O documento discute a importância da fé e da crença espiritual para guiar as ações humanas de acordo com valores morais. Apresenta os princípios básicos da Doutrina Espírita de que a alma é imortal e preexistente ao corpo, e que após a morte continua sua evolução no mundo espiritual através da reencarnação. Defende que embora os sentidos materiais não percebam o mundo espiritual, a ciência mostra que muitas coisas existem além do que se vê, portanto não se deve negar a exist
A fé e a evolução espiritual segundo a Doutrina Espírita
1.
2. Estamos neste mundo corpóreo, considerado como de expiações e
provas, para passar por experiências que nos são adequadas, tendo em
vista o aprendizado e a evolução do nosso ser, onde crer ou não crer
em nossa natureza espiritual não é essencial para que vivamos essas
experiências.
Crer ou não crer em Deus também não é essencial para que o homem
seja capaz de viver neste mundo. A vida lhe foi dada e ele terá que
vivê-la. Portanto, não importa como ele percebe essa vida ou deixa de
crer sobre ela.
3. A fé, entretanto, significa o repositório dos valores morais que ajudam
a nortear a caminhada terrestre. Dependendo daquilo que se creia,
pode-se assumir diante do mundo uma postura que contraria a moral
necessária à harmonia universal. A fé refletida pelas crenças ajuda o
homem a construir seu caminho, motivando-o e impulsionando-o no
sentido de uma vida proveitosa.
Aquele que não crê na vida espiritual tem mais dificuldade para
justificar as necessidades de harmonia com valores morais.
4. A fé espírita é apoiada na lógica e no princípio de que o Universo está
em constante evolução. Mesmo com tantos conflitos, essa evolução se
dá na Humanidade, dia após dia, ano após ano. É algo incontestável.
Basta olharmos para a história da vida no planeta e constatarmos
através de inúmeras formas que a evolução nunca parou, independente
da vontade do homem.
Os seres espirituais utilizam-se do corpo para viverem experiências sob
condições limitantes de sentidos e de movimentos, necessitando
aprender do que seja compartilhar com seus semelhantes a obra da
Criação.
5. Algumas pessoas só acreditam naquilo que os seus cinco sentidos
materiais conseguem perceber. É a chamada regra de São Tomé: “Ver
para crer”.
Para estas pessoas, torna-se difícil crer na vida após a morte, ou
mesmo crer em Deus, o que me parece um contrassenso. Como não
crer em Deus, o Criador de todas as coisas, se os nossos sentidos estão
constantemente a observar o dia e a noite, a chuva e o sol, as árvores,
os pássaros, as estrelas. Como negar então a existência do Criador se
estas coisas não foram feitas pelo homem, que mais nada é do que
simples criatura?
6. Segundo a teoria materialista, nossa alma é a sede da inteligência e o
princípio da vida material orgânica, mas se aniquila com a morte. Estes
que assim pensam acham que depois da morte nada resta, e que a alma
é criada junto com o corpo.
Os espiritualistas, no entanto, acreditam que a alma é a causa da
inteligência, mas independente da matéria. Creem que a alma
sobrevive a morte. Assim pensam todos aqueles que professam as
chamadas religiões não materialistas: judeus, árabes, budistas e todas
as religiões orientais.
7. A Doutrina Espírita é espiritualista, mas diferencia-se de outras seitas
cristãs por crer que a alma não apenas sobrevive após a morte como
também é pré-existente à vida. A Doutrina Espírita é reencarnacionista.
Em “O Livro dos Espíritos” encontramos os seguintes pontos básicos
de nossa crença, de nossa fé: Deus é eterno, imutável, imaterial, único,
onipotente, soberanamente justo e bom. Assim, Deus é justiça. Criou o
Universo, que abrange todos os seres: animados e inanimados;
materiais e imateriais.
8. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os
imateriais o mundo invisível ou dos espíritos. O mundo dos espíritos é
o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevive a tudo. O
mundo corporal é secundário, poderia deixar de existir ou não ter
jamais existido, sem que isso se altere a existência do mundo
espiritual.
9. A alma é o espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
Portanto, o espírito não é um ser indefinido. É um ser real. Esta é a
nossa crença, e nela está a base de nossa fé e o apoio dos valores que
norteiam nossas ações.
No meu entendimento, não pode o homem moderno, o homem do
século XXI, dizer que crê apenas naquilo que vê. A Ciência evoluiu
tanto, e já deu demonstrações factíveis que muita coisa existe além
daquilo que o homem é capaz de perceber através dos seus sentidos
materiais.
10. As ondas eletromagnéticas, responsáveis pelas transmissões de rádio,
de televisão, de telefonia celular, são exemplos do que estou me
referindo. Ninguém vê a onda de televisão, mas a voz e a imagem de
quem está falando chegam e se reproduzem em nossos aparelhos.
Portanto, são reais. Não é porque nem todos conseguem ver ou
perceber a presença do mundo espiritual que ele não exista. Sabemos
que os nossos sentidos são todos materiais. Aqueles que conseguem
perceber além da matéria são considerados como possuidores de um
sexto sentido. Portanto, não se trata de ver para crer, mas ao contrário,
de crer para ver, e a visão neste caso tem o sentido de perceber a
natureza do mundo espiritual à nossa volta.
11. Os princípios contidos em O Livro dos Espíritos e a doutrina cristã
trazida por Jesus, o Mestre dos Mestres, são o grande consolo que
podemos usufruir neste mundo de expiações e provas.
Que Deus nos permita compreender e manter nossa fé na vida futura e
na evolução espiritual. Que possamos converter nossas ações em
utilidade para o mundo em que vivemos.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br