1) O documento descreve o câncer de colo do útero, incluindo sintomas, fatores de risco, exames de diagnóstico e opções de tratamento. 2) O HPV é o principal fator de risco, enquanto o exame de Papanicolaou é fundamental para detecção precoce. 3) As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio da doença.
Dra. Glória M. Grazziotin - Câncer de Colo do Útero
1. Dra. GlóriaM. Grazziotin
Ginecologita e Obstetra.
Adolescência-Climatério-Disfunção Sexual-Reprodução
CRM: 2494 – MT
Endereço: Avenida:Tancredo Neves 292-n
Tangara da Serra.Fone 65 33262002
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Cancer docolo do útero
O colo do útero é a parte mais baixa e estreita do útero, órgão do aparelho reprodutor
feminino que tem duas partes: o corpo do útero (onde o bebê se desenvolve) e o colo, que liga
o útero à vagina.
O câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, tem início no tecido que
reveste esta região; e se desenvolve lentamente. Primeiramente, algumas células normais se
transformam em células pré-cancerosas e, mais tarde, em cancerosas.
Esse processo pode levar anos, embora em alguns raros casos seja acelerado. Tais alterações
recebem o nome de neoplasia intraepitelial cervical (NIC). Em algumas mulheres, elas
2. desaparecem sem necessidade de tratamento, mas podem exigir tratamento para que não se
transformem em câncer.
Há dois tipos principais de câncer de colo do útero: os carcinomas de células escamosas - que
representam entre 80% e 90% dos casos - e os adenocarcinomas, de 10% a 20% do total.
A incidência de câncer de colo de útero é muito alta nos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento e mais baixo nos países desenvolvidos. A principal razão é a realização
regular de exames preventivos, sobretudo o Papanicolaou, que detecta a doença em seus
estágios iniciais, aumentando assim as chances de sucesso do tratamento. Nos países pobres e
em desenvolvimento, porém, a procura e o acesso ao exame ainda é problemático, o que
explica a alta incidência da doença.
No Brasil a incidência de câncer de colo de útero é alta e apenas este ano estima-se a
ocorrência de cerca de 19 mil novos casos, o que significa o terceiro câncer mais comum entre
as brasileiras, atrás apenas dos de pele e de mama.
Diagnóstico
Lesões pré-cancerosas (ou mesmo o câncer de colo de útero em seus estágios iniciais)
geralmente não apresentam sintomas. Estes só aparecem nos casos mais avançados. E o
aparecimento de qualquer dos sintomas a seguir deve ser comunicado ao médico:
Aparecimento de secreção, corrimento ou sangramento vaginal incomum;
Sangramento leve, fora do período menstrual;
Sangramento ou dor após a relação sexual, ducha íntima ou exame ginecológico.
Esses sintomas não significam que a mulher tem câncer. Podem indicar vários outros
problemas, mas revelam que é preciso consultar um médico.
3. Se suspeitar de lesão pré-cancerosa ou de câncer, o médico poderá pedir novos exames, entre
eles:
ColposcopiaEsse exame permite examinar o colo do útero através de um aparelho chamado
colposcópio, que se assemelha a um par de binóculos. Ele produz uma imagem ampliada entre
10 a 40 vezes, permitindo que o médico identifique lesões imperceptíveis a olho nu.
Biópsia
Remoção de uma amostra de tecido, que será analisada ao microscópio para ver se há células
cancerosas.
4. Fator de risco é qualquer situação que aumente as chances de uma pessoa desenvolver
determinada doença. Alguns, como o cigarro, por exemplo, podem ser evitados, outros, como
a idade.
Infecção por HPV
É o mais importante fator de risco. O HPV (papilomavírus humano) é uma família de cerca de
140 tipos de vírus. Alguns HPVs causam verrugas genitais (condiloma), e outros, câncer de colo
5. de útero, os chamados HPVs de alto risco. Os HPVs são transmitidos sexualmente e o risco de
infecção é maior em quem tem início precoce da vida sexual e mantém relações sexuais sem
preservativo.
O risco é maior também entre as mulheres que têm múltiplos parceiros ou que mantêm
relações com homens que têm várias parceiras. Atualmente, não existe cura ou tratamento
diretamente contra o HPV, mas geralmente, a infecção desaparece sem tratamento. O teste de
Papanicolaou detecta alterações nas células provocadas pelo HPV e, embora não haja
tratamento para a infecção, o crescimento celular anormal que ele provoca pode e deve ser
tratado. Embora seja o mais importante fator de risco para o câncer de colo de útero, a
maioria das mulheres infectadas não vai desenvolver a doença. Acredita-se que outros fatores
também desempenhem papel importante para o aparecimento da doença.
Fumo
Mulheres fumantes têm duas vezes mais chance de ter câncer de colo de útero em relação às
que não fumam.
Infecção por HIV
O vírus da Aids também pode ser um fator de risco, na medida em que diminui as defesas do
organismo e reduz sua capacidade de combater o vírus e o câncer em seus estágios iniciais.
Infecção por clamídia
é uma infecção, sexualmente transmitida, bastante comum e que a maioria das mulheres só
descobre no exame de Papanicolaou. Alguns estudos indicam que mulheres que têm ou
tiveram clamídia correm maior risco de ter câncer de colo de útero.
Alimentação
Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes diminui o risco de câncer de colo de útero e de
outros cânceres.
6. A maioria dos tumores de colo de útero pode ser evitada através da prevenção e controle dos
fatores de risco e também do tratamento de lesões pré-cancerosas. A partir de agora, com
aprovação da vacina contra o HPV (administrada antes do inicio da vida sexual) a prevenção de
até70% dos casos pode ser assegurada.
Exame de Papanicolaou
Ele pode detectar as lesões pré-cancerosas causadas pelo HPV que, tratadas, detêm o
problema antes que ela assuma a forma invasiva. Geralmente este exame é feito durante o
exame ginecológico e consiste na análise microscópica de células do colo de útero obtidas
através de uma leve raspagem.
Todas as mulheres devem fazer o Papanicolaou anual a partir dos 21 anos ou a partir do
terceiro ano após o início de sua vida sexual;
A partir dos 30 anos, mulheres que tiveram três Papanicolaous normais seguidos podem fazer
o teste a cada 2 ou 3 anos ou fazer o Papanicolaou a cada 3 anos junto com o teste de DNA de
HPV se negativo;br />
Mulheres expostas a certos fatores de risco (portadoras do HIV ou com problemas de sistema
imunológico) devem fazer o exame anualmente;
7. Mulheres com 70 anos ou mais que tiveram 3 ou mais testes normais em seqüência (e nenhum
resultado anormal em 10 anos) podem parar de fazer exames;
Mulheres submetidas a histerectomia total (retirada do útero e colo do útero) por motivo
outro que não o câncer ou lesão pré-cancerosa também podem parar de fazer o exame;
As submetidas à histerectomia parcial devem continuar com os exames de rotina.
Captura híbrida
Esse exame permite que o médico identifique o tipo de HPV e verifique se trata-se ou não de
um dos que estão associados ao aparecimento de câncer, ou seja, se é um vírus de alto ou de
baixo risco. Ele é usado em mulheres acima dos 30 anos e naquelas cujo Papanicolaou é
levemente anormal, para ver se novos testes ou tratamentos são necessários.
Vacina
Ela não serve para quem já tem HPV, mas deve ser aplicada em mulheres antes do início da
vida sexual. Há 2 vacinas no mercado. Uma é eficaz contra as versões 16 e 18 do vírus, que
respondem por até 70% dos casos de câncer de útero. A outra é eficaz contra os tipos 16 e 18
e contra as variedades 6 e 11, responsáveis por 80% dos casos de condiloma (verrugas
genitais).
As opções de tratamento para o câncer de colo de útero dependem do estágio da doença.
Basicamente, existem três opções (cirurgia, quimioterapia e radioterapia) e muitas vezes duas
dessas abordagens podem ser usadas.
Cirurgia
Existem vários tipos de cirurgia, algumas envolvendo apenas a lesão e outras compreendendo
a remoção do útero (histerectomia). Entre as mais usadas estão:
Cirurgia a laser: aqui o laser é usado para queimar as células doentes. O procedimento é usado
apenas nos casos de câncer pré-invasivo, ou seja, superficial.
Conização ou traquelectomia: é a retirada de uma porção do colo de útero em forma de cone.
Muitas vezes é usada como o único tratamento nos casos de Neoplasia Intra-epitelial (NIC) do
colo do útero, ou seja, quando não há invasão dos tecidos.
8. Histerectomia abdominal: é a remoção do útero e colo do útero por meio de incisão
abdominal. A salpingooforectomia bilateral envolve a remoção dos ovários e trompas.
Histerectomia radical (histerectomia total ampliada ou operação de Wertheim-Meigs):
consiste na retirada do útero com os seus ligamentos (paramétrios) e da parte superior da
vagina. É associada à remoção dos gânglios linfáticos (linfonodos pélvicos).
Exenteração pélvica: além da retirada de colo do útero, útero e gânglios linfáticos, e neste
procedimento outros órgãos como bexiga e reto podem ser removidos.
Radioterapia
Tratamento que utiliza raios de alta energia para matar células cancerosas. Pode vir de fonte
externa ou interna (braquiterapia). Nesta última, o material radiativo é colocado diretamente
no colo do útero através de tubos ou agulhas.
Quimioterapia
9. É o uso de medicamentos, que caem na corrente sangüínea e atingem todo o organismo.
Estadiamento
Estadiamento é um sistema que os especialistas utilizam para estabelecer a extensão da
disseminação do câncer. O câncer de colo de útero usa o sistema de estadiamento da
Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), que classifica a doença em
estágios de 0 a IV (zero a 4).
Estágio 0: O tumor é um carcinoma "in situ", superficial, encontrado apenas nas células de
revestimento do colo do útero e ainda não invadiu os tecidos mais profundos.
Estágio I: O tumor invadiu o colo do útero, mas não se espalhou para outros órgãos.
Estágio IA: é a forma mais inicial do estágio I, caracterizada por uma quantidade muito
pequena de células cancerosas que só podem ser vistas ao microscópio;
Estágio IA1: a área invadida pelo câncer tem 3mm de profundidade e até 7 mm de largura;
Estágio IA2: a área invadida pelo câncer tem entre 3 mm e 5 mm de profundidade e até 7 mm
de largura;
Estágio IB: neste estágio geralmente o câncer pode ser visto sem a ajuda de um microscópio.
Ele inclui também o câncer que já avançou mais de 5mm no tecido conectivo do colo do útero
ou tem mais de 7mm de largura, mas só pode ser visto ao microscópio;
Estágio IB1: O câncer é visível, mas não tem mais de 4 cm;
Estágio IB2: O câncer é visível e tem mais de 4 cm.
Estágio II: O câncer não está mais restrito ao colo do útero, mas ainda se limita à região
pélvica.
Estágio IIA: O câncer atingiu a parte superior da vagina, mas não o terço inferior;
Estágio IIB: O câncer atingiu o tecido vizinho ao colo do útero, o chamado tecido parametrial.
Estágio III: O câncer se espalhou para a parte inferior da vagina ou para a parede pélvica e
pode bloquear os ureteres, canais que levam a urina dos rins para a bexiga.
10. Estágio IIIA: O câncer atingiu o terço inferior da vagina, mas não a parede pélvica;
Estágio IIIB: O câncer atingiu a parede pélvica e/ou bloqueia o fluxo de urina para a bexiga.
Estágio IV: É o mais avançado, em que o câncer atinge órgãos próximos ou de outras partes do
corpo.
Estágio IVA: O câncer se espalhou para a bexiga ou reto, que ficam perto do colo do útero;
Estágio IVB: O câncer se espalhou para órgãos distantes, como os pulmões.