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KAMBAM



O Kanban é um método de fabricação orientado para a produção em série. O
desenvolvimento deste método é creditado à Toyota Motor Company.

O Kanban só é aplicável em sistemas de produção discreta e repetitiva, ou seja, de
produtos standardizados e na produção de produtos cuja procura seja
relativamente estável, sendo condição essencial que o processo de produção esteja
organizado em fluxo.

Podemos dizer que o método Kanban é um método de "puxar" a produção a partir
da procura, isto é, o ritmo de produção é determinado pelo ritmo de circulação de
Kanban’s, o qual, por sua vez, é determinado pelo ritmo de consumo dos produtos,
no sentido jusante do fluxo de produção.

Os seus principais objectivos são:

   •   regular internamente as flutuações da procura e o volume de produção dos
       postos de trabalho a fim de evitar a transmissão e ampliação dessas
       flutuações,
   •   minimizar as flutuações do stock de fabricação com o objectivo de melhorar
       a gestão (a sua meta é o stock zero),
   •   descentralizar a gestão da fábrica por forma a melhorar o nível de gestão,
       criando condições para que as chefias directas desempenhem um papel de
       gestão efectiva da produção e dos stocks em curso de produção,
   •   regular as flutuações do stock de fabricação entre os postos de trabalho
       devido a diferenças de capacidade entre estes,
   •   produzir a quantidade solicitada no momento em que é solicitado.

Significado de Kanban

Kanban é uma palavra japonesa que
significa "etiqueta" ou "cartão". Assim o
Kanban é um cartão rectangular de
dimensões reduzidas e normalmente
plastificado, que é colocado num
contentor. Num Kanban encontra-se
inscrito um certo número de informações
que variam conforme as empresas,
existindo, contudo, informações
minimamente indispensáveis que se
encontram em todos os kanbans, tais
como:
    • a referência da peça fabricada e da operação,
    • a capacidade do contentor,
    • a indicação do posto de trabalho a montante,
    • a indicação do posto de trabalho a jusante,
    • número de cartões Kanban em circulação da respectiva referência.

Funcionamento do Método Kanban
O Kanban funciona como uma encomenda interna colocada a um posto de trabalho
e como guia de remessa quando acompanha o produto resultante dessa
encomenda. Desta forma, o Kanban é uma "ordem de fabrico" que circula
permanentemente no fluxo de produção, acompanhando o fluxo dos materiais no
sentido de jusante e voltando sozinho para montante logo que os materiais são
consumidos.

Desta forma, o ritmo de produção é determinado pelo ritmo de circulação dos
cartões (kanban’s), o qual, por sua vez, é determinado pelo ritmo de consumo dos
materiais. Um posto de trabalho a jusante comanda assim o posto de trabalho a
montante. O Kanban consiste em sobrepor ao fluxo físico dos materiais um fluxo
inverso de informações.




Observando o que ocorre entre dois postos de trabalho podemos notar que:

   •   o posto de trabalho 2 consome as peças fabricadas pelo posto de trabalho 1.
       Cada vez que o posto de trabalho 2 utiliza um contentor (C) de peças,
       retira-lhe o cartão, designado Kanban (K), que reenvia para o posto de
       trabalho 1. Desta forma, o cartão constitui, para o posto de trabalho 1, uma
       ordem de fabrico de um contentor de peças,
   •   quando o posto de trabalho 1 termina o fabrico do contentor, coloca-lhe um
       cartão Kanban. O contentor é, então, encaminhado para o posto de trabalho
       2,
   •   entre dois postos de trabalho circulam um número definido de Kanban’s
       (portanto de contentores),
   •   um cartão Kanban só deixa um contentor para ser devolvido ao posto de
       trabalho 1, quando o contentor se encontra completamente vazio,
   •   este sistema reflecte-se entre todos os postos de trabalho do mesmo sector
       de produção. Um Kanban específico apenas circula entre dois postos de
       trabalho específicos,
   •   os Kanban’s estão, portanto, ou fixados nos contentores que aguardam no
       posto de trabalho 2 ou no planeamento de Kanban’s no posto de trabalho 1
       à espera de transformação de peças.

Condições e vantagens da instalação do método Kanban

Julgamos que este método é muito simples, tanto em funcionamento como em
compreensão, embora não nos possamos iludir pois é muito importante
implementar as condições para o êxito de funcionamento do método Kanban.

Não nos podemos esquecer que a utilização deste método irá certamente pôr em
evidência a maior parte dos problemas da fábrica. Gerir um fluxo de produção pelo
método Kanban exige uma grande fluidez, pois longe de regular as perturbações de
uma fábrica, este método tem maior tendência para ampliar os efeitos dessas
perturbações, contrariamente aos stocks que os amortecem. Por este facto deve-se
respeitar um certo número de condições se se pretende que o método funcione.

Devemos observar então os seguintes factores:

   •   necessidade de um bom layout da fábrica e dos meios produtivos,
   •   necessidade de tempos curtos para mudança de série,
   •   eliminação de possíveis imprevistos,
   •   desenvolvimento de relações privilegiadas com fornecedores,
   •   polivalência do pessoal e necessária formação dos recursos humanos,
   •   normalização dos componentes e subconjuntos constituintes do produto, o
       que permite diminuir o número de referências a trabalhar,
   •   a necessidade de nivelar a procura.

Por estes factos, o método Kanban apresenta como principais vantagens na sua
aplicação as seguintes:

   •   permite expor os problemas da fábrica visto que, quando há perturbações,
       tem-se por hábito aumentar o nível de stocks para melhorar o débito do
       fluxo de produtos (será preferível diminuir o nível de stocks, o que provoca a
       exposição das perturbações, sendo então possível combatê-las
       eficazmente),
   •   possibilita uma rápida e eficiente circulação, entre os postos de trabalho, da
       informação respeitante aos problemas da fábrica (avarias, peças
       defeituosas, etc.),
   •   desenvolve a coesão entre os postos de trabalho, em consequência da sua
       grande interdependência,
   •   melhora a adaptação da produção à procura, visto que o tempo de reacção a
       uma modificação eventual da procura é muito curto porque apenas se
       produz para corresponder à procura,
   •   melhora significativamente o serviço aos clientes, o que, normalmente, se
       traduz por uma diminuição dos prazos de entrega,
   •   descentraliza e simplifica a gestão, que se efectua directamente na fábrica,
   •   possibilita uma diminuição dos stocks (é um dos seus principais objectivos)
       e, consequentemente, gera uma libertação de espaços na fábrica, melhor
       arrumação dos espaços, maior facilidade na gestão de stocks e uma reacção
       mais rápida a alterações.
KAN BAN - JUST IN TIME



A técnica japonesa denominada de KAN BAN, integrada no conceito JUST IN TIME, hoje
largamente difundida quando se fala sobre produção ou administração de estoque, nasceu na
maior fábrica automobilística do Japão, a TOYOTA, está idéia a brotou da iniciativa realizada
por Yasuhiro Monden, que fundiu todas estas idéias e conceitos sistematizando-os e difundiu
para o resto do mundo, traduzindo para língua inglesa.

O fundamento básico desta técnica, está baseado em manter um fluxo contínuo dos produtos
que estão sendo manufaturados. O KAN BAN (etiqueta ou cartão), traz como grande inovação
o conceito de eliminar estoques (estoque zero), os materiais e componentes agregados ao
produto chegam no momento exato de sua produção/execução (just in time). O sucesso deste
comportamento está na ênfase dada no processo de manufatura nivelado e de automação -
"jidoka" - AUTOCONTROLE.

A integração deste fluxo é denominado de produção no momento exato (just in time), isto
significa produzir somente os itens necessários na quantidade necessária e na hora certa.

Como resultante a força de trabalho e os inventários são reduzidos naturalmente, obtendo-se
aumento da produtividade e a redução de custos.

Apenas para ilustração, a TOYOTA em 1980, manteve estoque médio inferior a 3 dias.

O grande interesse que desperta esta técnica é na redução sensível dos custos. Maior
disponibilidade de capital de giro, isto é a diferença entre RECEITA/DESPESA DE
IMOBILIZAÇÃO. Outras submetas estão embutidas no sistema como:

    •   controle de qualidade, versatilidade a responder à flutuações da demanda em termos
        de quantidade e variedades;
    •   qualidade assegurada, garantia de suprimento somente de unidades "boas" nos
        processos subsequentes;
    •   reconhecimento da condição humana, isto é, os recursos humanos estão diretamente
        ligado ao sucesso dos objetivos e resultados.

Outros conceitos relevantes são adotados, de aplicação sem precedentes em outros sistemas,
a saber:

    •   SHEJUNKA - FLEXIBILIDADE DA MÃO-DE-OBRA;
    •   SOIKUFU - PENSAMENTO CRIATIVO OU IDÉIAS INVENTIVAS/INOVADORAS.

Outros conceitos práticos estão inseridos no sistema, contribuindo com sucesso nesta
performance:

    •   o próprio sistema Kan Ban integrado no conceito Just in Time;
    •   capacidade de adaptação às variações da demanda (razoável alterações na linha de
        produção);
    •   redução do tempo de preparação de máquinas e execução de produção;
    •   padronização das operações e balanceamento das linhas (apesar das irregularidades);
    •   lay out do posto de trabalho e operários com multifunções, adaptação da mão-de-obra
        à flexibilidade decorrente;
•   aperfeiçoamento das rotinas através dos grupos e elevação do MORAL dos
       trabalhadores (CCQ);
   •   sistema de controle visual, a informação é expressa (autocontrole);
   •   sistema de administração por funções, a qualidade das partes (início) é igual a do todo
       (fim).

OPERACIONALIDADE DO SISTEMA

Usualmente o Kan Ban é um cartão colocado num envelope retangular de vinil. São usados 2
tipos principais de cartão:

   •   Kan Ban de requisição;
   •   Kan Ban de ordem de produção.

O Kan Ban de requisição detalha a quantidade que o processo subsequente deve retirar.

O Kan Ban de ordem de produção determina a quantidade que o processo precedente deve
produzir.

Estes cartões circulam dentro da fábrica, entre as fábricas do grupo e dentro das fábricas
cooperativas. Os Kan Ban fornecem informações de retirada de peças e produção, a interação
destas operações promovem o equilíbrio da situação just in time.

O supridor da linha de montagem que produz um produto ou agregado qualquer, vai à linha de
usinagem retirar as peças, portanto um Kan Ban de requisição deixa no local um outro Kan Ban
de ordem de produção.




PRODUÇÃO SINCRONIZADA

Vamos considerar a sincronização da produção pelo uso de um Kan Ban, supondo que um
processo de fabricação de motores deve produzir 100 unidades por dia.

O processo subsequente requer 5 motores em cada lote, por um Kan Ban de requisição.

Estes lotes são retirados 20 vezes por dia, e que corresponde a 100 motores.

Caso ocorra necessidade de diminuir em 10% esta produção, como um procedimento de
sincronização de planejamento de produção, o processo final neste exemplo, retiraria motores
18 vezes por dia. Se ao contrário fosse um aumento de 10% na produção, os Kan Ban seriam
retirados 22 vezes por dia.




NIVELAMENTO DE PRODUÇÃO

A produção nivelada minimiza a variação na quantidade retirada de cada peça ou componente
produzida em cada posto de produção, a velocidade de produção é constante ou a quantidade
é fixa em função do tempo.

EXEMPLO DE NIVELAMENTO

Numa linha de produção para produzir 10.000 veículos, em 20 dias de 8 horas, prevendo:

   •   5.000 sedãs
•   2.500 cupês
   •   2.500 peruas

Dividindo estes números por 20 dias de operação, teremos, 250 sedãs, 125 cupês e 125
peruas por dia, isto é a regulagem de produção nivelada por Kan Ban / Just in Time em termos
de média diária de cada tipo de carro.




PREPARAÇÃO DE MÁQUINAS

O ponto mais difícil na promoção nivelada é a preparação. O bom senso diz que a redução de
custos pode ser obtida na racionalização das tarefas. Veja exemplo conseguido nas linhas de
produção de estamparia obtida na TOYOTA.

   •   1954 - o tempo médio de preparação de prensas è 3 horas
   •   1964 - o tempo médio de preparação de prensas è 30 minutos
   •   1974 - o tempo médio de preparação de prensas è 3 minutos




OPERAÇÃO EM MULTIPROCESSO

Cada operário deve estar preparado para operar 3 (ou mais) máquinas ou tarefas distintas,
exemplo: torno, fresa e furadeira, com isso o operário conhece melhor o produto, as ausências
de mão-de-obra não penalizam setores, o operário é melhor remunerado, aprimora
conhecimentos, adquire espírito coletivo, etc.




MELHORIA DAS ATIVIDADES

O sistema como um todo é integrado, os operários questionam as tarefas e processos, a
qualidade está acima de tudo, e através dos CCQs, aperfeiçoam o sistema, corrigem falhas,
superam desafios, integram a empresa e são recompensados.




CONFIANÇA E RECIPROCIDADE

O Kan Ban integrado no conceito Just in Time, está embaçado na confiança e na reciprocidade
de ação das partes, a qualidade é inerente ao processo, o início de fazer bem é o resultado
final do bem feito. A inspeção da qualidade no recebimento de itens é praticamente
dispensado, visto que o próprio pedido ou solicitação insere a confiança e a reciprocidade
intrinsecamente.

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Kanban e o método de produção just-in-time

  • 1. KAMBAM O Kanban é um método de fabricação orientado para a produção em série. O desenvolvimento deste método é creditado à Toyota Motor Company. O Kanban só é aplicável em sistemas de produção discreta e repetitiva, ou seja, de produtos standardizados e na produção de produtos cuja procura seja relativamente estável, sendo condição essencial que o processo de produção esteja organizado em fluxo. Podemos dizer que o método Kanban é um método de "puxar" a produção a partir da procura, isto é, o ritmo de produção é determinado pelo ritmo de circulação de Kanban’s, o qual, por sua vez, é determinado pelo ritmo de consumo dos produtos, no sentido jusante do fluxo de produção. Os seus principais objectivos são: • regular internamente as flutuações da procura e o volume de produção dos postos de trabalho a fim de evitar a transmissão e ampliação dessas flutuações, • minimizar as flutuações do stock de fabricação com o objectivo de melhorar a gestão (a sua meta é o stock zero), • descentralizar a gestão da fábrica por forma a melhorar o nível de gestão, criando condições para que as chefias directas desempenhem um papel de gestão efectiva da produção e dos stocks em curso de produção, • regular as flutuações do stock de fabricação entre os postos de trabalho devido a diferenças de capacidade entre estes, • produzir a quantidade solicitada no momento em que é solicitado. Significado de Kanban Kanban é uma palavra japonesa que significa "etiqueta" ou "cartão". Assim o Kanban é um cartão rectangular de dimensões reduzidas e normalmente plastificado, que é colocado num contentor. Num Kanban encontra-se inscrito um certo número de informações que variam conforme as empresas, existindo, contudo, informações minimamente indispensáveis que se encontram em todos os kanbans, tais como: • a referência da peça fabricada e da operação, • a capacidade do contentor, • a indicação do posto de trabalho a montante, • a indicação do posto de trabalho a jusante, • número de cartões Kanban em circulação da respectiva referência. Funcionamento do Método Kanban
  • 2. O Kanban funciona como uma encomenda interna colocada a um posto de trabalho e como guia de remessa quando acompanha o produto resultante dessa encomenda. Desta forma, o Kanban é uma "ordem de fabrico" que circula permanentemente no fluxo de produção, acompanhando o fluxo dos materiais no sentido de jusante e voltando sozinho para montante logo que os materiais são consumidos. Desta forma, o ritmo de produção é determinado pelo ritmo de circulação dos cartões (kanban’s), o qual, por sua vez, é determinado pelo ritmo de consumo dos materiais. Um posto de trabalho a jusante comanda assim o posto de trabalho a montante. O Kanban consiste em sobrepor ao fluxo físico dos materiais um fluxo inverso de informações. Observando o que ocorre entre dois postos de trabalho podemos notar que: • o posto de trabalho 2 consome as peças fabricadas pelo posto de trabalho 1. Cada vez que o posto de trabalho 2 utiliza um contentor (C) de peças, retira-lhe o cartão, designado Kanban (K), que reenvia para o posto de trabalho 1. Desta forma, o cartão constitui, para o posto de trabalho 1, uma ordem de fabrico de um contentor de peças, • quando o posto de trabalho 1 termina o fabrico do contentor, coloca-lhe um cartão Kanban. O contentor é, então, encaminhado para o posto de trabalho 2, • entre dois postos de trabalho circulam um número definido de Kanban’s (portanto de contentores), • um cartão Kanban só deixa um contentor para ser devolvido ao posto de trabalho 1, quando o contentor se encontra completamente vazio, • este sistema reflecte-se entre todos os postos de trabalho do mesmo sector de produção. Um Kanban específico apenas circula entre dois postos de trabalho específicos, • os Kanban’s estão, portanto, ou fixados nos contentores que aguardam no posto de trabalho 2 ou no planeamento de Kanban’s no posto de trabalho 1 à espera de transformação de peças. Condições e vantagens da instalação do método Kanban Julgamos que este método é muito simples, tanto em funcionamento como em compreensão, embora não nos possamos iludir pois é muito importante implementar as condições para o êxito de funcionamento do método Kanban. Não nos podemos esquecer que a utilização deste método irá certamente pôr em
  • 3. evidência a maior parte dos problemas da fábrica. Gerir um fluxo de produção pelo método Kanban exige uma grande fluidez, pois longe de regular as perturbações de uma fábrica, este método tem maior tendência para ampliar os efeitos dessas perturbações, contrariamente aos stocks que os amortecem. Por este facto deve-se respeitar um certo número de condições se se pretende que o método funcione. Devemos observar então os seguintes factores: • necessidade de um bom layout da fábrica e dos meios produtivos, • necessidade de tempos curtos para mudança de série, • eliminação de possíveis imprevistos, • desenvolvimento de relações privilegiadas com fornecedores, • polivalência do pessoal e necessária formação dos recursos humanos, • normalização dos componentes e subconjuntos constituintes do produto, o que permite diminuir o número de referências a trabalhar, • a necessidade de nivelar a procura. Por estes factos, o método Kanban apresenta como principais vantagens na sua aplicação as seguintes: • permite expor os problemas da fábrica visto que, quando há perturbações, tem-se por hábito aumentar o nível de stocks para melhorar o débito do fluxo de produtos (será preferível diminuir o nível de stocks, o que provoca a exposição das perturbações, sendo então possível combatê-las eficazmente), • possibilita uma rápida e eficiente circulação, entre os postos de trabalho, da informação respeitante aos problemas da fábrica (avarias, peças defeituosas, etc.), • desenvolve a coesão entre os postos de trabalho, em consequência da sua grande interdependência, • melhora a adaptação da produção à procura, visto que o tempo de reacção a uma modificação eventual da procura é muito curto porque apenas se produz para corresponder à procura, • melhora significativamente o serviço aos clientes, o que, normalmente, se traduz por uma diminuição dos prazos de entrega, • descentraliza e simplifica a gestão, que se efectua directamente na fábrica, • possibilita uma diminuição dos stocks (é um dos seus principais objectivos) e, consequentemente, gera uma libertação de espaços na fábrica, melhor arrumação dos espaços, maior facilidade na gestão de stocks e uma reacção mais rápida a alterações.
  • 4. KAN BAN - JUST IN TIME A técnica japonesa denominada de KAN BAN, integrada no conceito JUST IN TIME, hoje largamente difundida quando se fala sobre produção ou administração de estoque, nasceu na maior fábrica automobilística do Japão, a TOYOTA, está idéia a brotou da iniciativa realizada por Yasuhiro Monden, que fundiu todas estas idéias e conceitos sistematizando-os e difundiu para o resto do mundo, traduzindo para língua inglesa. O fundamento básico desta técnica, está baseado em manter um fluxo contínuo dos produtos que estão sendo manufaturados. O KAN BAN (etiqueta ou cartão), traz como grande inovação o conceito de eliminar estoques (estoque zero), os materiais e componentes agregados ao produto chegam no momento exato de sua produção/execução (just in time). O sucesso deste comportamento está na ênfase dada no processo de manufatura nivelado e de automação - "jidoka" - AUTOCONTROLE. A integração deste fluxo é denominado de produção no momento exato (just in time), isto significa produzir somente os itens necessários na quantidade necessária e na hora certa. Como resultante a força de trabalho e os inventários são reduzidos naturalmente, obtendo-se aumento da produtividade e a redução de custos. Apenas para ilustração, a TOYOTA em 1980, manteve estoque médio inferior a 3 dias. O grande interesse que desperta esta técnica é na redução sensível dos custos. Maior disponibilidade de capital de giro, isto é a diferença entre RECEITA/DESPESA DE IMOBILIZAÇÃO. Outras submetas estão embutidas no sistema como: • controle de qualidade, versatilidade a responder à flutuações da demanda em termos de quantidade e variedades; • qualidade assegurada, garantia de suprimento somente de unidades "boas" nos processos subsequentes; • reconhecimento da condição humana, isto é, os recursos humanos estão diretamente ligado ao sucesso dos objetivos e resultados. Outros conceitos relevantes são adotados, de aplicação sem precedentes em outros sistemas, a saber: • SHEJUNKA - FLEXIBILIDADE DA MÃO-DE-OBRA; • SOIKUFU - PENSAMENTO CRIATIVO OU IDÉIAS INVENTIVAS/INOVADORAS. Outros conceitos práticos estão inseridos no sistema, contribuindo com sucesso nesta performance: • o próprio sistema Kan Ban integrado no conceito Just in Time; • capacidade de adaptação às variações da demanda (razoável alterações na linha de produção); • redução do tempo de preparação de máquinas e execução de produção; • padronização das operações e balanceamento das linhas (apesar das irregularidades); • lay out do posto de trabalho e operários com multifunções, adaptação da mão-de-obra à flexibilidade decorrente;
  • 5. aperfeiçoamento das rotinas através dos grupos e elevação do MORAL dos trabalhadores (CCQ); • sistema de controle visual, a informação é expressa (autocontrole); • sistema de administração por funções, a qualidade das partes (início) é igual a do todo (fim). OPERACIONALIDADE DO SISTEMA Usualmente o Kan Ban é um cartão colocado num envelope retangular de vinil. São usados 2 tipos principais de cartão: • Kan Ban de requisição; • Kan Ban de ordem de produção. O Kan Ban de requisição detalha a quantidade que o processo subsequente deve retirar. O Kan Ban de ordem de produção determina a quantidade que o processo precedente deve produzir. Estes cartões circulam dentro da fábrica, entre as fábricas do grupo e dentro das fábricas cooperativas. Os Kan Ban fornecem informações de retirada de peças e produção, a interação destas operações promovem o equilíbrio da situação just in time. O supridor da linha de montagem que produz um produto ou agregado qualquer, vai à linha de usinagem retirar as peças, portanto um Kan Ban de requisição deixa no local um outro Kan Ban de ordem de produção. PRODUÇÃO SINCRONIZADA Vamos considerar a sincronização da produção pelo uso de um Kan Ban, supondo que um processo de fabricação de motores deve produzir 100 unidades por dia. O processo subsequente requer 5 motores em cada lote, por um Kan Ban de requisição. Estes lotes são retirados 20 vezes por dia, e que corresponde a 100 motores. Caso ocorra necessidade de diminuir em 10% esta produção, como um procedimento de sincronização de planejamento de produção, o processo final neste exemplo, retiraria motores 18 vezes por dia. Se ao contrário fosse um aumento de 10% na produção, os Kan Ban seriam retirados 22 vezes por dia. NIVELAMENTO DE PRODUÇÃO A produção nivelada minimiza a variação na quantidade retirada de cada peça ou componente produzida em cada posto de produção, a velocidade de produção é constante ou a quantidade é fixa em função do tempo. EXEMPLO DE NIVELAMENTO Numa linha de produção para produzir 10.000 veículos, em 20 dias de 8 horas, prevendo: • 5.000 sedãs
  • 6. 2.500 cupês • 2.500 peruas Dividindo estes números por 20 dias de operação, teremos, 250 sedãs, 125 cupês e 125 peruas por dia, isto é a regulagem de produção nivelada por Kan Ban / Just in Time em termos de média diária de cada tipo de carro. PREPARAÇÃO DE MÁQUINAS O ponto mais difícil na promoção nivelada é a preparação. O bom senso diz que a redução de custos pode ser obtida na racionalização das tarefas. Veja exemplo conseguido nas linhas de produção de estamparia obtida na TOYOTA. • 1954 - o tempo médio de preparação de prensas è 3 horas • 1964 - o tempo médio de preparação de prensas è 30 minutos • 1974 - o tempo médio de preparação de prensas è 3 minutos OPERAÇÃO EM MULTIPROCESSO Cada operário deve estar preparado para operar 3 (ou mais) máquinas ou tarefas distintas, exemplo: torno, fresa e furadeira, com isso o operário conhece melhor o produto, as ausências de mão-de-obra não penalizam setores, o operário é melhor remunerado, aprimora conhecimentos, adquire espírito coletivo, etc. MELHORIA DAS ATIVIDADES O sistema como um todo é integrado, os operários questionam as tarefas e processos, a qualidade está acima de tudo, e através dos CCQs, aperfeiçoam o sistema, corrigem falhas, superam desafios, integram a empresa e são recompensados. CONFIANÇA E RECIPROCIDADE O Kan Ban integrado no conceito Just in Time, está embaçado na confiança e na reciprocidade de ação das partes, a qualidade é inerente ao processo, o início de fazer bem é o resultado final do bem feito. A inspeção da qualidade no recebimento de itens é praticamente dispensado, visto que o próprio pedido ou solicitação insere a confiança e a reciprocidade intrinsecamente.