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Fundamentos Epistemológicos
e Históricos da Psicologia

Roney Gusmão
Leonardo Lopes
O que é conhecimento?
 Na Grécia antiga, notava-se a mitologia
como forma de explicar o mundo; entre tribos
indígenas, explicações místicas; entre o
conhecimento popular reina a superstição; na
sociedade moderna, mitos sofisticados
criados pela mídia, internet, horóscopo etc.
 A mitologia perdeu credibilidade, solicitando
o conhecimento científico para apoiar as
ideias na sociedade.
 O contexto histórico revela as formas
encontradas pelo homem para leitura do
mundo.

Filosofia e Psicologia







O que de filosófico tem a psicologia?
A subjetividade influenciando os fenômenos
mentais.
A tentativa inicial foi compreender a relação
entre ESTÍMULO FÍSICO e a PERCEPÇÃO.
Para Fechner, a quantidade de estímulos
mentais depende da quantidade de
estímulos físicos. Este estudo é designado
PSICOFÍSICA.
No início do século XIX, Kant afirmava que a
psicologia jamais se tornaria ciência, pois os
processos psicológicos não eram mensuráveis
ou experimentáveis.
O método de estudo de Wundt era o da
introspecção analítica: Considerava as
sensações e os sentimentos formas
da experiência.
 A tentativa de consolidar a psicologia como
ciência desencadeou em correntes, como:
estruturalismo, funcionalismo,
behaviorismo e gestalt.

Psicologia: bases
epistemológicas








O termo psicologia (Ψυχολογια), corresponde a
psiqué (alma) + logos (lógica, estudo).
Para os antigos, alma significa sopro (fôlego)
derivado de uma força mística que deveria ser
melhor entendida.
Características comuns a maioria das religiões
são: reconhecimento de uma força sobrenatural, a
mediação sacerdotal, o uso de rituais para
estabelecer uma relação com o sagrado e um
senso comunitário.
Consideraremos o pensamento grego por ter sido
estruturante da concepção psicológica ocidental.
Na ideia grega, corpo e alma eram entidades
separadas.
A Grécia Antiga







Fatores que estimularam o surgimento da
filosofia: a vida urbana (a pólis grega), o
surgimento do calendário, da escrita, dos
espaços públicos, das leis, da política e da
democracia, da educação por meio do
discurso.
Essas características sociais despertaram o
interesse por compreender o homem e sua
inserção na sociedade.
As riquezas geraram crescimento que exigiam
organização social.
Nesse contexto, as reflexões filosóficas
introduzem o homem em suas reflexões,
surgindo as primeiras tentativas de
sistematizar a psicologia.
Vídeo: Grécia Antiga – parte II
Filósofos Pré-socráticos
Preocupavam-se em definir a relação do
homem com o mundo através da percepção.
Idealistas: a ideia forma o mundo.
Materialistas: a matéria que forma o mundo já
é dada para a percepção.
 Os pré-socráticos se centravam nas
manifestações físicas, enquanto que a alma
(psiqué), sempre era transportada para um
campo místico.
 Pré-socráticos: Heráclito, Parmênides,
Pitágoras, Demócrito

O nascimento da
subjetividade
Pitágoras (480-410 a.C.) acreditava ser
impossível a criação de verdades universais.
 "o homem é a medida de todas as coisas, das
que são enquanto são e das que não são
enquanto não são”.
 Para ele, o que é dito, é dito numa circunstância
e o seu valor limita-se a este momento.
 É importante mencionar os exageros do
relativismo subjetivista dos sofistas. Estas
posições levaram ao ceticismo, a indiferença
total das coisas exteriores, desde que era
impossível o conhecimento de sua verdadeira

Período Cosmológico






Tales (640-540 a.C.): Preocupado com o
movimento e transformação das coisas.
Acreditava que a água era a substância
elementar que nutre a vida.
Heráclito (540-475 a.C.): Entendia que o mundo
não poderia ser explicado de modo simplório.
Observa que o mundo está em constante
mudança e que o permanente era apenas
ilusão dos sentidos. O conflito e a contradição
eram forças essenciais do devenir.
Pitágoras (570-496 a.C.): Os números são a
essência permanente das coisas. Os conceitos
matemáticos são imóveis e expressam a
regularidade e ritmo que regem o mundo.
Anaxágoras (499-428 a. C.): Acreditava que
“tudo está em tudo, pois em cada coisa há
uma parte de todas as coisas”. A
diversidade deriva da combinação dos
elementos do todo. Influencia a psicologia
na concepção acerca da complexidade das
relações na formação dos sujeitos.
 Demócrito (460-370 a. C.): Considerava o
universo composto por átomos materiais
indivisíveis. Considerava o pensamento
humano como determinado por agentes
externos (determinismo).

Como uma onda
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará

A vida vem em ondas como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir, nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Psique na mitologia grega
Psiquê é uma personagem da mitologia
grega, personificação da alma.
Seu mito a cita como uma bela mortal por
quem Eros, o deus do amor, se apaixonou.
Tão bela que despertou a fúria de Afrodite,
deusa da beleza e do amor, mãe de Eros .
A deusa mandou seu filho atingir Psiquê
com suas flechas, fazendo-a se apaixonar
pelo ser mais monstruoso existente. Mas,
ao contrário do esperado, Eros acaba se
apaixonando pela moça - acredita-se que
tenha sido espetado acidentalmente por
uma de suas próprias setas.
Com o próprio deus do Amor apaixonado
por ela, suas setas não foram lançadas para
ninguém. O tempo passava, Psiquê não
gostara de ninguém, e nenhum de seus
admiradores tornara-se seu pretendente.
Sócrates (469-399 a. C.)











Para Sócrates, o fim da filosofia é a educação moral
do homem.
Discutiu o limite que separa o homem dos animais.
Entendeu a razão como principal característica
humana.
A razão permitia aos homens conterem os instintos.
Para ele, o conhecimento fundamental era o
“conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates todo o
saber deve estar dirigido para o conhecimento da
realidade do homem.
Ele era capaz de achar problemas em qualquer
situação e estava muito mais preocupado em
questionar do que em solucionar.
Por ser filho de uma parteira, dizia-se um parteiro
“Sábio é aquele que conhece os limites da própria
ignorância.”
sócrates

A morte de Sócrates por Jacques Louis David (1787).
Platão (427 – 347 a. C.)
O mundo das ideias é fixo, situado num mundo mutável;
 O ideal existe apenas na imaginação do sujeito;




O mundo material é apenas uma cópia imperfeita desse
mundo ideal.



Platão conclui que o mundo das ideias é o mundo real. O mundo
material é imperfeito, perecível e degenerável;



O homem seria um ser dualista composto de mente x corpo.

O mundo real (sensível) é finito, enquanto que o mundo das
ideias (suprassensível) transita entre gerações e se mantém
dinâmico;
 A concepção de bom x mau; belo x feio; digno x medíocre... Se
mantém e perpassa gerações;
 Esta concepção influenciou a moralidade cristã ocidental.
 A alma (psiqué) está dissociada do corpo e, portanto, se eterniza,

Essa divisão seria o que mais tarde foi chamada de
faculdades da alma. Como consequência desse princípio,
a sociedade ideal três categorias de homem:
1) a dos servos, ou escravos – onde estariam também
incluídos os industriais, os comerciantes e os
agricultores, responsáveis pelo sustento, ocupariam a
parte inferior da sociedade, pois exerceria apenas
funções ligadas à satisfação das necessidades
orgânicas desse grupo seria a temperança;
2) a dos soldados homens da emoção, coração, ocuparia o
segundo lugar na escala social o seu grande distintivo;
3) intelectual o homem das ideias esse é o que deveria
governar, seria o soberano - para isso, deveria ter
sabedoria e prudência, sem esquecer a justiça, pois é
esta que vai assegurar a harmonia nas relações dos
indivíduos e das classes.
A tendência de supervalorizar o intelectual e desvalorizar o
que ématerial trouxe repercussões muito sérias para toda a
sociedade ocidental pelo dualismo: trabalho intelectual x
A Escola de Atenas (Scuola di Atenas ) foi pintada por Rafael entre 1509 e 1510.










Houve cristianização das ideias platônicas:
negatividade da carne, concepção de pecado,
imaterialidade do espírito, fugacidade da
matéria...;
Em Platão, o homem tem três faculdades: a
racional na cabeça, a passional ou colérica no
coração e no baixo ventre como estomago que é
a alma apetitiva ou concupiscível, que tem
objetivo de suprir as necessidades primárias do
homem;
A razão deveria controlar toda a alma apetitiva,
pelo controle racional, pode-se reprimir as paixões
(deixar levar-se por...);
Nesse sentido, o homem deveria se dedicar a
tudo aquilo que valoriza o mundo racional e ético
(Vídeo – mito das cavernas);
Este ideário influencia a própria concepção de
política em Platão, ao comparar o organismo
social com o corpo humano.
Meghan Vogel, 17 anos,
ficou em último lugar na
corrida de 3200 metros
quando ela alcançou a
competidora Arden
McMath, cujo corpo já
não aguentava mais
correr. AO invés de
ultrapassá-la para não
ficar em última, Vogel
colocou o braço de
McMath nos seus
ombros, carregou 30
metros, e então
empurrou-a para a linha
de chegada antes de
atravessá-la.
Aristóteles (384 – 322 a. C.)









Não acreditava na existência de idéias inatas e
nem no mundo das idéias. A criança, ao nascer,
não traz nenhuma bagagem de conhecimento.
Vem como um papel em branco – onde nada foi
escrito: uma "tabula rasa".
Subordina tudo ao mundo sensível. Na ideia de
Aristóteles “não há nada em nossa mente sem que
antes tenha passado pelo sentido”;
Assim a base epistemológica de Aristóteles advém
do mundo sensível: Primeiro olho, capturo a ideia,
depois abstraio (do latim, “isolar”, “separar”);
Para ele, mente e corpo são indivisíveis.
A alma (psiqué) e o corpo compõem uma unidade,
portanto, ambos são finitos.
Epicuro (341 – 271 a. C.)









Para Epicuro, a felicidade é o prazer resultante da
satisfação dos desejos;
Transporta a essência para a meterialidade do ser
humano;
As angústias humanas se situam nas
preocupações religiosas e as superstições;
Todo o universo, inclusive o homem, é composto
materialmente;
Para alcance da felicidade, cabe alimentar certos
desejos e moderar outros;
Contentar-se com pouco seria o segredo para ser
feliz.
Idade Média (Séc. V-XV)











Escassa produção filosófica e
científica, devido ao caráter
teocêntrico desta época;
A fé cristã sempre tinha a última
palavra;
Perdeu-se a noção de
individualidade do ser humano;
Os servos eram considerados
propriedade, vistos como um todo
coletivo e não como indivíduo;
A ética nesse período também
adquiriu significado
individualizante.
Perderam-se reflexões coletivistas
capazes de valorizar o homem como
A Patrística
É a filosofia dos primeiros padres da Igreja.
A preocupação central era aluta contra o paganismo,
as heresias e a defesa dos dogmas cristãos. Faziam
uso do platonismo para a elucidação dos dogmas.
 Entre esses encontram-se: Santo Ambrósio (340-397),
Trier - Alemanha; São Jerónimo 2 (347-419), Stribo Dalmácia; Santo Agostinho (354-430).
 Destaca-se, aqui, Santo Agostinho, que distingue a
presença do passado, a presença do presente e a
presença do futuro.
A presença do passado é coberta pela memória; a
presença do presente é a própria percepção; a
presença do futuro é a prospecção.
No estudo da memória, fala, ainda, sobre o
esquecimento, definindo-o como a "presença de uma
ausência".


A Escolástica
Afirma que não pode haver contradição entre
as verdades provenientes da experiência dos
sentidos, porta de todo o conhecimento, e as
verdades da fé, pois provêm da mesma
fonte: Deus.
 Quanto á educação, Tomás de Aquino
entende que a alma possui cinco gêneros de
potência ou faculdades: a negativa, a
sensitiva, a apetitiva, a locomotiva e a
intelectual. Põe em relevo o papel da
vontade para dominar a natureza falível do
homem. No entanto, sua vitória depende da
ajuda da Providência Divina, e as regras
estão estabelecidas na Sagrada Escritura.





A escolástica discorda de Platão, pois não
concebe o conhecimento (ideias) como
inatas ao ser.
Porém, encontram-se, no início do
cristianismo, adeptos de Platão, no que
concerne a esse ponto. Assim, vê-se, em
São Paulo - epístola aos romanos 2,14 - "Os
pagãos, que não têm Lei, fazendo
naturalmente as coisas que são da Lei,
embora não tenham a Lei, a si mesmos
servem de Lei: eles mostram que a obra da
Lei está escrita em seus corações, dandolhes testemunho a sua consciência, bem
como os seus julgamentos com os quais eles
se escusam". Assim, São Paulo admite a
existência das ideias inatas.









Renascimento (Séc. XIIIXVII)classe em
A burguesia,
ascensão, discordava do
teocentrismo, valorizando o
antropocentrismo;
Retoma-se elementos da
cultura grega (quanto à
racionalidade) e romana (no
campo do direito);
Surge a noção de
individualidade;
Isto não quer dizer que o
cristianismo tenha sido
extinto, ele perdura até os
dias atuais, mas ocorre uma
sobrevalorização da ótica
racionalista;
Há o surgimento de uma linha
de investigação crítica.
O pensamento renascentista











A burguesia estimula a busca de novos
caminhos ao conhecimento;
No plano geográfico, houve a expansão
geográfica, devido aos grandes
descobrimentos.
No plano espiritual, verificou-se a queda do
dogmatismo.
No plano religioso, deu-se a Reforma e
Contra-Reforma.
No plano das ciências, por exemplo, a
biologia evoluiu com a dissecação dos
cadáveres.
No plano literário, houve a recuperação da
estética grega.
No plano da Astronomia, foi confirmado o
sistema heliocêntrico.
Houve ainda mudanças no sistema
econômico, com a afirmação do
mercantilismo, no sistema político, com a










A ciência chegou à Idade Moderna
num estágio primitivo de
desenvolvimento.
A causa desse atraso deveu-se,
basicamente, porque todo o
conhecimento foi, na Idade Média,
tutelado pela Igreja e deveria estar de
acordo com a Revelação Divina
contida na Sagrada Escritura.
O Renascimento veio, assim,
despertar a consciência para a
formação do espírito científico.
A organização do método científico
foi condição para desenvolvimento
das ciências.
Utilizava a observação, a
experimentação e a quantificação, o
que resultou na organização do
método científico, cujo uso foi
priorizado a partir de então. Diz-se,
dos cientistas da época, que tiveram
imensa paciência na observação e
grande audácia na formulação das
hipóteses.

O despertar da
Ciência










O desvendar dos segredos da
anatomia, até então desconhecida,
deu incremento às pesquisas sobre
as sensações, através do estudo
dos órgãos dos sentidos.
Os estudiosos do assunto chegaram
à conclusão que seria impossível
deixar de lado, por exemplo, o olho
que vê e o objeto visto.
Para eles, existem processos
complexos que intervêm entre o
objeto físico e a percepção
psicológica do mesmo.
Seria preciso, assim, estudar a
natureza do organismo que reage,
pois este está interposto entre a
percepção e o seu estímulo externo.
Com isto, teriam encontrado a
resposta à grande questão do
dualismo: mente x corpo, físico x
psíquico, material x imaterial, que
tanto preocupou os filósofos antigos
como os da época.

A Psicologia
Científica













A quantificação ocupou lugar de destaque e foi a
novidade da época.
O astrônomo mediu o curso das estrelas e dos
planetas e estabeleceu o sistema heliocêntrico,
etc.; o químico quantificou as reações químicas, o
fisiologista mensurou as reações psicofísicas no
animal e no homem, e assim por diante.
A psicofísica tentou, entre outras coisas, determinar
o tempo gasto entre um estímulo e a resposta.
Procurou-se, ainda, medir qual a interferência de
variáveis múltiplas (maior ou menor atenção,
ambiente mais ou menos barulhento, maior ou
menor quantidade de luz), no tempo de reação do
indivíduo.
Essas medidas são utilizadas, ainda, nos testes
vocacionais, em que se mede a aptidão para
determinadas profissões.
Além da quantificação, a estatística colaborou com
a ciência, no que concerne à comparação de dados
e na eliminação de tendências pessoais ou
subjetivas nas pesquisas, tornando os resultados
mais objetivos e, portanto, mais confiáveis.
O campo estava preparado para o desabrochar da
psicologia científica, experimental. O seu
aparecimento é um prolongamento do
aparecimento do método científico.
O empirismo crítico Os filósofos do empirismo
crítico possuíam as
mesmas preocupações
dos filósofos gregos:
desejavam saber de que
era feito o mundo e como
era possível, ao homem,
conhecê-lo.
 Investigaram a natureza
dos fenômenos psíquicos
e como esses se
relacionam com o mundo
dos objetos.
 O empirismo se baseia na
experiência,
contrastando com o
racionalismo que se
baseia na razão inata.











Precursor do rompimento com o
dogmatismo católico.
Parte do princípio que, antes de se
aceitar qualquer verdade, esta deve
ser questionada.
A dúvida era, portanto, usada como
método de estudo, por isso foi
chamada de dúvida metódica.
Para ele, a ação do corpo tem
função mecânica, no entanto, a
alma pensante, que o homem
possui, atua e modifica estes
mecanismos.
Descartes achava que somente as
ideias matemáticas e religiosas são
inatas.
Descartes, filosoficamente, se
mantém, entre os nativistas e
empiristas, pois, ao mesmo tempo
que aceita que algumas ideias

René
Descartes
(1596-1650)

“Penso, logo,
existo”.













Segue a tendência aristotélica no
concernente à aquisição do
conhecimento. O conhecimento é o
resultado da sensação e se fundamenta
na experiência sensível.
Hobbes tem uma visão materialista do
homem.
O homem não seria livre, pois estaria
condicionado por um determinismo
natural.
Hobbes era antiliberal, antidemocrata e
a favor da monarquia absolutista.
Justificava sua posição, afirmando que
o egoísmo é natural ao homem, assim
como a sua autopreservação, ou seja,
a busca incessante daquilo que é
necessário e cômodo à sua existência.
Associa a ideia de amor ao prazer
(epicurismo) e a do ódio ao desprazer.
Tinha uma visão pessimista do
homem. Acreditava, ainda, que,
basicamente, a sua natureza era má e
que agia motivado pela sede, medo,
fome e amor-próprio.

Thomas Hobbes
(1588-1679)

“O homem é lobo do homem,
em guerra de todos contra
todos".
A criança, ao nascer, é uma
"tabula rasa" - papel em
branco - todo conhecimento é
adquirido através da
experiência.
 As sensações, imagens e
idéias formam o conteúdo da
mente.
 A percepção sensorial
consciente constitui, portanto,
a base do conhecimento e
recebe, quase que
passivamente, a influência de
estímulos externos.
 Pode-se dizer que Locke foi
filosoficamente empirista, isto


John Locke
(1632-1704)









Rousseau
Para Rousseau, a causa dos
problemas está no surgimento da
(1712-1778)
propriedade privada;
A desigualdade corrompe o
indivíduo;
Fato que inibe a legitimidade do
contrato social;
O contrato social só é válido se o
povo consentir na sua
constituição: “respeitar as leis é
obedecer à vontade geral e , ao
mesmo tempo, a si mesmo...”;
Vontade individual (egoísta) X
Vontade coletiva;
Defendeu a democracia direta.









Reconhece que o homem não é só
Immanuel Kant
razão pura, mas também prática.
Sua consciência moral é uma
(1724-1804)
realidade em que a razão atua
sobre a ação.
Kant afirma que não se pode
conhecer a natureza e a alma a
não ser através de suas
manifestações (fenômenos) e,
portanto de forma empírica
Kant reconhece o poder do
intelecto somente em relação à
experiência, pois qualquer outro
conhecimento fora dela é inválido,
sem fundamento.
“O homem não é nada além
0 conhecimento, para ser
daquilo que a educação faz dele.”
científico, tem que ser empírico.
O conhecimento racional, do qual










A organização econômica
proposta pelo capitalismo
altera o modo de inserção
humana na sociedade.
Diferente da sociedade feudal,
que considerava o mundo
como algo estático, agora o
homem adquire status central.
A busca por matérias-primas e
a necessidade de maximizar
a produção valorizou o
racionalismo.
O capitalismo tornou todos os
seres humanos em potenciais
consumidores.
Para aquisição de lucro, era
necessária uma apropriação
da natureza potencializada
pela ciencias.

A era
capitalista
Nesse contexto, as
preocupações se voltam ao
próprio homem.
Hegel: valoriza a história para
compreensão do homem;
Darwin: entende a compreensão
do homem por meio do
evolucionismo;
Rousseau: defendeu a
democracia.
 O surgimento da máquina
gerou no homem a sensação
de controle do ESPAÇO e do
TEMPO.
 Este fato gerou o desejo por
entender também o homem
numa ótica racionalista.
 À medida que se torna possível
mensurar os fenômenos

Fez uso do materialismo já
utilizado no período
cosmológico da Grécia
Clássica.
 Percebe os efeitos nefastos do
capitalismo que confisca o
direito sociais e políticos dos
cidadãos.
 Propõe o socialismo como meio
de viabilizar o acesso aos
recursos necessários à vida.
 Marca o pensamento
moderno, inspirando muitos em
reflexões e mobilizações
contrárias ao modelo de
organização desigual do
sistema.
 Entende que a base suficiente
para a vida humana está na
matéria, negligenciando
aspectos subjetivos que são


Karl Marx
(1818-1883)
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia

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Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia

  • 1. Fundamentos Epistemológicos e Históricos da Psicologia Roney Gusmão Leonardo Lopes
  • 2. O que é conhecimento?  Na Grécia antiga, notava-se a mitologia como forma de explicar o mundo; entre tribos indígenas, explicações místicas; entre o conhecimento popular reina a superstição; na sociedade moderna, mitos sofisticados criados pela mídia, internet, horóscopo etc.  A mitologia perdeu credibilidade, solicitando o conhecimento científico para apoiar as ideias na sociedade.  O contexto histórico revela as formas encontradas pelo homem para leitura do mundo. 
  • 3. Filosofia e Psicologia      O que de filosófico tem a psicologia? A subjetividade influenciando os fenômenos mentais. A tentativa inicial foi compreender a relação entre ESTÍMULO FÍSICO e a PERCEPÇÃO. Para Fechner, a quantidade de estímulos mentais depende da quantidade de estímulos físicos. Este estudo é designado PSICOFÍSICA. No início do século XIX, Kant afirmava que a psicologia jamais se tornaria ciência, pois os processos psicológicos não eram mensuráveis ou experimentáveis.
  • 4. O método de estudo de Wundt era o da introspecção analítica: Considerava as sensações e os sentimentos formas da experiência.  A tentativa de consolidar a psicologia como ciência desencadeou em correntes, como: estruturalismo, funcionalismo, behaviorismo e gestalt. 
  • 5. Psicologia: bases epistemológicas      O termo psicologia (Ψυχολογια), corresponde a psiqué (alma) + logos (lógica, estudo). Para os antigos, alma significa sopro (fôlego) derivado de uma força mística que deveria ser melhor entendida. Características comuns a maioria das religiões são: reconhecimento de uma força sobrenatural, a mediação sacerdotal, o uso de rituais para estabelecer uma relação com o sagrado e um senso comunitário. Consideraremos o pensamento grego por ter sido estruturante da concepção psicológica ocidental. Na ideia grega, corpo e alma eram entidades separadas.
  • 6. A Grécia Antiga     Fatores que estimularam o surgimento da filosofia: a vida urbana (a pólis grega), o surgimento do calendário, da escrita, dos espaços públicos, das leis, da política e da democracia, da educação por meio do discurso. Essas características sociais despertaram o interesse por compreender o homem e sua inserção na sociedade. As riquezas geraram crescimento que exigiam organização social. Nesse contexto, as reflexões filosóficas introduzem o homem em suas reflexões, surgindo as primeiras tentativas de sistematizar a psicologia. Vídeo: Grécia Antiga – parte II
  • 7. Filósofos Pré-socráticos Preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção. Idealistas: a ideia forma o mundo. Materialistas: a matéria que forma o mundo já é dada para a percepção.  Os pré-socráticos se centravam nas manifestações físicas, enquanto que a alma (psiqué), sempre era transportada para um campo místico.  Pré-socráticos: Heráclito, Parmênides, Pitágoras, Demócrito 
  • 8. O nascimento da subjetividade Pitágoras (480-410 a.C.) acreditava ser impossível a criação de verdades universais.  "o homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são e das que não são enquanto não são”.  Para ele, o que é dito, é dito numa circunstância e o seu valor limita-se a este momento.  É importante mencionar os exageros do relativismo subjetivista dos sofistas. Estas posições levaram ao ceticismo, a indiferença total das coisas exteriores, desde que era impossível o conhecimento de sua verdadeira 
  • 9. Período Cosmológico    Tales (640-540 a.C.): Preocupado com o movimento e transformação das coisas. Acreditava que a água era a substância elementar que nutre a vida. Heráclito (540-475 a.C.): Entendia que o mundo não poderia ser explicado de modo simplório. Observa que o mundo está em constante mudança e que o permanente era apenas ilusão dos sentidos. O conflito e a contradição eram forças essenciais do devenir. Pitágoras (570-496 a.C.): Os números são a essência permanente das coisas. Os conceitos matemáticos são imóveis e expressam a regularidade e ritmo que regem o mundo.
  • 10. Anaxágoras (499-428 a. C.): Acreditava que “tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma parte de todas as coisas”. A diversidade deriva da combinação dos elementos do todo. Influencia a psicologia na concepção acerca da complexidade das relações na formação dos sujeitos.  Demócrito (460-370 a. C.): Considerava o universo composto por átomos materiais indivisíveis. Considerava o pensamento humano como determinado por agentes externos (determinismo). 
  • 11. Como uma onda Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa, tudo sempre passará A vida vem em ondas como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo no mundo Não adianta fugir, nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar
  • 12.
  • 13.
  • 14. Psique na mitologia grega Psiquê é uma personagem da mitologia grega, personificação da alma. Seu mito a cita como uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor, se apaixonou. Tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros . A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas, fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do esperado, Eros acaba se apaixonando pela moça - acredita-se que tenha sido espetado acidentalmente por uma de suas próprias setas. Com o próprio deus do Amor apaixonado por ela, suas setas não foram lançadas para ninguém. O tempo passava, Psiquê não gostara de ninguém, e nenhum de seus admiradores tornara-se seu pretendente.
  • 15. Sócrates (469-399 a. C.)        Para Sócrates, o fim da filosofia é a educação moral do homem. Discutiu o limite que separa o homem dos animais. Entendeu a razão como principal característica humana. A razão permitia aos homens conterem os instintos. Para ele, o conhecimento fundamental era o “conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates todo o saber deve estar dirigido para o conhecimento da realidade do homem. Ele era capaz de achar problemas em qualquer situação e estava muito mais preocupado em questionar do que em solucionar. Por ser filho de uma parteira, dizia-se um parteiro
  • 16. “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.” sócrates A morte de Sócrates por Jacques Louis David (1787).
  • 17. Platão (427 – 347 a. C.) O mundo das ideias é fixo, situado num mundo mutável;  O ideal existe apenas na imaginação do sujeito;   O mundo material é apenas uma cópia imperfeita desse mundo ideal.  Platão conclui que o mundo das ideias é o mundo real. O mundo material é imperfeito, perecível e degenerável;  O homem seria um ser dualista composto de mente x corpo. O mundo real (sensível) é finito, enquanto que o mundo das ideias (suprassensível) transita entre gerações e se mantém dinâmico;  A concepção de bom x mau; belo x feio; digno x medíocre... Se mantém e perpassa gerações;  Esta concepção influenciou a moralidade cristã ocidental.  A alma (psiqué) está dissociada do corpo e, portanto, se eterniza, 
  • 18. Essa divisão seria o que mais tarde foi chamada de faculdades da alma. Como consequência desse princípio, a sociedade ideal três categorias de homem: 1) a dos servos, ou escravos – onde estariam também incluídos os industriais, os comerciantes e os agricultores, responsáveis pelo sustento, ocupariam a parte inferior da sociedade, pois exerceria apenas funções ligadas à satisfação das necessidades orgânicas desse grupo seria a temperança; 2) a dos soldados homens da emoção, coração, ocuparia o segundo lugar na escala social o seu grande distintivo; 3) intelectual o homem das ideias esse é o que deveria governar, seria o soberano - para isso, deveria ter sabedoria e prudência, sem esquecer a justiça, pois é esta que vai assegurar a harmonia nas relações dos indivíduos e das classes. A tendência de supervalorizar o intelectual e desvalorizar o que ématerial trouxe repercussões muito sérias para toda a sociedade ocidental pelo dualismo: trabalho intelectual x
  • 19. A Escola de Atenas (Scuola di Atenas ) foi pintada por Rafael entre 1509 e 1510.
  • 20.
  • 21.      Houve cristianização das ideias platônicas: negatividade da carne, concepção de pecado, imaterialidade do espírito, fugacidade da matéria...; Em Platão, o homem tem três faculdades: a racional na cabeça, a passional ou colérica no coração e no baixo ventre como estomago que é a alma apetitiva ou concupiscível, que tem objetivo de suprir as necessidades primárias do homem; A razão deveria controlar toda a alma apetitiva, pelo controle racional, pode-se reprimir as paixões (deixar levar-se por...); Nesse sentido, o homem deveria se dedicar a tudo aquilo que valoriza o mundo racional e ético (Vídeo – mito das cavernas); Este ideário influencia a própria concepção de política em Platão, ao comparar o organismo social com o corpo humano.
  • 22.
  • 23.
  • 24. Meghan Vogel, 17 anos, ficou em último lugar na corrida de 3200 metros quando ela alcançou a competidora Arden McMath, cujo corpo já não aguentava mais correr. AO invés de ultrapassá-la para não ficar em última, Vogel colocou o braço de McMath nos seus ombros, carregou 30 metros, e então empurrou-a para a linha de chegada antes de atravessá-la.
  • 25.
  • 26.
  • 27. Aristóteles (384 – 322 a. C.)      Não acreditava na existência de idéias inatas e nem no mundo das idéias. A criança, ao nascer, não traz nenhuma bagagem de conhecimento. Vem como um papel em branco – onde nada foi escrito: uma "tabula rasa". Subordina tudo ao mundo sensível. Na ideia de Aristóteles “não há nada em nossa mente sem que antes tenha passado pelo sentido”; Assim a base epistemológica de Aristóteles advém do mundo sensível: Primeiro olho, capturo a ideia, depois abstraio (do latim, “isolar”, “separar”); Para ele, mente e corpo são indivisíveis. A alma (psiqué) e o corpo compõem uma unidade, portanto, ambos são finitos.
  • 28. Epicuro (341 – 271 a. C.)       Para Epicuro, a felicidade é o prazer resultante da satisfação dos desejos; Transporta a essência para a meterialidade do ser humano; As angústias humanas se situam nas preocupações religiosas e as superstições; Todo o universo, inclusive o homem, é composto materialmente; Para alcance da felicidade, cabe alimentar certos desejos e moderar outros; Contentar-se com pouco seria o segredo para ser feliz.
  • 29. Idade Média (Séc. V-XV)       Escassa produção filosófica e científica, devido ao caráter teocêntrico desta época; A fé cristã sempre tinha a última palavra; Perdeu-se a noção de individualidade do ser humano; Os servos eram considerados propriedade, vistos como um todo coletivo e não como indivíduo; A ética nesse período também adquiriu significado individualizante. Perderam-se reflexões coletivistas capazes de valorizar o homem como
  • 30.
  • 31. A Patrística É a filosofia dos primeiros padres da Igreja. A preocupação central era aluta contra o paganismo, as heresias e a defesa dos dogmas cristãos. Faziam uso do platonismo para a elucidação dos dogmas.  Entre esses encontram-se: Santo Ambrósio (340-397), Trier - Alemanha; São Jerónimo 2 (347-419), Stribo Dalmácia; Santo Agostinho (354-430).  Destaca-se, aqui, Santo Agostinho, que distingue a presença do passado, a presença do presente e a presença do futuro. A presença do passado é coberta pela memória; a presença do presente é a própria percepção; a presença do futuro é a prospecção. No estudo da memória, fala, ainda, sobre o esquecimento, definindo-o como a "presença de uma ausência".  
  • 32. A Escolástica Afirma que não pode haver contradição entre as verdades provenientes da experiência dos sentidos, porta de todo o conhecimento, e as verdades da fé, pois provêm da mesma fonte: Deus.  Quanto á educação, Tomás de Aquino entende que a alma possui cinco gêneros de potência ou faculdades: a negativa, a sensitiva, a apetitiva, a locomotiva e a intelectual. Põe em relevo o papel da vontade para dominar a natureza falível do homem. No entanto, sua vitória depende da ajuda da Providência Divina, e as regras estão estabelecidas na Sagrada Escritura. 
  • 33.   A escolástica discorda de Platão, pois não concebe o conhecimento (ideias) como inatas ao ser. Porém, encontram-se, no início do cristianismo, adeptos de Platão, no que concerne a esse ponto. Assim, vê-se, em São Paulo - epístola aos romanos 2,14 - "Os pagãos, que não têm Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, embora não tenham a Lei, a si mesmos servem de Lei: eles mostram que a obra da Lei está escrita em seus corações, dandolhes testemunho a sua consciência, bem como os seus julgamentos com os quais eles se escusam". Assim, São Paulo admite a existência das ideias inatas.
  • 34.
  • 35.      Renascimento (Séc. XIIIXVII)classe em A burguesia, ascensão, discordava do teocentrismo, valorizando o antropocentrismo; Retoma-se elementos da cultura grega (quanto à racionalidade) e romana (no campo do direito); Surge a noção de individualidade; Isto não quer dizer que o cristianismo tenha sido extinto, ele perdura até os dias atuais, mas ocorre uma sobrevalorização da ótica racionalista; Há o surgimento de uma linha de investigação crítica.
  • 36. O pensamento renascentista         A burguesia estimula a busca de novos caminhos ao conhecimento; No plano geográfico, houve a expansão geográfica, devido aos grandes descobrimentos. No plano espiritual, verificou-se a queda do dogmatismo. No plano religioso, deu-se a Reforma e Contra-Reforma. No plano das ciências, por exemplo, a biologia evoluiu com a dissecação dos cadáveres. No plano literário, houve a recuperação da estética grega. No plano da Astronomia, foi confirmado o sistema heliocêntrico. Houve ainda mudanças no sistema econômico, com a afirmação do mercantilismo, no sistema político, com a
  • 37.      A ciência chegou à Idade Moderna num estágio primitivo de desenvolvimento. A causa desse atraso deveu-se, basicamente, porque todo o conhecimento foi, na Idade Média, tutelado pela Igreja e deveria estar de acordo com a Revelação Divina contida na Sagrada Escritura. O Renascimento veio, assim, despertar a consciência para a formação do espírito científico. A organização do método científico foi condição para desenvolvimento das ciências. Utilizava a observação, a experimentação e a quantificação, o que resultou na organização do método científico, cujo uso foi priorizado a partir de então. Diz-se, dos cientistas da época, que tiveram imensa paciência na observação e grande audácia na formulação das hipóteses. O despertar da Ciência
  • 38.      O desvendar dos segredos da anatomia, até então desconhecida, deu incremento às pesquisas sobre as sensações, através do estudo dos órgãos dos sentidos. Os estudiosos do assunto chegaram à conclusão que seria impossível deixar de lado, por exemplo, o olho que vê e o objeto visto. Para eles, existem processos complexos que intervêm entre o objeto físico e a percepção psicológica do mesmo. Seria preciso, assim, estudar a natureza do organismo que reage, pois este está interposto entre a percepção e o seu estímulo externo. Com isto, teriam encontrado a resposta à grande questão do dualismo: mente x corpo, físico x psíquico, material x imaterial, que tanto preocupou os filósofos antigos como os da época. A Psicologia Científica
  • 39.        A quantificação ocupou lugar de destaque e foi a novidade da época. O astrônomo mediu o curso das estrelas e dos planetas e estabeleceu o sistema heliocêntrico, etc.; o químico quantificou as reações químicas, o fisiologista mensurou as reações psicofísicas no animal e no homem, e assim por diante. A psicofísica tentou, entre outras coisas, determinar o tempo gasto entre um estímulo e a resposta. Procurou-se, ainda, medir qual a interferência de variáveis múltiplas (maior ou menor atenção, ambiente mais ou menos barulhento, maior ou menor quantidade de luz), no tempo de reação do indivíduo. Essas medidas são utilizadas, ainda, nos testes vocacionais, em que se mede a aptidão para determinadas profissões. Além da quantificação, a estatística colaborou com a ciência, no que concerne à comparação de dados e na eliminação de tendências pessoais ou subjetivas nas pesquisas, tornando os resultados mais objetivos e, portanto, mais confiáveis. O campo estava preparado para o desabrochar da psicologia científica, experimental. O seu aparecimento é um prolongamento do aparecimento do método científico.
  • 40.
  • 41. O empirismo crítico Os filósofos do empirismo crítico possuíam as mesmas preocupações dos filósofos gregos: desejavam saber de que era feito o mundo e como era possível, ao homem, conhecê-lo.  Investigaram a natureza dos fenômenos psíquicos e como esses se relacionam com o mundo dos objetos.  O empirismo se baseia na experiência, contrastando com o racionalismo que se baseia na razão inata.
  • 42.       Precursor do rompimento com o dogmatismo católico. Parte do princípio que, antes de se aceitar qualquer verdade, esta deve ser questionada. A dúvida era, portanto, usada como método de estudo, por isso foi chamada de dúvida metódica. Para ele, a ação do corpo tem função mecânica, no entanto, a alma pensante, que o homem possui, atua e modifica estes mecanismos. Descartes achava que somente as ideias matemáticas e religiosas são inatas. Descartes, filosoficamente, se mantém, entre os nativistas e empiristas, pois, ao mesmo tempo que aceita que algumas ideias René Descartes (1596-1650) “Penso, logo, existo”.
  • 43.        Segue a tendência aristotélica no concernente à aquisição do conhecimento. O conhecimento é o resultado da sensação e se fundamenta na experiência sensível. Hobbes tem uma visão materialista do homem. O homem não seria livre, pois estaria condicionado por um determinismo natural. Hobbes era antiliberal, antidemocrata e a favor da monarquia absolutista. Justificava sua posição, afirmando que o egoísmo é natural ao homem, assim como a sua autopreservação, ou seja, a busca incessante daquilo que é necessário e cômodo à sua existência. Associa a ideia de amor ao prazer (epicurismo) e a do ódio ao desprazer. Tinha uma visão pessimista do homem. Acreditava, ainda, que, basicamente, a sua natureza era má e que agia motivado pela sede, medo, fome e amor-próprio. Thomas Hobbes (1588-1679) “O homem é lobo do homem, em guerra de todos contra todos".
  • 44. A criança, ao nascer, é uma "tabula rasa" - papel em branco - todo conhecimento é adquirido através da experiência.  As sensações, imagens e idéias formam o conteúdo da mente.  A percepção sensorial consciente constitui, portanto, a base do conhecimento e recebe, quase que passivamente, a influência de estímulos externos.  Pode-se dizer que Locke foi filosoficamente empirista, isto  John Locke (1632-1704)
  • 45.       Rousseau Para Rousseau, a causa dos problemas está no surgimento da (1712-1778) propriedade privada; A desigualdade corrompe o indivíduo; Fato que inibe a legitimidade do contrato social; O contrato social só é válido se o povo consentir na sua constituição: “respeitar as leis é obedecer à vontade geral e , ao mesmo tempo, a si mesmo...”; Vontade individual (egoísta) X Vontade coletiva; Defendeu a democracia direta.
  • 46.      Reconhece que o homem não é só Immanuel Kant razão pura, mas também prática. Sua consciência moral é uma (1724-1804) realidade em que a razão atua sobre a ação. Kant afirma que não se pode conhecer a natureza e a alma a não ser através de suas manifestações (fenômenos) e, portanto de forma empírica Kant reconhece o poder do intelecto somente em relação à experiência, pois qualquer outro conhecimento fora dela é inválido, sem fundamento. “O homem não é nada além 0 conhecimento, para ser daquilo que a educação faz dele.” científico, tem que ser empírico. O conhecimento racional, do qual
  • 47.
  • 48.      A organização econômica proposta pelo capitalismo altera o modo de inserção humana na sociedade. Diferente da sociedade feudal, que considerava o mundo como algo estático, agora o homem adquire status central. A busca por matérias-primas e a necessidade de maximizar a produção valorizou o racionalismo. O capitalismo tornou todos os seres humanos em potenciais consumidores. Para aquisição de lucro, era necessária uma apropriação da natureza potencializada pela ciencias. A era capitalista
  • 49. Nesse contexto, as preocupações se voltam ao próprio homem. Hegel: valoriza a história para compreensão do homem; Darwin: entende a compreensão do homem por meio do evolucionismo; Rousseau: defendeu a democracia.  O surgimento da máquina gerou no homem a sensação de controle do ESPAÇO e do TEMPO.  Este fato gerou o desejo por entender também o homem numa ótica racionalista.  À medida que se torna possível mensurar os fenômenos 
  • 50.
  • 51. Fez uso do materialismo já utilizado no período cosmológico da Grécia Clássica.  Percebe os efeitos nefastos do capitalismo que confisca o direito sociais e políticos dos cidadãos.  Propõe o socialismo como meio de viabilizar o acesso aos recursos necessários à vida.  Marca o pensamento moderno, inspirando muitos em reflexões e mobilizações contrárias ao modelo de organização desigual do sistema.  Entende que a base suficiente para a vida humana está na matéria, negligenciando aspectos subjetivos que são  Karl Marx (1818-1883)