como conseqüência,
benefícios da natureza. O homem que, por alguma boa ação, consiga
desviar a corrente da vida de um seu semelhante, pode ficar certo de
que o encontrará em uma vida futura, porque é necessário que aquele
que outrora recebeu um benefício encontre ocasião para o retribuir. Se
foi um dissabor que nós causamos, o sofrimento será proporcional,
mesmo que não nos encontremos nunca mais com aqueles a quem
causamos desgosto.
19. Ao contrário, em se tratando de uma afronta grave, capaz de arruinar
uma vida ou retardar uma evolução, fatalmente reencontraremos mais
tarde a nossa vítima, porque inevitável é que se apresente ocasião de
repararmos, pela bondade e pelo, esquecimento de nós mesmos, o mal
que lhe havíamos feito. Enfim, as dívidas importantes são pagas; as
pequenas vão aumentar o fundo comum.
Um fator importante, capaz de agir mui poderosamente para o bem ou
para o mal, é a influência exercida pelo grupo de Egos com os quais o
homem mais especialmente se ligou outrora e que agora se ligam a ele,
ou pelo amor ou pelo ódio, para ajudá-lo ou prejudicá-lo, e que terá
ainda de encontrar no caminho de evolução, por causa das relações de
outrora. Deve-se ter sempre presentes estas relações, quando se quer
determinar o lugar e a atmosfera onde o homem está destinado a
renascer.
A vontade da Divindade é a evolução do homem. O esforço da
natureza, expressão da Divindade, consiste em dar ao homem o que
mais lhe convém para essa evolução.
20. KARMA
Obra: “A Sabedoria Antiga”:
• “Isto é meu carma”, é o que
geralmente as pessoas falam quando
há algum acontecimento, e isto quer
dizer, “Esse acontecimento é efeito
de uma causa posta em movimento
por mim no passado”.
• Não existe tal coisa como “acaso” ou
“acidente”. Todas os acontecimentos
ou circunstâncias têm uma relação
de causa com o passado.
• Nenhuma vida é isolada: é o filho de
todas as vidas anteriores e o pai de
todas as vidas que virão.
Nome completo
Nascimento
Morte
Nacionalidade
Ocupação
ANNIE WOOD BESANT
1º de outubro de 1847 Inglaterra
30 de setembro de 1933 Índia
Reino Unido
Escritora teosofista, ativista dos
direitos da mulher, ativista em prol
do progresso e liberdade da Índia, maçom.
21. No início os homens primitivos acreditavam que os acontecimentos
surgiam de repente e saiam do nada. O selvagem, ignorante das leis da
física, desconhecia que para todo efeito tinha uma causa. Acreditava que
determinados fatos ocorriam por boa sorte ou má sorte, ou por castigo
ou milagre provocados pelos deuses.
Exemplo do formigueiro: “(...) Também é possível que
a formiga enxergue o dedo vingador de um Deus
pessoal no pé do garoto que, em dado momento e
sob o impulso de fazer dano, lhe destrói o
formigueiro, o trabalho de muitas semanas (que
talvez corresponda a anos na cronologia dos
insetos). A formiga, sentindo intensamente a
imerecida calamidade, também pode, como o
homem, atribuí-la a uma combinação da
Providência e do pecado, e ver nela talvez a
conseqüência do pecado de seus primeiros pais”.
(BLAVATSKY, H. P . A Doutrina Secreta. Vol. 1,
p. 180).
22. À medida que o homem primitivo foi gradualmente se desenvolvendo,
percebeu, por tentativa e erro, que as leis naturais apenas estabelecem
condições sob as quais algumas ações devem ser executadas, mas não
determinam AS AÇÕES (ou quais ações). Percebeu que tinha o poder, a
capacidade de escolher (livre-arbítrio).
Conhecer melhor tais condições presentes nas leis naturais vem
permitindo ao homem não ficar à mercê da natureza, mas conhecer seus
rumos e lhes calcular a força ou o resultado. Sabendo como a Natureza
opera, fica mais fácil buscar os resultados que se deseja.
Saber é poder: O conhecimento é um requisito para guiar os eventos,
para que se atinja os resultados desejados. O ignorante caminha
tropeçando, impotente, chocando-se contra as leis imutáveis e vendo os
seus esforços falharem, enquanto o homem de saber caminha
firmemente para a frente, prevendo, criando, ajustando (...), não porque
tenha sorte, mas porque compreende. Um é joguete, escravo da
Natureza (...); o outro é senhor dela, utilizando as suas energias para
conduzi-lo na direção escolhida por sua vontade. (Ver também “Um
Estudo sobre o Karma”, de Annie Besant ).
23. Três classes de energia do karma:
O homem continuamente projeta forças ou energias em todos os
planos em que atua; essas forças são efeitos de seu passado e à medida
que ele as coloca em ação, produz novas causas, tornando-o responsável
pelos resultados que se originam. Como um campo magnético, todo
homem possui um campo de influência dentro do qual agem as forças
que ele emite, e essas forças agem em curvas que retornam para aqueles
que as emitem.
Classe 1: energia mental, atuando no plano mental – dá origem ao que
chamamos PENSAMENTO.
Classe 2: energia dos desejos, atuando no plano astral – origina os
DESEJOS.
Classe 3: energia física, atuando no plano físico – dá origem às causas,
que chamamos de AÇÕES.
Lembrete: toda força age em seu próprio plano e reage nos planos abaixo
de si proporcionalmente à sua intensidade (ou seja, traz conseqüências).
24. Classe 1: OS PENSAMENTOS
O pensamento é o mais potente fator na criação do carma humano. Por
que? Porque no pensamento as energias do Ser estão atuando na matéria
mental; matéria que forma o veículo individual, que mesmo nos seus
tipos mais densos responde rapidamente a toda vibração de autoconsciência.
As vibrações que chamamos de pensamento dão origem a formas de
substância mental, ou imagens mentais, que dão forma e modelam o seu
corpo mental; todo pensamento modifica esse corpo mental e as
faculdades mentais que tenho hoje são elaboradas pelos pensamentos
das vidas prévias.
O homem não pode possuir hoje qualquer poder ou habilidade mental
que ele próprio não tenha criado antes, de forma paciente e repetida.
Nenhuma imagem mental é perdida, ficando como material para a
faculdade posterior, em outra vida. Assim o homem pode gradualmente
construir o caráter mental que deseja possuir em vida futura (obs. A
morte não interrompe seu trabalho...).
25. Como as nossas vibrações afetam outras pessoas (vibrações secundárias)
e geralmente estão mescladas com nossos desejos, havendo matéria
astral envolvida, acabamos afetando os demais, criando laços com os
mesmos: de parentesco, de amizade, inimizade, etc.
As formas-pensamento secundárias ou imagens astromentais partem do
seu criador mas levam uma vida quase independente, sem perder o laço
com o criador. São elas que fazem com que o homem atraia pessoas ou
que ajudam ou que atrapalham; pessoas que nos amam sem razão
aparente, ou nos odeiam do mesmo modo; portanto, o nosso caráter
mental e moral hoje ajuda a determinar os tipos de associações humanas
que teremos no futuro.
26. Classe 2: OS DESEJOS
Nossas buscas por objetos que nos atraem no mundo exterior,
constituem os nossos desejos. Os desejos moldam e formam o nosso
corpo de desejos (ou corpo astral) e continuam moldando após a morte
(no kamaloka) e determinarão sua natureza de corpo astral (e físico) em
seu próximo renascimento.
Quando os desejos são bestiais, cruéis tornam-se a causa de doenças
congênitas, de cérebros fracos e doentios ou malformações e
deformidades físicas graves.
O desejo por coisas terrestres faz com que a alma fique ligada ao lugar
onde possa mais facilmente obter a realização do desejo. É por isso que
se diz que um homem nasce de acordo com seus desejos. Nossos desejos,
muitas vezes inconscientes, também afetam outras pessoas, com mais
força ainda do que nossos pensamentos, neste atual estágio que estamos.
27. Classe 3: AS
AÇÕES
No plano físico, são as ações que geram
muito carma, pois causam efeitos sobre
outros principalmente. São efeitos de
pensamentos e desejos passados e são
esgotados na maior parte à medida que
acontecem.
Se as mesmas ações são repetidas muitas
vezes pelo mesmo indivíduo, estabelecem
um hábito no corpo físico que age como
uma limitação à expressão do Ego no
mundo exterior, fazendo o corpo perecer.
Mas em relação aos outros, depende se
causamos felicidade ou infelicidade (físicas)
a eles. Isto gerará ambientes bons ou ruins
para se viver numa vida futura.
28. Ex. do parque: Alguém doa ou constrói um parque com o
anseio de causar felicidade aos seus semelhantes. Os
motivos para isso podem ser bons (por altruísmo), maus
(por ostentação) ou mistos (em parte altruísta, em parte
egoísta). Os três motivos diferentes, de fato, causaram
divertimento ao público; mas as recompensas dos
causadores serão colhidas de modos diferentes, pois
dependerão do caráter de cada um.
Bons motivos ajudam a melhorar o caráter, mas não isentam
o indivíduo de colher uma punição por más ações feitas no
passado. Assim talvez, com um caráter gradativamente
melhorado (por ter agido por “bons motivos”), ele venha no
futuro a saber lidar melhor com a punição recebida.
29. Os três tipos de karma :
Maduro (ou Prarabdha) – aquele pronto para ser colhido;
pronto para se manifestar na vida atual sob a forma de
acontecimentos inevitáveis;
2) Acumulado (ou Sanchita) – ou carma do caráter, aquele
que se manifesta pelas tendências que são resultantes de
experiências acumuladas e podem ser modificadas na
vida presente pelo mesmo Ego que as criou no passado.
3) Em formação (Kriyamana) – é o que está sendo formado
agora, e que dará origem a acontecimentos futuros e ao
caráter futuro.
1)
Obs.: Coletivo: também pode ser considerado um tipo de karma.
Corresponde ao karma familiar, nacional, racial, que desenvolvemos
enquanto criamos o karma individual.
30. Quanto ao carma maduro, é importante lembrar que de
todo o carma do passado, há apenas uma parte que pode ser
esgotada no decorrer de uma única vida. Há certos tipos de
carma que demandam corpos físicos diferentes, ou seja,
mais de uma vida para esgotá-lo. E há dívidas contraídas
com muitas almas, o que implica viver muitas vidas para
encontrá-las todas. Há carmas que devem ser resolvidos em
uma nação particular, ou em determinada posição social.
São os Senhores do Karma que selecionam que parte do
carma ou agregado de causas poderão ser esgotados em uma
vida, direcionando o indivíduo para determinada nação,
família, tipo de corpo e de energias, bem como definem com
que almas ele deverá se encontrar. Ex. Um Ego com altas
faculdades artísticas, será conduzido a uma família de
artistas.
31. Outro tipo de carma maduro considerado muito sério é
o de ações inevitáveis. Ocorre quando após uma série de
pensamentos, um efeito ocorre. Ex. desejo de vingança ou
um ato de heroísmo. “Fiz sem pensar!” afirma a pessoa sem
saber que já havia pensado tanto naquela ação, que chega a
ocorrer um tipo de saturação de pensamentos e o ato se
realiza.
No carma acumulado é possível opor um pensamento
mau a um pensamento bom, por tantas vezes seja possível,
até neutralizá-lo. Quando descobrimos em nós tendências
negativas ou vícios podemos fazer um esforço e resistir.
Mesmo que venhamos a falhar algumas vezes, é importante
desenvolver a resistência, pois esta também consumirá parte
da energia, deixando menos desta energia para o futuro.
32. O FIM DO CARMA:
Como a alma deve voltar à Terra até que tenha se
libertado de todas as suas dívidas, e como a cada vida
seus pensamentos, desejos e ações geram novo
carma, surge a pergunta: “Como pode esse laço que
se renova constantemente ser rompido? E como pode
a alma atingir a sua libertação?”
A energia projetada da alma prende-se a algum
objeto, que faz com que a alma seja atraída de volta.
Enquanto há apego, o laço se mantém, seja com
objetos ou pessoas ou situações.
33. Exemplo: o homem trabalha não porque queira cavar,
ou construir, ou tecer, mas porque aspira aos frutos da
escavação, da construção e da tecelagem. O incentivo
para continuar trabalhando jaz nos frutos destas ações
e não no trabalho propriamente. Os frutos são a
recompensa para os seus esforços. Há quem almeje
cada vez mais frutos e há quem se contente com pouco.
Mas o fim do carma, ou o desligamento da roda da
reencarnação só se dá quando a alma não mais deseja
qualquer objeto (da Terra, ou do Céu – Devachan*).
* Devachan: é nome teosófico dado ao Céu e corresponde a uma espaço
especialmente protegido do plano mental, habitado por seres humanos que já
se desvencilharam dos corpos físico e astral, onde não há dor ou sofrimento.
34. O chicote do desejo não é de todo ruim, pois é o
desejo que move o homem, o impele à ação, à criação,
à realização. O desejo se sobrepõe à inércia, à
negligência, à preguiça e incita o homem a ter novas
experiências.
Um exemplo bem moderno: o excesso de consumismo hoje, vem
nos trazendo novas tecnologias que irão possibilitar ao homem
consumir de forma ecológica e equilibrada. É um passo na direção do
“não consumir”, ou não ter desejos de consumo.
Até que o homem se esteja aproximando da divindade
ele precisa do impulso dos desejos. Os desejos só se tornam
mais puros e menos egoístas à medida que ele se eleva.
Apesar disso, os desejos o prendem ao renascimento, e se
ele aspira libertar-se deve destruí-los.
35. ORIGEM DO TERMO DHARMA
De acordo com o mini-glossário teosófico:
Dharma (Sânsc.) - A figura ao lado é o Símbolo do
"Dharma", a lei universal e espiritual. Seus raios
representam o Nobre Caminho de Oito Vias. Em seu
centro está o Duplo Dorje, o símbolo do poder
soberano da mente universal, eterna e indestrutível.
Ordinariamente traduzido como "religião",
"dever" ou "justiça", dharma vem de dhri, que significa:
levar, suster, portar, e mas, que significa vida. Assim
dharma sugere "aquele que sustenta, mantém unido
ou elevado", i.e. o alento. Aquele que sustenta a
sociedade e a civilização. Religião da reta conduta.
Reto viver. A qualidade ou natureza intrínseca de todas
as coisas (incluindo o universo físico). A ordem
cósmica.
36. ORIGEM DO TERMO DHARMA
Dharma também é o termo que designa o conjunto
de ensinamentos de Budha.
Da Wikipedia:
(Sanskrit:
dhárma, Pali:
dhamma; o que
sustenta, dá suporte).
Significa Lei ou Lei Natural (como “ordem
natural das coisas”) e é um conceito de fundamental
importância na filosofia e religião Indianas. No
contexto do Hinduísmo, se refere às obrigações,
vocações e deveres pessoais de alguém, sendo o
dharma afetado pela sua idade, casta, classe,
ocupação e gênero. Nas línguas indianas modernas
refere-se apenas à religião da pessoa.
O contrário de dharma é adharma e significa
não natural ou imoral.
37. ORIGEM DO TERMO DHARMA
A ideia de dharma como dever ou decência moral
deriva de textos religiosos antigos indianos, onde é
encontrada a referência à ordem natural divinamente
instituída das coisas, e a justiça, a harmonia social e a
felicidade humana requerem que os seres humanos
saibam discernir e viver de maneira apropriada,
condizente com esta ordem (Lei).
De acordo com as várias religiões
como o Hinduismo, Jainismo, Buddhismo
seres que vivem de acordo com o dharma
rapidamente em direção ao moksha
(libertação pessoal).
Indianas, tais
e o Sikhismo,
evoluem mais
ou nirvana
38. Da obra “Dharma”de Annie Besant:
“Quando as nações surgiram uma a uma sobre a terra, cada qual
recebeu de Deus uma palavra especial, palavra com que dirigir-se ao
mundo, palavra singular que vem do Eterno e que cada uma deve
pronunciar. Ao passarmos os olhos pela história das nações, podemos
sentir ressoar da boca coletiva do povo esta palavra que, expressa em
atos, constitui a contribuição de cada nação para uma humanidade
ideal e perfeita. Para o antigo Egito, tal palavra foi Religião; para a
Pérsia, Pureza; para a Caldéia, Ciência; para a Grécia, Beleza; para
Roma, Lei; e para a índia, o mais velho de Seus filhos, para a índia Ele
concedeu uma palavra que a todas resumia, a palavra Dharma”.
39. A mais alta personificação do Dharma que o mundo
jamais conheceu foi Bhishma, filho de Ganga, a mais
grandiosa das encarnações do Dever, cuja história, ocorrida
há 5 mil anos atrás, está registrada na obra Mahabharata,
em Shanti Parva, que é um dos dezoito livros ou capítulos
que compõem a obra toda.
O Mahabharata é uma grande obra clássica espiritual,
de conteúdo notavelmente transcendental. De forma
resumida, o Mahabharata é a história da grande guerra da
Índia entre os Pandavas e os Kauravas, duas facções de uma
mesma família que disputaram a legitimidade de um trono
(no caso, o trono do mundo).
40. O Bhagavad Gita, um poema
místico-filosófico, é o episódio
mais célebre do Mahabharata.
É um verdadeiro compêndio
de ideias da espiritualidade do
hinduísmo. Nele Krishna
transmite a Arjuna, filho de
Indra, o ensinamento da
filosofia bramânica, referente
aos meios para se libertar do
fluxo dos renascimentos.
41. Definição de Dharma de acordo
com a teosofia:
Para Annie Besant: “O Dharma é a natureza
interna caracterizada em cada homem pelo grau de
desenvolvimento adquirido e, além disso, a lei que
determina o desenvolvimento no período evolutivo
que vem a seguir (a meta a ser atingida). Esta natureza
interna, posta pelo nascimento num meio favorável
para o seu desenvolvimento, é que modela a vida
exterior que se expressa através de pensamentos,
palavras e ações”. (Extraído do texto: “Compreendendo o
Dharma e a Evolução” de Edimar Silva).
42. O reino humano é o estágio evolutivo em que uma
individualidade se torna autoconsciente, e por isto cabe
ao homem perceber o seu lugar dentro do plano, e, aos
poucos, colaborar conscientemente com o mesmo. Esta
parece ser a meta evolutiva dentro do estágio humano:
sermos cada vez mais autoconscientes e, também,
conscientes de nossa condição de partícipes de um
plano evolutivo e, conscientemente, colaborarmos com
ele.
A Mente Divina estabeleceu um plano de evolução,
que corresponde àquilo que o Universo precisa fazer
para evoluir como um todo.
43. O problema é que grande parte dos seres humanos
não sabe qual é a sua meta e nem sequer sabe que existe
um plano evolutivo, pois para atuarmos no mundo
manifestado, nossos corpos ou veículos estão envoltos
em matéria muito densa, o que dificulta a nossa
percepção daquilo que não é denso. Além disso, apesar
de termos livre-arbítrio e a necessidade de exercer essa
capacidade, as nossas escolhas não coincidem com os
objetivos do plano divino. Podemos escolher entre
estudar ou não estudar, nos alimentarmos bem ou não,
ajudar as pessoas ou nos aproveitarmos delas, porque
são escolhas que só nós podemos fazer.
44. Porém, uma parte dentro
de nós caminha em direção às
metas divinas, sem ainda termos
muita consciência disso, que é a
nossa essência divina ou tríade
superior.
Quando aprendermos a
diferenciar o que é interesse da
alma daquilo que é interesse
pessoal
ou
egoísta,
e
aprendermos a usar nossas
escolhas de maneira coerente
com nosso dharma, estaremos
evoluindo e contribuindo para a
evolução do Universo.
ATMA
CORPO
EMOCIONAL
MENTAL
CONCRETO
BUDHI
MANAS
CORPO FÍSICO
Individualidade e
Personalidade agindo de
forma integrada
45. Mas o que é “cumprir” o dharma?
Será que encontraremos um caderninho com uma lista
de tarefas a serem executadas em cada uma de nossas vidas?
Parece que não é assim tão simples; faz parte do aprendizado
não só reconhecer o que deve ser feito, como também buscar
as tarefas para desempenhar.
Assim, tanto aquelas coisas que não sabemos ainda
fazer, quanto as nossas pequenas tarefas diárias, aquelas que
muitas vezes nos parecem sem graça, ou sem importância,
todas elas desempenham um papel importantíssimo para o
nosso aprendizado; elas constituem a oportunidade que a
vida nos oferece de executarmos tarefas que nos possibilitam
aprender parte do que ainda não sabemos.
46. Quem muito escolhe o que quer fazer corre o risco de
optar, consciente ou inconscientemente por aquilo que
prefere fazer, em vez de escolher o melhor para o plano de
evolução. Mas isto não significa que devemos fazer tudo
aquilo que tivermos oportunidade, já que estamos também
desenvolvendo uma outra virtude, o discernimento, que é a
capacidade de escolher o melhor que é, dentro do contexto
que estamos tratando, o melhor para a evolução pessoal e
coletiva.
De um modo geral, podemos afirmar que o aspecto
mais nobre do dharma do ser humano é aprender a servir;
qualquer que seja sua atividade ou seu nível de evolução, ele
deverá perceber que o serviço desinteressado (sem esperar
recompensa) e o amor incondicional são o objetivo de sua
existência.
47. O indivíduo e seu Dharma:
Na obra de I. K. Taimni “Estúdios sobre la Psicología de la
Yoga” (1982), percebe-se que:
- O homem, em sua mais íntima natureza divina, é essencialmente
Uno com a Realidade sustentadora do Universo e faz parte dela.
- Posto que o homem é essencialmente divino, sua vontade é um
fator importante no drama universal que está se desenvolvendo.
- É certo que o exercício de sua vontade está limitado pelo seu grau
de evolução, mas sua vontade afeta em maior ou menor medida a
corrente de sucessos vinculados com a vida humana.
- O curso do desenvolvimento do Universo está determinado pela
interação da Vontade Divina com as vontades das Mônadas
individuais associadas a um sistema em evolução. Talvez seja mais
correto dizer que é o resultado desta interação.
48. - Se há livre-arbítrio no indivíduo e no curso da evolução humana,
coletiva e individual, é devido à interação da Vontade Divina com a
vontade individual. Essa interação se fundamenta na lei do
Karma, permitindo que o indivíduo exercite seu livre-arbítrio.
- A personalidade e a individualidade, por um lado, são meras
sombras da Mônada e, por outro, são instrumentos para o seu
desenvolvimento. O nosso aperfeiçoamento guia-se, num sentido,
pela unicidade individual da Mônada, e noutro, pelo lugar que
ocupa no Plano Divino. Assim, é determinado, em grande parte, o
modelo geral da vida das Mônadas nos planos inferiores.
- Assim, nosso Dharma individual, no sentido mais amplo do termo,
consiste em nos ajustar a este modelo e seguir a senda marcada
para cada um de nós.
- Portanto, a Vontade Divina não atua de uma maneira determinante
na evolução, mas deixa em liberdade as Mônadas para agirem e
aprenderem, ainda que com os seus próprios erros.
49. - Portanto, é óbvio que o Dharma de um individuo, dentro de certas
circunstâncias, é o resultado da interação de diferentes tipos de
forças que atuam sobre ele. Daí não existe um conjunto de regras
rígidas a cumprir mecanicamente para levar uma vida de retidão.
- O único método para conhecer nosso Dharma, e determinar a
linha de ação que temos que seguir nas diferentes situações e
circunstâncias é manter imaculada a luz interna da intuição
(Buddhi). Mas não devemos confundir esta luz com o que nos
pede a mente embotada pelos desejos e preconceitos religiosos,
que a toma equivocadamente como a voz de Deus, e que os
políticos inescrupulosos qualificam de "chamamentos do dever".
O conhecimento do nosso verdadeiro Dharma vem pela percepção
espiritual, é como uma clara compreensão e não como um mero
pensar. Resulta da purificação da mente de toda sorte de desejos
inferiores, e da libertação do servilismo ao eu inferior.
50. - Tornando a pergunta do que vem a ser a reta ação sob todas as
circunstâncias, a resposta é: fazer sempre o correto no momento
correto, do modo correto e por razões corretas, até onde saibamos.
Pode ser que, apesar de todos os nossos esforços, não consigamos
fazer sempre o correto, mas se houver a motivação e a
determinação necessária, gradualmente a presença de Buddhi
(intuição) nos capacitará para ver o procedimento correto, e para
segui-lo sem vacilar.
- Mas o indivíduo não pode estabelecer-se na retidão tendo fé no
justo e fazendo o bem somente quando lhe convém ou lhe
favoreça. Terá que aprender a fazer o bem em todas as
circunstâncias, mesmo que possa causar-lhe perdas ou
sofrimentos. Para isto, terá que estar constantemente alerta, com
agudo discernimento e resolvido, serena e inflexivelmente, a fazer
o correto em todas as ocasiões.
51. Considerações finais:
Da obra “Compêndio de Teosofia”, de Leadbeater:
Quando houver uma indecisão sobre o que fazer: em vez de
decidir pensando no que “a minha personalidade achará
melhor”, pensar: "Qual deles auxiliará o progresso do meu
Ego? (Ego Superior)
A cada um de nossos vícios, opor uma virtude.
Perseverar.
Não apressar a evolução, tudo tem o tempo certo.
Auto-conhecimento.
Conhecimento sobre a vida espiritual.
52. Se toda ação nasce de um pensamento, é seu dever governar
o seu pensamento e agir cada vez menos de forma
instintiva.
Desenvolver o mental é como desenvolver músculos:
precisa de exercício. Para melhorar o caráter são
necessários exercícios constantes.
Antes de querer reformar o mundo, reforme a si mesmo.
Os
membros
da
Grande
Hierarquia
buscam
constantemente trabalhadores bons e fortes: “devem viver
no mundo, mas que não sejam do mundo” e serem capazes
de “auxiliar o próximo, se elevando ao ponto de ser mais do
que um homem”.
53. E acima de tudo... viva no presente
Conforme um trecho do Baghavad Gita:
"Faze bem o que te compete fazer no
mundo; cumpre bem as tuas tarefas;
ocupa-te da obra que encontras, para
fazê-la o melhor possível: assim será
muito bom para ti. Atividade é melhor do
que ociosidade. A atividade fortalece a
mente e o corpo, e conduz a uma vida
longa e normal; a ociosidade enfraquece
tanto o corpo como a mente, e conduz a
uma vida impotente e anormal, de
duração incerta".
54. Para saber mais consulte:
TEXTOS: Do Eu Inferior ao Eu Superior, de Angela Maria La Sala Batà.
Annie Besant
J. Krishnamurti
Radha Burnier